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Sapium glandulosum (L.) Morong | Árvores do Bioma Cerrado
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Sapium glandulosum (L.) Morong

Sinônimos: Sapium glandulatum (Vel.) Pax, entre muitos outros

Leiteiro, pau-de-leite, burra-leiteira

Árvore inerme, latescente, perenifólia ou subcaducifólia, heliófila, monoica, de até 10 m de altura e 25 cm de DAP; látex branco. Madeira  leve; cerne amarelo-escuro a marrom. Ritidoma cinzento, estreito, variando de íntegro a superficialmente dividido e a fendilhado e descamante. casca interna amarelada. Râmulos adultos  roliços, variando de castanhos a cinzentos. Folhas simples, alterno-espiraladas, glabras; pecíolo canaliculado, com 2-5 cm de comprimento e um par de glândulas estipitadas junto à base da lâmina foliar; lâmina discolor, glabra, variando de cartácea a subcoriácea e de obovada a elíptica, com a margem serrilhada ou lisa e 5-9 x 2,5-4 cm.  Inflorescências espiciformes, terminais, solitárias, glabras, bissexuais, de  5-12 cm de comprimento. Flores verde-amareladas, (sub)sésseis, monoclamídeas, nectaríferas, de 4-6 mm de comprimento; flores masculinas com cálice bilobado e 2 estames; flores femininas com cálice trilobado e ovário bi ou trilocular. Fruto (sub) globoso, lobado, seco, deiscente, com 2-3 sementes e ± 10 x 12 mm Semente ovoide a globosa, de 5-6 mm de comprimento, com tegumento marrom-escuro ou negro, sublenhoso e envolvida por um arilo vermelho, tênue.

S. glandulosum distribui-se do México, pela maioria dos países da América Central e Caribe até a Argentina e o Uruguai. Ocorre em todo o território brasileiro, do nível do mar a mais de 1200 m de altitude. É encontrada em toda a área de abrangência do Cerrado, em florestas perenifólias e subcaducifólias, florestas ribeirinhas e cerradões, com maior frequência e abundância em áreas de vegetação secundária.

Essa euforbiácea floresce entre agosto e outubro e apresenta frutos maduros entre dezembro e fevereiro. As inflorescências são frequentadas por abelhas e vespas de pequeno e médio porte. A sementes são dispersas por pássaros que se alimentam do arilo que as envolvem.

A madeira de S. glandulosum é fraca e suscetível ao ataque de insetos e de microrganismos decompositores, o que a leva a ser apropriada apenas para construção de forros de casas simples e para confecção  artefatos como caixotes, engradados, molduras, tamancos e brinquedos. O látex, considerado impróprio para fabricação de borracha, é tido como cáustico e causador de cegueira quando o atinge os olhos. As sementes entram na dietas de diversas espécies de aves que se alimentam de arilo. A espécie merece prioridade em projetos de recomposição de áreas desmatadas e de arborização urbana.

Para formar mudas de S. glandulosum, utiliza-se sementes retiradas de frutos que estejam no início da deiscência. A semeadura é retirada após a remoção do arilo e pode ser em recipientes de ± 25 x 15 cm ou em sementeiras, para posterior repicagem das plântulas. O substrato pode ser uma mistura de terra  areno-argilosa com esterco curtido, na proporção de 1:1, e o ambiente pode ser ensolado ou ter uma cobertura que proporcione até 30% de sombreamento. A prática tem indica que as sementes germinam num prazo de 20 a 30 dias, que a taxa de germinação pode chegar a 70% e que o crescimento das plântulas é rápido.

S. glandulosum ocorre em ambientes preferenciais para atividades agropastoris e extração de madeiras, mas possui ampla dispersão no Cerrado, conta com populações em áreas de preservação permanente (florestas ribeirinhas) e em unidades de preservação de proteção integral nesse bioma e prospera facilmente em vegetação secundária.

Árvore com tronco bifurcado, parcialmente desfolhada. Nova Granada (SP), 15-10-2016

Superfície do ritidoma e cor da casca interna. Nova Granada (SP), 15-10-2016

Frutos imaturos. Coromandel (MG), 13-11-2014

Frutos imaturos e maduros expondo as sementes. Delta (MG), 19-02-2022

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