Ministério do Meio Ambiente
BIODIVERSIDADE DOS CAMPOS
´
DO PLANALTO DAS ARAUCARIAS
Coordenação Geral:
Dra. Ilsi lob Boldrini
Departamento de Botânica/IB
UFRGS
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS
Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul – FZB/RS
Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC/CAV
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS
Biodiversidade dos Campos do Planalto
das Araucárias
1
República Federativa do Brasil
Presidente
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Vice-Presidente
JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA
Ministério do Meio Ambiente
Ministro
CARLOS MINC
Secretaria Executiva
Secretária
IZABELLA MÔNICA VIEIRA TEIXEIRA
Secretaria Nacional de Biodiversidade e Florestas
Secretária
MARIA CECÍLIA WEY DE BRITO
Departamento de Conservação da Biodiversidade
Diretor
BRAULIO FERREIRA DE SOUZA DIAS
Gerência de Conservação da Biodiversidade
Gerente
DANIELA AMÉRICA SUAREZ DE OLIVEIRA
2
Ministério do Meio Ambiente - MMA
Centro de Informação, Documentação Ambiental e Editoração Luís Eduardo Magalhães - CID
Ambiental
Esplanada dos Ministérios - Bloco B - Térreo
Brasília - DF 70.068-900
Fone. 55 61 3317 1414
E-mail. cid@mma.gov.br
www.mma.gov.br
Ministério do Meio Ambiente
Secretaria de Biodiversidade e Florestas
Biodiversidade dos Campos
do Planalto das Araucárias
Organizadora
Ilsi Iob Boldrini
2009
3
Organizadora
Ilsi Iob Boldrini
Supervisão Editorial
Márcia Noura Paes (MMA)
Capa e Diagramação
Junia Machado Saedt, Mayko Daniel A. Miranda e Gráfica Diplomata
Foto da Capa
L. Buckup
Equipe Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira - PROBIO
Gerente: Daniela América Suárez de Oliveira.
Equipe técnica: Carlos Alberto Benfica Alvarez, Cilulia Maria Maury, Júlio César Roma, Márcia
Noura Paes.
Equipe financeira/administrativa: Sérgio Luiz Pessoa, Gisele da Silva, Marinez Lemos Costa,
Rosângela Abreu. Apoio: Edileusa Silva.
Apoio:
Pontíficia Universidade Católica do Rio Grande de Sul - PUCRS, Universidade do Estado de Santa
Catarina - UDESC/CAV, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul - FZB/RS, Universidade Federal
do Rio Grande do Sul - UFRGS, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD - Projeto BRA/00-021.
Catalogação na Fonte
Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
B615
Biodiversidade dos campos do planalto das araucárias / Ilsi Iob
Boldrini, organizador.
Brasília: MMA, 2009.
240 p.: il. color. ; 29 cm. (Série Biodiversidade, v.30)
Bibliografia
ISBN 978-85-7738-078-7
1. Biodiversidade. 2. Vegetação. 3. Campo. 4. Araucárias.
I. Boldrini, Ilsi. II. Ministério do Meio Ambiente. III. Secretaria de
Biodiversidade e Florestas. IV. Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. V. Título. VI. Série.
CDU(2.ed.)574
A reprodução total ou parcial desta obra é permitida, desde que citada a fonte.
4
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
Sumário
Introdução
7
Capítulo 1 - Unidades da Paisagem
13
Capítulo 2 - Fatores Abióticos
19
Capítulo 3 - Flora
39
Capítulo 4 - Fauna Aquática
95
Esponjas
97
Crustáceos
109
Peixes
131
Capítulo 5 - Fauna Terrestre
157
Aves
159
Mamíferos
209
Capítulo 6 - Considerações Gerais
223
Considerações Gerais
227
Equipe
234
5
6
Introdução
Introdução Geral
Introdução Geral
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
No Brasil, os campos representam 13.656 milhões de hectares (IBGE, 2006). Embora
estas formações campestres sejam encontradas em todos os biomas (Amazônia, Caatinga,
Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Pampa), somente no bioma Pampa esta formação é
predominante. O bioma Mata Atlântica no sul do Brasil apresenta formações campestres
denominadas Campos de Altitude do Planalto das Araucárias ou Campos de Cima da Serra.
Estas áreas predominam em zonas de maior altitude, com cotas superiores a 800m. Nos
estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina estes campos ocupam 1.374.000 hectares,
correspondendo a cerca de 7,9 % dos 10,8 milhões de hectares de todos os campos destes
Estados (Boldrini, 2002).
Nos Campos de Cima da Serra predominam as rochas efusivas da formação Serra Geral,
do Juro-Cretáceo, originadas por derrames sucessivos de lavas, ocorridos, principalmente, entre 120 e 135 milhões de anos. Na região de estudo predominam rochas de caráter
mais ácido, tais como dacitos e riodacitos felsíticos, riolitos felsíticos, basaltos pórfiros e
fenobasaltos vítreos (Horbach et al., 1986). Estas rochas, por seu maior conteúdo de sílica,
apresentam mais resistência ao intemperismo e por isso geralmente ocorrem em relevo
tabular, de platô. A continuidade física deste relevo é interrompida apenas junto ao leito dos
rios que recortam o Planalto dos Campos Gerais, os quais, com seu continuado trabalho
erosivo, acabam por expor o basalto subjacente. Nas imediações dos vales dos rios Pelotas,
Antas e Touros e seus afluentes principais, predomina o basalto (Horbach et al., 1986).
A hidrografia da região compreende todas as nascentes dos rios Canoas e Pelotas, que
correspondem aos principais formadores da extensa bacia do rio Uruguai. Ao sul, encontrase a bacia do rio Taquari e Antas. Estes rios são típicos de montanha, caracterizando-se pela
média e alta velocidade e pela baixa concentração de nutrientes. Com relação aos corpos
d’água, observa-se ainda a formação de áreas alagadas e turfeiras.
O clima da região é predominantemente do tipo Cfb (classificação de Köppen), temperado úmido, sendo favorável às formações florestais. No período compreendido entre 42
e 10 mil anos antes do presente predominava um clima frio e seco, sendo que os campos
dominavam toda a região. As florestas estavam restritas a pequenas manchas em fundo de
vales. Entre 10 e quatro mil anos atrás, as temperaturas se elevaram, mas o clima permaneceu seco, limitando assim a expansão das florestas sobre as áreas de campo. Além disso,
no início do Holoceno há indícios de queimadas mais freqüentes, o que também retardou
o avanço de espécies arbóreas. Há quatro mil anos, quando o clima se tornou mais úmido,
a floresta com araucária (Floresta Ombrófila Mista) começou um processo gradual de
expansão sobre os campos, o qual tornou-se mais expressivo até cerca de mil anos atrás
(Behling, 2002; Behling et al., 2004).
A paisagem da região dos Campos de Altitude é composta por mosaicos de campos
entremeados por florestas, de indiscutível beleza cênica. A transição entre estas formações
tão distintas é muitas vezes abrupta e o contato do campo com a floresta ocorre tanto em
bordas de florestas contínuas, quanto em florestas ripárias ou em capões de mato (manchas
florestais insulares inseridas em uma matriz campestre).
Os Campos de Altitude apresentam uma vegetação típica de ambientes montano e
alto-montano, com estrutura arbustiva e/ou herbácea, que ocorre geralmente nos cumes
litólicos das serras com altitudes elevadas. A flora campestre é caracterizada por muitos
endemismos, em nível específico. Muitas dessas espécies estão ameaçadas de extinção,
devido à conversão dos campos para diferentes usos.
A diversidade florística dos campos desta região é extremamente alta. As gramíneas
caracterizam estes campos pela formação de um estrato herbáceo contínuo. A influência
da vegetação do Brasil Central e da região andina do sul da América do Sul propicia a
coexistência de gramíneas C3 e C4 e resulta no aumento da diversidade e da qualidade
forrageira dos campos naturais.
9
Introdução Geral
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
A avifauna dos Campos de Altitude apresenta elementos com afinidade aos grandes biomas abertos da América do Sul, embora a região esteja vinculada ao bioma Mata Atlântica
(Sick, 1973; Fjeldså & Krabbe, 1990; Stotz et al., 1996; Sick, 1997). A influência do bioma
Pampa é manifestada pela ocorrência de espécies restritas a essa unidade biogeográfica, e
que ocorrem apenas marginalmente no domínio da Mata Atlântica. A região destaca-se pela
grande diversidade da avifauna, incluindo espécies raras e pouco conhecidas, bem como
elevado número de espécies sob risco de extinção e endêmicas no extremo sul do Brasil.
Além disso, os campos são particularmente importantes para passeriformes migrantes de
verão, com destaque para espécies de Sporophila. A importância da região para a avifauna
pode ser evidenciada pela proposta de seis áreas importantes para a conservação de aves
(IBAs) (Bencke et al., 2006).
A fauna de mamíferos, nos Campos de Altitude, sofre influência de diversas regiões
biogeográficas da porção neotropical da América do Sul. Na Mata Atlântica ocorrem cerca
de 250 espécies, dos quais 55 são endêmicas. A mastofauna na região é pouco conhecida,
sendo escassos os trabalhos desenvolvidos na área. Em função do desenvolvimento acentuado, das atividades agropecuárias e da pressão de caça é possível que algumas espécies
tenham desaparecido.
A ictiofauna apresenta um alto endemismo, com várias espécies de ocorrência restrita
aos rios e arroios de elevada altitude da região. As espécies endêmicas de peixes ocorrentes
na área começaram a ser descritas há pouco mais de 30 anos, havendo várias espécies novas
ou gêneros pouco estudados. Desta forma, a diversidade na região ainda é subestimada.
Em um contexto amplo de conservação, os Campos de Altitude vêm sofrendo dramaticamente com ações antropogênicas, em decorrência da contínua e rápida substituição,
descaracterização e fragmentação dos diferentes ambientes que os compõem. A introdução
de espécies exóticas, o avanço de extensas monoculturas, como por exemplo de espécies de
Pinus e outras atividades agrícolas, o corte seletivo em remanescentes florestais, a construção
de hidrelétricas e a drenagem/represamento de banhados, e a introdução de espécies de
peixes exóticas representam as principais ameaças para a conservação desse ecossistema.
Assim, o objetivo deste estudo é o de contribuir para o conhecimento e a compreensão
dos fatores bióticos e abióticos indispensáveis para subsidiar futuras ações para a conservação dos Campos de Altitude do Planalto das Araucárias.
Figura 1. Mapa com a delimitação da área de estudo.
10
Introdução Geral
Delimitação da Área de Estudo
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
A região do presente estudo, situada no nordeste do Rio Grande do Sul e sudeste de
Santa Catarina, e na qual as formações campestres foram avaliadas, abrange os seguintes
municípios:
Rio Grande do Sul: Bom Jesus, Cambará do Sul, Campestre da Serra, Caxias do Sul,
Esmeralda, Ipê, Jaquirana, Monte Alegre dos Campos, Muitos Capões, São Francisco de
Paula, São José dos Ausentes, São Marcos e Vacaria.
Santa Catarina: Alfredo Wagner, Anita Garibaldi, Anitápolis, Bocaina do Sul, Bom Jardim da Serra, Bom Retiro, Campo Belo do Sul, Capão Alto, Cerro Negro, Correia Pinto,
Lages, Otacílio Costa, Painel, Palmeira, Ponte Alta, Rio Rufino, São Joaquim, São José do
Cerrito, Urubici e Urupema.
Estes municípios encontram-se entre as latitudes 27°15’S e 29°45’S e as longitudes
49°00’W e 51°30’W.
Referências
BEHLING, H. 2002. South and southeast Brazilian grassland during Late Quaternary times: a
synthesis. Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology, v. 177, p. 19-27.
BEHLING, H.; PILLAR, V.; ORLÓCI, L. & BAUERMANN, S.G. 2004. Late Quaternary Araucaria
forest, grassland (Campos), fire and climate dynamics, studied by high resolution pollen, charcoal and
multivariate analysis of the Cambará do Sul core in southern Brazil. Palaeogeography, Palaeoclimatology,
Palaeoecology, 203: 277-297.
BENCKE, G.A.; MAURÍCIO, G.N.; DEVELEY, P. E. & GOERCK, J. M (org.) 2006. Áreas importantes
para a conservação de aves no Brasil – Parte I–Estados do Domínio Mata Atlântica. São Paulo: Save Brasil.
BOLDRINI, I.I. 2002. Campos sulinos: caracterização e biodiversidade. In: Araújo, E.L.; Noura,
A.N.; Sampaio, E.V.S.B.; Gestinari, L.M.S. & Carneiro J.M.T. (eds.). Biodiversidade, conservação e uso
sustentável da flora do Brasil. Recife: Universidade Federal Rural de Pernambuco. p. 95-97.
FJELDSÅ, J. & KRABBE, N. 1990. Birds of the high Andes. A manual to the Birds of the Temperate Zone
of the Andes and Patagonia, South America. Svendborg, Denmark: Zoological Museum University of
Copenhagen an Apollo Books.
HORBACH, R. et al. Geologia. 1986 In: BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Levantamento de Recursos Naturais. Vol. 33, Folha SH 22, Porto Alegre e parte das folhas SH 21 e SI
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IBGE, 2006. Mapas interativos. Rio de Janeiro IBGE. www.ibge.gov.br. Acesso em 06/10/2006.
SICK, H. 1973. Nova contribuição ao conhecimento de Cinclodes pabsti Sick, 1969 (Furnaridae, Aves).
Revista Brasileira de Biologia, 33(1): 109-117.
SICK, H. 1997. Ornitologia Brasileira. Edição revista e ampliada por José Fernando Pacheco. Rio de
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STOTZ, D. F., FITZPATRICK, J. W.; PARKER III, T. A. & MOSKOVITS, D. K. 1996. Neotropical
Birds: Ecology and Conservation. Chicago: University of Chicago Press.
11
Unidades de Paisagem
Heinrich Hasenack
José Luís Passos Cordeiro
Rogério Both
1
I. Boldrini
Unidades da Paisagem
Unidades da Paisagem
1. Planalto Meridional
1.1. Superfície aplainada
1.1.1. Suave ondulada
1.1.2. Ondulada
1.1.3. Forte ondulada
1.2. Superfície dissecada
1.3. Escarpa
1.3.1. Superior
1.3.2. Inferior
2. Depressão Periférica da Bacia do Paraná
3. Serra Oriental Catarinense
4. Planície Costeira
4.1. Flúvio-lacustre
4.2. Marinha
Destas unidades, não estão presentes na área de
estudo a Serra Oriental Catarinense e a Planície
Costeira.
A região do Planalto Meridional tem predomínio
das superfícies elevadas da Bacia do Paraná, com
maiores altitudes na borda leste, ultrapassando com
freqüência os 1000 m. De leste para oeste há um
decréscimo lento da altitude.
O substrato geológico é composto por rochas extrusivas ácidas e básicas que se depositaram sobre o
arenito Botucatu durante o Juracretáceo.
O relevo que se estabeleceu sobre o planalto é típico
de clima úmido. Predominam superfícies de suave
a forte onduladas, embora os rios de maior porte
tenham dissecado o planalto criando vales encaixados. Predominam os Cambissolos nas superfícies
aplainadas, ocorrendo geralmente associados com
Neossolos Litólicos.
Nas superfícies aplainadas predominam a Estepe nas suas diferentes formações: Estepe Arbórea
Aberta, nas superfícies suave onduladas, Parque
nas superfícies onduladas e Gramíneo-Lenhosa, nas
Figura 1.1. Classes de altitude.
15
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
As unidades de paisagem foram derivadas a partir de
informações temáticas altimétricas (Weber et al., 2004),
solos e vegetação (IBGE, 2006), Figuras 1.1, 1.2 e
1.3, respectivamente, além das unidades de relevo
propostas por Ross (2001).
O primeiro nível hierárquico teve como base as
unidades do relevo e a altitude. As subdivisões do
Planalto Meridional tiveram por base as declividades
e o tipo de vegetação original. A subdivisão da planície costeira está associada à origem do sedimento
predominante na paisagem.
As unidades da paisagem presentes na área
mapeada são (Figura 1.4):
Figura 1.3. Grupos de solos (IBGE, 2006).
Figura 1.2. Regiões fitoecològicas (IBGE, 2006).
Unidades da Paisagem
16
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Unidades da Paisagem
superfícies forte onduladas. O uso do solo tem sido
predominantemente para a pecuária extensiva de gado
bovino. Nos últimos anos, porém, grandes extensões
de Estepe tem sido substituídas por silvicultura de
Pinus e pomares de macieiras.
Os limites oriental e meridional do planalto são
abruptos, na forma de escarpa. Pode-se diferenciar
uma escarpa superior, mais íngreme com predomínio de Neossolos Litólicos e Cambissolos na porção
oriental. A vegetação original é a Floresta Ombrófila
Mista Montana ou Altomontana. Também há ocorrência de paredões verticais praticamente desprovidos
de vegetação. Pela dificuldade de acesso, estas são
Figura 1.4. Unidades da paisagem.
sedimentar a partir da erosão tanto de basaltos e arenitos da Bacia do Paraná quanto dos granitos e gnaisses
da Serra Oriental Catarinense. A vegetação original
predominante é a Floresta Ombrófila Densa, com
ocorrência da Floresta Ombrófila Mista e da Estepe
nas porções mais elevadas.
A Serra Oriental Catarinense formada por rochas
do pré-cambriano possui relevo montanhoso tendo se
desenvolvido sobre eles Neossolos Litólicos, Nitossolos e Argissolos. A vegetação original predominante
é a Floresta Ombrófila Densa, com ocorrência da
Floresta Ombrófila Mista e da Estepe nas porções
mais elevadas.
A Depressão Periférica da Bacia do Paraná uma
A Planície Costeira é constituída de depósitos
faixa de terras baixas (entre 0 e 500 m) com relevo coluvionais de encosta, flúvio-lagunares e marinhos.
ondulado a forte ondulado. As rochas são de origem Na porção oriental predominam os depósitos marias áreas menos alteradas, mantendo grande parte de
sua cobertura vegetal original. Nas porções inferiores
da escarpa oriental e na escarpa meridional, as declividades ainda são elevadas (relevo montanhoso), os
solos variam de Neossolos Litólicos a Nitossolos e
a floresta original era do tipo Ombrófila Densa. Na
escarpa meridional o relevo também é montanhoso,
os solos são predominantemente Neossolos Litólicos e
Nitossolos e a vegetação florestal original é a Floresta
Estacional Semidecidual. Na escarpa inferior oriental
a floresta remanescente é secundária. Sua substituição
se deu por cultivos de subsistência e principalmente
por cultivos comercias de banana.
17
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Nas áreas dissecadas, em especial os vales do rio
das Antas e do rio Pelotas, ocorrem os Neossolos
Litólitos e Cambissolos nas altitudes mais elevadas e
encostas mais íngremes. Com a diminuição da altitude
passam a ocorrer também os Argissolos. Devido à alta
umidade e nevoeiros freqüentes nestes vales encaixados predomina a Floresta Ombrófila Mista Montana
e Submontana. Esta área embora com acesso difícil,
tem sido utilizada para fins agrícolas, em especial
cultivos anuais de subsistência.
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Unidades da Paisagem
18
nhos, enquanto na porção meridional, mais interior,
predominam os depósitos lagunares e fluviais. A baixa
altitude e a suavidade do relevo faz com que pequenas
variações de altitude criem ambientes distintos. As
superfícies mais elevadas e bem drenadas apresentam
Neossolos Quartzarênicos sobre os quais ocorrem
Formações Pioneiras psamófilas. Nas depressões,
ocorrem os Gleissolos, típicos de áreas saturadas
de umidade. As Formações Pioneiras são típicas de
áreas úmidas, tanto herbáceas como arbóreas. O uso
predominante é com cultivos anuais e criação de gado.
Em algumas áreas também existe a silvicultura sobre
dunas. Junto ao oceano, grande parte da superfície
encontra-se urbanizada.
Referências
IBGE. 2006. Mapas interativos. Rio de Janeiro IBGE. www.ibge.gov.br. Acesso em 06.10.2006.
ROSS, J.L.S. 2001. Os fundamentos da geografia da natureza. In: ROSS, J.L.S. (org.). 2001.
Geografia do Brasil. São Paulo, Edusp. p.12-65.
WEBER, E.; HASENACK, H.; FERREIRA, C.J.S. 2004. Adaptação do modelo digital de
elevação do SRTM para o sistema de referência oficial brasileiro e recorte por unidade da
federação. Porto Alegre, UFRGS Centro de Ecologia. Disponível em http://www.ecologia.
ufrgs.br/labgeo.
2
Fatores Abióticos
Jaime Antonio de Almeida
I. Boldrini
Fatores Abióticos
Fatores Abióticos
Origem dos Campos
A origem dos campos na região do Planalto dos
Campos Gerais parece ser bastante antiga. Estudos
recentes em áreas de campos naturais, nos estados do
Paraná (Behling, 1997), Santa Catarina (Behling, 1995)
e Rio Grande do Sul (Behling et al., 2001; Behling et al.,
2004), indicaram claramente a ocorrência de período
frio e seco nas porções mais elevadas do Planalto Meridional após o último glacial máximo, ocorrido entre
18 e 24 mil anos trás, o qual favoreceu a prevalência da
vegetação campestre.
Com base em datações radiométricas e avaliações palinológicas realizadas em áreas de Organossolos de altitude
(turfeiras, no senso comum), esses autores constataram
que, mesmo após o término da glaciação, ao final do
Pleistoceno, as condições climáticas permaneceram desfavoráveis para o estabelecimento da vegetação arbórea,
a qual permaneceu restrita aos vales mais protegidos e
aos pequenos capões de mata. Embora nestes trabalhos
tenha sido constatada a ocorrência de um período mais
úmido por volta dos seis mil anos atrás, onde houve ligeira
expansão das áreas com mata de araucária, esta somente
parece ter avançado consideravelmente sobre os campos
nos últimos 1500 anos, quando o clima efetivamente
se tornou mais úmido, garantindo as condições para o
avanço das florestas.
Behling (1995) relata, para as condições de Santa
Catarina e do Rio Grande do Sul (Behling et al., 2001;
Behling et al., 2004), que os resultados das análises de
pólen realizadas sugerem que os campos de altitude
desses dois estados constituem relictos do clima frio
e seco dominante ao final do Pleistoceno e do clima
seco e quente que predominou no início do Holoceno.
Esta mesma interpretação já havia sido exposta por
Hueck (1953), que afirmava não haver indicações de
que a floresta estivesse avançando sobre os campos,
seja pela ausência de relictos de solos florestais, ou de
horizontes com evidência de fogo. Também Rambo
(1956) e Klein (1960) consideram que o avanço da
floresta de araucária nos últimos 500 anos parece ter-se
constituído numa migração incompleta, sugerindo que,
quando do início do povoamento da região no século
XVI, durante o estabelecimento das primeiras fazendas
no entorno do “caminho das tropas”, as matas prove-
nientes dos vales avançavam sobre os campos, sendo
essa expansão efetivamente interrompida pelo avanço
do processo de ocupação das terras, pela expansão da
atividade pecuária e pelo desmatamento ocorrido nos
séculos subseqüentes.
Clima Atual
O clima da região, segundo a classificação de Köppen,
é do tipo Cfb, correspondendo ao Mesotérmico Úmido, com verões brandos (Brasil, 1973) ou Superúmido
e Superúmido a Úmido (Brasil, 1986). Maluf (1999)
caracterizou recentemente a região fisiográfica dos
Campos de Cima da Serra como sendo de clima Temperado Úmido. As precipitações pluviométricas são
bem distribuídas durante o ano, variando de 1500 a
1700mm de média anual, porém atingindo valores de
até 2500 mm em certas subregiões, não havendo déficits hídricos expressivos em nenhuma época do ano. A
temperatura média anual na região varia de 14 a 16ºC,
sendo o mês de julho o de temperatura mais baixa (10
a 12ºC) e o de janeiro o de temperatura mais alta (24 a
27ºC) (Brasil, 1986).
Geologia
Na área abrangida pelo presente estudo predominam
as rochas efusivas da formação Serra Geral, do JuroCretáceo, originadas por derrames sucessivos de lavas
ocorridos principalmente entre 120 e 135 milhões de
anos. Nas imediações de São Joaquim e Bom Jardim
da Serra, sul das regiões de Lages e de Campo Belo em
Santa Catarina e nas imediações dos municípios de Bom
Jesus, São Francisco de Paula e São José dos Ausentes
no estado do Rio Grande do Sul predominam rochas de
caráter mais ácido dessa formação, tais como dacitos e
riodacitos felsíticos, riolitos felsíticos, basaltos pórfiros e
fenobasaltos vítreos (Horbach et al., 1986). Tais rochas,
ao contrário dos basaltos típicos, que possuem teores de
SiO2 entre 45-55%, apresentam conteúdo mais alto de
sílica, com teores próximos ou acima dos 60%, o que
lhes garante tonalidades mais claras do que os basaltos,
e conteúdos de ferro, cálcio e magnésio mais baixos do
que àqueles, tal como indicado na Tabela 2.1.
Tais rochas, por seu maior conteúdo em sílica, apresentam maior resistência ao intemperismo e por isso
geralmente ocorrem em relevo tabular, de platô, cuja
continuidade física é interrrompida apenas junto ao leito
dos rios que recortam o Planalto dos Campos Gerais,
os quais, com seu continuado trabalho erosivo, acabam
por expor o basalto subjacente.
Portanto, nas cotas mais baixas, correspondendo
aos vales mais profundos, os solos podem também se
desenvolver sobre basaltos, sendo estas áreas geralmente
coincidentes com porções originalmente de mata ou de
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Os campos de altitude do extremo Sul do Brasil, abrangidos neste estudo, compreendem a região fisiográfica
dos Campos de Cima da Serra, localizada no extremo
Nordeste do Estado do Rio Grande do Sul, bem como
a região do Planalto Sul de Santa Catarina. Do ponto de
vista geomorfológico, ambas as regiões correspondem à
Unidade Geomorfológica Planalto dos Campos Gerais,
cuja abrangência como unidade extrapola a área estudada
(JUSTUS et al., 1986).
21
Fatores Abióticos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Tabela 2.1. Composição química comparativa entre basaltos e rochas magmáticas extrusivas de caráter mais ácido. Adaptado de
Horbach et. al., 1986.
Elementos maiores
(óxidos)%
Andesito-basalto
Basalto
Hialo-riólito
Riodacito
SiO 2
52,90
53,30
69,80
68,50
Al2O 3
11,93
12.27
11,78
11,97
Fe 2O 3
9,02
7,92
2,92
4,40
FeO
5,50
5,17
2,21
1,29
MnO
0,20
0,17
0,10
0,10
CaO
7,77
7,42
2,29
3,14
MgO
3,57
3,11
0,57
1,20
Na 2O
3,20
3,10
3,17
2,83
K 2O
1,99
1,84
3,87
3,84
TiO 2
1,58
1,36
0,64
0,77
P 2O 5
0,21
0,26
0,16
0,22
H2 O
-
-
-
-
Perda ao fogo
1,49
1,38
2,53
1,77
expansão dos campos, que se desenvolveram a partir da
invasão dos campos naturais seguida ao desmatamento
ocorrido nos últimos séculos pela expansão da pecuária
de corte.
Na superfície geomórfica correspondente a região de
Vacaria, com cota altimética em torno de 1000m, bem
como nos vales do rio Pelotas, das Antas e dos Touros
e seus afluentes principais, predomina o basalto (rocha
básica) (Santa Catarina, 1986; Horbach et al., 1986).
Material e Métodos
Foram analisados e descritos perfis de solos nos
mesmos locais onde a equipe de flora realizou os levantamentos, ou seja, em nove localidades no estado do
Rio Grande do Sul e dez localidades em Santa Catarina
(Anexo; vide Figura 2.1 Relatório Flora).
As informações acerca dos solos foram colhidas do
Levantamento de Reconhecimento dos Solos do Estado
do Rio Grande do Sul (Brasil, 1973), do Levantamento
Exploratório realizado posteriormente pelo extinto Projeto Radambrasil nas folhas Porto Alegre, Uruguaiana
e Lagoa Mirim (Ker et al., 1986), no Levantamento de
Reconhecimento dos Solos do Estado de Santa Catarina (UFSM & SUDESUL, 1973), no Levantamento
Exploratório realizado pelo Projeto Radambrasil, cujas
informações foram incorporadas no Atlas de Santa Catarina (Santa Catarina, 1986), bem como no Levantamento
de Reconhecimento de Solos do Estado Santa Catarina,
publicado na escala 1:250.000 (Potter et al., 2004). Com
base nessas informações, procedeu-se a atualização
da denominação das classes segundo o novo Sistema
Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 1999).
Tentativamente, os solos foram também classificados
segundo a nomenclatura da FAO (Food and Agriculture
Organization of the United Nations, 1988).
22
Resultados e Discussão
As classes de solo dominantes e sua distribuição na
área de estudo mostram-se estreitamente relacionadas
com o tipo de rochas dominantes em cada local, bem
como com as variações de relevo.
Assim, na superfície geomórfica relativamente estável
da região de Vacaria, predomina o Latossolo Bruno
(Ferralsols-FAO, desenvolvidos de basalto), associado
ou não a Nitossolos Háplicos (Nitisols-FAO) de cor
bruna. Um resumo das características físicas e químicas
de um Latossolo Bruno nas imediações de Vacaria (RS)
é mostrado na Tabela 2.2.
Nas demais regiões, onde os solos se desenvolvem
sobre o riodacito, predominam Cambissolos (Cambisols-FAO), quase sempre associados com Neossolos
Litólicos (Leptosols-FAO) nas áreas com maior declividade (Tabelas 2.3 e 2.4) e Nitossolos Háplicos
(Nitisols-FAO) nas áreas de terraços coluviais, muitas
vezes já sob influência do basalto (Tabela 2.5). Predomina nessas áreas o relevo suave ondulado, com
partes onduladas (Figura 2.1), onde ocorrem muitos
afloramentos rochosos.
Todos esses solos apresentam como características comuns altos conteúdos de matéria orgânica nos
horizontes superficiais; baixas quantidades de cálcio,
magnésio e potássio; pH baixo e altos níveis de Al trocável, características resultantes do clima frio e úmido
predominante na região, que favorecem o acúmulo de
matéria orgânica, mas ao mesmo tempo induzem a
uma alta taxa de lixiviação, tornando esses solos pobres
em nutrientes. Tal pobreza química talvez seja um dos
fatores restritivos ao estabelecimento da floresta nestas áreas, com favorecimento da vegetação campestre.
Comparando os dados químicos dos solos desenvolvidos de rochas mais ácidas (Tabelas 2.2 e 2.3), com os
formados sobre basalto (Tabelas 2.1 e 2.4), observa-se
Fatores Abióticos
geralmente a mesma seqüência de classes de solos
(Cambissolos, Neossolos Litólicos e Nitossolos), porém com ligeira melhoria das propriedades químicas,
observando-se níveis de cálcio e magnésio e pH um
pouco mais alto, e níveis de alumínio trocável um pouco mais baixos do que os desenvolvidos de riodacitos.
Tais características, somadas aos efeitos da proteção
climática exercida pelos vales, provavelmente sejam
os fatores que expliquem o maior desenvolvimento
das espécies florestais nessas áreas, em detrimento das
formações campestres (efeitos do clima associados a
maior fertilidade química dos solos). Do mesmo modo,
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
que os níveis de alumínio trocáveis são sempre expressivamente mais altos nos solos desenvolvidos do riodacito,
apesar de não haver diferenças acentuadas nos valores
da soma de bases (S). Esta característica, ao mesmo
tempo que revela a extrema adaptabilidade das espécies
de gramíneas constatadas na área a um ambiente de alta
pobreza química em nutrientes, talvez explique também
a pequena incidência de leguminosas, mesmo daquelas
mais adaptadas, nos solos formados do riodacito.
Nas áreas de relevo mais acidentado, tais como nas
encostas e fundo dos vales estreitos, onde os solos
geralmente se desenvolvem sobre o basalto, ocorre
Figura 2.1. Paisagem de ocorrência de Cambissolo Húmico alumínico e Neossolo Litólico Húmico,
evidenciando as formas de relevo suave onduladas com partes onduladas. Superior: Município de
São José dos Ausentes (RS), no caminho para São Joaquim (SC); Inferior: Município de Lages (SC),
localidade de Morrinhos. Fotos: J. A. Almeida.
23
Fatores Abióticos
é nestas áreas mais acidentadas que, tanto sobre os
campos naturais como naquelas áreas onde as pastagens
naturais expandiram-se em função do desmatamento, é
um pouco mais freqüente a presença de leguminosas.
Em menor extensão, notadamente nas áreas sujeitas a
encharcamento temporário ou permanente, ocorrem
Gleissolos Melânicos (Gleysols-FAO), também de baixa
fertilidade natural.
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Tabela 2.2. Cor, teor de argila e propriedades químicas de um Latossolo Bruno das imediações de Vacaria (RS). Fonte: Adaptado
de EMPRAPA, 2000.
Tabela 2.3. Cor, teor de argila e propriedades químicas de um Cambissolo Húmico alumínico coletado nas imediações de Bom Jesus
(RS). Material de Origem: riodacito. Fonte: Adaptado de Ker et al., 1986, p. 463, perfil 22.
Tabela 2.4. Cor, teor de argila e propriedades químicas de um Neossolo Litólico Húmico coletado entre São Joaquim e Bom Jardim
da Serra (SC). Material de Origem: riodacito. Fonte: Adaptado de Potter et al., 2004, p. 672, perfil 050.
Tabela 2.5. Cor, teor de argila e propriedades químicas de um Nitossolo Háplico distrófico coletado na estrada Lages-Vacaria, a 26
km do rio Caveiras (SC). Material de Origem: basalto. Fonte: Adaptado de Potter et al., 2004, p. 224, perfil 054.
24
Fatores Abióticos
Referências
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25
Fatores Abióticos . Anexos
Anexos
Descrição dos Pontos de Amostragem em Santa Catarina
Ponto 1
Localização: trecho Lages - Correia Pinto, pela BR 116,
entrando a direita na Fazenda do Sr. Antonio Batalha.
Solo: Cambissolo Húmico alumínico textura muito
argilosa.
Altitude: 916m.
Coordenadas geográficas: 27°40’36.8”S
50°19’30.4”W.
Relevo: ondulado.
Material de origem: folhelhos.
Paisagem
Cambissolo Húmico alumínico
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Fotos: J. A. Almeida
27
Fatores Abióticos . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Ponto 2
Localização: Trecho Lages em direção a localidade de
Morrinhos (sul de Lages), após passar o vale do Cajurú,
lado direito.
Solo: Nitossolo Háplico distrófico textura muito argilosa.
Altitude: 1135m.
Coordenadas geográficas: 27°59’50.8”S
50°16’58.6”W.
Relevo: ondulado com partes fortemente onduladas.
Material de origem: provavelmente basalto.
Nitossolo Háplico distrófico
Ponto 3
Localização: trecho Lages em direção a localidade de
Morrinhos, cerca de 8 km após Morrinhos, em área de
topo de elevação, lado esquerdo, já próximo a calha do
rio Lava-Tudo.
Solo: Cambissolo Húmico alumínico textura muito
argilosa.
Altitude: 1214m.
Coordenadas geográficas: 28°11’41.1”S
50°17’21.1”W.
Relevo: ondulado no local e forte ondulado regional.
Material de origem: riodacito.
Cambissolo Húmico alumínico
28
Paisagem
Paisagem
Fatores Abióticos . Anexos
Localização: trecho São Jorge (Coxilha Rica) em
direção a BR 116, após a calha do rio Pelotinhas, lado
direito.
Solo: Cambissolo Háplico alumínico textura muito
argilosa e Nitossolo Háplico distrófico, textura muito
argilosa.
Altitude: 953m.
Coordenadas geográficas: 28°11’57.7”S
50°30’14.9”W.
Relevo: ondulado.
Material de origem: riodacito.
Cambissolo Háplico alumínico
Paisagem
Nitossolo Háplico distrófico
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Ponto 4
29
Fatores Abióticos . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Ponto 5
Localização: rodovia SC 438 (Lages – São Joaquim),
entrando a direita 2,5km antes do rio Lava Tudo, em
estrada de terra de Fazendas.
Solo: Cambissolo Háplico alumínico textura muito
argilosa.
Altitude: 1181m.
Coordenadas geográficas: 28°04’14.6”S
50°05’22.5”W.
Relevo: ondulado.
Material de origem: provavelmente basalto.
Cambissolo Háplico alumínico
Ponto 6
Localização: trecho São Joaquim – São Sebastião do
Arvoredo, mais ou menos 10km após São Joaquim,
lado esquerdo.
Solo: Cambissolo Húmico alumínico textura muito
argilosa.
Altitude: 1301m.
Coordenadas geográficas: 28°04’14.6”S
49°59’02.7”W.
Relevo: fortemente ondulado.
Material de origem: riodacito.
Cambissolo Húmico alumínico
30
Paisagem
Paisagem
Fatores Abióticos . Anexos
Ponto 7
Cambissolo Húmico alumínico
Ponto 8
Paisagem
Localização: rodovia SC 430 (trecho Vila Cruzeiro –
Urubici, entrando à direita após a localidade de Pericó,
no km 46, antes da localidade de Vacas Gordas, e percorrendo cerca de 12km, no Morro do Baú..
Solo: Organossolo Fólico.
Altitude: 1727m.
Coordenadas geográficas: 28°09’51.1”S
49°37’19.0”W.
Relevo: plano no local de coleta de vegetação, ondulado
e forte ondulado regional.
Material de origem: riodacito.
Organossolo Fólico
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Localização: trecho São Joaquim – São José do Arvoredo, bem próximo desta localidade.
Solo: Cambissolo Húmico alumínico textura muito
argilosa.
Altitude: 1161m.
Coordenadas geográficas: 28°23’26.8”S
50°06’25.1”W.
Relevo: suavemente ondulado no local e fortemente
ondulado regional.
Material de origem: riodacito.
Paisagem
31
Fatores Abióticos . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Ponto 9
32
Localização: estrada Bom Jardim da Serra – São José
dos Ausentes, 5km após o rio Capivaras, lado direito,
topo de elevação.
Solo: Cambissolo Húmico alumínico textura argilosa.
Altitude: 1394m.
Coordenadas geográficas: 28°26’13.6”S
49°39’07.6”W.
Relevo: ondulado.
Material de origem: riodacito.
Cambissolo Húmico Alumínico
Ponto 10
Localização: trecho São Joaquim – Lages, passando
a entrada da YAKULT, um pouco antes da influência
da calha do Rio Lava Tudo, entrando 50m à esquerda
numa porteira de fazenda.
Solo: Neossolo Litólico Húmico textura argilosa.
Altitude: 1201m.
Coordenadas geográficas: 28º10’19,9”S
50º00’50,7” W.
Relevo: fortemente ondulado.
Material de origem: riodacito.
(sem imagem a ser visualizada)
Fatores Abióticos . Anexos
Anexos
Descrição dos Pontos de Amostragem no Rio Grande do Sul
Ponto 1
Localização: Estrada secundária entre as localidades
de Itaimbezinho e Jaquirana, na estrada Vacaria - Bom
Jesus.
Solo: Cambissolo Húmico alumínico textura muito
argilosa.
Altitude: 989m.
Coordenadas geográficas: 28°40’16.0” S
50°34’32.0” W.
Relevo: ondulado com partes fortemente onduladas.
Material de origem: riodacito.
Cambissolo Húmico alumínico
Paisagem
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Fotos: J. A. Almeida
33
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Fatores Abióticos . Anexos
Ponto 2
Localização: Estrada Bom Jesus - São Joaquim.
Solo: Cambissolo Húmico alumínico textura muito
argilosa e Neossolo Litólico Húmico textura argilosa.
Altitude: 1003m.
Coordenadas geográficas: 28º35’43.0” S
50º23’51.0” W.
Relevo: fortemente ondulado com partes onduladas.
Material de origem: riodacito.
Neossolo Litólico Húmico
Paisagem
34
Cambissolo Húmico alumínico
Fatores Abióticos . Anexos
Localização: Estrada São José do Arvoredo -São José
dos Ausentes, após passar o rio Pelotas, já mais ou
menos no topo da elevação.
Solo: Neossolo Regolítico Húmico textura argilosa
Cambissolo Húmico alumínico textura muito argilosa.
Altitude: 1156m.
Coordenadas geográficas: 28°32’35.0”S
50°04’34.0”W.
Relevo: fortemente ondulado.
Material de origem: riodacito.
Cambissolo Húmico alumínico
Neossolo Regolítico Húmico
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Ponto 3
35
Fatores Abióticos . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Ponto 4
Localização: Estrada secundária entre as localidades
de Itaimbezinho e Jaquirana, na estrada Vacaria Bom
Jesus.
Solo: Gleissolo melânico textura muito argilosa.
Altitude: 1181m.
Coordenadas geográficas: 28°36’53.0”S
50°02’16.0”W.
Relevo: plano, com partes onduladas no entrono da
depressão.
Material de origem: riodacito.
Paisagem
Ponto 5
Localização: Pico do Monte Negro (Silveiras).
Solo: Neossolo Litólico Hístico (na borda da escarpa)
Organossolo Fólico (na baixada, fora do parque).
Altitude: 1323m.
Coordenadas geográficas: 28°36’60.0”S
49°47’44.0”W.
Relevo: ondulado com partes fortemente onduladas.
Material de origem: riodacito.
Organossolo Fólico
Paisagem
36
Neossolo Litólico Hístico
Fatores Abióticos . Anexos
Ponto 6
Neossolo litólico Húmico
Paisagem
Ponto 7
Localização: trecho São José dos Ausentes - Bom Jesus,
entrando à esquerda em direção a localidade de Butiá.
Solo: Cambissolo Húmico alumínico textura muito
argilosa.
Altitude: 1167m.
Coordenadas geográficas: 28°47’14.0”S
50°08’53.0”W.
Relevo: fortemente ondulado.
Material de origem: riodacito.
Cambissolo Húmico alumínico
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Localização: Trecho de retorno do Pico do Monte
Negro a Silveiras, lado direito.
Solo: Neossolo Litólico Húmico textura argilosa.
Altitude: 1362m.
Coordenadas geográficas: 28°35’26.0”S
49°50’12.0”W.
Relevo: suave ondulado.
Material de origem: riodacito.
Paisagem
37
Fatores Abióticos . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Ponto 8
Localização: trecho Bom Jesus - Canela, após o rio
das Antas e o rio Tainhas.
Solo: Cambissolo Húmico alumínico textura muito
argilosa.
Altitude: 896m.
Coordenadas geog ráficas: 28°54’ 56’’S
50°27’43’’W.
Relevo: ondulado.
Material de origem: riodacito.
Cambissolo Húmico alumínico
Paisagem
Ponto 9
Localização: entre a BR 285 (Vacaria - Bom Jesus) e
Monte Alegre dos Campos, lado esquerdo.
Solo: Cambissolo Húmico alumínico textura muito
argilosa.
Altitude: 1113m.
Coordenadas geográficas: 28°37’37.0”S
50°44’14.0”W.
Relevo: ondulado com partes suavemente onduladas.
Material de origem: riodacito.
Cambissolo Húmico alumínico
38
Paisagem
Flora
IIlsi Iob Boldrini
Lilian Eggers
Lilian Auler Mentz
Silvia Teresinha Sfoggia Miotto
Nelson Ivo Matzenbacher
Hilda Maria Longhi-Wagner
Rafael Trevisan
Angelo Alberto Schneider
Robberson Bernal Setúbal
3
I. Boldrini
Flora
Flora
Os campos da região sul do Brasil perfazem 13.656.000 hectares. Na região de estudo, situada no
nordeste do Rio Grande do Sul e sudeste de Santa Catarina, as formações campestres estão representadas por cerca de 1.374.000 hectares e estão entremeadas com a mata de araucária, constituindo o bioma Mata Atlântica. As áreas florestais nativas e cultivadas, nesta região, correspondem a
2.100.000 de hectares.
A revisão de bibliografia e do herbário ICN serviu de base para elaborar a lista de espécies vegetais
campestres da região. Além disso, foram realizadas duas expedições de coleta, onde foram amostrados
19 locais, sendo nove no Rio Grande do Sul e dez em Santa Catarina. Em cada local foram coletadas
e identificadas as espécies florescidas, as quais foram preparadas e incorporadas ao herbário ICN. Foi
também realizado um levantamento fitossociológico, utilizando-se o Método Ponto, amostrando-se
50 pontos por localidade, dispostos em uma transecção de 50 metros.
A formação campestre estudada apresenta uma variedade grande de ambientes, expressa em uma
riqueza de 1161 táxons, dos quais 276 pertencem a Asteraceae e 231 a Poaceae. Entre elas, 107 são
endêmicas dos campos, 76 encontram-se na Lista de Espécies Ameaçadas do Rio Grande do Sul e
quatro são novas para a ciência.
0-50 m
50-100 m
100-250 m
250-500 m
500-750 m
750-1000 m
1000-1250 m
1250-1500 m
acima de 1500 m
Figura 3.1. Localização dos pontos amostrados no Planalto das Araucárias, Rio
Grande do Sul e Santa Catarina, Brasil.
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Resumo
41
Flora
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Introdução
NNo Brasil, os campos naturais representam
13.656.000 hectares (ha) (IBGE, 2006) e estão situados
principalmente no sul do país. No Rio Grande do Sul
(RS), os campos estavam representados por 10.500.000
ha e em Santa Catarina (SC), por 1.779.000 ha, segundo
dados do censo realizado em 1996 (IBGE, 2006). No
entanto, conforme Nabinger (2002), no RS há uma
perda estimada de aproximadamente 130.000 ha/ano,
o que equivale dizer que se tem atualmente em torno
de nove milhões de ha cobertos por campos.
As formações campestres das regiões nordeste do RS
e sudeste de SC, situadas no entorno dos rios Pelotas
e Canoas e contempladas no presente estudo, são consideradas encraves da mata de araucária e fazem parte
do Bioma Mata Atlântica (MMA, 2000). Esta região é
caracterizada por paisagens, ecossistemas e ambientes
terrestres e aquáticos de grande beleza, além de elevados
índices de diversidade biológica. Com relação à fisionomia, apresenta formações vegetais entremeadas por
cânions majestosos, conferindo à região alto potencial
para o ecoturismo (Figuras 3.2 e 3.3).
A vegetação é representada por grandes extensões de
campo, entremeados com a mata de araucária e turfeiras. As araucárias, cobertas por barba-de-pau (Tillandsia
usneoides), encontram-se junto a coxilhas amareladas pela
grande quantidade de capim-caninha (Andropogon lateralis), espécie dominante e característica da área (Figura
3.4). A atividade pecuária, que é a mais antiga da região,
utiliza o manejo de queimadas no final de cada inverno
ou a cada dois anos, com a finalidade de propiciar o
rebrote da vegetação que será utilizada na alimentação
do rebanho bovino. Esta prática, empregada há aproximadamente 150 anos, está reduzindo a diversidade
biológica dos campos, selecionando espécies vegetais
e animais que apresentam mecanismos de escape ou
defesa frente a este distúrbio.
Material e Métodos
Para a elaboração da listagem florística, foi realizado
inicialmente levantamento bibliográfico e revisão das
exsicatas do material coletado na região, depositadas no
acervo do herbário ICN do Instituto de Biociências da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Para algumas espécies citadas na literatura não foram encontradas
exsicatas neste herbário, sendo necessário citar material
depositado em outras instituições, como os herbários
HAS (Fundação Zoobotânica, Porto Alegre, RS), PACA
(Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo,
RS) e HBR (Herbário Barbosa Rodrigues, Itajaí, SC),
entre outros.
Duas expedições de coleta em diferentes fisionomias
foram realizadas, sendo efetuados levantamentos florísticos
e fitossociológicos em 19 locais, sendo nove no RS e dez
em SC (Figura 3.1 e Anexos - Fatores Abióticos). Para
Figura 3.2. Fisionomia dos campos no planalto catarinense. Morro do Baú, Urubici. Foto: L. Eggers.
42
Flora
os levantamentos, foram selecionadas áreas representativas
dos campos locais e que apresentavam bom estado de
conservação. As expedições de coleta foram realizadas
nos períodos de 12 a 16 de outubro de 2004 e de 12 a 16
de dezembro do mesmo ano.
Para a amostragem fitossociológica foi utilizado
o Método Ponto (Levy & Madden, 1933; Mantovani
& Martins, 1990). Foram amostrados 50 pontos por
lo-calidade, dispostos de 1 em 1 metro, totalizando
transecções de 50 metros, localizada em área
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Figura 3.3. Fisionomia dos campos no planalto catarinense. Foto: L. Eggers.
Figura 3.4. Andropogon lateralis Nees (capim-caninha – Poaceae), espécie típica na região. São Francisco de
Paula, Rio Grande do Sul. Foto: I. I. Boldrini.
43
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Flora
homogêneas. Todas as espécies tocadas pela agulha
foram anotadas, sendo posteriormente calculada a
freqüência das mesmas. Com os dados de amostragem
foi elaborada uma matriz de ocorrência das espécies em
cada localidade. O número de ocorrências foi somado
para cada transecção resultando em uma matriz de 19
localidades x 197 espécies. Os dados foram analisados
com os programas MULTIV (Pillar, 2004a) e SYNCSA
(Pillar, 2004b).
As listagens florística e fitossociológica foram organizadas conforme APGII (2003). As exsicatas do material
coletado encontram-se depositadas no herbário ICN.
Resultados e Discussão
Riqueza e Fisionomia
Em levantamento pré-diagnóstico, realizado em 2002,
na região do Planalto das Araucárias, o número estimado de espécies para os campos foi de 478, com maior
representatividade de Poaceae (180 espécies), seguida de
Asteraceae (161 espécies) e de Fabaceae (53 espécies).
As demais famílias contribuíram com 84 espécies.
O levantamento realizado neste estudo permitiu um
acréscimo substancial no número de espécies, tendo sido
contabilizados 1161 táxons (vide Anexo 2). As famílias
com maior número de representantes são Asteraceae
(276 espécies), Poaceae (231 espécies), Fabaceae (102
espécies), Cyperaceae (83 espécies), Apiaceae e Solanaceae (31 espécies), Rubiaceae (28 espécies), Lamiaceae
(26 espécies) e Verbenaceae (22 espécies) e constituem
71,5% (829 espécies) do total (vide Anexo 1 – Tabela
3.1). As demais famílias perfazem 28,5% (331 espécies)
(Figura 3.5).
A família Asteraceae, na região, se caracteriza tanto
pela expressiva diversidade de táxons como também pela
predominância na composição florística e populacional
em certas regiões. As espécies da família apresentam
variados hábitos e formas biológicas. Destacam-se
como campestres Criscia stricta, Holocheilus monocephalus
(Figura 3.6), Perezia squarrosa var. cubataensis, Trichocline
catharinensis (Figura 3.7), Hypochaeris lutea, H. radicata,
Vernonia catharinensis, V. tweedieana, Baccharis nummularia,
B. milleflora, B. pseudovillosa (Figura 3.8), B. sagittalis,
Calea phyllolepis (Figura 3.9), Dendrophorbium paranense,
Noticastrum decumbens (Figura 3.10), Senecio conyzifolius,
S. juergensii, S. oleosus e S. pulcher f. albiflorus. Salientam-se,
nos campos com baixa pressão de pastejo e nas beiras
das estradas, Baccharis uncinella, espécie arbustiva, de
copa arredondada (Figura 3.11) e nas bordas de matas
o aspecto vistoso de Pentacalia desiderabilis, assim como
a presença de Mikania decumbens. Apesar de não serem
exclusivas da região, chamam atenção Vernonia nudiflora
e Eupatorium tanacetifolium, pela freqüência e pela sua
beleza.
No presente levantamento, Poaceae destacou-se
como a segunda família em número de espécies. LonghiWagner (2003) salientou que a composição dos campos
sul-brasileiros é influenciada por dois contingentes florísticos, o tropical e o extratropical, o primeiro incluindo
espécies megatérmicas (de ciclo estival), e o segundo
microtérmicas (de ciclo hibernal). Para o contingente
tropical há um gradiente de riqueza específica e densidade das populações decrescente no sentido norte-sul.
O contingente extratropical, por outro lado, apresenta
um gradiente decrescente no sentido sul-norte. Estas
afirmativas são válidas também para as gramíneas analisadas no presente trabalho. Na área estudada, embora
em região extratropical, as espécies microtérmicas de
gramíneas ocorrem em menor número (79 espécies)
do que as megatérmicas, perfazendo 34% do total de
espécies de gramíneas amostradas. Os gêneros mais
diversificados são Paspalum (31 espécies) e Panicum (24
espécies), ambos com espécies megatérmicas.
Nos campos de altitude do nordeste do RS e sudeste
de SC verifica-se uma diferença marcante em relação
aos campos do restante do Rio Grande do Sul: Paspalum
notatum, espécie rizomatosa que predomina no estrato
inferior dos campos ao sul e que geralmente forma
um estrato rasteiro que recobre todo o solo, é pouco
3%
Apiaceae
28%
24%
Asteraceae
Cyperaceae
Fabaceae
Lamiaceae
Poaceae
2%
7%
3%
Rubiaceae
Solanaceae
9%
2%
20%
2%
Verbenaceae
Outras famílias
Figura 3.5. Famílias com maior riqueza específica e porcentagem de contribuição em relação ao número
total de espécies, no Planalto das Araucárias, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Brasil.
44
Flora
comum no Planalto das Araucárias. Neste, predominam espécies cespitosas de gramíneas megatérmicas
que deixam porções de solo descoberto. Nos topos de
coxilhas e locais onde ocorrem campos secos, assim
como nas baixadas mais úmidas, Andropogon lateralis
é a espécie geralmente dominante na fisionomia da
vegetação, dando um aspecto paleáceo muito típico a
estes campos no período outono/inverno. Além desta
espécie, são comuns Paspalum maculosum, Axonopus siccus,
Schizachyrium spicatum, S. tenerum, entre outras (Boldrini
et al., 2000; Longhi-Wagner, 2003). Schizachyrium tenerum
pode formar populações grandes e densas, caracterizadas pelos colmos e folhagem finos e pendentes, muitas
vezes de cor vinácea. Já, os campos de maior altitude,
especialmente em SC, são em geral mais úmidos e
turfosos. Nestes, Andropogon lateralis cede lugar a Andropogon macrothrix, que ocupa grandes extensões, com
suas inflorescências brancas e plumosas (Figura 3.12).
Da mesma forma, Paspalum pumilum é muito comum,
formando touceiras arredondadas e achatadas, bastante
características (Figura 3.13).
Entre as espécies microtérmicas, destacam-se Briza
calotheca, B. juergensii e Agrostis montevidensis, a qual, às
vezes, forma grandes e densas populações com inflorescências jovens vináceas na primavera, conferindo esta
coloração aos campos (Figura 3.14). Convém salientar
que Festuca ulochaeta e Poa bradei são comumente encontradas no interior da mata de araucária, embora possam
também ocorrer no campo. Melica sarmentosa, por sua
vez, é uma trepadeira que ocorre apenas em beira de
mata, subindo pela vegetação com o auxílio de tricomas
ganchosos presentes no ápice da lâmina foliar.
Cortaderia selloana, embora geralmente forme populações em encostas e margem de estradas, é uma das
espécies que mais se destaca na fisionomia dos campos
de altitude, tendo em vista o seu grande porte (Figura
3.15).
A família Fabaceae está representada por 26 gêneros,
sendo que dois destes estão apenas representados por
espécies cultivadas e/ou adventícias (Medicago lupulina
e Ulex europaeus). Os gêneros com maior diversidade
específica são Mimosa (20 espécies), Lupinus e Adesmia (11
espécies), Desmodium (10 espécies), Lathyrus (9 espécies)
e Galactia (5 espécies). Vários táxons são característicos
dos campos de altitude sul-brasileiros. Espécies dos
gêneros temperados Lathyrus, Vicia, Adesmia, Trifolium
e Lupinus concentram-se no sul do Brasil, sobretudo na
região planáltica oriental. São espécies características
desta área Lathyrus parodii, L. linearifolius, L. paranensis,
Adesmia rocinhensis, Lupinus magnistipulatus, Trifolium
riograndense (Figura 3.16), Vicia graminea var. nigricarpa e
Tephrosia adunca (Miotto & Waechter, 2003). Em locais
protegidos do campo e em margem de estradas, sem
interferência de gado, destacam-se Galactia neesii var.
australis e espécies de Adesmia (A. rocinhensis, A. tristis
e A. ciliata) e Lupinus (L. rubriflorus e L. uleanus) com
grande potencial ornamental pelo intenso colorido de
suas flores (Pinheiro & Miotto, 2001).
Para a família Cyperaceae, cujas espécies estão
geralmente associadas a ambientes úmidos, constatouse à presença de 16 gêneros e 84 espécies. Os gêneros
representados com maior número de espécies são
Rhynchospora, Eleocharis e Cyperus. Entre as espécies
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Figura 3.6. Holocheilus monocephalus Mondin (Asteraceae), espécie endêmica, ameaçada na categoria de
Em perigo. Foto: C. Mondin.
45
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Flora
Figura 3.7. Trichocline catharinensis Cabr. (Asteraceae), espécie endêmica. São Francisco de Paula, Rio
Grande do Sul. Foto: R. Trevisan.
Figura 3.8. Baccharis pseudovillosa L.Teodoro & J.Vidal (Asteraceae), espécie endêmica da região. Foto: A.
Schneider.
46
Flora
Figura 3.10. Noticastrum decumbens (Baker) Cuatrec. (Asteraceae), espécie comum nos campos de altitude.
Foto: R. Trevisan.
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Figura 3.9. Calea phyllolepis Baker (Asteraceae), espéce endêmica na região. Foto: I. I. Boldrini.
47
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Flora
Figura 3.11. Baccharis uncinella D.C. (Asteraceae), espécie comum nos campos de altitude. Foto: I. I.
Boldrini.
Figura 3.12. Andropogon macrothrix Trin. (Poaceae), espécie comum em solos umidos. Foto: I. I. Boldrini.
48
Flora
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Figura 3.13. Paspalum pumilum Nees (Poaceae), espécie comum em bordas de banhados. Foto: H. M.
Longhi-Wagner.
Figura 3.14. Agrostis montevidensis Spreng. ex Nees (Poaceae), espécie de inflorescência vinácea. Foto: H.
M. Longhi-Wagner.
49
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Flora
Figura 3.15. Cortaderia selloana (Schult. & Schult.) Asch. & Graebn. (Poaceae), espécie vistosa, comum em
beira de estradas. Foto: H. M. Longhi-Wagner.
que ocorrem em campos secos destacam-se Bulbostylis
sphaerocephala e Rhynchospora flexuosa. Em áreas úmidas,
principalmente campos de baixadas e turfeiras, a riqueza
de Cyperaceae aumenta, destacando-se Eleocharis bonariensis,
que ocorre no entorno de banhados, formando agregados
densos de indivíduos, parecendo um “tapete”. Outras
ciperáceas comuns na vegetação dos campos do Planalto
das Araucárias são Ascolepis brasiliensis, Carex longii var.
meridionalis, Lipocarpha humboldtiana, Pycreus lanceolatus,
Rhynchospora barrosiana, R. brownii ssp. americana e R. globosa
(Figura 3.17). Cabe ressaltar que Rhynchospora splendens,
R. glaziovii e Pleurostachys stricta estão normalmente
associadas à borda e interior de mata com luz difusa,
podendo eventualmente aparecer na interface florestacampo. Cyperus luzulae é uma espécie nativa muito
comum em áreas alteradas, principalmente em jardins
de residências e trilhas do gado no campo.
A família Apiaceae está representada principalmente pelo gênero Eryngium, com 17 espécies, das quais
destacam-se E. pandanifolium e E. horridum. Eryngium pandanifolium é uma espécie higrófila e heliófila, ocorrendo
nos banhados arbustivos ou turfosos e margem de rios
e riachos formando agrupamentos densos, conferindo
uma fisionomia típica em áreas úmidas (Figura 3.18).
Já, nos campos secos e alterados, principalmente pelo
uso do fogo, são características grandes populações de
Eryngium horridum, planta xerófila e heliófila. Além destas,
podem ser citadas como características dos campos da
região em estudo, Eryngium megapotamicum e E. regnellii.
50
Outros gêneros de Apiaceae estão representados
por algumas espécies que são consideradas exclusivas
das áreas de altitude no Brasil, porém, nenhuma delas é
endêmica na área de estudo. Hydrocotyle itatiaiensis é uma
erva rasteira, higrófila, rara, característica e exclusiva
da zona da matinha nebular, onde é encontrada nos
banhados. Hydrocotyle ranunculoides é uma erva higrófita e
heliófila, que se distingue pelas folhas peltadas, comum
nos banhados e águas rasas, além de campos úmidos,
freqüente nas áreas de altitude, ocorrendo esporadicamente também no litoral. Hydrocotyle quinqueloba é uma
erva rasteira ou apoiante, com folhas peltadas e irregularmente estreladas, exclusiva da zona dos pinhais, em
áreas de altitude de solos úmidos. Lilaeopsis minor é uma
erva aquática, heliófila, exclusiva de pequenos córregos
e banhados em áreas de altitude, sendo esporadicamente
encontrada no litoral.
É importante mencionar que uma espécie de origem
européia, Conium maculatum, conhecida popularmente
como cicuta, é encontrada de forma dispersa nos
campos e margem de estradas em Bom Jesus e São
José dos Ausentes, devendo ser considerada como um
perigo para humanos e outros animais, devido à sua
conhecida toxicidade.
A família Solanaceae está representada por seis
gêneros e 31 espécies campestres, sendo os gêneros
com maior riqueza específica Solanum, Calibrachoa e
Petunia. Solanum apresenta 15 espécies na área, como
ervas, subarbustos e arbustos que podem ocorrer em
Flora
campo e em beira de mata. O gênero Calibrachoa está
representado por sete espécies e Petunia por quatro
espécies, que apresentam flores coloridas, vistosas que
se destacam na vegetação campestre.
Com relação à fisionomia dos campos do Planalto
das Araucárias, a família de maior destaque é Poaceae,
embora Asteraceae tenha uma riqueza específica maior.
As espécies de Poaceae apresentam grande abundância
de indivíduos, formando extensas populações. Asteraceae, por outro lado, destaca-se pelo intenso florescimento
das espécies, que confere aos campos um belo e característico colorido. Já, Fabaceae, que ocupa o terceiro lugar
em riqueza específica, não contribui expressivamente
para a fisionomia, uma vez que seus indivíduos, isolados ou formando populações, encontram-se dispersos,
entremeados ou ocultos pela vegetação circundante
(Figura 3.19).
Cabe salientar ainda a beleza de algumas espécies de
outras famílias botânicas em decorrência do colorido de
suas flores. Destacam-se Glandularia phlogiflora e G. peruviana
(Figura 3.20) (Verbenaceae), com flores roxas e vermelhas,
respectivamente, Hippeastrum breviflorum (Figura 3.18), H.
santacatarina (Amaryllidaceae), com flores grandes e vistosas
e Alstroemeria isabelleana (Alstroemeriaceae).
Nas últimas três décadas foram descritas novas espécies, variedades e formas, evidenciando a importância
das coletas e dos trabalhos taxonômicos em diferentes
famílias botânicas, além da atualização de dados. Entre
estes novos taxons, para a região, é possível citar Baccharis dentata, Heterothalamulopsis wagenitzii, Hysterionica
nebularis, H. pinnatiloba, H. pinnatisecta, Holocheilus monocephalus, Senecio promatensis, S. pulcher f. albiflorus e as inéditas
Smallanthus araucariophila, S. riograndensis e Viguiera verbesinaefolia (Mondin, 2004) (Astereaceae), Adesmia arillata,
A. sulina, Lupinus magnistipulatus, L. reitzii (Figura 3.21),
L. rubriflorus (Fabaceae), Bothriochloa velutina, Paspalum
barretoi, Piptochaetium palustre, Stipa brasiliensis, S. planaltina,
S. rhizomata, S. vallsii (Poaceae), Calibrachoa bonjardinensis,
Petunia altiplana, P. reitzii, P. saxicola, Solanum aparadense
(Solanaceae), Valeriana catharinensis, V. eupatoria, V. reitziana (Valerianaceae).
Cabe destacar que para as famílias cuja taxonomia está
sendo estudada, novas espécies ocorrentes nesta região
foram encontradas e estão sendo descritas para os gêneros
Axonopus, Baccharis, Eleocharis, Polygala e Sisyrinchium. Sendo
assim, fica claro que para as famílias onde a taxonomia
não está sendo estudada, muito provavelmente existam
espécies que ainda não foram descritas.
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Figura 3.16. Trifolium riograndense Burkart (Fabaceae), espécie endêmica na
região. São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul. Foto: R. Trevisan.
51
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Flora
Figura 3.17. Rhynchospora globosa (Kunth) Roem. & Schult. (Cyperaceae), espécie comum nas áreas úmidas da região. Local: São José dos Ausentes, Rio Grande
do Sul. Foto: R. Trevisan.
Endemismos e Espécies Ameaçadas
Endemismos e espécies ameaçadas são indicadores
relevantes de áreas para conservação de determinadas
biotas. A presença de espécies endêmicas revela locais
onde ocorreu diversificação e surgimento de representantes típicos. No presente levantamento foi identificada
a ocorrência de 107 espécies endêmicas (vide Anexo
1 - Tabela 3.2).
Em Poaceae foi constatada a ocorrência de 14 espécies endêmicas, o que corresponde a 5,5% do total
de representantes da família. Entre essas, podem ser
citadas Axonopus ramboi e Paspalum barretoi, dos Aparados
da Serra de SC e RS; Poa reitzii e Piptochaetium palustre,
dos campos de altitude de SC (Longhi-Wagner, 1987)
e Chusquea windischii, só conhecida do Morro da Igreja,
em SC, onde forma grandes e vistosas populações
(Clark, 1992). Stipa planaltina e S. rhizomata (Zanin &
Longhi-Wagner, 1990) estão citadas na lista de espécies
52
ameaçadas, na categoria “em perigo”.
A ocorrência de endemismos em Asteraceae é muito
freqüente, tendo sido verificada a presença de 51 espécies, o que corresponde a 18% do total de espécies da
família presentes na região. Cabe destacar que espécies
descritas recentemente, como Holocheilus monocephalus
(Mondin,1995) já consta na lista de espécies ameaçadas
do RS, na categoria “vulnerável”. Em Fabaceae foram
detectadas 15 espécies endêmicas (15%), destacando-se
Adesmia reitziana, Lupinus uleanus e L. rubriflorus, características dos campos de altitude, em solos secos, pedregosos e descobertos (Miotto & Waechter, 2003).
Em Cyperaceae, foram detectadas quatro espécies
endêmicas, o que corresponde a 5% do total de espécies
ocorrentes na região, destacando-se Machaerina austrobrasiliensis, que ocorre em populações pequenas e esparsas,
em altitudes superiores a 1.200 m, e Eleocharis kleinii, que
é bastante comum nos banhados da região.
Flora
e Bom Retiro. Neste último município estas coletadas
foram efetuadas no Campo dos Padres. Petunia saxicola
é conhecida unicamente pelo exemplar tipo e P. reitzii
é de ocorrência muito restrita, em um único local, no
município de Otacílio Costa.
Também foi constatada a presença de endemismos
nas famílias Cactaceae, Juncaceae, Lamiaceae, Polygalaceae e Rhamnaceae.
No presente trabalho, encontrou-se 76 espécies ameaçadas de extinção (vide Anexo 1 - Tabela 3.3), com
base na Lista Oficial da Flora Ameaçada de Extinção do
RS (Rio Grande do Sul, 2002), com maior número de
indicações nas famílias Asteraceae (17 espécies) e Poaceae
(13 espécies). Senecio heteroschizus (Asteraceae), Desmodium
craspediferum e Lathyrus hasslerianus (Fabaceae) encontramse presumivelmente extintas, a primeira não tendo sido
encontrada na natureza, no RS, há mais de 50 anos (Matzenbacher, 1998) e a última, nos últimos 30 anos (Neubert
& Miotto, 2001). Dez espécies se encontram na categoria
criticamente em perigo (com risco extremamente alto de
extinção na natureza em futuro imediato) e 27 estão em
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
O gênero Eryngium (Apiaceae), apresenta cinco espécies endêmicas: Eryngium falcifolium, E. ramboanum, E.
smithii, E. urbanianum e E. zozterifolium (Irgang, 1974). Em
geral, são ervas de pequeno a médio porte (0,4 a 1,2 m de
altura), excetuando-se E. ramboanum, que é uma erva de
menor porte, com até 15 cm de altura, da qual se conhecem apenas duas coletas para o município de Bom Jesus,
RS. Todas estas espécies ocorrem preferencialmente em
campos úmidos a encharcados ou turfeiras.
A família Solanaceae está representada por sete espécies endêmicas: Calibrachoa bonjardinensis, C. eglandulata, C.
sendtneriana, C. serrulata, Petunia reitzii, P. saxicola e Solanum
aparadense, ocorrentes principalmente na região do planalto catarinense. Segundo Stehmann (1999) a região dos
campos altitudinais da borda oriental de SC apresenta
o maior número de endemismos restritos do gênero
Calibrachoa. Duas espécies, C. eglandulata e C. serrulata são
conhecidas por apenas uma população cada uma, em
Urubici (Serra do Corvo Branco) e Bom Jardim da Serra
(Serra do Oratório), respectivamente. Outra espécie, C.
sendtneriana, é conhecida por algumas populações encontradas em apenas dois municípios, Bom Jardim da Serra
Figura 3.18. Eryngium pandanifolium Cham. & Schltdl. (Apiaceae) e Hippeastrum
breviflorum Herbert (Amaryllidaceae), espécies típicas de áreas úmidas. Local:
São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul. Foto: R. Trevisan.
53
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Flora
Figura 3.19. Adesmia ciliata Vogel (Fabaceae), espécie comumente entremeada
no campo. Foto: I. I. Boldrini.
perigo (com risco muito alto de extinção na natureza em
futuro próximo). A maioria delas, 36 espécies, enquadrase na categoria vulnerável, que indica que a espécie corre
alto risco de extinção na natureza à médio prazo. Entre
estas espécies é interessante destacar Thrasyopsis jurgensii
(Poaceae), a qual apresenta poucas populações conhecidas
e que serve de alimento para os filhotes e feitura de ninhos
da patativa (Sporophila plumbea), ave migratória também
ameaçada de extinção.
Fitossociologia
O levantamento fitossociológico revelou oito gramíneas como as espécies de maior importância para as 19
localidades amostradas. Além destas, entre as dez mais
relevantes, destacam-se uma Cyperaceae (Bulbostylis
sphaerocephala) e uma Asteraceae (Baccharis trimera) (vide
Anexo 1 - Tabela 3.4).
A análise de agrupamento evidenciou a formação de
três grupos (p<0,062). O primeiro grupo corresponde às localidades de Urubici (P8), Monte Alegre dos
54
Campos (P19), Painel (P5), Lages (P4, P2); o segundo,
às localidades de São José dos Ausentes (P16, P15, P14,
P17), Bom Jesus (P11) e o terceiro, às localidades de
São Joaquim (P6, P10, P7), Lages (P3, P1), Bom Jardim
da Serra (P9), Jaquirana (P18), Bom Jesus (P13, P12)
(Figura 3.22).
O diagrama de dispersão não evidenciou grupos
muito nítidos. O eixo 1 é representativo de 25,1% da
variação dos dados e o eixo 2 é representativo de 17,3%
da variação. As espécies com maior correlação (r<0,55)
com o primeiro eixo de ordenação foram Andropogon
lateralis, Coelorhachis selloana, Paspalum plicatulum, Briza
subaristata, Dichanthelium sabulorum e Hypoxis decumbens.
O segundo eixo de ordenação apresentou correlação
(r<0,55) com Schizachyrium tenerum, Paspalum pumilum e
Nothoscordum sp. (Figura 3.23).
As localidades P1, P9, P12, P13, P14, P15, P16, P17
e P18 são caracterizadas pelo domínio de Andropogon
lateralis, constituindo a formação denominada de Campo
“Palha Grossa” no estado de Santa Catarina (Bradenburg, 2001). No entanto, os pontos P1, P9, P12, P13
Flora
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Figura 3.20. Glandularia peruviana (L.) Small (Verbenaceae), espécie comum em beira de estradas. Foto: I.
I. Boldrini.
Figura 3.21. Lupinus reitzii M. Pinheiro & Miotto (Fabaceae), espécie hibernal comum em beira de estradas.
Foto: R. Trevisan.
55
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Flora
e P18 são caracterizados pelo domínio de A. lateralis,
seguido de Schizachyrium tenerum e os pontos P14, P15,
P16 e P17 são característicos por apresentar A. lateralis
e Paspalum maculosum como as espécies de maior relevância. Nos pontos 15 e 16, destaca-se ainda a grande
contribuição de Bulbostylis sphaerocephala, espécie que
parece estar associada a solos rasos (Neossolo Litótico
hístico).
Nos pontos P2, P3, P4, P5, P6 e P10, a dominância de
Schizachyrium tenerum caracteriza os locais como Campos
de “Palha Fina” (Bradenburg, 2001). Dentre estes, há
uma similaridade maior entre P3 e P10 pela ocorrência
de Agenium villosum e entre P7 e P9 pela contribuição de
Paspalum maculosum e Andropogon lateralis.
Individualmente, a localidade P8 foi a que apresentou
maiores diferenças em relação às demais. O Morro do
Baú localiza-se na região de maior altitude (1727m) e
apresenta um tipo de solo diferenciado (Organossolo).
Com relação à sua flora, distingue-se pela predominância
de Andropogon macrothrix e pela presença de uma flora
singular de campos de altitude, com espécies exclusivas,
como Deschampsia caespitosa, Paspalum filifolium, Hypochaeris
lutea, Piptochaetium palustre e Plantago commersoniana. Além
disto, muitas espécies que são comuns na vegetação
campestre, como Andropogon lateralis e Paspalum maculosum, não foram encontradas. Esta área está localizada
no Parque Nacional de São Joaquim (Urubici/SC) e
apresenta relevância na conservação de elementos da
fauna (perdiz, gralha-azul, lontra, tatu, onça parda e
bugio-ruivo) e da flora, tanto nos ecossistemas florestais
quanto campestres (Schenini et al., 2004). Sem dúvida,
trata-se de local de extrema importância na conservação
do bioma campos, pelo seu favorável estado de conservação, ocorrência de endemismos e de espécies novas.
O ponto 19 (Monte Alegre dos Campos/RS) também
se distinguiu fortemente, apresentando freqüência elevada de Piptochaetium montevidense e Paspalum notatum, em
substituição a Paspalum maculosum e Andropogon lateralis.
56
Já, os pontos P7 e P11 distinguem-se por apresentar
dominância exclusiva das espécies Paspalum maculosum e
Andropogon lateralis, respectivamente.
Os valores de diversidade de Shannon (H’) dos pontos amostrados variou de um mínimo de 2,21 nats para a
localidade P9 (Bom Jardim da Serra/SC) até um máximo
de 3,44 para Monte Alegre dos Campos/RS.
Ameaças sobre a Vegetação Campestre
A região dos Campos de Cima da Serra tem sofrido
uma série de ameaças e alterações, como as destacadas
a seguir:
1. Utilização de queimadas para permitir o rebrote da
vegetação que será utilizada como alimento para o gado,
selecionando espécies resistentes ao fogo e eliminando
aquelas suscetíveis;
2. Substituição da vegetação natural por culturas
anuais e perenes, que requerem altas doses de fungicidas
e pesticidas;
3. Florestamento com Pinus taeda em áreas de campo,
cujas extensas áreas plantadas visam atender a indústria
madeireira e de celulose, mudando completamente a fisionomia da região. Os campos estão sendo fortemente
impactados por esta prática, trazendo sérias conseqüências na manutenção da biodiversidade;
4. Ocorrência comum de espécies invasoras, como
Pinus taeda e Ulex europaeus (planta espinescente, introduzida da Europa pelos imigrantes, conhecida como
tojo).
Flora
Figura 3.23. Diagrama de dispersão das localidades em Santa Catarina (P1 a P10) e
Rio Grande do Sul (P11 a P19).
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Figura 3.22. Dendrograma das localidades em Santa Catarina (P1 a P10) e Rio Grande do Sul (P11 a P19).
57
Flora
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
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Flora . Anexos
Anexo 1
Tabelas das páginas 43, 52 e 53
FAMÍLIA
Nº GENEROS Nº SPP.
MUSCI
Sphagnaceae
1
2
Polytrichaceae
1
3
TOTAL
2
5
PTERIDOPHYTA
Blechnaceae
1
2
Dennstaedtiaceae
1
1
Gleicheniaceae
3
6
Isoetaceae
1
1
Lycopodiaceae
2
3
Pteridaceae
1
1
Sellaginellaceae
1
3
TOTAL
10
17
MAGNOLIOPHYTA
Acanthaceae
2
2
Alismataceae
2
3
Alstroemeriaceae
1
3
Amaranthaceae
5
11
Amaryllidaceae
3
5
Apiaceae
6
31
Apocynaceae
8
12
Aristolochiaceae
1
1
Asteraceae
64
276
Boraginaceae
2
4
Bromeliaceae
2
8
Cactaceae
3
9
Calyceraceae
1
1
Campanulaceae
3
4
Caryophyllaceae
5
9
Cistaceae
1
1
Commelinaceae
2
2
Convolvulaceae
3
10
Crassulaceae
1
1
Cyperaceae
16
83
Droseraceae
1
3
Ericaceae
3
8
Eriocaulaceae
3
8
Euphorbiaceae
5
20
Fabaceae
26
102
Gentianaceae
1
1
Geraniaceae
Gesneriaceae
Grossulariaceae
Hydroleaceae
Hypericaceae
Hypoxidaceae
Iridaceae
Juncaceae
Lamiaceae
Lentibulariaceae
Loasaceae
Loganiaceae
Lythraceae
Malpighiaceae
Malvaceae
Melastomaceae
Myrsinaceae
Myrtaceae
Orchidaceae
Orobanchaceae
Oxalidaceae
Passifloraceae
Plantaginaceae
Poaceae
Polygalaceae
Polygonaceae
Ranunculaceae
Rhamnaceae
Rosaceae
Rubiaceae
Scrophulariaceae
Smilacaceae
Solanaceae
Triuridaceae
Turneraceae
Valerianaceae
Verbenaceae
Violaceae
Vivianiaceae
Xyridaceae
TOTAL
1
1
1
1
1
1
5
2
11
1
1
1
2
2
5
3
1
2
10
5
1
1
6
59
2
1
2
2
4
8
2
1
6
1
1
1
3
2
1
1
332
1
5
2
1
6
1
15
12
26
4
1
1
9
2
18
11
1
2
20
5
12
1
9
231
20
4
4
3
4
28
6
2
31
1
1
8
22
4
1
8
1161
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Tabela 3.1. Lista das famílias botânicas com respectivos números de gêneros e espécies, encontradas no Planalto
das Araucárias, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Brasil.
63
Flora . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Tabela 3.2. Lista das espécies endêmicas e respectivas famílias, encontradas no Planalto das Araucárias, Rio Grande
do Sul e Santa Catarina, Brasil.
Família
Espécie
Eryngium falcifolium S. Legang
Eryngium ramboanum Math. & Const.
Apiaceae
Eryngium smithii Math. & Const.
Eryngium urbanianum H.Wolff
Eryngium zosterifolium H. Wolff
Baccharis apicifoliosa A. A. Schneid. & Boldrini
Baccharis deblei An. S. de Oliveira & Marchiori
Baccharis flexuosiramosa A. A. Schneid & Boldrini
Baccharis hypericifolia DC.
Baccharis nummularia Heering ex Malme
Baccharis uncinella DC.
Chaptalia cordifolia (Baker) Cabrera
Conyza rivularis Gardn.
Dendrophorbium catharinense (Dusén ex Cabrera) C.Jeffrey
Dendrophorbium paranense (Malme) Matzenb. & L.R.M. Baptista
Dendrophorbium pluricephalum (Cabrera) C.Jeffrey
Erigeron catharinensis Cabrera
Erigeron maximus Link & Otto
Eupatorium catharinense Cabrera
Eupatorium gaudichaudianum DC. var. gaudichaudianum
Eupatorium gaudichaudianum DC. var. leucodon (Sch.Bip.) Baker
Eupatorium grande Sch. Bip.
Eupatorium nummularia Hook. & Arn.
Eupatorium orbiculatum DC.
Heterothalamulopsis wagenitzii (Hellwig) Deble, Oliveira et Marchiori
Holocheilus monocephalus Mondin
Hypochaeris catharinensis Cabrera
Hysterionica nebularis Deble, Oliveira & Marchiori
Hysterionica pinnatisecta Matzenbacher & Sobral
Jungia sellowii Less.
Asteraceae
Mikania oblongifolia DC.
Pamphalea araucariophila Cabrera
Pamphalea cardaminifolia Less.
Pamphalea ramboi Cabrera
Pentacalia desiderabilis (Vell.) Cuatrec.
Perezia catharinensis Cabrera
Perezia eryngioides (Cabrera) Crisci & Martic.
Perezia squarrosa (Vahl) Less. ssp. cubataensis (Less.) Vuill.
Senecio caparoensis Cabrera
64
Continua...
Flora . Anexos
Tabela 3.2. Lista das espécies endêmicas e respectivas famílias, encontradas no Planalto das Araucárias, Rio Grande
do Sul e Santa Catarina, Brasil.
Família
Espécie
Senecio conyzifolius Baker
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Senecio grossidens Dusén ex Malme
Senecio heteroschizus Baker
Senecio oleosus Vell.
Senecio oreophilus Dusén
Senecio pinnatus Poir.
Senecio promatensis Matzenb.
Senecio pulcher Hook. & Arn. f. albiflorus Matzenb.
Senecio ramboanus Cabrera
Senecio subnemoralis Dusén
Senecio trichocaulon Baker
Smallanthus araucariophila Mondin
Symphyopappus lymansmithii B.L.Rob.
Trichocline catharinensis Cabrera
Trixis eryngioides Cabrera
Vernonia hypochlora Malme
Viguiera verbesinaefolia Mondin & Magenta
Parodia alacriportana Backeb. & Voll
Parodia haselbergii (Ruempler) Brandt ssp. haselbergii
Cactaceae
Parodia haselbergii ssp. graessneri (Schumann) Hofacker & Braun
Parodia leninghausii (K. Sch.) Brandt
Parodia rechensis (Buining) Brandt
Eleocharis kleinii Barros
Cyperaceae
Machaerina austrobrasiliensis M.T. Strong
Rhynchospora splendens Lindm.
Schoenus lymansmithii M.T. Strong
Adesmia reitziana Burkart
Desmodium craspediferum A.M.G. de Azevedo & M. de L.A.A. de Oliveira
Lathyrus linearifolius Vogel
Lathyrus paraguariensis Hassl.
Lupinus magnistipulatus Planchuelo & Dunn
Lupinus reitzii Burkart ex M.Pinheiro & Miotto
Fabaceae
Lupinus rubriflorus Planchuelo
Lupinus uleanus C.P. Sm.
Mimosa aparadensis Burkart
Mimosa involucrata Benth.
Mimosa ramentacea Burkart
Mimosa sparsa Benth.
Mimosa taimbensis Burkart.
Continua...
65
Flora . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Tabela 3.2. Lista das espécies endêmicas e respectivas famílias, encontradas no Planalto das Araucárias, Rio Grande
do Sul e Santa Catarina, Brasil.
Família
Tephrosia adunca Benth.
Trifolium riograndense Burkart
Juncaceae
Lamiaceae
Luzula ulei Buchenau
Cunila platyphylla Epling
Glechon discolor Epling
Agrostis longiberbis Spreng. ex Nees
Agrostis ramboi Parodi
Axonopus ramboi G.A. Black
Briza scabra (Nees ex Steud.) Ekman
Calamagrostis reitzii Swallen
Chusquea windischii L.G. Clark
Poaceae
Paspalum barretoi Canto-Dorow, Valls & Longhi-Wagner
Piptochaetium alpinum L.B. Sm.
Piptochaetium palustre Mujica-Salles & Longhi-Wagner
Poa bradei Pilger
Poa reitzii Swallen
Stipa planaltina A. Zanin & Longhi-Wagner
Stipa rhizomata A. Zanin & Longhi-Wagner
Stipa vallsii A. Zanin & Longhi-Wagner
Polygalaceae
Polygala selaginoides A.W. Ben.
Polygala altomontana Lüdke, Boldrini & Miotto
Rhamnaceae
Colletia spinosissima Gmel.
Calibrachoa bonjardinensis (Ando & Hashimoto) Stehmann & Semir
Calibrachoa eglandulata Stehmann & Semir
Calibrachoa sendtneriana (R.E.Fr.) Stehmann & Semir
Solanaceae
Calibrachoa serrulata (L.B.Sm. & Downs) Stehmann & Semir
Petunia reitzii L.B.Sm. & Downs
Petunia saxicola L.B.Sm. & Downs
Solanum aparadense L.A. Mentz & M. Nee
Tabela 3.3. Lista das espécies ameaçadas e respectivas famílias, encontradas no Planalto das Araucárias, Rio Grande do
Sul e Santa Catarina, Brasil.
Família
Espécie
Categoria de ameaça
Alstroemeriaceae
Alstroemeria isabelleana Herb.
Em perigo
Alternanthera micrantha R.E. Fr.
Vulnerável
Alternanthera reineckii Briq.
Vulnerável
Gomphrena graminea Moq.
Vulnerável
Gomphrena schlechtendaliana Mart.
Em perigo
Pfaffia gnaphaloides (L.f.) Mart.
Vulnerável
Eryngium falcifolium S. Legang
Vulnerável
Amaranthaceae
Apiaceae
66
Espécie
Eryngium ramboanum Math. & Const.
Criticamente em perigo
Eryngium smithii Math. & Const.
Vulnerável
Continua...
Flora . Anexos
Tabela 3.3. Lista das espécies ameaçadas e respectivas famílias, encontradas no Planalto das Araucárias, Rio Grande do
Sul e Santa Catarina, Brasil.
Família
Asteraceae
Bromeliaceae
Cactaceae
Crassulaceae
Fabaceae
Gesneriaceae
Categoria de ameaça
Eryngium urbanianum H. Wolff
Vulnerável
Eryngium zosterifolium H. Wolff
Vulnerável
Mandevilla coccinea (Hook. & Arn.) Woodson
Vulnerável
Acmella serratifolia R.K. Jansen
Vulnerável
Baccharis hypericifolia DC.
Em perigo
Chaptalia cordifolia (Backer) Cabrera
Em perigo
Holocheilus monocephalus Mondin
Vulnerável
Hysterionica pinnatiloba Matzenbacker & Sobral
Criticamente em perigo
Mikania decumbens Malme
Vulnerável
Mikania oblongifolia DC.
Em perigo
Mikania pinnatiloba DC.
Vulnerável
Pamphalea araucariophila Cabr.
Vulnerável
Pamphalea cardaminifolia Less.
Em perigo
Pamphalea maxima Less.
Vulnerável
Pamphalea ramboi Cabr.
Vulnerável
Pamphalea smithii Cabr.
Vulnerável
Perezia squarrosa ssp. cubatensis (Less.) Vuill.
Vulnerável
Senecio heteroschizus Baker
Presumivelmente extinta
Smallanthus connatus (Spreng.) H. Rob.
Vulnerável
Stenachenium macrocephalum DC.
Vulnerável
Trichocline macrocephala Less.
Em perigo
Trixis pallida Less.
Em perigo
Dyckia delicata Larocca & Sobral
Vulnerável
Dyckia distachya Hassl.
Em perigo
Dyckia irmgardiae L.B. Sm.
Em perigo
Dyckia reitzii L.B. Sm.
Vulnerável
Dyckia tuberosa (Vell.) Beer
Em perigo
Parodia alacriportana Backeb. & Voll
Criticamente em perigo
Parodia haselbergii (Ruempler) Brandt ssp. haselbergii
Criticamente em perigo
Parodia haselbergii ssp. graessneri (Schumann) Hofacker & Braun
Criticamente em perigo
Parodia leninghausii (K. Sch.) Brandt
Criticamente em perigo
Parodia linkii (Lehm.) R. Kiesling
Em perigo
Parodia ottonis (Lehm.) N.P. Taylor
Vulnerável
Parodia rechensis (Buining) Brandt
Criticamente em perigo
Crassula peduncularis (Sm.) Meigen
Em perigo
Desmodium craspediferum A.M.G. de Azevedo & M. de L.A.A. de Oliveira
Presumivelmente extinta
Lathyrus hasslerianus Burkart
Presumivelmente extinta
Lathyrus paraguariensis Hassl.
Em perigo
Lathyrus parodii Burkart
Criticamente em perigo
Mimosa involucrata Benth.
Em perigo
Sinningia elatior (Kunth) Chautems
Vulnerável
Sinningia warmingii (Hiern.) Chautems
Vulnerável
Continua...
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Apocynaceae
Espécie
67
Flora . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Tabela 3.3. Lista das espécies ameaçadas e respectivas famílias, encontradas no Planalto das Araucárias, Rio Grande do
Sul e Santa Catarina, Brasil.
68
Família
Espécie
Categoria de ameaça
Lamiaceae
Glechon discolor Epling
Vulnerável
Salvia congestiflora Epling
Vulnerável
Waltheria douradinha A. St.-Hil.
Cleistes australis Schltr.
Vulnerável
Em perigo
Cleistes paranaensis (Barb. Rodr.) Schltr.
Em perigo
Cleistes ramboi Pabst
Em perigo
Agrostis lenis Roseng., Arr. et Izag.
Vulnerável
Agrostis longiberbis Spreng. ex Nees
Em perigo
Agrostis ramboi Parodi
Vulnerável
Auloneimia ulei (Hack.) Mc Clure & L.B. Smith
Em perigo
Briza brasiliensis (Nees ex Steud.) Ekman
Em perigo
Briza scabra (Nees ex Steud.) Ekman
Criticamente em perigo
Deschampsia caespitosa (L.) Beauv.
Vulnerável
Piptochaetium alpinum L.B. Sm.
Vulnerável
Poa bradei Pilger
Em perigo
Poa reitzii Sw.
Criticamente em perigo
Stipa planaltina A. Zanin & Longhi-Wagner
Em perigo
Stipa rhizomata A. Zanin & Longhi-Wagner
Em perigo
Thrasyopsis jurgensii (Hack.) Soderstrom ex Burman
Vulnerável
Polygala selaginoides A. W. Ben.
Em perigo
Colletia paradoxa (Spreng.) Esc.
Vulnerável
Colletia spinosissima J. F. Gmel.
Em perigo
Discaria americana Gill. & Hook.
Vulnerável
Malvaceae
Orchidaceae
Poaceae
Polygalaceae
Rhamnaceae
ViolaceaeTabela 3.4. Principais
Viola cerasifolia
Vulnerável
espéciesA.doSt.-Hil.
levantamento fitossociológico, Planalto das Araucárias, Santa
Catarina e
Rio Grande doViola
Sul.
subdimidiata A. St.-Hil.
Em perigo
FREQÜÊNCIA NOS
19 LOCAIS (%)
PRESENÇA EM CADA LOCAL
(N MÁX = 50)
Schizachyrium tenerum
94,73
28,00
Paspalum maculosum
89,47
24,52
Axonopus siccus
78,94
9,00
Andropogon lateralis
73,68
41,14
Bulbostylis sphaerocephala
73,68
17,57
Schizachyrium spicatum
73,68
8,42
Baccharis trimera
73,68
4,14
Piptochaetium montevidense
63,15
12,75
Andropogon macrothrix
63,15
12,41
Coelorhachis selloana
63,15
7,91
ESPÉCIES
Flora . Anexos
Anexo 2
Lista das Espécies Ocorrentes na Área de Estudo
Sphagnaceae
Polytrichaceae
Espécie
Testemunho
Sphagnum magelllanicum Brid.
Sem testemunho
Sphagnum recurvum Beaure
Sem testemunho
Polytrichum communis Hedw.
Sem testemunho
Polytrichum juniperum Hedw.
Sem testemunho
Polytrichum brasiliense Hamp.
Sem testemunho
PTERIDOPHYTA
Família
Espécie
Testemunho
Blechnaceae
Blechnum regnellianum (Kunze) C. Chr.
J. Paz 112 (ICN)
Blechnum spannagelii Ros.
Sem testemunho
Dennstaedtiaceae
Pteridium aquilinum (L.) Kuhn
Ir. L. Afonso (ICN 17116)
Gleicheniaceae
Dicranopteris flexuosa (Schrad.) Undserw.
R. Bueno (ICN 85279)
Dicranopteris nervosa (Kauf.) Maxon
R. Senna (ICN 107424)
Gleichenia angusta (Sturm) Sehnem
B. Irgang et al. (ICN 30680)
Sticherus bifidus (Willd.) Ching
Sem testemunho
Sticherus pruinosus (Mart.) Ching
R. Bueno 4435 (ICN)
Sticherus pubescens (Humb. & Bonpl. ex Willd.) Nakai
Sem testemunho
Isoetaceae
Isoetes spannagelii H.P.Fuchs
R. Bueno 4471 (ICN)
Lycopodiella alopecuroides (L.) Cranfill
J. Dutra 1206 (ICN)
Lycopodiaceae
Lycopodium clavatum L.
R. Bueno (ICN 67567)
Lycopodium thyoides Humb. & Bonpl. ex Willd.
R. Bueno (ICN 67555)
Pteridaceae
Pteris deflexa Link
A. Backes 291 (ICN)
Sellaginella excurrens Spring.
Sem testemunho
Sellaginellaceae
Sellaginella muscosa Spring.
R. Bueno (ICN 67593)
Sellaginella marginata (Humb. & Bonpl. ex Willd.) Spring.
R. Bueno (ICN 67591)
MAGNOLIOPHYTA
Família
Espécie
Testemunho
Acanthaceae
Ruellia dissitifolia (Nees) Lindau
S. Miotto 983 (ICN)
Stenandrium mandioccanum Nees
M. Sobral 2876 (ICN)
Alismataceae
Alstroemeriaceae
Amaranthaceae
Echinodorus grandiflorus (Cham. & Schltdl.) Micheli
D. Falkenberg 603 (ICN)
Echinodorus longiscapus Arechav.
M. Paiva & S. Rego 144 (ICN)
Sagittaria rhombifolia Cham.
M. Paiva & S. Rego 137 (ICN)
Alstroemeria amabilis M.C. Assis
R. Setubal 405 (ICN)
Alstroemeria isabelleana Herb.
V. F. Kinupp 2837 (ICN)
Alstroemeria sellowiana Seub.
Sem testemunho
Alternanthera micrantha R.E. Fr.
J. Prado (ICN 51889)
Alternanthera reineckii Briq.
B. Rambo 54979 (PACA)
Amaranthus blitum L.
L. Arzivenco 78 (ICN)
Amaranthus deflexus L.
S. col. (PACA 32576)
Amaranthus hybridus L.
J. Vasconcellos et al. (ICN 7718)
Gomphrena elegans Mart.
J.R. Stehmann 186 (ICN)
Gomphrena graminea Moq.
L. Smith & R. Reitz 10063 (HBR)
Gomphrena schlechtendaliana Mart.
M. Fleig 908 (ICN)
Iresine diffusa Humb. & Bonpl. ex Willd.
J.R. Stehmann & B. Irgang (ICN 66583)
Continua...
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
MUSCI
Família
69
Flora . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Lista das Espécies Ocorrentes na Área de Estudo
70
Amaryllidaceae
Apiaceae
Apocynaceae
Pfaffia gnaphalioides (L.) Mart.
R. Klein 4494 (HBR)
Pfaffia tuberosa (Sprengel) Hicken
L. Smith & R. Reitz 10050 (HBR)
Haylockia pusilla Herb.
Sem testemunho
Hippeastrum breviflorum Herb.
L. Roth 20 (ICN)
Hippeastrum papilio (Ravenna) Van Scheepen
Sem testemunho
Hippeastrum santacatarina (Traub.) Dutilh
M. Sobral et al. 9189 (ICN)
Zephyranthes sp.
Sem testemunho
Apium leptophyllum (Pers.) Muell. ex Benth.
L. Arzivenco 249 (ICN)
Apium graveolens L.
R. Zampieri (ICN 112146)
Apium sellowianum Wolff
D. Falkenberg & F.A. Sirra-Filho 5875
(ICN)
Centella asiatica (L.) Urb.
J. Paz 143 (ICN)
*Conium maculatum L.
L. Arzivenco (ICN 44356)
Eryngium canaliculatum Cham. & Schltdl.
R. Reitz 6619 (HBR)
Eryngium ebracteatum Lam.
I. Boldrini & L. Eggers 1334 (ICN)
Eryngium elegans Cham. & Schltdl.
J.C. Lindeman & J.H. Haas 3711 (ICN)
Eryngium eriophorum Cham. & Schltdl.
S. Miotto & E. Franco 64841 (ICN)
Eryngium falcifolium S.Legang
K. Hagelund 8972 (ICN)
Eryngium floribundum Cham. & Schltdl.
L. Arzivenco 23 (ICN)
Eryngium horridum Malme
J.F.M. Valls & L. Arzivenco 1429 (ICN)
Eryngium junceum Cham. & Schltdl.
M. Sobral 272 (ICN)
Eryngium megapotamicum Malme
L. Arzivenco 393 (ICN)
Eryngium pandanifolium Cham. & Schltdl.
A.G. Ferreira & B. Irgang (ICN 7256)
Eryngium pohlianum Urban
B. Rambo 53772 (HBR)
Eryngium ramboanum Math. & Const.
B. Irgang (ICN 50449)
Eryngium regnellii Malme
J.C. Lindemann et al. (ICN 9322)
Eryngium sanguisorba Cham. & Schltdl.
L. Arzivenco 532 (ICN)
Eryngium smithii Math. & Const.
J.F.M. Valls & L. Arzivenco 1394 (ICN)
Eryngium urbanianum H. Wolff
K. Hagelund 8970 (ICN)
Eryngium zozterifolium H.Wolff
B. Irgang (ICN 32890)
Hydrocotyle exigua (Urb.) Malme
L. Arzivenco 741 (ICN)
Hydrocotyle itatiaiensis Brade
R. Reitz 3478 (HBR)
Hydrocotyle langsdorfii DC.
J.A. Jarenkow & R. Bueno 79 (ICN)
Hydrocotyle pusilla A.Rich.
A. Schultz 4440 (ICN)
Hydrocotyle quinqueloba Ruiz & Pav.
M. Sobral et al. 5040 (ICN)
Hydrocotyle ranunculoides L.
B. Rambo 36776 (ICN)
Lilaeopsis attenuata (Hook. & Arn.) Fernald
J.F.M. Valls et al. 2121 (ICN)
Lilaeopsis brasiliensis (Glaziov) Affolter
J.A. Jarenkow 105 (ICN)
Lilaeopsis minor (A.W. Hill) Perez-Moreau
L. Smith & R. Reitz 14347 (HBR)
Araujia hortorum E. Fourn.
Sem testemunho
Asclepias mellodora Saint-Hilaire
A. Schultz 1655 (ICN)
Asclepias physocarpa (E. Mey.) Schltr.
E. Körner (ICN 7463)
Ditassa megapotamica (Spreng.) Malme
J.R. Stehmann 699 (ICN)
Gonioanthela axillaris (Vell.) Font. & Shum.
J.C. Lindeman et al. (ICN 9331)
Mandevilla coccinea (Hook. & Arn.) Woodson
V.F. Kinupp & B.E. Irgang 2829 (ICN)
Orthosia scoparia (Nutt.) Liede
M. Sobral & R. Bassanetti 2151 (ICN)
Orthosia urceolata E. Four.
L. Arzivenco (ICN 88465)
Oxypetalum erectum Mart. ssp. campestre
A. Schneider 1452 (ICN)
Oxypetalum kleinii Fontella & Marquete
R. Reitz & R. Klein 8216 (HBR)
Oxypetalum solanoides Hook. & Arn.
S. Miotto (ICN 64861)
Schistogyne mosenii (Malme) T. Mey.
J.R. Stehmann 313 (ICN)
Continua...
Flora . Anexos
Lista das Espécies Ocorrentes na Área de Estudo
Aristolochiaceae
J.R. Stehmann 164 (ICN)
*Arctium minus (Hill.) Bernh.
L. Arzivenco (ICN 65037)
*Artemisia verlottorum Lamotte
A. Schultz 698 (ICN)
*Cirsium vulgare (Savi) Airy-Shaw
B. Rambo 36252 (ICN)
*Coreopsis lanceolata L.
C. Mondin 2108 (PACA)
Acanthospermum australe (Loefl.) Kuntze
Ramos 422 (HAS)
Achyrocline satureioides (Lam.) DC.
K. Hagelund 9946 (ICN)
Achyrocline vauthieriana DC.
M. Ritter 1013 (ICN)
Acmella bellidioides (Smith) R.K.Jansen
O. Bueno 4619 (HAS)
Acmella leptophylla (DC.) R.K.Jansen
B. Rambo 2993 (PACA)
Acmella serratifolia R.K.Jansen
C. Mondin 2974 (PACA)
Adenostemma brasilianum (Pers.) Cass.
J. Dutra 1258 (ICN)
Adenostemma verbesina (L.) Sch.Bip.
A. Ferreira et al. 592 (ICN)
Ambrosia scabra Hook. & Arn.
J. Mattos 5764 (PACA)
Angelphytum oppositifolium (A.A.Saénz) H.Rob.
C. Mondin 2855 (PACA)
Aspilia montevidensis (Spreng.) Kuntze
N. Silveira 4004 (HAS)
Baccharis anomala DC.
R. Reitz 6625 (HBR)
Baccharis apicifoliosa A.A. Schneider & Boldrini
A. Schneider 1404 (ICN)
Baccharis articulata (Lam.) Pers.
L. Pereira 77 (ICN)
Baccharis cognata DC.
B. Rambo 52047 (PACA)
Baccharis coridifolia Spreng.
R. Reitz & R. Klein 8665 (HBR)
Baccharis crispa Spreng.
J. Paz 04 (ICN)
Baccharis cultrata Baker
H.M. Longhi-Wagner 9740 (ICN)
Baccharis deblei An.S. de Oliveira & Marchiori
B. Rambo 45428 (PACA)
Baccharis dentata (Vell.) G.M.Barroso
M . Sobral 9400 (ICN)
Baccharis dracunculifolia DC.
T. Luis 41e (ICN)
Baccharis erigeroides DC. var. erigeroides
M. Sobral 9184 & A. Silva (ICN)
Baccharis erigeroides var. dusenii Heering
A. Schneider 1155 (ICN)
Baccharis erioclada DC.
R. Reitz 2508 (HBR)
Baccharis flexuosiramosa A.A. Schneider & Boldrini
A. Schneider 1419 (ICN)
Baccharis helichrysoides DC.
A. Schneider 1223 (ICN)
Baccharis hypericifolia DC.
A. Schneider 1196 (ICN)
Baccharis illinita DC.
B. Rambo 52221 (HBR)
Baccharis incisa Hook.& Arn.
J.R. Stehmann & M. Sobral 109 (ICN)
Baccharis intermixta Gardner
B. Rambo 55950 (R)
Baccharis leucopappa DC.
J. Paz 131 (ICN)
Baccharis megapotamica Spreng. var. megapotamica
A. Schneider 1235 (ICN)
Baccharis megapotamica (Spreng.) var. weirii (Baker) G.M.Barroso
A. Schneider 1160 (ICN)
Baccharis microcephala (Less.) DC.
A. Schneider 1187 (ICN)
Baccharis microdonta DC.
R. Wasum 787 (PACA)
Baccharis milleflora (Less.) DC.
R. Camargo 5589 (HAS)
Baccharis myriocephala DC.
M. Sobral 9233 (ICN)
Baccharis nummularia Heering ex Malme
N. Matzenbacher (ICN 126220)
Baccharis ochracea Spreng.
L. Smith & R. Reitz 10217 (HBR)
Baccharis opuntioides Mart. ex Baker
A. Schneider 1326 (ICN)
Continua...
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Asteraceae
Aristolochia sessilifolia (Klotzsch) Duch.
71
Flora . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Lista das Espécies Ocorrentes na Área de Estudo
72
Asteraceae
Baccharis oxyodonta DC.
R. Reitz & R. Klein 8661(HBR)
Baccharis patens Baker
R. Reitz & R. Klein 8665 (HBR)
Baccharis pentodonta Malme
A. Sehnem 10980 (PACA)
Baccharis phyliciifolia DC.
L. Smith & R. Reitz 10133 (HBR)
Baccharis pseudovillosa L. Teodoro & J.Vidal
J. Paz 08 (ICN)
Baccharis pseudotenuifolia Malag.
J. Dutra 1260 (ICN)
Baccharis punctulata DC.
R. Reitz & R. Klein 14824 (HBR)
Baccharis ramboi G. Heiden & L. Macias
A.A. Schneider 1282 (ICN)
Baccharis riograndensis L.Teodoro & J.Vidal
L. Pereira 96 (ICN)
Baccharis sagittalis (Less.) DC.
A. Schneider 1248 (ICN)
Baccharis selloi Baker
N. Matzenbacher 5177 (ICN)
Baccharis semiserrata DC. var. semiserrata
M. Sobral et al. 9401 (ICN)
Baccharis semiserrata DC. var. elaeagnoides (Steudel) G.M.Barroso
R. Klein 2923 (HBR)
Baccharis sessiliflora Vahl
J. Dutra 1390 (ICN)
Baccharis spicata (Lam.) Baill.
R. Reitz & R. Klein 8205 (HBR)
Baccharis stenocephala Baker
J. Dutra 1250 (ICN)
Baccharis trimera (Less.) DC.
L. Pereira 59 (ICN)
Baccharis uncinella DC.
De Marchi 104 et al. (ICN)
Baccharis usterii Heering
M. Sobral 9389 (ICN)
Baccharis vincaefolia Baker
B. Rambo (PACA)
Bidens bipinnata L.
B. Rambo 31315 (PACA)
Bidens pilosa L.
B. Rambo 31314 (PACA)
Calea cymosa Less.
O. Bueno 5779 (HAS)
Calea phyllolepis Baker
N. Matzenbacher et al. (MPUC 9303)
Calea serrata Less.
M. Sobral & J.R. Stehmann 2801 (ICN)
Calea uniflora Less.
B. Rambo 49339 (PACA)
Calyptocarpus biaristatus (DC.) H.Rob.
R. Reitz 1064 (PACA)
Chaptalia cordifolia (Baker) Cabrera
B. Rambo 50705 (PACA)
Chaptalia exscapa (Pers.) Baker
C. Mondin 930 (ICN)
Chaptalia graminifolia (Dusén) Cabrera
N. Matzenbacher (ICN 83064)
Chaptalia integerrima (Vell.) Burkart
B. Rambo (ICN 16263)
Chaptalia mandonii (Schultz-Bip.) Burkart
M. Sobral 3773 (ICN)
Chaptalia nutans (L.) Polak
B. Rambo 36296 (ICN)
Chaptalia runcinata Kunth
K. Hagelund 12596 (ICN)
Chaptalia sinuata (Less.) Baker
S. Miotto & E. Franco (ICN 64811)
Chevreulia acuminata Less.
S. Miotto & E. Franco (ICN 64818)
Chevreulia sarmentosa (Pers.) Blake
S. Miotto & E. Franco (ICN 64833)
Conyza floribunda Kunth
K. Hagelund 12659 (ICN)
Conyza macrophylla Spreng.
M. Sobral et al. 5433 (ICN)
Conyza primulifolia (Lam.) Cuatrec. & Lourteig
A. Schneider 1286 (ICN)
Conyza rivularis Gardn.
Sem testemunho
Criscia stricta (Spreng.) Katinas
S. Miotto 806 (ICN)
Dendrophorbium catharinense (Dusén ex Cabrera) C.Jeffrey
N. Matzenbacher et al. (ICN 106214)
Dendrophorbium paranense (Malme) Matzenb. & L.R.M.Baptista
M.L. Porto 1610 (ICN)
Dendrophorbium pluricephalum (Cabrera) C.Jeffrey
A. Nilson (ICN 111395)
Continua...
Flora . Anexos
Lista das Espécies Ocorrentes na Área de Estudo
B. Rambo 6741 (PACA)
Elephantopus mollis Kunth
M. Sobral 5080 (ICN)
Erechthites hieracifolia (L.) Raf.
M. Ritter 826 (ICN)
Erechthites valerianaefolia ( Wolf) DC.
M. Sobral 3196 (ICN)
Erigeron catharinensis Cabrera
A. Schneider 1220 (ICN)
Erigeron maximus Link & Otto
M. Ritter 797 (ICN)
Erigeron tweediei Hook.& Arn.
A. Schneider 1221 (ICN)
Eupatorium ascendens Sch.Bip. var. parcisetosum H.Rob.
N.I. Matzenbacker 409 (ICN)
Eupatorium betoniciforme (DC.) Baker var. betoniciforme
B. Rambo 54779 (PACA)
Eupatorium betoniciforme (DC.) Baker var. hastatum Baker
S.C. Boechat (ICN 41779)
Eupatorium bupleurifolium DC. var. bupleurifolium
J. Paz 66 (ICN)
Eupatorium bupleurifolium DC. var. asclepiadeum (DC.) Baker
B. Rambo (PACA 49409)
Eupatorium bupleurifolium DC. var. linifolium (DC.) Baker
B. Rambo (PACA 44788)
Eupatorium candolleanum Hook.& Arn.
L. Smith & R. Klein 11343 (HBR)
Eupatorium catharinensis Cabrera
L. Smith & R. Reitz 10458 (HBR)
Eupatorium congestum Hook.& Arn. var. congestum
B. Rambo 52021 (HBR)
Eupatorium gaudichaudianum DC. var. gaudichaudianum
B. Rambo 54666 (PACA)
Eupatorium gaudichaudianum DC. var. leucodon (Sch.Bip.) Baker
N.I. Matzenbacker (ICN 43953)
Eupatorium grande Sch.Bip.
S.C. Boechat (ICN 40827)
Eupatorium hecatanthum (DC.) Baker
B. Rambo 36298 (ICN)
Eupatorium intermedium DC.
M.L. Porto et al. 1819 (ICN)
Eupatorium inulifolium Kunth
L. Mentz et al. 370 (ICN)
Eupatorium ivifolium L.
N. Matzenbacher 227 (ICN)
Eupatorium laetevirens Hook.& Arn.
B. Rambo 52211 (PACA)
Eupatorium laevigatum Lam.
B. Rambo 36305 (ICN)
Eupatorium lanigerum Hook.& Arn.
J. Mattos (PACA 61017)
Eupatorium ligulifolium Hook.& Arn.
M. Fleig 29 (ICN)
Eupatorium macrocephalum Less.
J. Dutra 1561 (ICN)
Eupatorium multifidum DC.
B. Rambo 36330 (PACA)
Eupatorium nummularia Hook.& Arn.
B. Rambo 53927 (PACA)
Eupatorium oblongifolium (Spreng.) Baker
B. Rambo 41293 (PACA)
Eupatorium orbiculatum DC.
B. Rambo 50065 (PACA)
Eupatorium pedunculosum Hook.& Arn.
K. Emrich (PACA 54251)
Eupatorium picturatum Malme
G. Pedralli (ICN 49418)
Eupatorium polystachyum DC.
J. Dutra 1265 (ICN)
Eupatorium rufescens Lund ex DC. var. glabratum Hieron. ex
B. Rambo (PACA 32072)
O.Kuntze
Eupatorium serratum Spreng.
J. Dutra 1458 (ICN)
Eupatorium spathulatum Hook.& Arn.
J. Dutra 1262 (ICN)
Eupatorium subhastatum Hook.& Arn.
J. Dutra 1254 (ICN)
Eupatorium tanacetifolium Gillies ex Hook.& Arn.
B. Rambo 8799 (PACA)
Eupatorium tremulum Hook.& Arn.
B. Rambo 1980 (PACA)
Eupatorium tweedieanum Hook.& Arn.
M. Sobral 3001 (ICN)
Eupatorium verbenaceum DC.
B. Rambo 4819 (PACA)
Facelis retusa (Lam.) Schultz-Bip.
S. Miotto & E. Franco (ICN 64850)
Continua...
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Asteraceae
Eclipta megapotamica (Spreng.) Schultz-Bip. ex Blake
73
Flora . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Lista das Espécies Ocorrentes na Área de Estudo
74
Gamochaeta americana (Mill.) Weddell
Sem testemunho
Gamochaeta falcata (Lam.) Cabrera
S. Miotto & E. Franco (ICN 64829)
Gamochaeta filaginea (DC.) Cabrera
De Marchi et al. 101 (ICN)
Gamochaeta simplicicaulis (Willd.) Cabrera
M. Sobral et al. 4910 (ICN)
Gamochaeta spicata (Lam.) Cabrera
Sem testemunho
Heterothalamulopsis wagenitzii (Hellwig) Deble, Oliveira &
A. Schneider 1365 (ICN)
Marchiori
Asteraceae
Heterothalamus alienus (Spreng.) O.Kuntze
J. Dutra 1443 (ICN)
Heterothalamus psiadioides Less.
Sem testemunho
Hieracium commersonii Monn.
A. Schneider 1238 (ICN)
Holocheilus brasiliensis (L.) Cabrera
B. Rambo 36481 (PACA)
Holocheilus illustris (Vell.) Cabrera
S.C. Boechat (ICN 41769)
Holocheilus monocephalus Mondin
K. Hagelund 12618 (ICN)
Hypochaeris catharinensis Cabrera
N. Silveira 9166 (HAS)
Hypochaeris chilensis (Kunth) Britton
B. Rambo 8667 (PACA)
Hypochaeris glabra L.
L. Arzivenco (ICN 44357)
Hypochaeris lutea (Vell.) Britton
N. Matzenbacher (ICN 106340)
Hypochaeris megapotamica Cabrera
M. Sobral 3189 (ICN)
Hypochaeris radicata L.
N. Silveira 325 (HAS)
Hypochaeris tropicalis Cabrera
B. Rambo 34901 (PACA)
Hypochaeris variegata ( Lam.) Baker
O. Bueno & Z. Rosa (HAS 3673)
Hysterionica nebularis Deble, Oliveira & Marchiori
L. Deble et al. 826 (PACA)
Hysterionica pinnatiloba Matzenbacher & Sobral
M. Sobral et al. 7675 (ICN)
Hysterionica pinnatisecta Matzenbacher & Sobral
N. Matzenbacher 1675 (ICN)
Hysterionica villosa ( Hook.& Arn.) Cabr.
L. Arzivenco 717 (ICN)
Jaegeria hirta ( Lag.) Less.
B. Rambo 4593 (PACA)
Jungia floribunda Less.
Irmão Gabriel (ICN 61430)
Jungia sellowii Less.
O. Bueno et al. 1193 (HAS)
Lucilia acutifolia (Less.) ex. Baker
M. Sobral 5015 (ICN)
Lucilia linearifolia Baker
J. Lindeman et al. (ICN 20875)
Lucilia lycopodioides (Less.) S.E. Freire
M. Sobral et al.6484 (ICN)
Lucilia nitens Less.
M. Ritter 757 (ICN)
Mikania decumbens Malme
B. Rambo (ICN 36277)
Mikania micrantha Kunth
M. Ritter 1182 (ICN)
Mikania oblongifolia DC.
M. Ritter 1162 (ICN)
Mikania pinnatiloba DC.
N. Silveira 8186 (ICN)
Mutisia campanulata Less.
N. Matzenbacher 383 (ICN)
Mutisia coccinea A. St.-Hil.
M. Abruzzi 1034 (HAS)
Mutisia speciosa Ait.
B. Rambo 36274 (PACA)
Noficastrum acuminatum (DC.) Cuatrec.
L. Arzivenco 712 (ICN)
Noticastrum decumbens (Baker) Cuatrec.
J. Dutra 1277 (ICN)
Pamphalea araucariophila Cabrera
O. Camargo 3116 (PACA)
Pamphalea cardaminifolia Less.
B. Rambo 54737 (PACA)
Pamphalea maxima Less.
B. Rambo 51408 (PACA)
Pamphalea ramboi Cabrera
J. Lindeman et al. (ICN 21239)
Continua...
Flora . Anexos
Lista das Espécies Ocorrentes na Área de Estudo
O. Bueno 3058 (HAS)
Pentacalia desiderabilis (Vell.) Cuatrec.
J. Dutra 1282 (ICN)
Perezia catharinensis Cabrera
J. Larocca 94041 (ICN)
Perezia eryngioides (Cabrera) Crisci & Martic.
M. Sobral et al. 9191 (ICN)
Perezia squarrosa (Vahl) Less. ssp. cubataensis ( Less.) Vuill.
A. Sehnem 5123 (PACA)
Picrosia cabreriana A.G. Schulz
L. Lima & Matzenbacher 353 (ICN)
Picrosia longifolia Don
L. Arzivenco 372 (ICN)
Pluchea laxiflora Hook.& Arn. ex Baker
B. Rambo 50071 (ICN)
Pluchea oblongifolia DC.
B. Rambo 58548 (PACA)
Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera
B. Rambo 56677 (PACA)
Podocoma hirsuta (Hook.& Arn.) Baker
M. Sobral et al. 9014 (ICN)
Porophyllum lanceolatum DC.
K. Hagelund 12275 (ICN)
Pseudognaphalium cheiranthifolium (Lam.) Hill
M. Ritter 1001 (ICN)
Pterocaulon alopecuroides (Lam.) DC.
H.M. Longhi-Wagner 9744 (ICN)
Pterocaulon balansae Chod.
L. Lima 127 (ICN)
Senecio bonariensis Hook.& Arn.
N. Matzenbacher (ICN 110402)
Senecio brasiliensis (Spreng.) Less. var. brasiliensis
B. Rambo 36293 (PACA)
Senecio brasiliensis (Spreng.) Less. var. tripartitus (DC.) Baker
S. Miotto & E. Franco (64817)
Senecio caparoensis Cabrera
L. Smith & R. Klein 7660 (HBR)
Senecio conyzifolius Baker
B. Rambo 52978 (PACA)
Senecio grossidens Dusén ex Malme
L. Smith & R. Klein 7806 (HBR)
Senecio heteroschizus Baker
B. Rambo 52048 (PACA)
Senecio heterotrichius DC.
K. Hagelund 16042 (ICN)
Senecio icoglossus DC. var. icoglossus
B. Rambo 52174 (PACA)
Senecio juergensii Mattf .
S.C. Boechat (ICN 40839)
Senecio leptolobus DC.
R. Reitz & R. Klein 8440 (HBR)
Senecio oleosus Vell.
D. Falkenberg 1228 (ICN)
Senecio oreophilus Dusén
L. Smith & R. Reitz 10443 (HBR)
Senecio oxyphyllus DC.
M. Sobral 3195 (ICN)
Senecio pinnatus Poir.
N. Matzenbacher et al. (ICN 106238)
Senecio promatensis Matzenb.
N. Matzenbacher 2123 (ICN)
Senecio pulcher Hook.& Arn. f. albiflorus Matzenb.
N. Matzenbacher et al. 2045 (ICN)
Senecio pulcher Hook.& Arn. f. pulcher
N. Matzenbacher et al. (ICN 106217)
Senecio ramboanus Cabrera
B. Rambo 54560 (PACA)
Senecio subarnicoides Cabrera
K. Hagelund 12067 (ICN)
Senecio subnemoralis Dusén
E. Ule 1773 (R)
Senecio trichocaulon Baker
N. Matzenbacher (ICN 110408)
Senecio vermonioides Sch.Bip.
R. Reitz & R. Klein 5510 (HBR)
Smallanthus araucariophila Mondin
C. Mondin 2920 (ICN)
Smallanthus connatus (Spreng.) H.Rob.
J. Dutra 1470 (ICN)
Solidago chilensis Meyen
S. Marodin (ICN 106539)
Soliva pterosperma (Juss.) Less.
L. Arzivenco 207 (ICN)
Sonchus asper (L.) Hill
L. Rzivenco 181 (ICN)
Stenachaenium adenanthum Krasch.
A. Schneider 1470 (ICN)
Stenachaenium campestre Baker
M. Ritter 881 (ICN)
Continua...
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Asteraceae
Pamphalea smithii Cabrera
75
Flora . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Lista das Espécies Ocorrentes na Área de Estudo
76
Asteraceae
Stenachaenium macrocephalum DC.
J. Mattos 5004 (HAS)
Stenachaenium megapotamicum (Spreng.) Baker
M. Ritter (ICN 110433)
Stenachaenium riedelii Baker
B. Rambo 51562 (PACA)
Stevia cinerascens Sch.Bip. ex Baker
L. Arzivenco 739 (ICN)
Stevia claussenii Sch.Bip.ex Baker
N. Matzenbacher (106342)
Stevia lundiana DC.
L. Arzivenco 722 (ICN)
Stevia ophryophylla B.L.Rob.
L. Smith & R. Klein 11983 (HBR)
Stevia selloi (Spreng.) Sch.Bip. ex Baker
L. Smith & R. Klein 11293 (HBR)
Stevia tenuis Hook.& Arn.
R. Reitz & R. Klein 8433 (HBR)
Stevia veronicae DC.
S. Miotto (64891)
Symphyopappus compressus (Gardn.) B.L.Rob.
B. Irgang & A. Ferreira (ICN 7454)
Symphyopappus cuneatus (DC.) Sch. Bip. ex Baker
R. Reitz 6587 (HBR)
Symphyopappus lymansmithii B.L.Rob.
K. Hagelund 12670 (ICN)
Symphyotrichum graminifolium (Spreng.) G.L. Nesom
A. Schneider 1234 (ICN)
Symphyotrichum squamatum (Spreng.) G.L. Nesom
J. Dutra 1278 (ICN)
Tagetes minuta L.
J. Dutra 1476 (ICN)
Trichocline catharinensis Cabrera
J. Dutra 1283 (ICN)
Trichocline macrocephala Less.
A. Sehnem 5834 (PACA)
Trixis eryngioides Cabrera
A. Schneider 1543 (ICN)
Trixis lessingii DC.
B. Rambo 51659 (PACA)
Trixis praestans (Vell.) Cabrera
N. Silveira 8120 (HAS)
Trixis verbasciformis Less.
J. Dutra 1511 (ICN)
Verbesina glabrata Hook.& Arn.
C. Mondin 2552 (PACA)
Verbesina sordescens DC.
J. Dutra 1434 (ICN)
Vernonia balansae Hieron.
C. Mondin 198 (HAS)
Vernonia breviflora Less.
B. Rambo 34882 (PACA)
Vernonia catharinensis Cabrera
M. Sobral 231 (ICN)
Vernonia chamaedrys Less.
J. Dutra 1238 (ICN)
Vernonia cognata Less.
J. Dutra 1503 (ICN)
Vernonia echioides Less.
J. Dutra 1007 (ICN)
Vernonia flexuosa Sims. var. flexuosa
B. Rambo 36260 (PACA)
Vernonia flexuosa var. microcephala Hieron.
J. Dutra 1508 (ICN)
Vernonia florida Gardner
M. Sobral 376 (ICN)
Vernonia glabrata Less.
J. Dutra 1621 (ICN)
Vernonia hypochlora Malme
B. Rambo 8684 (PACA)
Vernonia hypochaeris DC.
R. Reitz & R. Klein 7659 (RB)
Vernonia lepidifera Chod.
J. Mattos 30593 (HAS)
Vernonia lithospermifolia Hieron.
M. Gaelzer 97 (ICN)
Vernonia lucida Less.
J. Dutra 1617 (ICN)
Vernonia megapotamica Spreng.
J. Dutra 1447 (ICN)
Vernonia mollissima Don
A. Schultz 632 (ICN)
Vernonia muricata DC.
M. Gaelzer 71 (ICN)
Vernonia nitidula Less.
B. Rambo 49413(PACA)
Vernonia nudiflora Less.
B. Rambo 34908 (PACA)
Vernonia platensis (Spreng.) Less.
L. Arzivenco 597 (ICN)
Continua...
Flora . Anexos
Lista das Espécies Ocorrentes na Área de Estudo
Asteraceae
Bromeliaceae
Cactaceae
L. Arzivenco (ICN 45170)
Vernonia scorpioides (Lam.) Pers.
M. Gaelzer 253 (ICN)
Vernonia sellowii Less.
M. Gaelzer 66 (ICN)
Vernonia tweedieana Baker
J. Mattos 31095 (HAS)
Viguiera anchusaefolia (DC.) Baker
B. Rambo 4446 (PACA)
Viguiera immarginata (DC.) Herter
B. Rambo 50062 (PACA)
Viguiera verbesinaefolia Mondin & Magenta
M. Sobral et al. 9495 (ICN)
Xanthium spinosum L.
B. Rambo 36348 (PACA)
Xanthium strumarium L.
Zaremba (PACA 9445)
Antiphytum cruciatum (Cham.) DC.
S. Miotto 1072 (ICN)
Moritzia dasyantha (Cham.) Frenzen.
L. Smith & R. Reitz 10152 (HBR)
Moritzia dusenii I.M. Johnston
L. Smith & R. Klein 8249 (HBR)
Moritzia tetraquetra (Cham.) Brand
A. Schneider 1310 (ICN)
Aechmea recurvata (Klotzsch) L.B. Sm.
Sem testemunho
Dyckia cabrerae Smith & Reitz
R. Reitz & R. Klein 14069 (HBR)
Dyckia delicata Larocca & Sobral
J. Larocca et al. 96/001 (ICN)
Dyckia distachya Hassl.
Sem testemunho
Dyckia irmgardiae L.B. Sm.
A. R. Schultz 4111 (ICN)
Dyckia leptostachya Baker
R. Reitz 4411 (HBR)
Dyckia reitzii L.B. Sm.
R. Reitz 2690 (HBR)
Dyckia tuberosa (Vell.) Beer
A. Seidel 598 (HBR)
Cereus hildmannianus K. Schum.
Sem testemunho
Notocactus megapotamicus Herter
R. Reitz 7986 (HBR)
Parodia alacriportana Backeb. & Voll
Sem testemunho
Parodia haselbergii (Ruempler) Brandt ssp. haselbergii
R. Reitz 8005A (HBR)
Parodia haselbergii ssp. graessneri (Schumann) Hofacker & Braun
R. Reitz & R. Klein 16281 (HBR)
Parodia leninghausii (K. Sch.) Brandt
Sem testemunho
Parodia linkii (Lehm.) R. Kiesling
L. Arzivenco 736 (ICN)
Parodia ottonis (Lehm.) N.P.Taylor
Sem testemunho
Parodia rechensis (Buining) Brandt
Sem testemunho
Calyceraceae
Acicarpha tribuloides Juss.
B. Rambo 36530 (ICN)
Lobelia camporum Pohl
I. Boldrini & L. Eggers 1325 (ICN)
Campanulaceae
Lobelia hassleri Zahlbr.
M. Fleig 871 (ICN)
Caryophyllaceae
Cistaceae
Commelinaceae
Convolvulaceae
Siphocampylus verticillatus (Cham.) G. Don
J. Paz 49 (ICN)
Wahlenbergia linarioides (Lam.) A. DC.
A.G. Ferreira & B. Irgang (ICN 7408)
Arenaria lanuginosa (Michx.) Rohrb.
B. Rambo 36146 (ICN)
Cerastium commersonianum DC.
B. Irgang & L.R. Baptista (ICN 4393)
Cerastium dicrotrichum Fenzl ex Rohrbach
Ceroni (ICN 45171)
Cerastium humifusum Cambess. ex A. St.-Hil.
J.C. Sacco 657 (ICN)
Cerastium rivulare Cambess.
Longhi & Born (ICN 34978)
Paronychia chilensis DC.
L. Arzivenco (ICN 42102)
Paronychia camphorosmoides Cambess.
B. Rambo 8870 (ICN)
Spergularia grandis (Pers.) Cambess.
B. Rambo 36149 (ICN)
*Stellaria media (L.) Vill.
A.G. Ferreira & B. Irgang (ICN 7379)
Helianthemum brasiliense (Lam.) Pers.
M. Sobral 3190 (ICN)
Floscopa glabrata (Kunth) Hassk.
J.R. Stehmann (ICN 67706)
Tradescantia crassula Link & Otto
B. Rambo 36589 (ICN)
Dichondra sericea Sw.
I. Boldrini et al. 1411 (ICN)
Evolvulus sericeus Sw.
S. Miotto (ICN 64877)
Ipomoea acutisepala O’Donell
A. Zanin et al.105 (ICN)
Continua...
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Boraginaceae
Vernonia rubricaulis Humb.& Bonpl.
77
Flora . Anexos
Lista das Espécies Ocorrentes na Área de Estudo
Ipomoea cairica (L.) Sweet
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Convolvulaceae
78
Crassulaceae
Cyperaceae
L. Scur 177 (HUCS)
Ipomoea delphinioides Choisy
A. Sehnem 5467 (PACA)
Ipomoea indica (Burm. f.) Merr.
N. Silveira et al. 2957 (HAS)
Ipomoea indivisa (Vell.) Hallier f.
P.P.A. Ferreira 62 (ICN)
Ipomoea lanuginosa O’Donell
N. Silveira et al. 2956 (HAS)
Ipomoea nil (L.) Roth
P.P.A. Ferreira 158 (ICN)
Ipomoea purpurea (L.) Roth
R. Wasum 581 (HUCS)
Crassula peduncularis (Sm.) Meigen
M. Sobral & J.R. Stehmann 2838 (ICN)
Abildgaardia ovata (Burm. f.) Kral
L. Smith & R. Reitz 10044 (HBR)
Ascolepis brasiliensis (Kunth) Benth. ex C.B.Clarke
I. Boldrini & L. Eggers 1391 (ICN)
Bulbostylis capillaris (L.) C.B. Clarke
I. Boldrini & L. Eggers 1337 (ICN)
Bulbostylis hirtella (Schrad. ex Schult.) Nees ex Urb.
B. Rambo 45369 (B)
Bulbostylis juncoides (Vahl) Kük. ex Osten
B. Rambo 45369 (PACA)
Bulbostylis sphaerocephala (Boeck.) C.B. Clarke
I. Boldrini & L. Eggers 1327 (ICN)
Carex bonariensis Desf. ex Poir.
R. Reitz 2497 (HBR)
Carex brasiliensis A.St.-Hil.
L. Smith & R. Klein 7779 (HBR)
Carex fuscula d’Urv.
R. Reitz 2395 (HBR)
Carex longii Mack. var. meridionalis (Kük.) G.A. Wheeler
I. Boldrini & L. Eggers 1344 (ICN)
Carex phalaroides Kunth
L. Smith & R. Reitz 10362 (HBR)
Carex polysticha Boeck.
B. Rambo 3067 (PACA)
Carex purpureo-vaginata Boeck.
R. Reitz 2400 (HBR)
Carex sororia Kunth
B. Rambo 36637 (PACA)
Cyperus aggregatus (Willd.) Endl.
R. Baaske (MPUC 11049)
Cyperus andreanus Maury
M. Sobral 3230 (ICN)
Cyperus eragrostis Lam.
Sem testemunho
Cyperus friburgensis Boeck.
Sem testemunho
Cyperus haspan L.
B. Rambo 45371 (PACA)
Cyperus hermaphroditus (Jacq.) Standl.
R. Setubal et al. 309 (ICN)
Cyperus incomtus Kunth
T. Buselato 111 (HAS)
Cyperus luzulae (L.) Rottb. ex Retz. var. luzulae
L. Maurman 2996 (PACA)
Cyperus luzulae var. entrerianus (Boeck.) Barros
S.C. Boechat (ICN 43322)
Cyperus pohlii (Nees) Steud.
B. Rambo 53766 (PACA)
Cyperus reflexus Vahl
B. Rambo 8885 (PACA)
Cyperus rigens J. Presl & C. Presl
B. Rambo 53992 (PACA)
Cyperus virens Michx.
H.M. Longhi-Wagner 2245 (ICN)
Eleocharis bonariensis Nees
B. Rambo 36640 (PACA)
Eleocharis contracta Maury
R. Trevisan et al. 299 (ICN)
Eleocharis flavescens (Poir.) Urb.
L. Arzivenco 197 (ICN)
Eleocharis kleinii Barros
R. Trevisan et al. 309 (ICN)
Eleocharis loefgreniana Boeck.
P.M.A. Ferreira (ICN 135264)
Eleocharis maculosa (Vahl) Roem. & Schult.
J. Paz 101 (ICN)
Eleocharis minima Kunth var. minima
R. Trevisan et al. 307 (ICN)
Eleocharis montana (Kunth) Roem. & Schult.
I. Boldrini & L. Eggers 1353 (ICN)
Eleocharis nudipes (Kunth) Palla
I. Boldrini et al. 1398 (ICN)
Eleocharis rabenii Boeck.
B. Rambo 44872 (PACA)
Eleocharis radicans (Poir.) Kunth
B. Rambo 51835 (PACA)
Eleocharis sellowiana Kunth
R. Trevisan et al. 306 (ICN)
Eleocharis squamigera Svenson
B. Rambo 53899 (PACA)
Eleocharis subarticulata (Nees) Boeck.
I. Boldrini & L. Eggers 1351 (ICN)
Eleocharis viridans Kük.
I. Boldrini & L. Eggers 1341 (ICN)
Fimbristylis autumnalis (L.) Roem. & Schult.
B. Rambo 33179 (PACA)
Continua...
Flora . Anexos
Lista das Espécies Ocorrentes na Área de Estudo
Kyllinga brevifolia Rottb.
Droseraceae
Ericaceae
Kyllinga odorata Vahl
R. Reitz & R. Klein 7982 (HBR)
Kyllinga vaginata Lam.
R. Baaske (MPUC 11052)
Lipocarpha humboldtiana Nees
R. Setubal et al. 318 (ICN)
Machaerina austrobrasiliensis M. T. Strong.
R. Reitz & R. Klein 7165 (HBR)
Pleurostachys stricta Kunth
B. Rambo 36637 (PACA)
Pycreus lanceolatus (Poir.) C.B. Clarke
I. Boldrini & L. Eggers 1342 (ICN)
Pycreus niger (Ruiz & Pav.) Cufod.
B. Rambo 54694 (PACA)
Pycreus unioloides (R. Br.) Urb.
B. Rambo 36650 (PACA)
Rhynchospora barrosiana Guagl.
I. Boldrini & L. Eggers 1382 (ICN)
Rhynchospora biflora Boeck.
B. Rambo 54023 (PACA)
Rhynchospora brasiliensis Boeck.
B. Rambo 53831 (PACA)
Rhynchospora brownii ssp. americana Guagl.
I. Boldrini & L. Eggers 1343 (ICN)
Rhynchospora corymbosa (L.) Britton
R. Trevisan et al. 394 (ICN)
Rhynchospora emaciata (Nees) Boeck.
R. Setubal et al. 313 (ICN)
Rhynchospora flexuosa C.B. Clarke
I. Boldrini & L. Eggers 1347 (ICN)
Rhynchospora globosa (Kunth) Roem. & Schult.
L. Smith & R. Reitz 10012 (HBR)
Rhynchospora gollmeri Boeck.
R. Trevisan 808 (ICN)
Rhynchospora hieronymii ssp. montevidensis (Barros) Guagl.
J. Mauhs (PACA 87022)
Rhynchospora holoschoenoides (Rich.) Herter
Sem testemunho
Rhynchospora junciformis (Kunth) Boeck.
L. Smith & R. Klein 11219 (R)
Rhynchospora loefgrenii Boeck.
B. Rambo 52079 (HBR, PACA)
Rhynchospora marisculus Lindl. ex Nees
P.M.A. Ferreira 94 (MPUC)
Rhynchospora megapotamica (A. Spreng.) H. Pfeiff.
R. Trevisan et al. 397 (ICN)
Rhynchospora polyantha Steud.
R. Trevisan et al. 372 (ICN)
Rhynchospora pungens Liebm.
I. Boldrini & L. Eggers 1319 (ICN)
Rhynchospora riparia (Nees) Boeck.
R. Setubal et al. 315 (ICN)
Rhynchospora rugosa (Vahl) Gale
B. Rambo 54714 (PACA)
Rhynchospora scutellata Griseb.
Sem testemunho
Rhynchospora setigera Griseb.
I. Boldrini et al. 1415 (ICN)
Rhynchospora subtilis Boeck.
R. Reitz 3739 (R)
Rhynchospora tenuis Link
L. Smith & R. Reitz 10324 (HBR)
Rhynchospora uleana Boeck.
R. Reitz & R. Klein 7970 (HBR)
Rhynchospora uniflora Boeck.
B. Rambo 35200 (PACA)
Schuenus lymansmithii M. T. Strong
L. Smith & R. Reitz 14230 (HBR)
Scleria balansae Maury
I. Boldrini & L. Eggers 1333 (ICN)
Scleria ciliata Michx.
Sem testemunho
Scleria distans Poir.
R. Reitz & R. Klein 8424 (HBR)
Scleria sellowiana Kunth
I. Boldrini & L. Eggers 1336 (ICN)
Websteria confervoides (Poiret) Hooper
B. Rambo 54656 (PACA)
Drosera brevifolia Pursh
M. Sobral 3170 (CN)
Drosera communis A. St.-Hil.
L. Arzivenco (ICN 62667)
Drosera villosa A. St.-Hil.
D. Falkenberg & F.A. Silva-Filho 5918
(ICN)
Agarista chlorantha (Cham.) G. Don
N. Matzenbacher (ICN 103346)
Agarista eucalyptoides (Cham. & Schltdl.) G. Don
M.R. Ritter 1456 (ICN)
Agarista niederleinii (Sleumer) Judd
J.L. Waechter 1917 (ICN)
Agarista nummularia (Cham. & Schltdl.) G. Don
J. Paz 33 (ICN)
Gaultheria ulei Sleumer
R. Reitz & R. Klein 8117 (HBR)
Gaylussacia angustifolia Cham.
R. Reitz & R. Klein 7444 (HBR)
Gaylussacia brasiliensis (Spreng.) Meisn.
L. Smith & R. Reitz 10164 (HBR)
Continua...
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Cyperaceae
P.M.A. Ferreira 99 (MPUC)
79
Flora . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Lista das Espécies Ocorrentes na Área de Estudo
80
Eriocaulaceae
Gaylussacia pseudogaultheria Cham. & Schltdl.
B. Rambo 45385 (PACA)
Eriocaulon gomphrenoides Kunth
J. Paz 18 (ICN)
Eriocaulon ligulatum (Vell.) L.B.Smith
L. Smith & R. Klein 8240 (HBR)
Paepalanthus caldensis Malme
L. Smith & R. Klein 8203 (HBR)
Paepalanthus catharinae Ruhland
L. Smith & R. Reitz 10131 (HBR)
Paepalanthus henriquei Silveira & Ruhland
B. Rambo 49606 (PACA)
Paepalanthus polyanthus (Bongard) Kunth
R. Reitz 4687 (HBR)
Syngonanthus caulescens (Poir.) Ruhland
L. Smith & R. Reitz 14314 (HBR)
Syngonanthus gracilis (Bong.) Ruhland
J. Paz 110 (ICN)
Acalypha communis Müll. Arg.
A. Allem (ICN 26912)
Acalypha poiretii Spreng.
L. Smith & R. Klein 7850 (HBR)
Croton calycireduplicatus Allem
B. Rambo 51528 (PACA)
Croton erythroxyloides Baill.
R. Reitz & R. Klein 6990 (HBR)
Croton glandulosus L.
L. Smith & R. Klein 8085 (HBR)
Croton laseguei Müll. Arg.
L. Smith & R. Klein 15466 (HBR)
Croton lobatus L.
R. Reitz 6583 (HBR)
Croton migrans Casaretto
L. Smith & R. Klein 10153 (HBR)
Croton pallidulus var. myrianthus (Mull. Arg) L.B. Smith & S.F.
L. Smith & R. Klein 8123 (HBR)
Smith
Euphorbiaceae
Fabaceae
Euphorbia hirtella Boiss.
A. Pott 517 (ICN)
Euphorbia hyssopifolia L.
L. Smith & R. Klein 11134 (HBR)
Euphorbia papillosa A.St.-Hil.
R. Reitz 6518 (HBR)
Euphorbia paranensis Dusén
B. Rambo 51680 (PACA)
Euphorbia peperomioides Boiss.
B. Rambo 53860 (PACA)
Euphorbia spathulata Lam.
R. Reitz 2704 (HBR)
Euphorbia stenophylla (Klotzch & Garcke) Boiss.
L. Smith & R. Reitz 14265 (HBR)
Phyllanthus niruri L.
J.F.M. Valls 563 (ICN)
Phyllanthus ramillosus Müll. Arg.
B. Rambo 54069 (PACA)
Tragia uberabana Müll. Arg.
S. Miotto 808 (ICN)
Tragia volubilis L.
L. Arzivenco 99 (ICN)
Adesmia araujoi Burkart
J.F.M. Valls et al. 10801 (ICN)
Adesmia arillata Miotto
J.F.M. Valls et al. 7955 (ICN)
Adesmia ciliata Vogel
I. Boldrini & L. Eggers 1377 (ICN)
Adesmia incana Vogel var. incana
M. Neves 579 (HAS)
Adesmia latifolia (Spreng.) Vogel
J.F.M. Valls et al. 7963 (ICN)
Adesmia psoraleoides Vogel
I. Boldrini & L. Eggers 1332 (ICN)
Adesmia punctata var. hilariana Benth.
J.F.M. Valls et al. 7989 (ICN)
Adesmia reitziana Burkart
J.F.M. Valls et al. 8045 (ICN)
Adesmia rocinhensis Burkart
J.F.M. Valls et al. 10805 (ICN)
Adesmia sulina Miotto
J.F.M. Valls et al. 8091 (ICN)
Adesmia tristis Vogel
J.F.M. Valls et al. 7923 (ICN)
Aeschynomene elegans Schltdl. & Cham.
L. Arzivenco 574 (ICN)
Calliandra brevipes Benth.
J. Dutra 780 (ICN)
Calopogonium coeruleum( Benth.) Sauv.
J.C. Lindeman & J.F.M. Valls (ICN 9499)
Collaea stenophylla ( Hook. & Arn.) Benth.
S. Miotto 793 (ICN)
Crotalaria hilariana Benth.
I. Boldrini et al. 1421 (ICN)
Desmanthus virgatus (L.) Willd.
L. Arzivenco 564 (ICN)
Desmodium affine Schltdl.
M.L. Abruzzi 316 (ICN)
Continua...
Flora . Anexos
Lista das Espécies Ocorrentes na Área de Estudo
Desmodium craspediferum A. M.G.de Azevedo & M.L.A.A.de
B. Rambo 35064 (SI)
Oliveira
S. Miotto 1263 (ICN)
Desmodium hassleri (Schindl.) Burkart
Sem testemunho
Desmodium incanum DC.
M.L. Abruzzi 349 (ICN)
Desmodium leiocarpum (Spreng.) G.Don
M. Sobral et al. 8221 (ICN)
Desmodium pachyrhizum Vogel
M.L. Abruzzi 327 (ICN)
Desmodium polygaloides var. dutrae (Malme) Malme
M.L. Abruzzi 318 (ICN)
Desmodium triarticulatum Malme
M.L. Abruzzi 319 (ICN)
Desmodium uncinatum (Jacq.) DC.
M.L. Abruzzi 334 (ICN)
Eriosema crinitum var. macrophyllum Grear
A.S. Flores 63 (ICN)
Eriosema longifolium Benth.
S. Miotto 759 (ICN)
Eriosema tacuaremboense Arechav.
S. Miotto 784 (ICN)
Galactia benthamiana Micheli
S. Miotto 803 (ICN)
Galactia gracillima Benth.
S. Miotto 892 (ICN)
Galactia marginalis Benth.
S. Miotto 1266 (ICN)
Galactia neesii var. australis Malme
S. Miotto 785 (ICN)
Galactia pretiosa Burkart
S. Miotto 778 (ICN)
Indigofera asperifolia Bong. ex Benth.
S. Miotto 1489 (ICN)
Lathyrus crassipes Gillies ex Hook.& Arn.
E.E. Neubert 48 (ICN)
Lathyrus hasslerianus Burkart
E.E. Neubert (ICN 114292)
Lathyrus linearifolius Vogel
E.E. Neubert 178 (ICN)
Lathyrus nervosus Lam.
I. Boldrini et al. 1422 (ICN)
Lathyrus nitens Vogel
E.E. Neubert 179 (ICN)
Lathyrus paraguariensis Hassl.
E.E. Neubert 91 (ICN)
Lathyrus paranensis Burkart
E.E. Neubert 173 (ICN)
Lathyrus parodii Burkart
E.E. Neubert 165 (ICN)
Lathyrus pubescens Hook.& Arn.
E.E. Neubert 53 (ICN)
Lupinus bracteolaris Desr.
S. Miotto 1765 & M.Pinheiro 197(ICN)
Lupinus gibertianus C. P. Sm.
S. Miotto 1075 (ICN)
Lupinus guaraniticus ( Hassl.) C. P. Sm.
S. Miotto1218 (ICN)
Lupinus lanatus Benth.
S. Miotto1254 (ICN)
Lupinus magnistipulatus Planchuelo & Dunn
M. Pinheiro 122 (ICN)
Lupinus multiflorus Desr.
S. Miotto 1746 (ICN)
Lupinus paraguariensis Chodat & Hassl.
M. Pinheiro 190 (ICN)
Lupinus paranensis C. P. Sm.
S. Miotto 1724 (ICN)
Lupinus reitzii M. Pinheiro & Miotto
M. Pinheiro 128 (ICN)
Lupinus rubriflorus Planchuelo
M. Pinheiro 118 (ICN)
Lupinus uleanus C. P. Sm.
S. Miotto 1849 (ICN)
Macroptilium prostratum (Benth.) Urb.
S. Miotto1029 (ICN)
*Medicago lupulina L.
S. Miotto 1731 (ICN)
Mimosa acerba var. latifolia Benth.
Pereira et Pabst I - 1964 (HB)
Mimosa aparadensis Burkart
B. Rambo 32414 (PACA)
Mimosa bracteolaris Benth.
S.A. de Rego & M. Paiva (ICN 81145)
Mimosa cruenta Benth. var. cruenta
J.A. Jarenkow 21 (ICN)
Continua...
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Fabaceae
Desmodium cuneatum Hook. & Arn.
81
Flora . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Lista das Espécies Ocorrentes na Área de Estudo
82
Fabaceae
Mimosa daleoidesBenth.
B. Rambo 51402 (PACA)
Mimosa dutrae Malme
M.L. Oliveira 467 (ICN)
Mimosa fachinalensis Burkart
J.R. Stehmann (ICN 84023)
Mimosa incana (Spreng.) Benth.
D. Lins 17 (ICN)
Mimosa involucrata Benth.
R. Setubal et al. 847 (ICN)
Mimosa lanata Benth.
A. Sehnem 5462 (PACA)
Mimosa meticulosa Mart.
L. Smith & R. Klein 12215 (US)
Mimosa myriophylla Bong. ex Benth.
M. Sobral et al. 8828 (ICN)
Mimosa niederleinii var. riograndensis Burkart
L. Smith & R. Klein 11316 (HBR)
Mimosa oblonga Benth.
G. Hatschbach et al. 78131 (ICN)
Mimosa pseudincana Burkart
J.R. Matto 1554 (HBR)
Mimosa ramentacea Burkart
L. Smith & R. Klein 7797 (SI)
Mimosa ramosissima Benth. var. ramosissima
D. Lins 13 (ICN)
Mimosa simulans Burkart
L. Smith & R. Klein 8165 (HBR)
Mimosa sparsa Benth.
Irmão Ligório 1665 (ICN)
Mimosa taimbensis Burkart.
D. Lins 45 (ICN)
Poiretia latifolia Vogel
S. Miotto 1540 (ICN)
Poiretia tetraphylla (Poir.) Burkart
S. Miotto 1908 (ICN)
Rhynchosia corylifolia Mart. ex Benth.
S. Miotto 789 (ICN)
Rhynchosia diversifolia Micheli
S. Miotto 980 (ICN)
Rhynchosia lineata Benth.
S. Miotto 823 (ICN)
Senna neglecta (Vogel) H.S. Irwin & Barneby
A. Flores & R.S. Rodrigues 395 (ICN)
Senna oblongifolia (Vogel) H.S. Irwin & Barneby
S. Miotto 2043 (ICN)
Stylosanthes montevidensis Vogel
S. Miotto 788 (ICN)
Tephrosia adunca Benth.
S. Miotto 1634 (ICN)
*Trifolium dubium Sibth.
S. Miotto 1745 (ICN)
*Trifolium pratense L.
S. Miotto1073 (ICN)
*Trifolium repens L.
C.R. Dillenburg 41 (ICN)
Trifolium riograndense Burkart
S. Miotto 975 (ICN)
*Ulex europaeus L.
S. Miotto 600 (ICN)
*Vicia angustifolia L.
S. Miotto 1074 (ICN)
Vicia graminea var. nigricarpa N.R. Bastos & Miotto
E.E. Neubert (ICN 110442)
Vicia montevidensis Vogel
M. Sobral et al. 7632 (ICN)
*Vicia sativa L.
S. Miotto 1736 (ICN)
Vicia stenophylla Vogel
C. Mondin (ICN 110419)
Vigna linearis (Kunth) Marèchal, Mascherpa & Stainier
J.R. Stehmann 303 (ICN)
Vigna peduncularis var. clitorioides (Mart. ex Benth.) Marechal,
S. Miotto 782 (ICN)
Mascherpa & Stainier
Zornia multinervosa Burkart ex Bacigalupo
M.L. Oliveira 448 (ICN)
Zornia ramboiana Mohlenbr.
M.L. Abruzzi 317 (ICN)
Zornia reticulata Sm.
S. Miotto (ICN 87053)
Gentianaceae
Curtia conferta (Mart.) Knobl.
B. Rambo (ICN 16211)
Geraniaceae
Geranium arachnoideum A. St.-Hil.
Sem testemunho
Sinningia allagophylla (Mart.) Wiehler
M. Sobral 3637 (ICN)
Gesneriaceae
Sinningia elatior (Kunth) Chautems
J.L. Waechter 1977 (ICN)
Sinningia macrostachya (Lindl.) Chautems
Sem testemunho
Continua...
Flora . Anexos
Lista das Espécies Ocorrentes na Área de Estudo
Gesneriaceae
Sinningia sceptrum (Mart.) Wiehler
Sem testemunho
Sinningia warmingii (Hiern.) Chautems
J.R. Stehmann 98 (ICN)
Grossulariaceae
Escallonia biffida Link. & Otto
J.R. Stehmann (ICN 69672)
Escallonia chlorophylla Cham. & Schltdl.
J. C. Lindeman et al. (ICN 21229)
Hydroleaceae
Hypoxidaceae
Iridaceae
Juncaceae
Lamiaceae
J.R. Stehmann 567 (ICN)
D. Falkenberg et al. 4265 (ICN)
Hypericum connatum Lam.
S. Miotto (ICN 64874)
Hypericum cordiforme A.St.-Hil.
M. Sobral 1984 (ICN)
Hypericum denudatum A. St.-Hil.
J.A. Jarenkow & R. Bueno 16 (ICN)
Hypericum mutilum L.
M. Sobral 2988 (ICN)
Hypericum rigidum A.St.-Hil.
B. Rambo 49408 (ICN)
Hypoxis decumbens L.
S. Miotto 1056 (ICN)
Calydorea approximata R.C. Foster
L. Eggers & T. Souza-Chies 97 (ICN)
Calydorea campestris (Klatt) Baker
L. Eggers & T. Souza-Chies 104 (ICN)
Cypella coelestis (Lehm.) Diels
Sem testemunho
Cypella herbertii (Lindl.) Herb.
Sem testemunho
Gelasine coerulea (Vell.) Ravena
A. Schneider 1544 (ICN)
Gelasine elongata (Graham) Ravenna
A. Leonhardt & M.L. Lorscheiter (ICN
146341)
Herbertia lahue (Molina) Goldblatt
L. Eggers & T. Souza-Chies 162 (ICN)
Herbertia pulchella Sweet
Sem testemunho
Sisyrinchium megapotamicum Malme
L. Eggers & T. Souza-Chies 121(ICN)
Sisyrinchium micranthum Cav.
L. Eggers & T. Souza-Chies 90 (ICN)
Sisyrinchium palmifolium L.
B. Rambo 36613 (ICN)
Sisyrinchium sellowianum Klatt
S. Miotto & E. Franco (ICN 64897)
Sisyrinchium setaceum Klatt
A. Schneider 1236 (ICN)
Sisyrinchium sp. nov.
L. Eggers & T. Souza-Chies 101 (ICN)
Sisyrinchium vaginatum Spreng.
S. Miotto 797 (ICN)
Juncus bufonius L.
C. Luz (ICN 127726)
Juncus capillaceus Lam.
A.M. Girardi-Deiro (ICN 21762)
Juncus conglomeratus L.
C. Luz (ICN 127737)
Juncus densiflorus H.B.K.
L. Arzivenco 478 (ICN)
Juncus effusus L.
C. Luz (ICN 127745)
Juncus marginatus Rostkov
C. Luz (ICN 127744)
Juncus microcephalus H.B.K.
H.M. Longhi-Wagner 8771 (ICN)
Juncus pallescens Lam.
A. Trojan (URG 649)
Juncus ramboi Barros
J. Paz 124 (ICN)
Juncus scirpoides Lam.
C. Luz (ICN 127735)
Juncus tenuis Willd.
C. Luz (ICN 127728)
Luzula ulei Buchenau
I. Boldrini et al. 1407 (ICN)
Cunila angustifolia Benth.
M. Sobral et al. 6453 (ICN)
Cunila galioides Benth.
M.R. Ritter 1002 (ICN)
Cunila menthiformis Epling
S. Bordignon et al. 1291 (ICN)
Cunila microcephala Benth.
Sem testemunho
Cunila platyphylla Epling
J.R. Stehmann 570 (ICN)
Cunila spicata Benth.
S. Bordignon et al. 1293 (ICN)
Glechon discolor Epling
S. Bordignon et al. 1299 (ICN)
Glechon spathulata Benth.
S. Bordignon et al. 1294 (ICN)
Continua...
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Hypericaceae
Hydrolea spinosa L.
Hypericum brasiliense Choisy
83
Flora . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Lista das Espécies Ocorrentes na Área de Estudo
84
Lamiaceae
Lentibulariaceae
Loasaceae
Loganiaceae
Lythraceae
Malpighiaceae
Malvaceae
Hesperozygis nitida (Benth.) Epling
J. Cordeiro & E. Barbosa 941 (ICN)
Hedeoma sp.
V.F. Kinupp & J.A. Jarenkow (ICN 2614)
Hyptis aff. balansae
M. Sobral 4908 (ICN)
Hyptis heterodon Epling
R. Reitz & R. Klein 10858 (HBR)
Hyptis muelleri Briq.
B. Rambo 51627 (PACA)
Hyptis stricta Benth.
B. Rambo 52099 (PACA)
Peltodon longipes St.-Hil.
J.R. Stehmann 430 (ICN)
Prunella vulgaris L.
L. Arzivenco (ICN 44321)
Rhabdocaulon gracilis (Benth.) Epling
J.R. Stehmann (ICN 68938)
Salvia brevipes Benth.
J. R. Stehmann 420 (ICN)
Salvia congestiflora Epling
J. R. Stehmann & L. Mentz (ICN 95378)
Salvia guaranitica St.Hilaire ex Benth.
L. Arzivenco (ICN 95382)
Salvia procurrens Benth.
B. Rambo 36231 (ICN)
Salvia regnelliana Briq.
J.R. Stehmann 243 (ICN)
Scutellaria racemosa Pers.
S. Miotto (ICN 64863)
Stachys arvensis L.
Irmão Augusto (ICN 19161)
Stachys gilliesii Benth.
Sem testemunho
Stachys micheliana Briq.
S. Bordignon et al. 1329 (ICN)
Utricularia laxa St. Hilaire & Girardi
N. I. Matzenbacher 422 (ICN)
Utricularia reniformis A. St.-Hil.
M. Sobral et al. 5434 (ICN)
Utricularia subulata L.
J. Goergen (ICN 50046)
Utricularia tridentata Sylvén
A.G. Ferreira & B. E. Irgang (ICN 7267)
Blumenbachia latifolia Cambess.
B. Irgang (ICN 7777)
Spigelia humboldtiana Cham. & Schltdl.
M. Sobral & J. R. Stehmann 2674 (ICN)
Cuphea carthagenensis ( Jacq.) J.F. Macbr.
S. C. Boechat (ICN 41739)
Cuphea glutinosa Cham. & Schltdl.
S. Miotto & E. Franco (ICN 64904)
Cuphea linarioides Cham. & Schltdl.
L. Smith & R. Klein 8102 (HBR)
Cuphea origanifolia Cham. & Schltdl.
B. Rambo 36515 (ICN)
Cuphea thymoides Cham. & Schltdl.
Sem testemunho
Cuphea urbaniana Koehne
M. Sobral et al. 9491 (ICN)
Cuphea varia Koehne ex Bacig.
D. Falkenberg & P. Berry 2306 (ICN)
Heimia myrtifolia Cham.& Schltdl.
D. Falkenberg et al. 4117 (ICN)
Heimia salicifolia Link
Sem testemunho
Galphimia brasiliensis (L.) A. Juss.
Sem testemunho
Janusia guaranitica (A. St.-Hil.) A. Juss.
L. Arzivenco (ICN 63291)
Krapovickasia macrodon (DC.) Fryxell
S. Miotto & E. Franco (ICN 64843)
Krapovickasia urticifolia (A. St.-Hil.) Fryxell
M. Grings 571 (ICN)
Monteiroa bullata (Ekman) Krapov.
Sobral & Stehmann 2694 (CTES)
Monteiroa glomerata (Hook & Arn.) Krapov.
Bueno 4674 (HAS)
Monteiroa ptarmicifolia (A. St.-Hil. & Naudin) Krapov.
B. Rambo 44870 (CTES)
Pavonia distinguenda A. St.-Hil. & Naudin
B. Rambo 44603 (ICN)
Pavonia dusenii Krapov.
M. Grings 515 (ICN)
Pavonia friesii Krapov.
A. Krapovickas & Schinini 38223 (HAS)
Pavonia guerkeana R.E. Fr.
A. Krapovickas & Vanni 37036 (ICN)
Pavonia hastata Cav.
B. Rambo (ICN 16561)
Pavonia kleinii Krapovickas & Cristóbal
A. Krapovickas & C. Cristobal 38408
(HAS)
Pavonia lanata R. E. Fr.
B. Rambo 45491 (ICN)
Continua...
Flora . Anexos
Lista das Espécies Ocorrentes na Área de Estudo
Pavonia prionophylla R. E. Fr.
Malvaceae
Pavonia ramosissima (Arechavaleta) Fryxell & Krapov.
B. Rambo 31098 (CTES)
Pavonia reticulata Garck.
S. Miotto & E. Franco (ICN 64842)
Sida potentilloides A.St.-Hil.
Sem testemunho
Sida rhombifolia L.
Sem testemunho
Waltheria douradinha A. St.-Hil.
Reitz & Klein 14001 (HBR)
Leandra camporum Brade
D. Falkenberg (ICN 53579)
Rhynchanthera brachyrhyncha Cham.
J. Paz 77 (ICN)
Rhynchanthera cordata DC.
R. Reitz & R. Klein 859 (HBR)
Tibouchina cerastifolia Cogn.
M. Sobral et al. 5030 (ICN)
Tibouchina clinopodifolia (DC.) Cogn.
J.A. Jarenkow (ICN 59024)
Tibouchina debilis (Cham.) Cogn.
L. Arzivenco 697 (ICN)
Tibouchina gracilis (Bonpl.) Cogn.
M. Sobral 100 (ICN)
Tibouchina ramboi Brade
D.B. Falkenberg 4720 (ICN)
Tibouchina rupestris Cogn.
J.R. Stehmann (ICN59077)
Tibouchina setoso-ciliata Cogn.
Sem testemunho
Tibouchina urbanii Cogn.
M.L. Porto et al (ICN 28422)
Myrsinaceae
Anagallis filiformis Cham.& Schlltd.
M. Sobral (ICN 47052)
Myrtaceae
Campomanesia aurea O. Berg
V.F. Kinupp & H. Lorenzi 3090 (ICN)
Orchidaceae
Orobanchaceae
Oxalidaceae
Psidium luridum (Spreng.) Burret
R. Setubal et al. 302 (ICN)
Beadlea trifasciata ( Schltr) Garay
Sem testemunho
Cleistes australis Schltr.
Sem testemunho
Cleistes paranaensis (Barb. Rodr.) Schltr.
Sem testemunho
Cleistes ramboi Pabst
J. Paz 104 (ICN)
Cyanaeorchis arundinae Barb. Rodr.
J.L. Waechter 2000 (ICN)
Cyclopogon apricus (Lindl.) Schltr.
K. Hagelund 12433 (ICN)
Cyclopogon elatus (Sw.) Schltr.
K. Kleeblank 2 (ICN)
Epidendrum secundum Jacq.
C. R. Busatto 441 (ICN)
Habenaria araneiflora Barb. Rodr.
Sem testemunho
Habenaria fastor Lindl. ex Warm.
R. Setubal et al. 848 (ICN)
Habenaria megapotamensis Hoehne
J. Dutra 1092 (ICN)
Habenaria montevidensis Spreng.
J. Dutra 1082 (ICN)
Habenaria parviflora (Vell.) Munz
R. Setubal et al. 849 (ICN)
Habenaria repens var. gracilis Hohene & Luederw.
J. Dutra 1071 (ICN)
Pelexia lindmaniana (Kraenzl.) Schltr.
J. Dutra 1196 (ICN)
Pelexia oestrifera (Rchb. f. & Warm.) Schltr.
J. Dutra 1191 (ICN)
Sacoila lanceolata (Aubl.) Garay
J.L. Waechter 1854 (ICN)
Sarcoglottis uliginosa Barb. Rodr.
J. Dutra 1169 (ICN)
Skeptrostachys arechavaletanii (Barb. Rodr.) Garay
Sem testemunho
Skeptrostachys balanophorostachya (Rchb. f. ex Warm.) Garay
R. Setubal et al. 850 (ICN)
Agalinis communis (Cham. & Schlecht.) D’Arcy
L. Smith & R. Klein 11269 (HBR)
Buchnera longifolia Kunth
B. Rambo 56374 (PACA)
Castilleja arvensis Cham. & Schlecht.
E. Pereira & Pabst 6346 (RB)
Escobedia grandiflora (L.f.) Kuntze
E. Pereira 8436 (RB)
Esterhazya splendida Mikan
R. Reitz & R. Klein 8162 (HBR)
Oxalis articulata Savigny
Reitz & Klein 14564 (HBR)
Oxalis bipartita ssp. pabstii Lourteig
Reitz & Klein 7928 (HBR)
Oxalis bipartita St. Hil. ssp. bipartita
Reitz & Klein 7693 (HBR)
Continua...
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Melastomaceae
A. Krapovickas et al. 22999 (ICN)
85
Flora . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Lista das Espécies Ocorrentes na Área de Estudo
86
Oxalidaceae
Passifloraceae
Plantaginaceae
Poaceae
Oxalis brasiliensis Loddiges
B. Rambo 55932 (PACA)
Oxalis debilis H.B.K.
Reitz & Klein 5450 (HBR)
Oxalis floribunda Lehmann
Reitz & Klein 16314 (HBR)
Oxalis geralensis Knuth
Reitz & Klein 13929 (HBR)
Oxalis hispidula Zuccarini
Reitz & Klein 16272 (HBR)
Oxalis linarantha Lourteig
Reitz & Klein 9966 (HBR)
Oxalis rupestris Larrañaga
Reitz & Klein 7180 (HBR)
Oxalis telamatica Lourteig
Reitz & Klein 7689 (HBR)
Oxalis tenerrima Knuth
Reitz & Klein 7840 (HBR)
Passiflora foetida var. nigelliflora (Hook.) Mast.
A.P. Lorenz et al. (ICN 125477)
Angelonia integerrima Spreng.
B. Rambo 52072 (PACA)
Bacopa monnieri (L.) Wettst.
I. Boldrini et al. 1393 (ICN)
Gratiola peruviana L.
R. Reitz & R. Klein 7739 (HBR)
Mecardonia caespitosa (Cham.) Pennell
R. Reitz & R. Klein 7664 (HBR)
Mecardonia tenella (Cham. & Schlecht.) Pennell
L. Smith & R. Klein 10173 (HBR)
Plantago australis Lam.
H.M. Longhi-Wagner et al. 1818 (ICN)
Plantago commersoniana Decne.
I. Boldrini & L. Eggers 1378 (ICN)
Plantago guilleminiana Decne.
I. Boldrini et al. 1410 (ICN)
Stemodia hyptoides Cham. & Schlecht.
R. Reitz 6637 (HBR)
Agenium villosum (Nees) Pilger
H.M. Longhi-Wagner 3415 (ICN)
Agrostis alba L.
W.D. Clayton 4471 (BLA)
Agrostis exasperata Trin.
J.R. Swallen 5175 (PEL)
Agrostis hygrometrica Nees
I. Boldrini et al. 1340 (ICN)
Agrostis lenis Roseng., B.R. Arrill. & Izag.
L. Arzivenco 518 (ICN)
Agrostis longiberbis Hack. ex L.B. Sm.
S.C. Boechat (ICN 41068)
Agrostis montevidensis Spreng. ex Nees
B. Rambo 6994 (PACA)
Agrostis platensis Parodi
L. Arzivenco (ICN 62954)
Agrostis ramboi Parodi
H.M. Longhi-Wagner & Garcia 7367
(ICN)
Agrostis tandilensis (Kuntze) Parodi
J.F.M. Valls & A. Pott 631 (BLA)
Agrostis tenuis Sibth.
A. Normann 282 (BLA)
Amphibromus quadridentulus (Döll) Swallen
L. Arzivenco 110 (ICN)
Andropogon lateralis Nees
H.M. Longhi-Wagner & C. Garcia 7316
(ICN)
Andropogon leucostachyus Kunth
Reitz 2851 (HBR)
Andropogon macrothrix Trin.
H.M. Longhi-Wagner 8818 (ICN)
Andropogon selloanus (Hack.) Hack.
J.F.M. Valls et al. 3123 (ICN)
Andropogon ternatus (Spreng.) Nees
Rodrigues 394 (ICN)
Andropogon virgatus Desv. ex Ham.
A. Zanin et al. 374 a (ICN)
*Anthoxanthum odoratum L.
G. Deiro et al.C974 (ICN 82435)
Aristida filifolia (Arechav.) Herter
I. Boldrini et al. 1330 (ICN)
Aristida flaccida Trin. & Rupr.
H.M. Longhi-Wagner et al. 1879 (ICN)
Aristida jubata (Arechav.) Herter
H.M. Longhi-Wagner et al. 3653 (ICN)
Aristida laevis (Nees) Kunth
H.M. Longhi-Wagner et al. 3662 (ICN)
Aristida megapotamica Spreng.
H.M. Longhi-Wagner et al. 7428 (ICN)
Aristida teretifolia Arechav.
H.M. Longhi-Wagner et al. 1894 (ICN)
Arundinella hispida (Humb. & Bonpl. ex Willd.) Kuntze
R. Setubal et al. 326 (ICN)
Aulonemia ulei (Hack.) McClure & L.B. Sm.
J.L. Waechter 890 (ICN)
Axonopus affinis Chase
J.F.M. Valls 129 (ICN)
Continua...
Flora . Anexos
Lista das Espécies Ocorrentes na Área de Estudo
Axonopus argentinus Parodi
Axonopus compressus (Sw.) P. Beauv.
L. Smith & R. Klein 15810 (HBR)
Axonopus fissifolius (Raddi) Kuhlmann
J.R. Mattos 5252 (HAS)
Axonopus ramboi G.A. Black
H.M. Longhi-Wagner & C. Garcia 7364
(ICN)
Axonopus siccus (Nees) Kuhlm.
H.M. Longhi-Wagner & I. Boldrini 1730
(ICN)
Axonopus suffultus (Mikan ex Trin.) Parodi
I. Boldrini et al. 1361 (ICN)
Axonopus sp. nov.
J.F.M. Valls 131 (ICN)
Bothriochloa exaristata (Nash) Henrard
Machado (BLA 4804)
Bothriochloa laguroides (DC.) Herter
H.M. Longhi-Wagner et al. 3576 (ICN)
Bothriochloa longipaniculata (Gould) Allred & Gould
H.M. Longhi-Wagner et al. 2293 (ICN)
Bothriochloa saccharoides (Sw.) Rydb.
A. Kappel 3187 (BLA)
Bothriochloa velutina M. Marchi & Longhi-Wagner
H.M. Longhi-Wagner et al. 1542 (ICN)
Briza bidentata Roseng., B.R. Arrill. & Izag.
H. Winge et al. 1288 (ICN)
Briza brachychaete Ekman
I. Boldrini et al. 1372 (ICN)
Briza brasiliensis (Nees ex Steud.) Ekman
M.T.S. Sampaio et al. 183 (ICN)
Briza calotheca (Trin.) Hack.
I. Boldrini et al. 1374 (ICN)
Briza juergensii Hack.
I. Boldrini et al. 1357 (ICN)
Briza lamarckiana Nees
I. Boldrini et al. 1335 (ICN)
Briza macrostachya (J. Presl) Steud.
J.F.M. Valls et al. 2445 (ICN)
Briza poaemorpha (J. Presl) Henrard
H.M. Longhi-Wagner 3418 (ICN)
Briza rufa (J. Presl) Steud.
H.M. Longhi-Wagner & L. Essi 8061
(ICN)
Briza scabra (Nees ex Steud.) Ekman
J.F.M. Valls 1578 (ICN)
Briza subaristata Lam.
H.M. Longhi-Wagner et al. 3618 (ICN)
Briza uniolae (Nees) Nees ex Steud.
H.M. Longhi-Wagner & L. Essi 8057
(ICN)
Bromus auleticus Trin. ex Nees
H.M. Longhi-Wagner 8747 (ICN)
Bromus brachyanthera Döll
H.M. Longhi-Wagner et al. 3412 (ICN)
Bromus catharticus Vahl
H.M. Longhi-Wagner et al. 3629 (ICN)
Calamagrostis alba (J. Presl) Steud.
H.M. Longhi-Wagner 7399 (ICN)
Calamagrostis longearistata (Wedd.) Hack. ex Sodiro
H.M. Longhi-Wagner & C. Garcia 7366
(ICN)
Calamagrostis reitzii Sw.
R. Reitz 2390 (HBR)
Calamagrostis viridiflavescens (Poir.) Steud.
A. Normann et al. 269 (BLA)
Canastra aristella (Döll) Zuloaga & Morrone
R. Trevisan 766 (ICN)
Chloris elata Desv.
Sem testemunho
Chloris pycnothrix Trin.
A. Kappel & I. Barreto (BLA 3848)
Chusquea windischii L.G. Clark
L. Clark et al. 1046 (SP)
Coelorhachis selloana (Hack.) A. Camus
S. Miotto (ICN 64950)
Cortaderia selloana (Schult. & Schult. f.) Asch. & Graebn.
M.L. Lorscheitter & L.R. Baptista (ICN
33400)
Danthonia cirrata Hack. & Arechav.
I. Boldrini et al. 1349 (ICN)
Danthonia montana Döll
I. Boldrini et al. 1365 (ICN)
Danthonia montevidensis Hack. & Arechav.
J.F.M. Valls & J.C. Lindeman 1865 (ICN)
Danthonia secundiflora J. Presl
H.M. Longhi-Wagner 1012 (ICN)
Deschampsia caespitosa (L.) P. Beauv.
I. Boldrini et al. 1366 (ICN)
Deschampsia juergensii (Hack.) Valencia
Dusén 17897 (S)
Dichanthelium sabulorum (Lam.) Gould & C.A. Clark
H.M. Longhi-Wagner & C. Garcia 7353
(ICN)
Digitaria balansae Henrard
L. Arzivenco 186 (coleção particular)
* Digitaria ciliaris (Retz.) Koeler
Camargo (HAS 71487)
Continua...
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Poaceae
R. Trevisan 344 (ICN)
87
Flora . Anexos
Lista das Espécies Ocorrentes na Área de Estudo
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Digitaria eriostachya Mez
88
Poaceae
I. Barreto (BLA 1032)
Digitaria insularis (L.) Fedde
R. Wasum & Pont 43 (HUCS)
Digitaria phaeothrix (Trin.) Parodi
H.M. Longhi-Wagner et al. 2660 (ICN)
Eleusine tristachya (Lam.) Lam.
Swallen 8131 (US)
Elionurus candidus (Trin.) Hack.
J. Dutra 536 (ICN)
Eragrostis airoides Nees
H.M. Longhi-Wagner & C. Garcia 7319
(ICN)
Eragrostis bahiensis Schrad. ex Schult.
Simas (BLA 3593)
Eragrostis cataclasta Nicora
J.F.M. Valls et al. 4434 (ICN)
*Eragrostis cilliaris (L.) R. Br.
B. Rambo 31340 (US)
Eragrostis lugens Nees
H.M. Longhi-Wagner & C. Garcia 7334
(ICN)
Eragrostis mexicana (Hornem.) Link
Z. Rúgolo et al. 1555 (ICN)
Eragrostis neesii Trin.
H.M. Longhi-Wagner 8819 (ICN)
*Eragrostis pilosa (L.) P. Beauv.
J.F.M. Valls et al. 4404 (ICN)
*Eragrostis plana Nees
J.F.M. Valls et al. 4522 (ICN)
Eragrostis polytricha Nees
H.M. Longhi-Wagner et al. 3613 (ICN)
Eragrostis purpurascens (Spreng.) Schult.
L. Arzivenco (BLA 12059)
Eragrostis seminuda Trin.
J.R. Swallen 8202 (US)
Eragrostis virescens J. Presl
A. Pott 1068 (BLA)
Eriochrysis cayennensis P. Beauv.
H.M. Longhi-Wagner & C. Garcia 7325
(ICN)
Eustachys distichophylla (Lag.) Nees
S. Pereira 131 (ICN)
Eustachys uliginosa (Hack.) Herter
J.F.M. Valls 2428 (ICN)
Festuca ampliflora Döll
J.F.M. Valls et al. 1893 (ICN)
Festuca ulochaeta Nees ex Steud.
H.M. Longhi-Wagner et al. 3407 (ICN)
Glyceria multiflora Steud.
H.M. Longhi-Wagner 8720 (ICN)
Gymnopogon burchellii (Munro ex Döll) Ekman
J.F.M. Valls et al. 4469 (ICN)
Gymnopogon grandiflorus Roseng., B.R. Arrill . & Izag.
I. Barreto & A. Kappel (BLA 4017)
*Holcus lanatus L.
H.M. Longhi-Wagner 9256 (ICN)
Hordeum stenostachys Godr.
L. Arzivenco (BLA 9008)
Hymenachne grumosa (Nees) Zuloaga
R. Wasum et al. (HUCS 3386)
Hymenachne pernambucensis (Spreng.) Zuloaga
L. Arzivenco 292 (BLA)
Ichnanthus procurrens (Nees ex Trin.) Swallen
H.M. Longhi-Wagner et al. 3665 (IICN)
Leersia hexandra Sw.
L. Arzivenco 528 (ICN)
Leptocoryphium lanatum (Kunth) Nees
L. Smith & R. Klein 8208 (HBR)
*Lolium multiflorum Lam.
Hickenbick & L. Arzivenco 17 (ICN)
Luziola peruviana Juss. ex J.F. Gmel
J. Paz 142 (ICN)
Melica arzivencoi Valls & Barcellos
J.F.M. Valls & L. Arzivenco 1411 (ICN)
Melica brasiliana Ard.
J. Dutra 527 (ICN)
Melica eremophila Torres
H.M. Longhi-Wagner et al. 1057 (ICN)
Melica hyalina Döll
J.F.M. Valls et al. 1889 (ICN)
Melica macra Nees
J.F.M. Valls et al. (ICN 25207)
Melica rigida Cav.
A. Pott et al. (BLA 7648 b)
Melica sarmentosa Nees
B. Rambo (PACA 44808)
Melica tenuis Hack. & Arechav.
J.F.M. Valls et al. 2441 (ICN)
Microchloa indica P. Beauv
L. Smith & R. Klein 11586 (HBR)
Panicum aquaticum Poir.
H.M. Longhi-Wagner et al. 6054 (ICN)
Panicum bergii Arechav.
I. Barreto (BLA 648)
Panicum dichotomiflorum Michx.
Froner (BLA 2970)
Panicum gouinii E. Fourn.
H.M. Longhi-Wagner & B. Irgang (ICN
48150)
Continua...
Flora . Anexos
Lista das Espécies Ocorrentes na Área de Estudo
L. Arzivenco (ICN 69947)
Panicum missionum Ekman
H.M. Longhi-Wagner et al. 6028 (ICN)
Panicum olyroides Kunth
H.M. Longhi-Wagner et al. 7430 (ICN)
Panicum ovuliferum Trin.
H.M. Longhi-Wagner et al. 6026 (ICN)
Panicum pantrichum Hack.
H.M. Longhi-Wagner et al. 6030 (ICN)
Panicum parvifolium Lam.
H.M. Longhi-Wagner et al. 6018 (ICN)
Panicum peladoense Henrard
L. Arzivenco 563 (ICN)
Panicum pilosum Sw.
R. Wasum (HUCS 2542)
Panicum rhizogonum Hack.
H.M. Longhi-Wagner et al. 6029 (ICN)
Panicum rude Nees
J.F.M. Valls & T. Soderstrom 2610 (ICN)
Panicum schenckii Hack.
S. Miotto (ICN 64931)
Panicum schwackeanum Mez
A. Guglieri et al. 77 (ICN)
Panicum sellowii Nees
J.F.M. Valls (ICN 28807)
Panicum stigmosum Trin.
H.M. Longhi-Wagner et al. 5097 (ICN)
Panicum superatum Hack.
J.F.M. Valls et al. (ICN 10018)
Panicum surrectum Chase ex Zuloaga & Morrone
H.M. Longhi-Wagner et al. 5096 (ICN)
Paspalidium geminatum (Forssk.) Stapf
Sem testemunho
Paspalum barretoi Canto-Dorow, Valls & Longhi-Wagner
I. Boldrini et al. 1345 (ICN)
Paspalum compressifolium Swallen
Z. Rúgolo et al. 1530 (ICN)
Paspalum conjugatum P.J. Bergius
J.R. Stehmann 626 (ICN)
Paspalum dilatatum Poir.
I. Boldrini et al. 1362 (ICN)
Paspalum durifolium Mez
L. Arzivenco 480 (ICN)
Paspalum exaltatum J. Presl
J. Dutra 1519 (ICN)
Paspalum filifolium Nees ex Steud.
L. Smith & R. Klein 15796 (ICN)
Paspalum guenoarum Arechav.
A. Kaprovickas et al. 23045 (ICN)
Paspalum haumanii var. pilosum Parodi
J. Dutra 1519 (ICN)
Paspalum inaequivalve Raddi
Fagundes (BLA 2881)
Paspalum intermedium Munro ex Morong & Britton
L. Arzivenco 715 (ICN)
Paspalum jurgensii Hack.
L. Arzivenco 618 (ICN)
Paspalum maculosum Trin.
I. Boldrini & H.M. Longhi-Wagner (ICN
82984)
Paspalum mandiocanum Trin.
H.M. Longhi-Wagner et al. 3642 (ICN)
Paspalum minus E. Fourn.
J.F.M. Valls 1344 (ICN)
Paspalum notatum Flüggé
H.M. Longhi-Wagner et al. 3614 (ICN)
Paspalum nummularium Chase ex Send. & A.G. Burm.
H.M. Longhi-Wagner & I. Boldrini 1729
(ICN)
Paspalum paniculatum L.
B. Rambo 40705 (PACA)
Paspalum pauciciliatum (Parodi) Herter
S. Miotto (ICN 64962)
Paspalum plicatulum Michx.
H.M. Longhi-Wagner et al. 3638 (ICN)
Paspalum polyphyllum Nees ex Trin.
H.M. Longhi-Wagner 9742 (ICN)
Paspalum pumilum Nees
I. Boldrini et al. 1373 (ICN)
Paspalum quadrifarium Lam.
L. Arzivenco 732 (ICN)
Paspalum quarinii Morrone & Zuloaga
J.F.M. Valls (ICN 82616)
Paspalum ramboi I.L. Barreto
H.M. Longhi-Wagner & I. Boldrini 1731
(ICN)
Paspalum rojasii Hack.
I. Barreto (BLA 2871)
Paspalum saurae (Parodi) Parodi
Z. Rúgolo et al. 1556 (ICN)
Paspalum urvillei Steud.
J.F.M. Valls (ICN 82618)
Paspalum yaguaronense Henrard
J.F.M. Valls 1908 (ICN)
Phalaris angusta Nees ex Trin.
J.R. Mattos 4987 (HAS)
*Phleum pratense L.
L. Arzivenco (BLA 7443)
Piptochaetium alpinum L.B. Sm.
A. Zanin et al. (ICN 68091)
Continua...
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Poaceae
Panicum millegrana Poir.
89
Flora . Anexos
Lista das Espécies Ocorrentes na Área de Estudo
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Piptochaetium bicolor (Vahl) E. Desv. var. bicolor
90
Poaceae
L.R. Baptista & H.M. Longhi-Wagner
(ICN 63563)
Piptochaetium lasianthum Griseb.
H.M. Longhi-Wagner et al. 1903 (ICN)
Piptochaetium montevidense (Spreng.) Parodi
H.M. Longhi-Wagner 3664 (ICN)
Piptochaetium palustre Mujica-Salles & Longhi-Wagner
I. Boldrini et al. 1375 (ICN)
Piptochaetium ruprechtianum E. Desv.
J. Mujica 111(ICN)
Piptochaetium stipoides (Trin. & Rupr.) Hack. ex Arechav.
S. Miotto (ICN 64941)
Piptochaetium uruguense Griseb.
L. Arzivenco 625 (ICN)
*Poa annua L.
Santiago et al. 312 (ICN)
Poa bonariensis (Lam.) Kunth
I. Barreto (ICN 24484)
Poa bradei Pilg.
H.M. Longhi-Wagner 8714 (ICN)
Poa lanigera Nees
I. Barreto (ICN 24481)
Poa reitzii Swallen
J.F.M. Valls et al. 1891 (ICN)
Polypogon chilensis (Kunth) Pilg.
L. Arzivenco (BLA 8246)
Polypogon elongatus Kunth
A. Normann 317 (BLA)
Saccharum angustifolium (Nees) Trin.
H.M. Longhi-Wagner et al. 6023 (ICN)
Saccharum asperum (Nees) Steud.
S.C. Boechat (ICN 41051)
Saccharum villosum Steud.
H.M. Longhi-Wagner 6080 (ICN)
Sacciolepis strumosa (J. Presl) Chase
J. Dutra 357 (ICN)
Schizachyrium condensatum (Kunth) Nees
H.M. Longhi-Wagner 9245 (ICN)
Schizachyrium imberbe (Hack.) A. Camus
I. Boldrini et al. 1384 (ICN)
Schizachyrium microstachyum (Desv. ex Ham.) Roseng., B.R. Arrill.
L. Smith & R. Reitz 16126 (HBR)
& Izag.
Schizachyrium spicatum (Spreng.) Herter
I. Boldrini et al. 1326 (ICN)
Schizachyrium tenerum Nees
H.M. Longhi-Wagner & C. Garcia 7347
(ICN)
Setaria parviflora (Poir.) Kerguélen
A. Normann 356 (BLA)
Sorghastrum albescens (E. Fourn.) Beetle
J.F.M. Valls et al. 2889 (ICN)
Sorghastrum minarum (Nees) Hitchc.
J.F.M. Valls et al. 2613 (ICN)
Sorghastrum nutans (L.) Nash
S.C. Boechat (ICN 41066)
Sorghastrum pellitum (Hack.) Parodi
L. Smith 15806 (ICN)
Sorghastrum scaberrimum (Nees) Herter
J.F.M. Valls et al. 4076 (ICN)
Sorghastrum stipoides (Kunth) Nash
B. Irgang (ICN 26450)
Sorghastrum viride Swallen
J. Dutra 460 (ICN)
Sporobolus adustus (Trin.) Roseng., B.R. Arrill. & Izag.
H.M. Longhi-Wagner 7396 (ICN)
Sporobolus camporum Swallen
I. Boldrini et al. 1350 (ICN)
Sporobolus indicus (L.) R. Br.
J.F.M. Valls et al. 2917 (ICN)
Sporobolus multinodis Hack.
I. Barreto (BLA 552)
Sporobolus pseudairoides Parodi
J.F.M. Valls & L. Arzivenco (BLA 8435)
Steinchisma decipiens (Nees ex Trin.) W.V. Br.
A. Guglieri 12 (ICN)
Steinchisma hians (Elliott) Nash
A. Guglieri et al. 83 (ICN)
Steinchisma laxa (Sw.) Zuloaga
I. Barreto (BLA 1059)
Stipa airoides Ekman
H.M. Longhi-Wagner et al. 1887 (ICN)
Stipa brasiliensis A. Zanin & Longhi-Wagner
A. Zanin et al. 153 (ICN)
Stipa filiculmis Delile
H.M. Longhi-Wagner et al. 1877 (ICN)
Stipa juergensii Hack.
H.M. Longhi-Wagner et al. 1904 (ICN)
Stipa megapotamia Spreng. ex Trin.
I. Boldrini et al. 1328 (ICN)
Stipa melanosperma J. Presl
H.M. Longhi-Wagner et al. 1848 (ICN)
Stipa nutans Hack.
A. Zanin et al. 182 (ICN)
Stipa planaltina A. Zanin & Longhi-Wagner
I. Boldrini et al. 1346 (ICN)
Stipa rhizomata A. Zanin & Longhi-Wagner
A. Zanin et al. 46 (ICN)
Stipa sellowiana Nees ex Trin. & Rupr.
H.M. Longhi-Wagner et al. 1830 (ICN)
Continua...
Flora . Anexos
Lista das Espécies Ocorrentes na Área de Estudo
Stipa setigera J. Presl
Polygalaceae
Polygonaceae
Ranunculaceae
Rhamnaceae
Rosaceae
Stipa tenuiculmis Hack.
I. Boldrini et al. 1360 (ICN)
Stipa vallsii A. Zanin & Longhi-Wagner
A. Zanin & Silva-Filho 147 (CEN)
Thrasyopsis juergensii (Hack.) Soderstr. & A.G. Burm.
Repenning (ICN 144892)
Trachypogon canescens Nees
B. Irgang (ICN 30655)
Trachypogon densus Swallen
I. Barreto (BLA 637)
Trachypogon filifolius (Hack.) Hitchc.
J.R. Swallen 8079 (PEL)
Trachypogon ligularis Nees
S. Miotto (ICN 65499)
Trachypogon montufarii (Kunth) Nees
H.M. Longhi-Wagner 1052 (ICN)
Vulpia australis (Nees ex Steud.) C.H. Blom
H.M. Longhi-Wagner et al. 3607 (ICN)
*Vulpia bromoides (L.) Gray
J.F.M. Valls et al. 2363 (ICN)
Monnina oblongifolia Arech.
R. Lüdtke 34 (ICN)
Monnina resedoides A. St.-Hil. & Moq.
R. Lüdtke 591 (ICN)
Monnina richardiana A. St.-Hil. & Moq.
R. Lüdke 294 (ICN)
Monnina tristaniana A. St.-Hil.
R. Lüdke 249 (ICN)
Polygala adenophylla A . St-Hil. & Moq.
Vianna & Michel (ICN 80399)
Polygala altomontana Ludtke, Boldrini & Miotto
I. Boldrini 1371 (ICN)
Polygala aphylla A . W. Benn
S. Miotto 1930 (ICN)
Polygala brasiliensis L.
I. Boldrini et al. 1395 (ICN)
Polygala campestris Gardner
I. Boldrini et al. 1445 (ICN)
Polygala extraaxillaris Chod
S. Miotto (ICN 64879)
Polygala lancifolia A.St.-Hil. & Moq.
M.L. Porto et al. 1566 (ICN)
Polygala leptocaulis Torr. & A . Gray
L. Arzivenco 471 (ICN)
Polygala linoides Poir.
I. Boldrini & L. Eggers 1358a (ICN)
Polygala longicaulis Kunth
B. Rambo 34693 (ICN)
Polygala paniculata L.
L. Arzivenco 313 (ICN)
Polygala pulchella A.St.-Hil. & Moq.
I. Boldrini & L. Eggers 1386 (ICN)
Polygala pumila Worl.
R. Lüdtke 225 (ICN)
Polygala sabulosa A W Benn.
I. Boldrini & L. Eggers 1379 (ICN)
Polygala selaginoides A . W. Benn.
J.A. Jarenkow 135 (ICN)
Polygala subverticillata Chod.
R. Reitz 5089 (PACA)
*Fagopyrum esculentum Moench
M.L. Porto 821 (ICN)
Polygonum acuminatum Kunth
J. Paz 53 (ICN)
Polygonum punctatum Elliot
Z. Ceroni (ICN 52320)
Polygonum setaceum Baldwin
J. Paz 54 (ICN)
Anemone decapetala Ard.
N. I. Matzenbacker (ICN 103764)
Ranunculus bonariensis Poir.
J. A. Jarenkow 107 (ICN)
Ranunculus flagelliformis Smith
L. Arzivenco 290 (ICN)
Ranunculus muricatus L.
M. Sobral 3180 (ICN)
Colletia paradoxa (Spreng.) Esc.
S. Miotto 943 (ICN)
Colletia spinosissima J. F. Gmel.
M. Sobral et al. 6441 (ICN)
Discaria americana Gill. & Hook.
A. Schneider 1469 (ICN)
Acaena eupatoria Cham. & Schltdl.
J.L. Waechter 1417 (ICN)
Agrimonia hirsuta (Muhl.) Bicknell
L.R. Baptista et al. (ICN 27743)
Geum parviflorum Sm.
B. Rambo 3639 (ICN)
Margyricarpus setosus Ruiz & Pav.
L.R. Baptista et al. (ICN 62680)
Borreria capitata (Ruiz & Pav.) DC.
J.C. Lindeman et al. (ICN 9350)
Borreria eryngioides Cham. & Schltdl.
B. Rambo 51687 (PACA)
Continua...
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Poaceae
I. Barreto (BLA 597)
91
Flora . Anexos
Lista das Espécies Ocorrentes na Área de Estudo
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Borreria verticillata (L.) G. Mey
92
Rubiaceae
Scrophulariaceae
Smilacaceae
Solanaceae
Sem testemunho
Coccocypselum reitzii L.B. Sm. & Dows
S. Miotto 767 (ICN)
Diodia alata Nees et Mart.
M.L. Porto et al. 1027 (ICN)
Diodia cymosa Cham.
B. Rambo 36712 (PACA)
Diodia dasycephala Cham. & Schltdl.
M.L. Porto 805 (ICN)
Diodia saponariifolia (Cham. & Schltdl.) K.Schum.
M.L. Porto et al. 1038 (ICN)
Emmeorrhiza umbellata (Spreng.) K. Schum.
B. Rambo 32117 (PACA)
Galianthe fastigiata Griseb.
A. Norman et al. (ICN 21259)
Galianthe laxa (Cham. & Schltdl.) E.L. Cabral
M.L. Porto 819 (ICN)
Galianthe valerianoides (Cham. & Schlltd.) E.L. Cabral
D. Falkenberg & F.A. Filho 6006 (ICN)
Galianthe verbenoides (Cham. & Schltdl.) Griseb.
J.C. Lindeman (ICN 9460)
Mitracarpus brasiliensis M.L. Porto & J.L. Waechter
J.L. Waechter 56 (ICN)
Relbunium equisetoides (Cham. & Schltdl.)
H. Winge et al. 1344 (ICN)
Relbunium hirtum ( Lam.) K. Schum.
H. Winge et al. 1021 (ICN)
Relbunium humile (Cham. & Schltdl.) K. Schum.
Nunes 72 (ICN)
Relbunium hypocarpium (L.) Hemsl.
H. Winge et al. 993 (ICN)
Relbunium mazocarpum Greenm.
Nunes 27 (ICN)
Relbunium megapotamicum Spreng.
H. Winge et al. 762 (ICN)
Relbunium nigro-ramosum Ehrend.
J. Mariath 1139 (ICN)
Relbunium richardianum (Gillies ex Hook.& Arn.) Hicken
H. Winge et al. 723 (ICN)
Relbunium salzmannii (DC.) Steud.
Almeida Rego & Paiva (ICN 81197)
Relbunium uruguayense Bacigalupo
H. Winge et al. 750 (ICN)
Relbunium valantioides (Cham. & Schltdl.) K. Schum.
J. Mariath 1116 (ICN)
Relbunium vile (Cham. & Schltdl.) K. Schum.
H. Winge et al. 1002 (ICN)
Richardia brasiliensis Gomes
M.L. Porto 1041 (ICN)
Richardia humistrata (Cham. & Schltdl.) Steud.
J.C. Lindmann et al. (ICN 21237)
Buddleja campestris ( Velloso) Walp.
J. R. Stehmann & M. Sobral (ICN 46666)
Buddleja cestriflora Cham.
M. Sobral, M. Pinheiro & S. Miotto 8976
(ICN)
Buddleja grandiflora Cham. & Schltdl.
Sem testemunho
Buddleja longiflora Brade
A. Schneider 1472 (ICN)
Buddleja reitzii E.M. Norman & L.B. Sm.
J. Paz 16 (ICN)
Verbascum virgatum Stokes
L. Smith & R. Reitz 10211 (HBR)
Smilax campestris Griseb.
J.R. Stehmann 232 (ICN)
Smilax cognata Kunth
L. Arzivenco 80 (ICN)
Calibrachoa eglandulata Stehmann & Semir
J. R. Stehmann et al. 1763 (UEC)
Calibrachoa excellens (R.E.Fr.) Wijsman
J. R. Stehmann 403 (ICN)
Calibrachoa linoides (Sendtn.) Wijsman
J.R. Stehmann & M. Sobral 130 (ICN)
Calibrachoa sellowiana (Sendtn.) Wijsman
M. Sobral et al. 8971 (ICN)
Calibrachoa sendtneriana (Fries) Stehmann & Semir
M. Sobral et al. 5414 (ICN)
Calibrachoa serrulata (L.B.Sm. & Downs) Stehmann & Semir
R. Reitz & R. Klein 7446 (HBR)
Calibrachoa bonjardinensis (Ando & Hashimoto) Stehmann &
R. Reitz & R. Klein 7964 (FLOR)
Semir
Cestrum euanthes Schltdl.
L.A. Mentz (ICN 103015)
Nicotiana alata Link & Otto
M. Vignoli-Silva & L.A. Mentz 98 (ICN)
Nicotiana bonariensis Lehm.
M. Vignoli-Silva & L.A. Mentz 97 (ICN)
Nicotiana forgetiana Hemsl.
M. Vignoli-Silva & L.A. Mentz 86 (ICN)
Nierembergia scoparia Sendtn.
A. Krapovickas & C. Cristobal 37638
(ICN)
Petunia altiplana Ando & Hashimoto
M. Vignoli-Silva et al. 209 (ICN)
Continua...
Flora . Anexos
Lista das Espécies Ocorrentes na Área de Estudo
J.R. Stehmann 426 (ICN)
Petunia reitzii L.B.Sm. & Downs
R. Reitz 2760 (HBR)
Petunia saxicola L.B.Sm. & Downs
R. Reitz & R. Klein 13931 (HBR)
Solanum aculeatissimum Jacq.
L.A. Mentz 96 (ICN)
Solanum americanum Mill.
B. Rambo 4411 (PACA)
Solanum aparadense L.A.Mentz & M.Nee
L.A. Mentz 230 (ICN)
Solanum atropurpureum Schrank
L.A. Mentz & J.R. Stehmann (ICN
101566)
Solanum bistellatum L.B.Sm. & Downs
L.A. Mentz 147 (ICN)
Solanum cassioides L.B.Sm. & Downs
K. Hagelund 6033 (ICN)
Solanum commersonii Dunal
D.M. Costa 85 (ICN)
Solanum corymbiflorum (Sendtn.) Bohs
B. Rambo 36101 (PACA)
Solanum nigrescens M.Martens & Galeotti
J.R. Stehmann et al. 1794 (ICN)
Solanum palinacanthum Dunal
L.A. Mentz 94 (ICN)
Solanum pseudocapsicum L.
L.A. Mentz25 (ICN)
Solanum reflexum Schrank
L.A. Mentz 86 (ICN)
Solanum sisymbriifolium Lam.
L.A. Mentz 116 (ICN)
Solanum vaillantii Dunal
L.A. Mentz 37 (ICN)
Solanum variabile Martius
L.A. Mentz 159 (ICN)
Triuridaceae
Triuris hyalina Miers
J.L. Waechter 1573 (ICN)
Turneraceae
Piriqueta selloi Urb.
S. Miotto (ICN 64911)
Valerianaceae
Verbenaceae
Valeriana catharinensis Graebn.
B. Rambo 7699 (PACA)
Valeriana eichleriana (C.Muell.) Graebn.
B. Rambo 34656 (PACA)
Valeriana eupatoria Sobral
B. Rambo 54488 (PACA)
Valeriana glechomifolia F.G. Meyer
M. Sobral 7733a (ICN)
Valeriana reitziana Borsini
M. Sobral 9005 (ICN)
Valeriana salicariifolia Vahl
B. Rambo 36159 (ICN, PACA)
Valeriana tajuvensis Sobral
J.A. Jarenkow & M. Sobral 2702 (ICN)
Valeriana ulei Graebn.
M. Sobral et al. 7714 (ICN)
Glandularia catharinae (Moldenke) O’Leary & P. Peralta
V. Thode 15 (ICN)
Glandularia corymbosa (Ruiz & Pav.) O’Leary & P. Peralta
V. Thode 156 (ICN)
Glandularia jordanensis (Moldenke) O’Leary & P. Peralta
D. Falkenberg (ICN 83873)
Glandularia marrubioides (Cham.) Tronc.
V. Thode 168 (ICN)
Glandularia peruviana (L.) Small
R.Wasum et al. 6433 (MO)
Glandularia phlogiflora (Cham.) Schnack & Covas
V. Thode 146 (ICN)
Glandularia tenera (Spreng.) Cabrera
I. Boldrini et al. 1392 (ICN)
Glandularia thymoides (Cham.) N. O’Leary
M. Sobral 7740 (ICN)
Lantana chamissonis (Dietr.) Briq.
M. Sobral 2853 (ICN)
Lantana czermakii Briq.
Sem testemunho
Verbena lindbergii Moldenke (V.alata Otto ex Sweet)
B. Rambo 16780 (ICN)
Verbena alataOtto ex Sweet
B. Rambo 53969 (SI, PACA )
Verbena bonariensis L.
B. Rambo 36412 (ICN)
Verbena ephedroides Cham.
J. R. Stehmann 254 (ICN)
Verbena filicaulis Schauer
M. Sobral 7737 (ICN)
Verbena hirta Spreng.
A. Schultz 3386 (ICN)
Verbena laciniata (L.) Briq.
S. Miotto 46 (ICN)
Verbena litoralis Kunth
A. M. Girardi et al. (ICN21864)
Continua...
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Solanaceae
Petunia integrifolia var. depauperata (R.E. Fr.) L.B. Sm. & Downs
93
Flora . Anexos
Lista das Espécies Ocorrentes na Área de Estudo
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Verbenaceae
Violaceae
Vivianiaceae
Xyridaceae
Verbena lobata Vell.
V. Thode 155 (ICN)
Verbena rigida Spreng.
S. Boechat (ICN 43318)
Verbena sagittalis Cham.
Reitz 6422 (SI)
Verbena subpetiolata N. O’Leary
L. Smith & R. Reitz 10341 (SI)
Hybanthus parviflorus (Mutis ex L.f.) Baill.
Sem testemunho
Viola cerasifolia A.St.-Hil.
B. Rambo 49422 (ICN)
Viola odorata L.
L. Baptista et al. (ICN 47791)
Viola subdimidiata A.St.-Hil.
J. Paz 59 (ICN)
Viviania montevidensis (Klotzsch) Reiche
L.Milanesi (ICN 143019)
*Xyris capensis Thunb.
L. Smith & R. Klein 8187 (HBR)
Xyris jupicai Rich.
L. Smith & R. Reitz 10052 (HBR)
Xyris neglecta Alb. Nilsson
L. Smith & R. Reitz 10118 (HBR)
Xyris regnellii Alb. Nilsson
L. Smith & R. Reitz 14350 (HBR)
Xyris rigida Kunth
B. Rambo 60050 (PACA)
Xyris stenophylla Alb. Nilsson
R. Reitz & R. Klein 7813 (HBR)
Xyris teres Alb. Nilsson
L. Smith & R. Klein 11351 (HBR)
Xyris vacillans Malme
L. Smith & R. Klein 13265 (HBR)
Flora
Ilsi Iob Boldrini (coordenadora), bióloga, Dra., Professora Associada, Departamento de Botânica,
Instituto de Biociências, UFRGS. Av. Bento Gonçalves, 9500. Prédio 43423. CEP 91501-970 Porto
Alegre, RS. Endereço eletrônico: ilsi.boldrini@ufrgs.br
Lilian Eggers, bióloga, Dra., Professora Adjunta, Departamento de Botânica, Instituto de Biociências,
UFRGS. Endereço eletrônico: lilian.eggers@ufrgs.br
Lilian Auler Mentz, bióloga, Dra., Professora Adjunta Aposentada, Departamento de Botânica,
Instituto de Biociências, UFRGS, atualmente Professora Colaboradora Convidada no mesmo
Departamento. Endereço eletrônico: gmentz@elonet.com.br
Silvia Teresinha Sfoggia Miotto, bióloga, Dra., Professora Associada, Departamento de Botânica,
Instituto de Biociências, UFRGS. Endereço eletrônico: stsmiotto@terra.com.br
Nelson Ivo Matzenbacher, biólogo, Dr., Professor Adjunto Aposentado da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, atualmente Professor Convidado no Programa de Pós-graduação
em Botânica, UFRGS. Endereço eletrônico: nelsonim@pro.via-rs.com.br
Hilda Maria Longhi-Wagner, bióloga, Dra., Professora Titular Aposentada, Departamento de
Botânica, Instituto de Biociências, UFRGS, atualmente Professora Colaboradora Convidada no
mesmo
Departamento. Endereço eletrônico: hmlw@plugin.com.br
Rafael Trevisan, biólogo, doutorando do Programa de Pós-graduação em Botânica, UFRGS.
Ângelo Schneider, biólogo, doutorando do Programa de Pós-graduação em Botânica, UFRGS.
Robberson Bernal Setúbal, biólogo, mestrando do Programa de Pós-graduação em Botânica, UFRGS.
Colaboradores
Taise Robinson Kunrath, estudante de graduação da Faculdade de Agronomia da UFRGS, bolsista
FAPERGS.
Mirela Dias Machado, estudante de graduação da Faculdade de Agronomia da UFRGS.
Daiane Silva Lattuada, estudante de graduação da Faculdade de Agronomia da UFRGS.
Kelly Justin da Silva, estudante de graduação da Faculdade de Agronomia da UFRGS.
94
Fauna Aquática
Esponjas
Crustáceos
Peixes
4
Esponjas
Cecilia Volkmer Ribeiro
Rosária de Rosa Barbosa
Vanessa de Souza Machado
George Cunha
V. S. Machado
Esponjas
Esponjas
Resumo
Os levantamentos em campo revelaram a ocorrência de três espécies de esponja continental:
Oncosclera jewelli (Volkmer, 1963), Heteromeyenia insignis Weltner, 1895 e Corvomeyenia epilithosa VolkmerRibeiro, De Rosa-Barbosa & Machado, 2005. O. jewelli foi encontrada no curso do Rio Tainhas, na
localidade do Passo do “S” e a jusante desse, município de São Francisco de Paula, RS, formando
crostas no substrato basáltico contínuo do fundo ou em rochas submersas desagregadas do leito.
Essas crostas são lisas, finas, rígidas, contínuas e vão de poucos centímetros a um metro de diâmetro.
Possuem coloração verde quando expostas à luz, devido à associação com algas fotossintetizantes
(zooclorelas), ou são esbranquiçadas, quando ocupam a face inferior dos substratos, sem luminosidade. Trata-se de um ambiente lótico, de águas transparentes, rasas, rápidas e frias, portanto bem
oxigenadas. H. insignis foi registrada no Arroio Corneta, que se localiza no entorno da Estação
Ecológica de Aratinga, em São Francisco de Paula, RS. Esse Arroio apresenta em comum com o
ambiente do Rio Tainhas o substrato basáltico contínuo, águas claras e rasas, em ocasião de fluxo
normal. Os espécimes consistem de crostas verdes, delicadas e descontínuas no fundo basáltico
do rio. Foram encontrados espécimes de H. insignis em antigo leito do Rio Pessegueiro, Bacia do
Rio Canoas, Município de Urubici, SC, isolado após retificação do leito e com condição atual de
Banhado. Os espécimes incrustam os caules e raízes da vegetação submersa, formando crostas de
pequena expessura e de textura macia e delicada. Essa espécie foi também amostrada no Rio Cachoeira, Município de Bom Jardim da Serra, SC, com poucos espécimes aderidos às raízes da vegetação
submersa. C. epilithosa, recentemente publicada, possui ocorrência apenas para o Rio Tigre Preto,
Parque Nacional da Serra Geral, Cambará do Sul, RS. A espécie vive aderida a substratos rochosos,
formando crostas verdes, descontínuas, extremamente delgadas e de consistência delicada. No sítio
de ocorrência o pequeno rio tem seu curso paralelo à estrada de rodagem que, penetrando no Parque
leva até a borda do canyon. Trata-se de um ambiente lótico, raso, torrentoso, com fundo rochoso
basáltico e com águas cor de café, oriundas da drenagem de turfeiras de altitude, portanto ácidas.
As três espécies amostradas O. jewelli, C. epilithosa e H. insignis demostram um padrão de endemismo
que consubstância, em termos da fauna espongológica continental, a proposta de delimitação desse
Bioma, Mata Atlântica e Campos Sulinos, conforme Ministério do Meio Ambiente (Brandão et al.,
2000), como de extrema importância para preservação dos mananciais. Além do caráter endêmico,
vale ressaltar a característica de indicadora ambiental de águas naturais dessa fauna, constituindo
um instrumento útil para o monitoramento da qualidade das águas e a preservação ambiental dos
ambientes lóticos em que ocorrem.
Introdução
As esponjas dos ambientes aquáticos continentais da
América do Sul e, em particular do Brasil, constituem uma
fauna de elevada importância paleoecológica, dada a conotação gonduânica de alguns gêneros (Volkmer-Ribeiro,
1986), aliada à algumas distribuições de caráter endêmico
e à comprovada utilidade dessa fauna como indicadora
ambiental e paleoambiental (Volkmer-Ribeiro,1999;
Volkmer-Ribeiro et al. 1984; 2001).
A região do rio Pelotas e de São Mateus, situa-se no
bioma Mata Atlântica, na Floresta de Araucária (MMA,
2000). Justamente nessa região ocorrem espécies de
esponjas consideradas endêmicas, até o presente estado de arte do levantamento dessa fauna no Brasil.
Uma delas, Oncosclera jewelli, (Volkmer, 1963) restrita
à sub-bacia do Rio Tainhas (Bacia do Rio das Antas)
outra, Heteromeyenia insignis Weltner (1895), registrada
inicialmente para as proximidades de Blumenau e a
seguir redescrita (Volkmer, 1963) sobre materais coligidos em arroio de São Francisco de Paula, RS e uma
terceira, Corvomeyenia epilithosa Volkmer-Ribeiro, De
Rosa-Barbosa & Machado (2005) restrita à pequena
nascente do rio Araranguá, SC, situada dentro do
Parque Nacional (PARNA) da Serra Geral, RS. Duas
espécies encontram-se assim em áreas protegidas, O.
jewelli, no Parque Estadual do Tainhas, em estagio de
implementação pelo DEFAP-SEMA/RS e Corvomeyenia epilithosa no PARNA administrado pelo IBAMA. A
incidência de duas espécies endêmicas de esponjas de
99
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
As amostragens foram realizadas nos meses de setembro, outubro e novembro de 2004, respectivamente, 30/09 à 03/10, 16/10 à 18/10 e 27/11 à 29/11. Os locais amostrados compreendem a
Bacia do Rio dos Sinos, Bacia do Rio Caí, Bacia do Rio Pelotas / Sub-bacia do Rio Caveiras, Bacia
do Rio Tainhas, Bacia do Rio das Antas e Bacia do Rio Canoas.
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Esponjas
água doce nessa região aponta para a necessidade de
levantamento de malha mais fechada, visando a detecção
de eventuais outras espécies de esponjas situadas nesse
contexto. As esponjas de água doce vem se mostrando
boas indicadoras de águas em condições naturais e,
nesse sentido, de grande utilidade no monitoramento
de ambientes aquáticos, seja para determinar padrões de
qualidade, seja para detectar recuperações ambientais em
mananciais objeto de projetos de saneamento ou ainda,
para avalisar cientificamente projetos de preservação e
de manutenção de estoques da biodiversidade aquática
de água doce do planeta.
A bacia do rio Pelotas configura o curso superior do
rio Uruguai. A maior parte das publicações existentes
sobre a fauna de esponjas do rio Uruguai (Bowerbank,
1863; Hinde, 1888; Bonetto & Ezcurra, 1967, 1968;
De Rosa-Barbosa, 1984) refere-se ao curso médio até
seu limite inferior, na cidade de Salto. De 1997 a 2000
foram feitos, por Volkmer-Ribeiro e colaboradores, os
primeiros levantamentos dessa fauna no curso superior
do rio, a jusante da UHE de Itá, por ocasião das obras
de construção da barragem e do seu fechamento para
formação do lago, quando o leito ficou parcialmente
exposto, permitindo uma amostragem significativa dessa
fauna. Os resultados preliminares desse levantamento
foram aportados por Silva & Volkmer-Ribeiro (1998),
mostrando uma comunidade não muito distinta daquela
anteriormente referida nas publicações para o curso
médio. O fato é atribuído às características do leito,
propiciando substrato e condições físicas e químicas da
água semelhantes nos dois trechos. Levantamentos da
fauna de esponjas no rio Pelotas não foram, no entanto,
realizadas até o presente. Tais levantamentos viriam agora propiciar a complementação de estudos dessa fauna
no leito do grande rio, possibilitando ainda verificação
inicial de zoneamento longitudinal para esponjas num
grande rio sul-americano de zona temperada. Por outro
lado a bacia do Rio Pelotas insere-se numa região já
comprovada de endemismos da fauna de esponjas de
água doce, indicando a necessidade de levantamentos
abrangentes para delimitação mais precisa dessa área,
objeto de propostas de construção de novas barragens
e portanto alterações ambientais que poderão acarretar o desaparecimento ou redução das populações de
espécies típicas de ambientes de águas turbulentas e
bem oxigenadas.
Desde sua descrição original, a espécie Oncosclera jewelli
(Volkmer, 1963) só tem sido observada na localidade
tipo, Passo do “S”, 50º 21’55’’W e 29º 05’20’’S e no
Passo da Ilha, vizinho ao primeiro, no Rio Taínhas (Bacia do Taquarí-Antas) no Município de São Francisco
de Paula, em que pese a abrangência e continuidade dos
levantamentos dessa fauna operados no Rio Grande
do Sul e em outros Estados da União. Esse contexto
confere à espécie, até aqui, a condição de endêmica,
provavelmente do ecossistema da Floresta com Araucária, no Rio Grande do Sul.
A espécie foi originalmente descrita no gênero Spongilla, passando após a constituir espécie tipo do novo gênero Oncosclera, definido dentro da Familia Spongillidae
100
(Volkmer-Ribeiro, 1970). Em 1979, Volkmer-Ribeiro
& De Rosa-Barbosa tranferiram o gênero Oncosclera e
outros mais, para a Família Potamolepidae, Brien (1967)
e estenderam a distribuição dessa família, então exclusiva
da Região Etiópica, às Regiões Neotropical, Oriental
e Australiana, configurando portanto uma fauna de
origem gonduânica.
O edital do PROBIO, voltado ao levantamento da
biodiversidade justamente na região da Bacia do Rio
Pelotas, veio oportunizar a realização da expansão de
amostragens da espongofauna nessa região, razão pelo
qual houve interesse da equipe em atender ao convite
oriundo da Coordenação do Projeto.
Material e Métodos
As amostragens foram realizadas nos meses de setembro, outubro e novembro de 2004, respectivamente,
30/09 a 03/10, 16/10 à 18/10 e 27/11 a 29/11. Os
locais amostrados compreendem a Bacia do Rio dos
Sinos, Bacia do Rio Caí, Bacia do Rio Pelotas / Subbacia do Rio Caveiras, Bacia do Rio Tainhas, Bacia do
Rio das Antas e Bacia do Rio Canoas.
As amostragens foram efetuadas em rios e arroios,
sendo os locais georreferenciados e examinados os
possíveis substratos dessa fauna. Detectados os espécimes, os mesmos foram fotografados e retirados da
água manualmente, ou ainda com a utilização do puçá,
quando havia necessidade de amostragem da vegetação
ripária. Os espécimes coligidos integram a coleção de
Porifera do Museu de Ciências Naturais, FZB, onde
sofreram processo de secagem, para a conservação e
preparação de lâminas permanentes. Os procedimentos
laboratoriais seguiram Volkmer-Ribeiro (1985).
Foram incluídos nos resultados amostragens recentemente feitas (24 a 28 de janeiro de 2005) pela equipe
na Estação Ecológica de Aratinga e no Parque Estadual
do Tainhas, região de abrangência dos Campos de Cima
da Serra, porém não nos mesmos locais abordados no
presente projeto. Foram também incluídos materiais
da espécie nova, de amostragens mais antigas e agora
processadas, a fim de publicação. Os materiais foram
processados da mesma maneira como acima indicado.
Resultados
Lista Taxonômica (Figuras 4.1 - 4.4 )
Phylum Porifera
Classe Demospongiae
Familia Spongillidae
Gênero Heteromeyenia Potts, 1881
Heteromeyenia insignis Weltner, 1895
Esponjas
Esponja amostrada em antigo leito do Rio Pessegueiro (27º 45’ 44,5” S ; 50º 01’ 53,6” W) (Figura 4.1), Bacia
do Rio Canoas, Município de Urubici – SC, isolado após
retificação do leito e com condição atual de Banhado.
Os espécimes foram encontrados incrustando os caules e raízes da vegetação submersa, formando crostas
de pequena expessura nos caules da mesma (Figura
4.2). Possui cor verde brilhante, devido a associação
com zoochlorelas e textura macia e delicada. Gêmulas
abundantes, junto ao esqueleto da esponja. A cor dos
espécimes secos varia de verde a marrom. Essa espécie
foi encontrada com poucos espécimes aderidos a raízes
da vegetação submersa, também no Rio Cachoeira (28º
18’ 26,9” S ; 49º 37’ 1,4” W), no Município de Bom
Jardim da Serra, Santa Catarina. No Rio Grande do
Sul, essa espécie foi recentemente registrada no Arroio
Corneta (Figura 4.3) (29º 20’ 25,4” S ; 50º 11’ 22,6”
W), no entorno da Estação Ecológica de Aratinga, em
São Francisco de Paula. Foram amostrados espécimes
incrustando o leito rochoso do rio, apresentando gê-
Figura 4.2. Braço morto do Rio Pessegueiro, SC – Local onde Heteromeyenia insignis incrustava abundantemente os caules submersos das macrófitas indicadas pela flecha. Foto: V. S. Machado.
101
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Figura 4.1. Exemplar de Heteromeyenia insignis em leito rochoso no Arroio Corneta. As pequenas esferas de
coloração amarela correspondem às gêmulas. Foto: V. S. Machado.
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Esponjas
Figura 4.3. Rio Corneta – RS – Local onde foram encontrados vários espécimes de Heteromeyenia insignis,
incrustando o leito rochoso do rio. Foto: V. S. Machado.
mulas abundantes e formando crostas verdes (Figura Grande do Sul, Brasil. C.V. Ribeiro & C.C. Mostardeiro
4.4). Foram também encontradas gêmulas (estrutura leg. 24.I.2005 MCN-POR nº 6386, 6387.
da reprodução assexuada da esponja) de H. insignis
em amostradores artificiais para macroinvertebrados
Familia Potamolepidae (Figuras 4.5 e 4.6)
bênticos, no Arroio Bom Jardim, Bacia do Rio Caí, no
Município de Triunfo (29º 50’ 12” S ; 51º 23’ 25” W).
Gênero: Oncosclera Volkmer Ribeiro, 1970;
Oncosclera jewelli (Volkmer, 1963a).
Material Coligido: Antigo leito do Rio Pessegueiro,
27º 45’ 44,5” S ; 50º 01’ 53,6” W, Bacia do Rio Canoas,
Município de Urubici, Santa Catarina, Brasil. J. Anza &
Esponjas encontradas em substratos rochosos, forC. V. Ribeiro leg. 01.X.2004. MCN-POR nº 6365; Arroio mando crostas verdes rígidas (Figura 4.5) e contínuas,
Corneta, 29º 20’ 25,4”S 50º 11’ 22,6”W, entorno da Es- na face exposta à luz dos substratos. Essa espécie foi
tação Ecológica de Aratinga, São Francisco de Paula, Rio amostrada ao longo do Rio Tainhas (Figura 4.6), no
Figura 4.4. Exemplar de Heteromeyenia insignis, encontrada no antigo leito do Rio Pessegueiro, SC. Foto: V.
S. Machado.
102
Esponjas
Parque Estadual do Tainhas, em São Francisco de
Paula, RS. Trata-se de espécie que integra a lista de
Fauna Ameaçada do Estado do RGS (Volkmer-Ribeiro,
2003) e do Brasil (Brasil, 2004).
Material Coligido: Rio Tainhas, Parque Estadual do Tainhas, 29º 0’ 20,1”S 50º 22’ 51,8”W, a jusante
do Passo do “S”, São Francisco de Paula, Rio Grande do
Sul, Brasil. H.A. Gastal & T.V. Aguzzoli leg. 21.I.2005.
MCN-POR nº 6376; 29º 5’ 8,8”S 50º 21’ 57,6”W, Passo
do “S”, São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul,
Brasil. C.V. Ribeiro & C.C. Mostardeiro leg. 25.I.2005.
MCN-POR nº 6388.
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Figura 4.5. Rio Tainhas – Local onde foram encontrados vários espécimes de Oncosclera jewelli, sempre
incrustando ou o leito rochoso contínuo, ou pedras grandes, em geral junto às margens sombreadas. Foto: V.
S. Machado.
Figura 4.6. Foto de exemplar de Oncosclera jewelli, incrustando substrato rochoso no Rio Tainhas, RS. Foto:
V. S. Machado.
103
Esponjas
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Familia Metaniidae (Figuras 4.7 e 4.8)
Gênero: Corvomeyenia Weltner, 1913;
Corvomeyenia epilithosa Volkmer-Ribeiro, De RosaBarbosa & Machado, 2005.
Esponjas aderidas a substratos rochosos, formando
crostas verdes, descontínuas, extremamente delgadas
e delicadas (Figura 4.7). A espécie foi registrada até
o presente, somente no Rio Tigre Preto (Figura 4.8),
Parque Nacional de Aparados da Serra (29º 04’ 48,77’’S
49º 59’ 18,65’’W), Cambará do Sul, RS. O rio corre
no sentido oeste-leste, indo precipitar-se no canyon da
Fortaleza, integrando assim a bacia do rio Araranguá,
no Estado de Santa Catarina.
Material Coligido: Rio Tigre Preto, Parque Nacional
de Aparados da Serra, 29º 04’ 48,77’’S 49º 59’ 18,65’’W,
Cambará do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil. C. V. Ribeiro
leg. 06.IV.1994. MCN-POR nº 2844; 04.XI.1993 MCNPOR nº 2784; 12.I.1994 MCN-POR nº 2799, 2803,
2805, 2806, 2807; 12.I.1994 MCN-POR nº 2793, 2802;
12.I.1994 MCN-POR nº 2804; 06.IV.1994 MCN-POR
nº 2843; 07.VI.1994 MCN-POR nº 2858; 02.VI.2000
MCN-POR nº 4572, 4573.
Figura 4.7. Rio Tigre Preto, fotografado no outono, Parque Nacional de Aparados da Serra, Cambará do Sul,
RS, Brasil. Foto: C. Volkmer-Ribeiro.
Figura 4.8. Espécime vivo de Corvomeyenia epilithosa, sob substrato rochoso, fotografado no Rio Tigre Preto, Cambará do Sul, RS. Foto: Ingrid Heydrich.
104
Esponjas
Discussão
Confirma-se a presença de Corvomeyenia epilithosa, até
agora, somente no Rio Tigre Preto, Parque Nacional de
Aparados da Serra, nas proximidades da vila de Cambará, sede do Municipio, RS. No sítio de ocorrência o
pequeno rio tem seu curso paralelo à estrada de rodagem
que, penetrando no Parque, leva até a borda do canyon.
Considerando-se a ampla cobertura dos levantamentos
dessa fauna já operados pela autora e colaboradores no
RS e em outros estados da União, sem outros registros
para essa espécie, toma ela a condição de endêmica,
provavelmente do ecossistema da Floresta com Araucária no Rio Grande do Sul. O gênero Corvomeyenia,
de distribuição Neártica-Neotropical, foi redefinido
(Volkmer-Ribeiro, l992), contendo duas espécies da
primeira região, C. everetti (Mills, 1884) e C. carolinensis
Harrison, 197l e apenas uma espécie da segunda, C.
thumi (Traxler, l895), com distribuição restrita ao Brasil
e, neste, ao bioma Cerrado, de Roraima até São Paulo.
Devido ao fato de Corvomeyenia epilithosa completar o
par Neotropical de espécies do gênero e, ainda, de representar distribuição em área de clima temperado frio
(Cambará é um município que tem invernos com neve
e congelamento de espelhos d’água e de água encanada),
sendo a única espécie do gênero ocorrendo em ambiente
lótico, seu registro reveste-se de um significado muito
importante em termos do contexto ecológico, biogeográfico e cladístico que representa.
A descrição original de H. insignis foi feita por Weltner em l895, sobre material coligido por Fritz Müller
em banhado proximo a então vila de Blumenau, SC.
Posteriormente a redescrição da espécie foi realizada
sobre espécimes amostrados em agosto de 1960, no
Arroio Dom Pedro I, proximidades da vila de Taínhas,
Município de São Francisco de Paula, RS (Volkmer,
1963b). Em 1994 essa espécie foi novamente amostrada, pela autora senior, no Lajeado da Margarida, Rio
Camisas, Município de São Francisco de Paula. Assim,
o conjunto dos registros até o presente existentes para
essa espécie amplia sua abrangência na região da Floresta de Araucárias e Campos Sulinos nos dois Estados,
reforçando seu caráter endêmico em relação a esse
Bioma. Justamente devido a essa caracteristica, aliada
aos processos de alterações antrópicas ocorrentes no
Bioma, H. insignis integra a lista da fauna ameaçada do
Brasil (Brasil, 2004).
105
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Apesar da fauna espongológica (já levantada pela
autora senior e pelos colaboradores para o curso superior do rio Uruguai) estar também situada na ecorregião
da Floresta de Araucária e Campos Sulinos, nenhuma
espécie que a integra foi detectada nos manaciais aqui
referidos e nos levantamentos agora feitos. Para o rio
Uruguai, na área da barragem da UHE de Itá, SC/RS,
foram amostradas as espécies, citadas em ordem de
abundância: Trochospongilla repens (Hinde, l888), Uruguaya corallioides (Bowerbank, 1863), Oncosclera schubarti
(Bonetto & Ezcurra de Drago, 1967), Oncosclera navicella
(Carter, 1881), Drulia uruguayensis (Bonetto & Ezcurra
de Drago, 1969) e Houssayella iguazuensis Bonetto &
Ezcurra de Drago, 1966; (Silva & Volkmer-Ribeiro,
1998). A interpretação dessa ausência reside em mais
de um fator. O primeiro deles é a categoria dos rios
amostrados na presente campanha, todos de primeira
ou segunda ordem, sem termo de comparação com a
largura e o volume das águas do Uruguai, que sujeitou
sua fauna de esponjas, permanentemente submersa, a
uma seleção que priorizou somente espécies de consistência muito dura e de estrutura esqueletal muito
firme e laminar. O segundo reside na característica
dos leitos agora amostrados, compostos por pedras
ou seixos rolados, impeditivos de fixação por fauna
séssil. O leito do rio Uruguai, no trecho amostrado
em Itá, tem o leito composto por grandes blocos de
rocha, assentados sobre um leito rochoso contínuo ou
com bolsões de pedregulho e areia. O braço morto do
Rio Pessegueiro, que consistiu justamente em exemplo
oposto, mostrou ocorrência de H. insignis, esponja de
esqueleto frágil e brando, fixada em substrato vegetal
mergulhado em água de restrita circulação, oxigenada
por cheias recentes. O fato da esponja consistir numa
camada muito fina, porém já plena de gêmulas, atesta
justamente sua resposta à curta permanência de condições ideais , no mínimo de oxigenio dissolvido, nesse
local, para essa espécie. Essa condição de leito rochoso
contínuo foi preenchida no entanto pelo Rio Taínhas e
pelo rio Corneta, o primeiro contendo O. jewelli, esponja
permanente, também de consistência dura e laminar
e o segundo a H. insignis, esponja branda e sazonal.
Desses dois exemplos o Tainhas seria o esperado para
conter alguns elementos da fauna do Uruguai, o que
não se verificou. Destaca-se então o valor indicativo do endemismo de O. jewelli, apontando para uma
história pregressa de formação geológica dessa bacia,
merecedora de considerações particulares, até aqui não
existentes na bibliografia.
As prospecções em campo revelaram que O. jewelli
deve ter distribuição ao longo do curso do Rio Tainhas,
pois até então estava registrada apenas para o Passo da
Ilha, em São Francisco de Paula. Isso confere à espécie, a
condição de endêmica, até este momento, provavelmente da Floresta com Araucária, no Rio Grande do Sul.
Matsuoka & Masuda (2000) descreveram para
a porção central do Japão, na Formação Nakamura,
datada do início do Mioceno, uma nova espécies do
gênero Oncosclera, muito próximo a O. jewelli, confirmando inclusive as caraterísticas diagnósticas do gênero e
o habitat típico. Assim sendo, a preservação, em área
de Parque Estadual, do habitat de O. jewelli, passa a ser
referendada, não somente pelo aspecto de endemismo
da espécie-tipo do gênero, mas pelo valor evolutivo e
paleontológico, que toma agora, como representante
viva, em solo gaúcho, brasileiro e sul-americano, de um
gênero e uma família de idade comprovadamente, no
mínimo, Miocênica.
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Esponjas
As espécies levantadas mostraram um padrão de Justificativas para Preservação e
endemismo que consubstância, em termos da fauna
Ameaças nas Áreas Indicadas com
espongológica continental, a proposta de abrangência
geográfica da Ecorregião da Floresta de Araucária e Base na Fauna Espongológica
Campos Sulinos, conforme MMA (2000) e delimitam
área de extrema importância (Figura 4.9) para a preserRio Pessegueiro, Bacia do Rio Canoas, Município de
vação da biodiversidade aquática nessa Ecorregião.
Urubici, SC
Conclusões
As três espécies amostradas, Oncosclera jewelli, Corvomeyenia epilithosa e Heteromeyenia insignis, têm aqui confirmado
seu caráter de endêmicas do bioma Mata Atlântica, na
Floresta das Araucárias, delimitando, conforme o caráter preliminar do presente estudo, uma área de extrema
importância para preservação dos mananciais (Figura
4.9). Além do caráter endêmico, vale ressaltar a característica de indicadoras de ambientes naturais dessa fauna,
constituindo um instrumento útil para o monitoramento
da qualidade das águas e a preservação ambiental dos
ambientes lóticos em que ocorrem.
Das espécies amostradas, duas, O. jewelli e C. epilithosa,
encontram-se preservadas em áreas de proteção ambiental, respectivamente, Parque Estadual do Tainhas
em São Francisco de Paula e Parque Nacional da Serra
Geral em Cambará do Sul. A terceira espécie, H. insignis,
ocorre no entorno da Estação Ecológica de Aratinga,
em São Francisco de Paula. Essa espécie teve seus limites
ampliados no Estado de Santa Catarina, localizando-se,
porém, fora das reservas de proteção ambiental.
Ameaça: Rio de Primeira Ordem, com leito arenoso retificado no local da amostragem. A retificação de
leitos de pequenos contribuintes acelera o escoamento
das águas, provocando novos pontos de erosão das
margens, impossitilitando a fixação de macrófitas e
aumentando as cargas de sedimento a juzante. Esse rio
foi retificado para impedir o alagamento da várzea no
local. A esponja ocorreu justamente fixada às macrófitas
existentes no leito abandonado, meandriforme e que já
se havia acomodado ao fluxo de enchente, acumulando
a água da enchente na várzea e dando vasão paulatina
após. São processos deste tipo que estão contribuindo
para a redução do potencial de reserva hídrica dos
pequenos mananciais e para o aumento das estiagens e
ressecamento do solo.
Justificativa: A esponja Heteromeyenia insignis, consta
da lista da fauna brasileira ameaçada, é indicadora das
condições naturais pré-existentes, apontando para o
curso antigo do rio, com abundância de macrófitas
fixando as margens de solo arenoso, agora com fluxo
extremamente reduzido e mantido como “ladrão” do
curso retificado em momentos de cheia. Neste projeto
Santa Catarina
Rio Grande do Sul
Figura 4.9: Mapa com elípse indicando a área de abrangência de H. insignis, O. jewelli e Corvomeyenia epilithosa, espécies de
esponjas que, devido ao seu endemismo caracterizam a ecorregião da Floresta de Araucária e Campos Sulinos. A projeção foi
feita sob Mapa de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, ilustrando as áreas de Extrema Importância para Conservação (em vermelho) e uma pequena área de Muita Alta Importância para Conservação (cinza com pontos vermelhos) e Alta Importância para a
Conservação (em cinza) Modificado de: MMA/2000.
106
Esponjas
sua distribuição é extendida à Bacia do Rio Canoas,
apesar de haver sido descrita originalmente já para o
Estado de Santa Catarina, em local não determinado nas
proximidades de Blumenau. Apareceu anteriormente
com diversas ocorrências na Bacia do Taquarí-Antas,
no município de São Francisco de Paula.
governo do Estado tem vários projetos de represas para
geração de energia, a serem implantadas ao longo do rio
das Antas e do próprio Tainhas. A mudança dos fluxos e
da profundidade do leito com essas obras implantadas,
representa uma total ameaça a esta fauna.
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107
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Justificativa: O rio é característico dos mananciais
maiores do Planalto Basáltico/Campos de Cima da SerArroio Corneta, contribuinte do Arroio Carvalho,
ra, drenando áreas de pastagens com matas ou capões
Bacia do rio Três Forquilhas, Município de São Fran- de Araucária. A esponja Oncosclera jewelli restrita, até ao
presente, a essa bacia, representa um fóssil vivo de fauna
cisco de Paula, RS.
de idade Miocênica, e como os demais representantes
Ameaça: O arroio Corneta é marginado por ser- dessa fauna indica condições de águas naturais onde
rarias de Pinus e Acacia que, até pouco tempo atrás, ocorre.
acumulavam rejeitos em locais muito próximos das
margens. O levantamento foi feito recentemente em
Rio Tigre Preto, Bacia do Araranguá, Município de
projeto voltado para a preservação da Mata Atlãntica
Cambará, RS.
e Mata de Araucária, mas integra o presente relatório.
Este arroio situa-se no entorno da Estação Ecológica
Ameaças: Serão constituídas por implantações de
de Aratinga, RS. Cogita-se inclusive de ampliar essa área manejos diferentes do que os até aqui praticados nos
de preservação.
campos de pastagens extensivas do Planalto com ArauJustificativa: O arroio configura um contribuinte de cárias. Apesar das queimadas sazonais para produção
a
2 . ordem da Bacia do rio Três Forquilhas, no Município de novas pastagens, o rio mantém as condições naturais
de São Francisco de Paula é um manancial típico de en- que o caracterizam como um manancial que drena
costa do Planalto, com fundo basáltico e normalmente ambientes de turfeiras de altitude, sem maiores cargas
com lençol de pouca profundidade. Tem as margens de sedimentos oriundos de solos lavrados. A drenagem
protegidas por mata nativa, com constatação das boas das turfeiras das várzeas de altitude que o alimenta
condições atuais do arroio indicadas pela presença de ocasionaria, óbviamente, a morte desse rio.
Justificativa: O rio encontra boa parte do seu curso já
diversos espécimes da esponja Heteromeyenia insignis.
protegido dentro do PARNA da Serra Geral, porém não
Rio Tainhas, Bacia do Rio das Antas, Município de suas nascentes. A espécie de esponja recentemente descrita, Corvomeyenia epilithosa, Volkmer-Ribeiro et al. (2005),
São Francisco de Paula, RS.
apresenta-se, até agora, como endêmica desse pequeno
Ameaça: Os levantamentos feitos indicam que a manancial e constitui a representante desse gênero com
esponja Oncosclera jewelli, endêmica desse rio - e constante distribuição mais austral nas Américas. O rio constitui
das listas de fauna ameaçada do Rio Grande do Sul e um magnífico exemplo de um manancial drenador de
do país - está presente, no mínimo, em todo trecho turfeiras de altitude no Bioma considerado.
resguardado pelos limites do Parque Estadual do Tainhas. Acredita-se que tenha ocorrência em todo rio. O
Esponjas
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108
Crustáceos
Georgina Bond-Buckup
Ludwig Buckup
Paula Beatriz Araujo
Adriane Ramos Zimmer
Aline Ferreira Quadros
Carolina Coelho Sokolowicz
Daiana da Silva Castiglioni
Daniela Barcelos
Raoni Gonçalves
L Buckup
Crustáceos
Crustáceos
Resumo
A diversidade e o forte endemismo dos eglídeos e hialelíneos, verificados no inventariamento das
bacias hidrográficas e alagados dos campos de cima da serra, mostram a importância desses cursos
d´água para a conservação da carcinofauna límnica.
Como recomendações propõe-se que os resultados dessa pesquisa sejam levados a órgãos públicos,
federais, estaduais e municipais e especialmente, aos Comitês de Bacias Hidrográficas da região,
para que incorporem essas informações nos planejamentos e desenvolvimento das políticas públicas relacionadas aos cursos d´água da região do Planalto com Araucárias. Sugere-se ainda que o
conhecimento sobre a biodiversidade da fauna aquática, sua importância e os impactos que sofrem
as populações sejam amplamente divulgados junto à comunidade dos municípios que pertencem
aos Campos de Cima da Serra.
Introdução
Os crustáceos límnicos constituem um grupo de
invertebrados com valor biológico informativo sobre
a qualidade dos corpos d´água. Alguns grupos de crustáceos de água doce mostram um endemismo na região
meridional da América do Sul, como Anomura Aeglidae,
cuja diversidade de espécies vem sendo inventariada
nos últimos 15 anos (Bond-Buckup, 2003) Além desse,
outros grupos vêm sendo estudados, destacando-se os
caranguejos (Magalhães, 2003), os camarões de água
doce (Melo, 2003) e mais recentemente, Amphipoda
Dogielinotidae, pertencentes ao gênero Hyalella, que
ocorrem em corpos d´água continentais, cujas espécies
freqüentemente são utilizadas em testes laboratoriais
avaliando a toxicidade de efluentes.
Os anomuros do gênero Aegla destacam-se como
elemento endêmico importante da Região Neotropical,
incluindo o Chile, Brasil, Argentina, Uruguai, Bolivia e
Paraguai. A bacia do Rio Grande, que limita os estados
de São Paulo e Minas Gerais, é o limite norte de ocorrência das espécies no Brasil e nos tributários do baixo
Rio Uruguai, na fronteira com o Uruguai, situam-se os
registros de ocorrência meridionais no espaço brasileiro.
Até o momento, foram registradas 16 espécies endêmicas para o Chile, sete para a Argentina e 36 para o
sul do Brasil. As espécies de Aegla constituem uma das
principais fontes de alimento da “truta” nos sistemas
fluviais do Chile (Burns, 1972). Dados de ocorrência
das espécies anteriores mostram registros de 10 espécies
para as bacias hidrográficas sulbrasileiras dos Campos
de Cima da Serra (Bond-Buckup, 2003). O sul do Brasil,
especialmente o nordeste do Rio Grande do Sul e sul
de Santa Catarina, mostram ambientes aquáticos ainda
111
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
A carcinofauna límnica dos campos de cima da serra, abrangendo o norte do Rio Grande do Sul e
sul de Santa Catarina, vem sendo identificada desde a década de 70, e mostra um elevado endemismo de espécies especialmente dos caranguejos anomuros da família Aeglidae. A pesquisa apoiou-se
em dados históricos de ocorrência das espécies, em análises da coleção científica da UFRGS e nas
amostragens realizadas nas principais bacias hidrográficas da região. As amostragens da carcinofauna
aquática foram realizadas no período de agosto a dezembro de 2004, totalizando 85 pontos de coleta.
Foram explorados diversos habitats/nichos disponíveis nas cabeceiras do Rio Pelotas, pertencente
à bacia do Rio Uruguai, incluindo vários de seus tributários, tanto na margem direita quanto na
esquerda. Na serra gaúcha amostraram-se afluentes e nascentes do rio das Antas, pertencente à
bacia hidrográfica Taquari/Antas e nascentes da bacia do rio Caí, em áreas com altitudes superiores a 800 m. Na maioria das amostras foram encontrados crustáceos, contabilizando-se o total de
85 amostras, onde somente em 6 nenhum espécime foi obtido. Dois grupos de crustáceos foram
encontrados nos cursos d’água, pertencentes aos caranguejos Anomura Aeglidae e aos Amphipoda
Dogielinotidae (Hyalellinae). Com relação aos eglídeos, encontraram-se 13 espécies entre 2.845
indivíduos coletados, sendo três espécies novas para a ciência e 11 espécies endêmicas dos cursos
d´água da região. Os espécimens de anfípodos, na sua totalidade ainda não identificados, pertencem
a cinco espécies do gênero Hyalella e foram registradas como endêmicas para a região, sendo quatro
delas novas para a ciência. Foram obtidos quatro novos registros de eglídeos e ao menos quatro do
gênero Hyalella para bacias hidrográficas. Constatou-se um fato inédito para os eglídeos, ainda não
registrado na literatura, que foi a ocorrência de quatro espécies simpátricas em um mesmo local de
amostragem, em tributário do rio Canoas.
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Crustáceos
com relativa boa qualidade, o que favorece a presença
desses crustáceos em suas nascentes e em corpos d´água
vizinhos.
As informações sobre as espécies de Amphipoda do
gênero Hyalella, que ocorrem nas bacias hidrográficas
do Brasil, são esparsas e muitas ainda com problemas na
identificação específica. Registros anteriores mencionam
somente 11 espécies para bacias hidrográficas do Brasil.
(Araujo & Bond-Buckup, 2005).
Material e Métodos
Os dados de registros históricos de ocorrência nos
campos de cima da serra dos crustáceos límnicos foram
obtidos através de um levantamento bibliográfico. Para
os eglídeos, incorporaram-se alguns dados inéditos,
não publicados e, ainda, os resultados das revisões de
Bond-Buckup & Buckup, 1994 e Bond-Buckup, 2003.
Além desses, foram revisados os lotes depositados na
coleção de crustáceos do Departamento de Zoologia
da UFRGS, que constituem atualmente a maior coleção
científica mundial de eglídeos, tanto quanto ao número de lotes, e representatividade de todas as espécies
conhecidas.
Com relação aos registros dos crustáceos hialelíneos,
as informações são escassas para a região, não havendo
nenhum registro para as bacias hidrográficas de Santa
Catarina. Os registros de hialelíneos para os corpos
d’água do território gaúcho, foram compilados de BondBuckup & Araujo, 1998; Araujo & Bond-Buckup, 2005
e Gonzales et al. 2006.
As campanhas de coleta foram realizadas no período
de agosto a dezembro de 2004, totalizando 85 pontos
de coletas. Foram explorados diversos habitats/nichos
disponíveis nas cabeceiras do Rio Pelotas, pertencente
à bacia do Rio Uruguai, incluindo vários de seus tributários. Na margem direita do Rio Pelotas, foram amostrados o rio Lava Tudo, o rio Canoas e muitos de seus
tributários e ainda, o Rio Caveiras. Na margem esquerda
do Rio Pelotas, em municípios gaúchos, amostraram-se
vários tributários como o Rio do Silveira, Rio do Marco,
Rio da Divisa, Rio Sepultura e o Rio Manoel Leão. Na
serra gaúcha, amostraram-se afluentes e nascentes do
rio das Antas, pertencente à bacia hidrográfica Taquari/
Antas e nascentes da bacia do rio Caí, em áreas com
altitudes superiores a 800 m.
Duas metodologias distintas foram usadas nas coletas dos eglídeos, uma mais extensiva, de procura visual
pelos habitats mais apropriados e outra, mais intensiva,
empregada sempre que as condições da morfologia
e do volume do curso d´água se assim o permitisse.
Nessa segunda metodologia, constituída de somente
sete amostragens, adotou-se o tempo padrão de seis
minutos, coletando-se intensivamente com um puçá
manual e revolvendo-se as pedras e substrato.
Foi estabelecido um protocolo de campo, contendo
vários aspectos sobre a caracterização do entorno e do
próprio curso d´água. Considerando que o Rio Tainhas
é tributário do Rio das Antas, optou-se por agrupar os
seus dados nas análises.
Os lotes que possuíam as coordenadas do local de
ocorrência dos eglídeos foram incorporados às análises e representaram 26 novos pontos de amostragem
realizados na região (Figuras 4.10 e 4.11). Tais lotes se
encontram depositados na Coleção de Crustáceos do
Departamento de Zoologia da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul.
Figura 4.10. Locais de amostragem da carcinofauna nas bacias hidrográficas nos Campos de Cima da Serra.
112
Crustáceos
Nas análises da rarefação baseada em amostras
(curva do coletor) utilizou-se o aplicativo EstimateS
7.5 (Colwell, 2005). As demais análises foram executadas com o aplicativo PASt (Paleontological Statistics,
Hammer & Harper).
Resultados e Discussão
Os dados totais dizem respeito às informações obtidas em lotes coletados anteriormente acrescidos das 85
amostragens a campo, cada uma em pontos diferentes das
grandes bacias em seis rios: Rio Caí, na bacia de mesmo
nome, Antas e Tainhas, na bacia do Rio Taquari-Antas,
e Canoas, Caveiras e Pelotas na bacia do Rio Uruguai.
(Figuras 4.12 e 4.13). Constatou-se que na maioria das
amostras foram encontrados crustáceos, mostrando que
do total de 85 amostras, somente em seis não foi obtido
nenhum espécime. Foram identificados dois grupos
de crustáceos pertencentes a Peracarida Amphipoda
Dogielinotidae (Figuras 4.14 e 4.15) e aos caranguejos
Decapoda Anomura Aeglidae (Figuras 4.16 e 4.17).
Foram encontradas 13 espécies de eglídeos entre
2845 indivíduos coletados. Considerando todos os
dados, em cada ponto amostral foram coletados entre
zero e 528 indivíduos. Esta grande variação se deve,
em parte, à utilização dos dois métodos. A amostragem
intensiva gerou 791 dos indivíduos coletados totais, e
duas delas foram as mais abundantes (383 e 209 ca-
0 -50m
50 -100m
100 - 250m
250 - 500m
500 - 750m
750 - 1000m
1000 - 1250m
1250 - 1500m
acima de 1500m
Figura 4.11. Locais de ocorrência de crustáceos eglídeos nas bacias hidrográficas nos Campos de Cima da Serra, incorporando os dados Probio e os dados históricos.
113
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Na análise da similaridade qualitativa, considerando
os dados de presença/ausência das espécies, utilizouse o índice de Jaccard, entre a composição da fauna de
Aegla entre as sub-bacias amostradas.
ranguejos). Com os dados de amostragens extensivas
houve 82 amostras, com um total de 1942 indivíduos
de eglídeos coletados nas 13 espécies. Entre zero e 180
indivíduos foram encontrados por ponto amostral; em
média, 23,68 (±3,313 e.p.) indivíduos ocorreram por
amostra (vide Tabela 4.1 - página 124).
Em termos das espécies, detectou-se um fato inédito
para os eglídeos, ainda não registrado, com a presença
de quatro espécies simpátricas, em um mesmo local
de amostragem, em tributário do rio Canoas. Assim, a
média de espécies coexistindo é de apenas 1,20 (±0,102
e.p.) espécies por ponto amostral. Isto poderia ser interpretado como uma indicação de que as interações entre
as espécies nesta assembléia são relativamente restritas,
ou seja, corrobora o que se observa nos ambientes, de
que na maioria dos cursos d’água ocorre somente uma
espécie.
Analisando a ocorrência de determinada espécie com
relação à localização do curso d´água, se em campo de
altitude ou em floresta ombrófila mista, constata-se
que algumas espécies mostram alguma associação. Os
registros de ocorrência, até agora disponíveis, das espécies A. inconspicua, A. leptodactyla, A. serrana, A. plana,
e três novas espécies, sugerem que a distribuição esteja
associada a cursos d´água de campo. No entanto, A.
jarai, espécie com distribuição mais ampla que as demais, ocorre tanto em rios de campo quanto de floresta
ombrófila mista.
De uma maneira geral, percebe-se um acréscimo
nas informações sobre a distribuição geográfica anteriormente conhecida das espécies. Para a bacia do Rio
Caveiras foram registradas novas ocorrências como de
A. jarai, A. odebrechtii e A. spinosa e para os tributários da
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Crustáceos
Figura 4.12. Local de ocorrência de crustáceos eglídeos, Rio do Silveira, município São José dos Ausentes, RS. Foto: L.
Buckup.
Figura 4.13. Local de ocorrência de crustáceos anfípodos hialelíneos, tributário do rio Canoas, Sc. Foto: L. Buckup
bacia do Rio Canoas, a espécie A. odebrechtii. Os cursos
d´água escolhidos para as amostragens mostraram-se
adequados, já que houve ampla correspondência na
presença de representantes dos eglídeos. Três espécies
de eglídeos foram identificadas como novas para a
ciência e estão sendo descritas.
Com relação aos anfípodos, devido às poucas
114
informações disponíveis sobre o conhecimento da
diversidade do grupo, as amostras ainda estão sendo
examinadas. Como se trata de um grupo de crustáceos
com somente quatro espécies conhecidas para bacias do
Rio Grande do Sul, como um todo, e nenhum registro
para os cursos d’água de Santa Catarina, era de se esperar
que fossem encontradas espécies novas para a ciência.
De fato, foram identificadas quatro novas espécies para
Crustáceos
a bacia do Pelotas, sendo três espécies nos tributários rinenses. Duas espécies foram descritas, Hyalella castroi
da margem esquerda e uma espécie em um afluente e H. pleoacuta Gonzalez et al, 2006, enquanto as demais
da margem direita. Esse último representa o primeiro espécies ainda estão sendo estudadas.
registro de Dogielinotidae para os cursos d’água cata-
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Figura 4.14. Exemplar de Hyalella castroi Gonzalez, Bond-Buckup & Araujo.
Foto: L. Buckup.
Figura 4.15. Exemplar de Hyalella pleoacuta Gonzalez, Bond-Buckup & Araujo. Foto: L. Buckup.
115
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Crustáceos
Figura 4.16. Exemplar de Aegla camargoi Buckup & Rossi. Foto: L. Buckup.
Figura 4.17. Exemplar de Aegla leptodactyla Buckup & Rossi. Foto: L. Buckup.
116
Crustáceos
Diversidade Alfa
Comparação entre Bacias: Riqueza de Espécies.
com as estimativas do número de espécies obtidas após
oito amostras em cada sub-bacia, provenientes do
Rio Caveiras, o Pelotas aparece como o mais rico em
espécies, com significância nesta diferença apenas em
relação ao Tainhas-Antas; para os demais rios, não há
diferenças significativas (Figura 4.19)
A variação de riqueza de espécies, avaliando a quantidade de espécies em cada local de coleta, ou seja, a
fauna local convivendo num dado trecho de rio, revelou
ausência de diferenças na riqueza de espécies para as
sub-bacias (F5;75 = 1,585; p = 0,175; Figura 4.20).
Figura 4.18. Rarefação baseada em amostragens de eglídeos nas diferentes sub-bacias dos Campos de Cima da Serra.
Distribuição de Abundância Entre Espécies
Os caranguejos eglídeos apresentam uma distribuição de abundância desigual entre as 13 espécies: uma
espécie, Aegla jarai, domina sobre as demais, sendo
responsável por cerca de 18% da abundância total,
seguindo-se A. leptodactyla, A inconspicua, A. n. sp. 2 e A.
camargoi com mais de 10% de abundância. De acordo
com os números absolutos, nenhuma espécie poderia
ser considerada rara (Figura 4.21).
117
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
As curvas estimadas de acumulação de espécies (Figura
4.18) diferem entre os rios na medida que as amostras
do Rio Tainhas-Antas, Caveiras e as do Pelotas indicam
uma leve tendência à estabilização, ao passo que as duas
outras sub-bacias ainda apresentam-se quase lineares.
Tendo em vista as diferenças de tamanho amostral,
considerando o número de pontos de coleta entre as
sub-bacias, uma comparação entre a riqueza de espécies
das mesmas exige o uso da rarefação apresentada acima,
ou seja, avalia o número geral de espécies presentes
numa sub-bacia com o acúmulo de amostras. Assim,
riqueza de espécie
Caí
Caveiras
Canoas
Pelotas
TainhasAntas
sub-bacias
Figura 4.19. Comparação da riqueza de espécies (± i.c.) entre as sub-bacias padronizada pelo tamanho amostral de
eglídeos nos Campos de Cima da Serra, RS e SC (letras iguais não diferem significativamente).
riqueza de espécie(s)
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Crustáceos
Caí
Caveiras
Canoas
Pelotas
TainhasAntas
sub-bacias
Figura 4.20. Comparação da riqueza média (± e.p.) de espécies entre as sub-bacias dos Campos de Cima da Serra, RS
e SC, para eglídeos. Não há diferenças significativas entre as riquezas para as sub-bacias sob uma ANOVA simples.
118
Crustáceos
Diversidade Beta
O Rio Canoas e o Pelotas, os rios mais bem amostrados, apresentam em sua bacia (Pelotas-Uruguai) sete
espécies que não ocorrem nem na bacia do Caí nem
na do Taquari-Antas. De forma semelhante, a bacia
do Taquari-Antas possui apenas uma espécie exclusiva
(A. ligulata), porém esta é abundante (293 indivíduos
coletados) e ocorre nos dois rios amostrados na bacia.
O mesmo ocorre com A. inconspicua, que embora tenha
registro anterior para o Pelotas, foi encontrada somente
na bacia do Caí e ocorrendo lá em considerável abundância (466 indivíduos).
O padrão qualitativo apresentado acima é corroborado na análise quantitativa de agrupamento dos
rios/sub-bacias por similaridade. Os rios da bacia do
Pelotas-Uruguai formam um agrupamento fortemente
distinto dos rios da bacia do Taquari-Antas e do Caí
(Figura 4.22), denotando uma exclusividade das faunas
de bacias diferentes, relacionada a padrões históricos e
biogeográficos mais amplos.
Figura 4.21. Frequência relativa de eglídeos, considerando os registros anteriores e as amostragens nos campos
de Cima da Serra-RS e SC. Projeto Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias.
Conclusões
Os crustáceos anomuros eglídeos estão restritos a
região Neotropical da América do Sul, sendo o único
grupo de anomuros que só ocorre em águas continentais. A maioria das espécies se encontra em uma bacia
hidrográfica ou em duas adjacentes. Mostram, portanto,
um grande endemismo, o que foi confirmado nesse
inventariamento nos campos de cima da serra no sul do
Brasil. A ocorrência de quatro espécies em um mesmo
curso d´água, fato inédito na literatura, revela a diversidade dessa carcinofauna e a importância na conservação
da qualidade das águas.
119
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Cinco das 13 espécies de eglídeos ocorreram somente em
um rio/sub-bacia, A. inconspicua, A. ligulata, A. camargoi e
A. leptodactyla (Anexo 1 - Tabela 4.1 ).
Outras quatro espécies ocorreram em 3 rios/subbacias distintas (A. franciscana, A. serrana, A. jarai, A.
odebrechtii e A. spinosa). Nenhuma espécie ocorreu em
todas as sub-bacias amostradas.
Analisando a distribuição geográfica das espécies,
constata-se que todas as espécies são endêmicas das
bacias hidrográficas amostradas, ocorrendo no máximo em três sub-bacias. Constitui exceção Aegla jarai,
espécie muita abundante na região e que se encontra nos
cursos d´água das bacias do Itajaí-Açú, Pelotas, Canoas e
Caveiras. Outras espécies, no entanto, apresentam um
forte endemismo, como A. leptodactyla que é encontrada
somente em tributários da margem esquerda do Pelotas,
a nordeste do RS. A espécie A. odebrechtii, com registros de ocorrência para as bacias Pelotas e Itajaí-Açu,
no centro e leste de SC, norte e nordeste do RS, foi
encontrada na bacia do Caveiras e Canoas, ampliando
a sua distribuição geográfica (Anexo 2).
Os dados quantitativos aqui analisados representam
uma primeira visualização dos padrões ecológicos das
assembléias de crustáceos dos Campos de Cima da
Serra, especialmente dos eglídeos, constituindo uma
exploração inédita dos aspectos faunísticos ecológicos
deste grupo.
A diversidade e o forte endemismo dos eglídeos e
hialelíneos, verificados nos resultados desse estudo,
destacam a importância da conservação dos rios e
alagados da região dos campos de cima da serra para a
preservação da carcinofauna.
resíduos orgânicos, oriundos de esgotos e da criação de
animais domésticos. A substituição das matas ciliares,
com sérias conseqüências no assoreamento dos rios e
na diversidade da fauna aquática, é visível na grande
maioria dos tributários das bacias. Nos campos de cima
da serra, por outro lado, a terra vem sendo cultivada,
em grande escala, com a maçã e batata, com o uso
não controlado de defensivos agrícolas, que afetam a
qualidade das águas e consequentemente, diminuem as
populações de crustáceos límnicos pela destruição de
habitats e pela quebra da teia trófica límnica.
Canoas
Caveiras
Aos colaboradores que participaram em alguma etapa
do projeto, acadêmicos de biologia Felipe Bavaresco,
Vinicius Souza e Mariele Santos Lopes. Especial agradecimento ao Dr. Milton Mendonça Jr. pelo importante
auxílio nas análises estatísticas.
Pelotas
As ameaças para a diversidade da carcinofauna são
consequência dos impactos que sofrem os ambientes
do entorno da bacia hidrográfica. Os cursos d´água
estão sendo fortemente impactados, tanto pelas práticas
de silvicultura de exóticas, como pelo lançamento de
Caí
Agradecimentos
Tainhas
Ameaças para a Carcinofauna
1
0,9
0,8
0,7
0,6
Similarity
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Crustáceos
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
1
2
3
4
5
6
Figura 4.22. Similaridade qualitativa, com os dados de presença/ausência das espécies, entre a composição da fauna de espécies
de Aegla e entre as sub-bacias amostradas e os dados históricos nos Campos de Cima da Serra, SC e RS.
120
Crustáceos
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123
Crustáceos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Anexo 1
Tabela 4.1. Crustáceos amostrados por bacia hidrográfica nos Campos de Cima da Serra - Projeto PROBIO RS/SC.
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Crustáceos . Anexos
Anexo 2
Figura 4.23. Mapa de altitude com os locais de ocorrência de Aegla camargoi Buckup & Rossi, 1977.
Figura 4.24. Mapa de altitude com os locais de ocorrência de Aegla franciscana Buckup & Rossi, 1977.
125
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Mapas de Ocorrência das Espécies de
Crustáceos Límnicos no Planalto das Araucárias/RS e SC.
Crustáceos . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
0 -50m
50 -100m
100 - 250m
250 - 500m
500 - 750m
750 - 1000m
1000 - 1250m
1250 - 1500m
acima de 1500m
Figura 4.25. Mapa de altitude com os locais de ocorrência de Aegla inconspicua Bond-Buckup & Buckup,
1994.
0 -50m
50 -100m
100 - 250m
250 - 500m
500 - 750m
750 - 1000m
1000 - 1250m
1250 - 1500m
acima de 1500m
Figura 4.26. Mapa de altitude com os locais de ocorrência de Aegla jarai Bond-Buckup & Buckup, 1994.
126
Crustáceos . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
0 -50m
50 -100m
100 - 250m
250 - 500m
500 - 750m
750 - 1000m
1000 - 1250m
1250 - 1500m
acima de 1500m
Figura 4.27. Mapa de altitude com os locais de ocorrência de Aegla leptodactyla Buckup & Rossi, 1977.
0 -50m
50 -100m
100 - 250m
250 - 500m
500 - 750m
750 - 1000m
1000 - 1250m
1250 - 1500m
acima de 1500m
Figura 4.28. Mapa de altitude com os locais de ocorrência de Aegla ligulata Bond-Buckup & Buckup, 1994.
127
Crustáceos . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
0 -50m
50 -100m
100 - 250m
250 - 500m
500 - 750m
750 - 1000m
1000 - 1250m
1250 - 1500m
acima de 1500m
Figura 4.29. Mapa de altitude com os locais de ocorrência de Aegla odebrechtii Schmitt, 1942.
Figura 4.30. Mapa de altitude com os locais de ocorrência de Aegla plana Buckup & Rossi, 1977.
128
Crustáceos . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Figura 4.31. Mapa de altitude com os locais de ocorrência de Aegla serrana Buckup & Rossi, 1977.
Figura 4.32. Mapa de altitude com os locais de ocorrência de Aegla spinosa Bond-Buckup & Buckup, 1994.
129
Peixes
Luiz Roberto Malabarba
Clarice Bernhardt Fialho
Juan Andres Anza
Juliano Ferrer dos Santos
Giovanni Neves Mendes
L.R. Malabarba
Peixes
Peixes
Resumo
O inventário da ictiofauna foi baseado em informação bibliográfica, registro de espécimes em
coleções científicas e expedições de coleta. Pelo menos oitenta espécies de peixes ocorrem na área
estudada, sendo somente 32,5% comuns as duas bacias hidrográficas envolvidas (26 espécies). A
maior riqueza de espécies foi observada nas drenagens dos rios Pelotas e Canoas (bacia do rio
Uruguai – 60 espécies), comparativamente às bacias dos rios Caí e Taquari-Antas (bacia do rio
Jacuí – 46 espécies). Cerca de 46% das espécies dos tributários do rio Uruguai apresentaram certo
grau de endemismo. Destas, dez (16,7%) são consideradas de elevado endemismo, ocorrendo somente nos Campos de Cima da Serra, e dezesseis (26,7%%) são consideradas de baixo endemismo,
ocorrendo na porção superior do rio Uruguai, incluindo a área em estudo. Entre as espécies dos
tributários do rio Jacuí, 21,7% (dez espécies) são consideradas de elevado endemismo e 8,7% de
baixo endemismo. As espécies consideradas de elevado endemismo na região, tanto nas cabeceiras
do rio Uruguai quanto nos tributários do rio Jacuí, estão restritas a apenas cinco famílias e sete
gêneros: Anablepidae – Jenynsia; Characidae –Astyanax e Bryconamericus; Loricariidae – Eurycheilichthys
e Pareiorhaphis; Poeciliidae – Cnesterodon; e Trichomycteridae – Trichomycterus.
Existem pelo menos duas espécies exóticas introduzidas ou constantemente reintroduzidas na
região (truta e “blackbass”). Esta introdução iniciou nos anos 80 do século passado, antes do início
da descrição das espécies endêmicas existentes.
Introdução
A ictiofauna dos Campos do Planalto de Araucárias
no norte do Estado do Rio Grande do Sul e sul do Estado de Santa Catarina apresenta elevado endemismo e
diversidade subestimada, demonstrada pela descrição
recente de vários novos táxons e coleta de várias espécies
ainda não descritas. Não existêm inventários sobre a
ictiofauna da região. As publicações restringem-se a
trabalhos pontuais de descrição de novas espécies e a
alguns poucos inventários de regiões de calha dos rios,
em áreas de construção de hidroelétricas (Bertoletti,
1989a, 1989b, 1990; Agostinho & Gomes, 2001). Estes
inventários, entretanto, são periféricos em relação à
área em estudo, constituindo-se usualmente de listas de
espécies de ampla distribuição geográfica ocorrentes nas
calhas dos rios amostrados, sendo pouco representativos
no levantamento de espécies endêmicas dos Campos do
Planalto de Araucárias.
Os ambientes hídricos da região fazem parte de duas
grandes drenagens: a bacia do rio Jacuí, onde destacamse as sub-bacias dos rios Caí e Taquari-Antas, e a bacia
do rio Uruguai, onde destacam-se as sub-bacias dos
rios Canoas e Pelotas. Somam-se a estas, porções muito
reduzidas de cabeceiras dos pequenos rios que drenam
para a planície costeira. As ictiofaunas destas drenagens
diferem entre si por fatores relacionados as suas histórias
geológicas e à evolução de suas biotas.
Não existem catálogos recentes sobre a ictiofauna de
cada uma destas bacias. A bacia do rio Uruguai apresenta
atualmente um número estimado de cerca de 175 espécies
descritas além de 50 espécies ainda não nomeadas (22,2%
do total). Malabarba (1989) listou 106 espécies de peixes
para o Sistema da Laguna dos Patos, porém este número
chega atualmente a cerca de 125 espécies descritas, além
de 35 espécies por descrever (21,9% do total).
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
A ictiofauna dos Campos do Planalto de Araucárias no norte do Estado do Rio Grande do Sul e
sul do Estado de Santa Catarina apresenta elevado endemismo e diversidade subestimada. O número
crescente de novos táxons endêmicos descritos nos últimos anos demonstra claramente que esta ictiofauna encontra-se em um processo apenas inicial de amostragem e descrição, que deve ainda perdurar
pelos próximos anos ou décadas. Espécies consideradas periféricas (ampla distribuição geográfica)
que ocorrem na região foram descritas desde o século 18, e principalmente nos dois séculos passados
(de 1801-2000). Espécies de baixo endemismo (porções superiores dos tributários dos rios Jacuí e
Uruguai) começaram a ser descritas somente nas últimas quatro décadas, existindo ainda espécies não
descritas e reconhecidas como novas. Espécies consideradas de elevado endemismo (que ocorrem
somente nos Campos do Planalto das Araucárias) começaram a ser descritas somente na década de
90 do século passado, tendo mais do que duplicado o número de espécies descritas ou por descrever
reconhecidas desde 2001.
133
Peixes
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Material e Métodos
134
O inventário da ictiofauna dos Campos do Planalto de
Araucárias (Tabela 4.2) foi baseado em três componentes:
(1) informação bibliográfica, (2) registro de espécimes em
coleções científicas, e (3) expedições de coleta.
O primeiro componente – (1) informação bibliográfica – refere-se basicamente à consulta a trabalhos
de revisão taxonômica de determinados táxons que
incluem espécies da região, uma vez que inventários são
basicamente inexistentes. As referências são fornecidas
junto a cada táxon ao longo do texto.
O segundo componente – (2) registro de espécimes em coleções científicas – foi feito através de um
levantamento do acervo das coleções do Departamento
de Zoologia da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul (UFRGS), Museu de Ciências e Tecnologia da
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
(MCP), Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo
(MZUSP) e Museu Nacional da Universidade Federal do
Rio de Janeiro (MNRJ) disponíveis no banco de dados
do SIBIP – Sistema Brasileiro de Informações sobre
Biodiversidade de Peixes – SIBIP (http://www.ufrj.
br/museu/vertebra/sibip.htm). As identificações disponíveis foram checadas de acordo com a distribuição
geográfica reconhecida da espécie, exame direto dos
espécimes, ou consulta a especialistas que estão com os
referidos espécimes para exame. Identificações consideradas como possivelmente errôneas e não confirmadas
com base nestes critérios não foram consideradas.
A disponibilidade de espécimes em coleções científicas demonstrou ter uma extrema relevância no
desenvolvimento do presente inventário. A distribuição
geográfica dos lotes de peixes de água doce catalogados
nas coleções do Museu de Ciências e Tecnologia da
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
(MCP), Museu de Zoologia da Universidade de São
Paulo (MZUSP) e Museu Nacional do Rio de Janeiro
(MNRJ) encontram-se mapeadas nas Figuras 4.33, 4.34
e 4.35, respectivamente.
O terceiro componente – (3) expedições de coleta –
foi planejado a fim de complementar informações de
distribuição geográfica não disponíveis anteriormente.
Figura 4.33. Localidades com amostras de peixes dos Campos do Planalto das Araucárias depositadas na coleção do Museu de Ciências e Tecnologia, Pontifícia Universidade Catatólica do Rio Grande do Sul (MCP), disponíveis no banco de dados do SIBIP – Sistema
Brasileiro de Informações sobre Biodiversidade de Peixes.
Cinco expedições de coleta foram realizadas, principalmente em áreas pouco amostradas da região em
estudo. O material disponível nas três coleções referidas
anteriormente (MCP, MZUSP e MNRJ) concentra-se
principalmente nas cabeceiras dos rios Pelotas (bacia do
rio Uruguai) e Taquari-Antas (bacia da laguna dos Patos)
(Figuras 4.33, 4.34 e 4.35). As cinco expedições realizadas procuraram explorar principalmente a sub-bacia
do rio Canoas, no alto rio Uruguai, no Estado de Santa
Catarina (Figura 4.36). Os espécimes coletados foram
incorporados a coleção de peixes do Departamento de
Zoologia da UFRGS (Figura 4.37).
As espécies encontradas foram identificadas, sempre
que possível. Espécies reconhecidas como novas e ainda
não descritas são referidas pelo nome genérico seguido
de “sp. n.” ou “espécie nova”. Na região ocorrem ainda
Peixes
Figura 4.35. Localidades com amostras de peixes dos Campos do Planalto das Araucárias depositadas na coleção do
Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro (MNRJ), disponíveis no banco de dados do SIBIP – Sistema
Brasileiro de Informações sobre Biodiversidade de Peixes.
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Figura 4.34. Localidades com amostras de peixes dos Campos do Planalto das Araucárias depositadas na coleção do
Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo (MZUSP), disponíveis no banco de dados do SIBIP – Sistema Brasileiro
de Informações sobre Biodiversidade de Peixes.
135
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Peixes
Figura 4.36. Localidades amostradas nas cinco expedições de coleta de peixes realizadas nos Campos do Planalto
das Araucárias, listadas na Tabela 2. Note a densidade amostral nas regiões à Noroeste e Sudeste de Lages, em
Santa Catarina, não cobertas por amostragens anteriores.
Figura 4.37. Localidades com amostras de peixes dos Campos do Planalto das Araucárias depositadas na coleção
Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Alguns registros referem-se ao
material obtido nas expedições ilustradas na Figura 4.
136
Peixes
conhecidos”, correspondendo aqueles sem revisões
taxonômicas recentes.
As espécies são classificadas de acordo com a sua
distribuição geográfica em espécies periféricas (espécies
de ampla distribuição e que ocorrem perifericamente
na área em estudo), espécies com baixo endemismo
(espécies endêmicas de uma região ou sub-bacia onde
se inclui a area em estudo) e espécies com elevado endemismo (espécies endêmicas dos Campos do Planalto
de Araucárias).
Tabela 4.2. Espécies de peixes capturadas nos municípios incluídos no edital do projeto, assinaladas de acordo com sua ocorrência
em cada uma das duas grandes bacias hidrográficas existentes (bacia do rio Jacuí, onde destacam-se as sub-bacias dos rios Caí e
Taquari-Antas, e bacia do rio Uruguai, onde destacam-se as sub-bacias dos rios Canoas e Pelotas). As espécies são classificadas em
três categorias: periféricas – correspondendo a espécies de ampla distribuição e que tem registros periféricos e em menores altitudes
na área estudada; baixo endemismo – correspondendo a espécies endêmicas da porção superior do rio Uruguai ou de cabeceiras
dos afluentes do rio Jacuí e que ocorrem nos Campos de Cima da Serra; e, elevado endemismo – correspondendo a espécies de
distribuição restrita aos Campos de Cima da Serra.
Família
Anablepidae
Anostomidae
Auchenipteridae
Callichthyidae
Centrarchidae
Characidae
Espécie
Jenynsia eirmostigma Ghedotti & Weitzman 1995
Leporinus amae Godoy 1980
Uruguai
X
X
Tatia boemia Koch & Reis 1996
X
Trachelyopterus teaguei (Devincenzi 1942)
Corydoras paleatus (Jenyns 1842)
Micropterus salmoides (Lacepède, 1802)
Astyanax brachypterygium Bertaco & Malabarba 2001
Astyanax cremnobates Bertaco & Malabarba 2001
Astyanax eigenmanniorum (Cope 1894)
Astyanax aff. fasciatus (Cuvier 1819)
Astyanax jacuhiensis (Cope 1894)
Astyanax laticeps (Cope 1894)
Astyanax sp.n.1
Astyanax sp.n.2
Bryconamericus cf. lambari Malabarba & Kindel 1995
Bryconamericus iheringii (Cope 1894)
Bryconamericus patriciae Silva 2004
X
X
X
X
X
X
Bryconamericus stramineus Eigenmann 1908
Cheirodon interruptus (Jenyns 1842)
Cyanocharax alburnus (Hensel 1870)
Cyanocharax lepiclastus Malabarba, Weitzman & Casciotta 2003
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Jacuí
X
Categoria
Elevado endemismo
Baixo endemismo
Baixo endemismo
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Periférica
Periférica
Exótica
Elevado endemismo
Elevado endemismo
Periférica
Periférica
Periférica
Periférica
Elevado endemismo
Baixo endemismo
Baixo endemismo
Periférica
Elevado endemismo
X
X
Periférica
Periférica
Periférica
Baixo endemismo
Diapoma sp. n.
X
Baixo endemismo
Heterocheirodon yatai (Casciotta, Miquelarena & Protogino 1992)
X
Periférica
Hyphessobrycon bifasciatus Ellis 1911
Hyphessobrycon luetkenii (Boulenger 1887)
Mimagoniates inequalis (Eigenmann 1911)
X
Oligosarcus brevioris Menezes 1987
X
Oligosarcus hepsetus (Cuvier 1829)
X
X
X
X
Periférica
Periférica
Periférica
Baixo endemismo
Periférica
Oligosarcus jenynsii (Günther 1864)
X
Periférica
Oligosarcus robustus Menezes 1969
X
Periférica
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
espécies de grupos taxonomicamente confusos ou sem
revisão taxonômica recente. São apresentados e discutidos dados sobre o conhecimento taxonômico de cada
grupo, que interferem diretamente no conhecimento
sobre a diversidade ictiofaunística da região. Os táxons
são descritos como “bem conhecidos”, correspondendo
aqueles com revisões taxonômicas ou descrições recentes
de novas espécies; “razoavelmente conhecidos”, correspondendo aqueles com trabalhos taxonômicos recentes
porém considerados ainda incompletos; “pobremente
Continua...
137
Peixes
Família
Espécie
Australoheros sp. n. 1
Uruguai
X
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Australoheros sp. n. 2
138
Cichlidae
Curimatidae
Erythrinidae
Gymnotidae
Heptapteridae
X
Pimelodidae
Periférica
X
Baixo endemismo
Crenicichla celidochilus Casciotta 1987
X
Periférica
Crenicichla jurubi Lucena & Kullander 1992
X
Baixo endemismo
Crenicichla minuano Lucena & Kullander 1992
X
X
Characidium orientale Buckup & Reis 1997
Periférica
X
X
X
X
Periférica
Periférica
Periférica
Periférica
Characidium serrano Buckup & Reis 1997
X
Baixo endemismo
Steindachnerina biornata (Braga & Azpelicueta 1987)
X
Periférica
Steindachnerina brevipinna (Eigenmann & Eigenmann 1889)
X
Periférica
Hoplias australis Oyakawa & Mattos, 2009
X
Periférica
Hoplias lacerdae Miranda Ribeiro 1908
Hoplias aff. malabaricus (Bloch 1794)
Gymnotus aff. carapo Linnaeus 1758
Gymnotus chimarrao Cognatto, Richer-de-Forges, Albert & Crampton
2007
Heptapterus mustelinus (Valenciennes 1835)
Rhamdella eriarcha (Eigenmann & Eigenmann 1888)
Rhamdia aff. quelen (Quoy & Gaimard 1824)
Ancistrus brevipinnis (Regan 1904)
Eurycheilichthys pantherinus (Reis & Schaefer 1992)
X
X
X
X
Baixo endemismo
Periférica
Baixo endemismo
X
Baixo endemismo
X
X
X
X
Periférica
Periférica
Periférica
Periférica
Elevado endemismo
X
Elevado endemismo
X
X
X
X
Eurycheilichthys sp. n. 1
Loricariidae
Categoria
Baixo endemismo
Australoheros forquilha Rican & Kullander 2006
Crenicichla punctata Hensel 1870
Geophagus brasiliensis (Quoy & Gaimard 1824)
Gymnogeophagus rhabdotus (Hensel 1870)
Crenuchidae
Jacuí
Eurycheilichthys sp. n. 2
X
Elevado endemismo
Eurycheilichthys sp. n. 3
X
Elevado endemismo
Hemiancistrus fuliginosus Cardoso & Malabarba 1999
X
Hemiancistrus punctulatus Cardoso & Malabarba 1999
Hypostomus aspilogaster (Cope 1894)
Hypostomus commersonii Valenciennes 1836
Hypostomus isbrueckeri Reis, Weber & Malabarba 1990
X
X
X
Hypostomus luteus (Godoy 1980)
X
Periférica
X
X
X
Periférica
Periférica
Periférica
Periférica
Baixo endemismo
Hypostomus roseopunctatus Reis, Weber & Malabarba 1990
X
Periférica
Pareiorhaphis eurycephalus (Pereira & Reis 2002)
Pareiorhaphis hystrix (Pereira & Reis 2002)
Pareiorhaphis sp. n. 1
X
X
X
Elevado endemismo
Baixo endemismo
Elevado endemismo
Pareiorhaphis vestigipinnis (Pereira & Reis 1992)
X
X
Elevado endemismo
Rineloricaria cadeae (Hensel 1868)
X
Periférica
Rineloricaria microlepidogaster (Regan 1904)
X
Periférica
Rineloricaria strigilata (Hensel 1868)
X
Periférica
Rineloricaria tropeira Ghazzi 2008
X
Pimelodus absconditus Azpelicueta 1995
X
Periférica
Pimelodus atrobrunneus Vidal & Lucena 1999
X
Baixo endemismo
Steindachneridion punctatum (Miranda Ribeiro 1918)
X
Periférica
Steindachneridion scriptum (Miranda Ribeiro 1918)
Cnesterodon brevirostratus Rosa & Costa 1993
Poeciliidae
Cnesterodon sp. n. 1
Phalloceros caudimaculatus (Hensel 1868)
Salmonidae
Oncorhynchus mykiss (Walbaum 1792)
Sternopygidae
Eigenmannia aff. virescens (Valenciennes 1836)
Trichomycteri- Trichomycterus sp. 1
dae
Trichomycterus sp. 2
X
X
X
X
X
X
X
X
Baixo endemismo
X
X
X
X
X
X
Periférica
Elevado endemismo
Elevado endemismo
Periférica
Exótica
Periférica
Elevado endemismo
Periférica
Peixes
Resultados
registrados nos últimos anos (Figura 4.38) demonstra
claramente que a ictiofauna do Planalto de Araucárias
nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina
encontra-se em um processo apenas inicial de amostragem e descrição, que deve ainda perdurar pelos
próximos anos ou décadas. Além disto, não há revisões
taxonômicas recentes ou satisfatórias de vários grupos
de organismos, sendo reconhecida a presença de espécies novas e não descritas por exemplo para o gênero
Astyanax entre os Characiformes, os gêneros Rhamdia e
Trichomycterus entre os Siluriformes, o gênero Gymnotus
entre os Gymnotiformes, e o gênero Australoheros entre
os Ciclídeos.
É notável o histórico de descrição desta fauna. Espécies consideradas periféricas foram descritas desde o
século 18, e principalmente nos dois séculos passados
(de 1801-2000). Espécies de baixo endemismo começaram a ser descritas somente nas últimas quatro décadas,
existindo ainda espécies não descritas e reconhecidas
como novas. O dado mais impressionante é de que a
diversidade de espécies consideradas de elevado endemismo dos Campos do Planalto das Araucárias começou a ser descrita somente na década de 90 do século
passado, tendo mais do que duplicado o número de
espécies descritas ou por descrever reconhecidas desde
2001 (Figura 4.38).
Conclusões
Número de espécies descritas
1. A diversidade da ictiofauna dos Campos do PlaA diversidade de espécies de peixes existente pode
nalto
de Araucárias encontra-se na sua fase inicial de
ser considerada ainda como claramente subestimada.
O número crescente de novos táxons endêmicos descrição. Espécies de elevado endemismo na região
períodos
Figura 4.38. Número de espécies descritas a cada 50 anos e, a partir de 1961, por década de acordo com as
categorias elevado endemismo, baixo endemismo e periféricas. Note que espécies de baixo endemismo estão
sendo descritas somente desde a década de 70 do século passado e as espécies de elevado endemismo somente
desde a última década do século passado. A última coluna é representada por espécies descritas desde 2001 ou
em descrição por diversos autores.
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Pelo menos oitenta espécies de peixes ocorrem na área
estudada (Tabela 4.2), sendo somente 32,5% comuns
as duas bacias hidrográficas envolvidas (26 espécies). A
maior riqueza de espécies é observada nas drenagens dos
rios Pelotas e Canoas (bacia do rio Uruguai – 60 espécies),
comparativamente às bacias dos rios Caí e Taquari-Antas
(bacia do rio Jacuí – 46 espécies).
Entre as espécies dos tributários do rio Uruguai,
observou-se endemismo acentuado, com cerca de 46%
das espécies apresentando certo grau de endemismo.
Destas, dez (16,7%) são consideradas de elevado endemismo, ocorrendo somente nos Campos de Cima
da Serra, e dezesseis (26,7%) são consideradas de baixo endemismo, ocorrendo na porção superior do rio
Uruguai, incluindo a área em estudo. As 34 espécies
restantes são consideradas periféricas. Entre as espécies
dos tributários do rio Jacuí, observou-se um percentual
significativo de espécies consideradas de elevado endemismo, correspondendo a 21,7% da ictiofauna (dez
espécies). Observou-se, porém, um percentual reduzido
de espécies com baixo endemismo (8,7%) e um grande
percentual de espécies periféricas (69,6%).
As espécies consideradas de elevado endemismo
na região, tanto nas cabeceiras do rio Uruguai quanto
nos tributários do rio Jacuí, estão restritas a apenas
cinco famílias e sete gêneros: Anablepidae – Jenynsia;
Characidae – Astyanax e Bryconamericus; Loricariidae –
Eurycheilichthys e Pareiorhaphis; Poeciliidae – Cnesterodon;
e Trichomycteridae – Trichomycterus.
139
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Peixes
começaram a ser descritas há menos de duas décadas
(1991). Espécies de baixo endemismo – de distribuição
mais ampla nas porções superiores dos rios da região –
começaram a ser descritas há menos de quatro décadas.
Vários grupos foram identificados como pobremente
conhecidos taxonomicamente, sendo a real diversidade
existente ainda claramente subestimada.
2. Existe um elevado grau de endemismo na região.
Existem espécies endêmicas nas sub-bacias do rio das
Antas, rio Canoas ou rio Pelotas, e mesmo espécies
endêmicas das cabeceiras de apenas um dos formadores
de cada uma destas sub-bacias, especialmente na família
Loricariidae.
3. Existem espécies exóticas introduzidas ou constantemente reintroduzidas na região. Esta introdução
ocorreu nos anos 80, no século passado, antes do início
da descrição das espécies endêmicas da região.
Ameaças
1. A constante reintrodução de espécies exóticas sem
fiscalização e controle.
2. A degradação ambiental. Esta foi especialmente
evidente na bacia do rio Canoas, onde ocorre uma
maior densidade populacional e industrial. Rios alterados por atividades agrícolas, urbanas e industrias
apresentaram baixa diversidade ou não apresentaram
peixes. Os ecossistemas da região são particularmente
sensíveis a alterações, apresentando naturalmente uma
baixa concentração de nutrientes dissolvidos na água e
elevada transparência
3. A construção de barragens, com a consequente
alteração de vários trechos de rios de ambientes lóticos
para ambientes lênticos, causando o declínio populacional ou desaparecimento de espécies de água corrente
ou de espécies de peixes de piracema.
.
Recomendações e Oportunidades para
Conservação ou para Pesquisas Futuras
1. Recomenda-se a intensificação de amostragens na
região, principalmente na sub-bacia do rio Canoas, que
encontra-se ainda claramente sub-amostrada em termos
de diversidade da ictiofauna.
2. Recomenda-se um projeto de amostragem na calha
dos rios envolvidos (Canoas e Pelotas) que não foram
abordadas na presente análise.
3. É necessário o estabelecimento de uma política
clara de controle e fiscalização de uso de espécies exóticas de peixes na região.
4. É necessário o desenvolvimento de Programa de
Educação Ambiental na região.
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Peixes
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Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
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141
Peixes . Anexos
Anexo 1
Espécies de Elevado Endemismo
Jenynsia eirmostigma Ghedotti & Weitzman, 1995
Situação taxômica atual: bem conhecida. O gênero
foi revisado recentemente em uma série de artigos
(Ghedotti & Weitzman, 1995; Ghedotti & Weitzman,
1996; Ghedotti, Meisner & Lucinda, 2001; Lucinda,
Reis & Quevedo, 2002), com a descrição de várias novas
espécies, incluindo Jenynsia eirmostigma (Figura 4.39). É
um dos poucos táxons com informações acerca de sua
filogenia, sendo considerada como hipoteticamente
mais relacionada a Jenynsia eigenmanni do alto rio Iguaçu
(Ghedotti, 1998), e a Jenynsia weitzmani do rio Tubarão,
em Santa Catarina (Ghedotti, 1998; Ghedotti et al.,
2001).
É endêmica e o único representante da família e do
gênero nos Campos do Planalto de Araucárias no nordeste do Estado do Rio Grande do Sul e sul de Santa
Catarina (Figura 4.40). Ocorre nos arroios formadores
das bacias dos rios Jacuí e Uruguai, geralmente acima
de 1000 metros de altitude.
Figura 4.39. Jenynsia eirmostigma; exemplar macho (acima) e fêmea (abaixo), coletados no rio Pericó, entre
Cruzeiro e Urubici, drenagem do rio Uruguai. São Joaquim, SC (UFRGS 6827). Fotos: L. R. Malabarba.
143
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Família Anablepidae
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Peixes . Anexos
Figura 4.40. Distribuição observada de Jenynsia eirmostigma, com base nas coletas e nas coleções analizadas.
Família Characidae
Astyanax brachypterygium Bertaco & Malabarba, 2001
Situação taxômica atual: bem conhecida. A espécie rio Uruguai e do rio Jacuí, nos Campos do Planalto de
(Figura 4.41) foi descrita recentemente e original- Araucárias no nordeste do Estado do Rio Grande do
mente para a região em estudo (Bertaco & Malabar- Sul (Figura 4.43).
ba, 2001). É endêmica de arroios nas cabeceiras do
Figura 4.41. Astyanax brachypterygium; exemplar macho (acima) e fêmea
(abaixo), coletados no Arroio Água Branca na estrada Bom Jesus / São Joaquim
(afluente do rio dos Touros, rio Pelotas, rio Uruguai) (MCP 14391 e 26094, respectivamente). Fotos: L. R. Malabarba.
144
Peixes . Anexos
Astyanax cremnobates Bertaco & Malabarba, 2001
Figura 4.42. Astyanax cremnobates; exemplar coletado na arroio do Pinto, sob a ponte na estrada, bacia do rio Caí, drenagem da laguna dos Patos. São Francisco de Paula – RS. Foto: L. R. Malabarba.
Figura 4.43. Distribuição observada de Astyanax brachypterygium e de Astyanax cremnobates, com base nas coletas e
nas coleções analizadas.
145
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Situação taxômica atual: bem conhecida. A espécie do rio Maquiné e do rio Jacuí, nos Campos do Planalto
(Figura 4.42) foi descrita recentemente e originalmente de Araucárias no nordeste do Estado do Rio Grande
para a região em estudo (Bertaco & Malabarba, 2001). É do Sul (Figura 4.43).
endêmica de arroios de primeira ordem das cabeceiras
Peixes . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Bryconamericus patriciae Silva, 2004
Situação taxômica atual: bem conhecida. A espécie a região em estudo (Silva, 2004). É endêmica do Planalto de
(Figura 4.44) foi descrita recentemente e originalmente para Araucárias nas bacias dos rios Jacuí e Uruguai.
Figura 4.44. Bryconamericus patriciae; coletado no rio Pericó, entre Cruzeiro e Urubici, drenagem do rio
Uruguai. São Joaquim, SC (Número de campo: PROBIO0435). Foto: L. R. Malabarba.
Família Loricariidae
Eurycheilichthys pantherinus (Reis & Schaefer, 1992)
Situação taxômica atual: bem conhecida. A espécie endêmica do alto rio Uruguai, e relativamente comum
(Figura 4.45) foi descrita recentemente e originalmen- no Planalto de Araucárias. Ocorre somente em altitudes
te para a região em estudo (Reis & Schaefer, 1992). É superiores a 1000 metros.
Figura 4.45. Eurycheilichthys pantherinus; coletado no rio da Divisa, São José dos Ausentes, RS (UFRGS
4891).
146
Peixes . Anexos
Eurycheilichthys sp. n. 2, Eurycheilichthys sp. n. 3, Eurycheilichthys sp. n. 4
reduzidas. As três novas espécies são endêmicas da bacia do rio Taquari-Antas (Figura 4.46). Cada uma das
espécies apresenta um elevado e notável endemismo
nas cabeceiras dos formadores dos rios Taquari-Antas
e Pelotas, ocorrendo acima de 750 metros de altitude
(sp. n. 3 e 4) ou acima de 1000 metros (sp. n. 2).
Figura 4.46. Distribuição observada de Eurycheilichthys pantherinus, Eurycheilichthys sp. n. 2, Eurycheilichthys sp. n.
3 e Eurycheilichthys sp. n. 4, com base nas coletas, nas coleções analizadas e informações pessoais de R.E.Reis.
Pareiorhaphis eurycephalus (Pereira & Reis, 2002)
Situação taxômica atual: bem conhecida. A espécie bacia do rio Canoas, alto Uruguai, ocorrendo entre 750
foi descrita recentemente e originalmente para a região e 1250 metros de altitude (Figura 4.47).
em estudo. (Pereira & Reis, 2002). É endêmica da sub- (vide página posterior)
147
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Situação taxômica atual: O gênero Eurycheilichthys
foi descrito recentemente, sendo endêmico dos rios da
Serra Geral, nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa
Catarina. Existem apenas duas espécies descritas no
gênero, porém várias espécies novas tem sido coletadas
e encontram-se em fase de descrição (R.E.Reis, Comun.
Pessoal), todas com áreas de distribuição disjuntas e
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Peixes . Anexos
Figura 4.47. Distribuição observada de Pareiorhaphis eurycephalus e Pareiorhaphis sp. n., com base nas coletas,
nas coleções analizadas e informações pessoais de E. H. L. Pereira.
Pareiorhaphis sp.n.
Situação taxômica atual: A espécie encontra-se em fase ca da sub-bacia dos rios Taquari-Antas, bacia do rio Jacuí,
de descrição (E. H. L. Pereira, Comun. Pessoal) e é endêmi- entre 750 e 1000 metros de altitude (Figura 4.48).
Pareiorhaphis vestigipinnis (Pereira & Reis, 1992)
Situação taxômica atual: bem conhecida. A espécie foi
descrita recentemente e originalmente para a região em do rio Canoas, alto Uruguai, ocorrendo em altitudes
estudo (Pereira & Reis, 1992). É endêmica da sub-bacia superiores a 1000 metros (Figura 4.48).
148
Figura 4.48. Distribuição observada de Pareiorhaphis vestigipinnis e Pareiorhaphis hystrix, com base nas
coletas, nas coleções analizadas e informações pessoais de E. H. L. Pereira.
Peixes . Anexos
Família Poeciliidae
A família é representada por duas espécies do gêne- bioma de campo e turfeiras da região (Figura 4.54).
ro Cnesterodon, com distribuição claramente associada ao
Figura 4.50. Cnesterodon brevirostratus; exemplares fêmea (acima) e
macho (abaixo) coletados no rio Rolante, afluente do rio dos Sinos, e em
turfeira na margem da estrada entre Lajeado Grande e São Francisco
de Paula, respectivamente, São Francisco de Paula, RS. Fotos: L. R.
Malabarba.
Cnesterodon brevirostratus Rosa & Costa, 1993
Situação taxômica atual: bem conhecida. A
espécie (Figura 4.50) foi descrita recentemente e
originalmente para a região em estudo (Rosa & Costa,
1993). É endêmica dos charcos, turfeiras e arroios de
primeira ordem dos Campos do Planalto de Araucárias,
tanto na bacia do rio Uruguai quanto na bacia do rio
Jacuí, ocorrendo entre 750 e 1250 metros de altitude
(Figura 4.51).
149
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Figura 4.49. Pareiorhaphis hystrix coletado no rio das Contas, bacia do rio Pelotas, drenagem do rio Uruguai.
Fotos: L. R. Malabarba
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Peixes . Anexos
Figura 4.51. Distribuição observada de Cnesterodon brevirostratus, com base nas coletas e
coleções analizadas.
Figura 4.52. Cnesterodon sp. n. 1; São Francisco de Paula, RS. Foto: L. R. Malabarba.
150
Peixes . Anexos
Cnesterodon sp. n. 1
Figura 4.53. Distribuição observada de Cnesterodon sp. n. 1, com base nas coletas e coleções analizadas.
Floresta Ombrófila Densa - D
Floresta Ombrófila Mista - M
Floresta Estacional Decidual - C
Floresta Estacional Semidecidual - F
Estepe - E
Área de Formações Pioneiras - P
Figura 4.54. Distribuição das espécies de Cnesterodon nos campos do Planalto de Araucárias, Rio Grande do Sul, Brasil,
de acordo com a cobertura vegetal. Note que estes organismos distribuem-se nos ambientes de campo (= estepe) da
região.
151
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Situação taxômica atual: pobremente conhecida. A endêmica do Planalto de Araucárias no Estado do Rio
espécie (Figura 4.52) foi identificada erroneamente Grande do Sul (Figura 4.53). Encontra-se em fase de
como Cnesterodon decemmaculatus por Rosa & Costa descrição.
(1993), tratando-se na verdade de uma nova espécie
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Peixes . Anexos
Anexo 2
Grupos Taxonomicamente Problemáticos e de Diversidade
Subestimada nos Campos do Planalto de Araucária
Família Cichlidae
Gênero Australoheros Rican & Kullander, 2006
Situação taxômica atual: pobremente conhecido. O
gênero foi recentemente descrito, incluindo as espécies anteriormente referidas como Grupo ‘Cichlasoma’
facetum. Rican & Kullander (2008) descreveram três
novas espécies para a bacia do rio Uruguai, incluindo
Australoheros forquilha distribuído desde a região próxima
a foz do rio Canoas até os afluentes do rio Uruguai em
Missiones, Argentina. Apesar desta revisão recente,
encontramos duas outras espécies aparentemente ainda
não descritas (Figura 4.55 e 4.56) em pequenos afluentes nas porções superiores do rio Canoas e na bacia dos
rios Taquari-Antas (Figura 4.57).
Figura 4.55. Australoheros sp. n.; exemplares adulto (acima) e jovem (abaixo) coletados no braço morto do rio Pessegueiro, afluente do rio Canoas,
drenagem do rio Uruguai. Bocaína do Sul – SC. Fotos: L. R. Malabarba.
152
Peixes . Anexos
Figura 4.57. Distribuição observada de Australoheros, com base nas coletas e coleções analizadas.
Família Characidae
Gênero Astyanax Baird & Girard 1854
Situação taxômica atual: apesar da descrição recente
de duas novas espécies de elevado endemismo para a
região por Bertaco & Malabarba (2001), [veja Astyanax
brachypterygium e Astyanax cremnobates, referidos anteriormente] o gênero ainda é pobremente reconhecido,
com pelo menos duas novas espécies ainda por serem
descritas para a região. Na Figura 4.43 são apresentados, conjuntamente com Astyanax brachypterygium e
Astyanax cremnobates, os lotes de material não identificado
de Astyanax, alguns já reconhecidamente pertencentes
a espécies novas .
153
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Figura 4.56. Australoheros sp. n.; exemplar adulto coletados na bacia do rio das Antas. Foto: L. R.
Malabarba.
Peixes . Anexos
Família Gymnotidae
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Gênero Gymnotus Linneus, 1758
Situação taxômica atual: pobremente conhecido.
Trata-se de um dos grupos mais problemáticos em termos de diversidade subestimada. As espécies do gênero
no sul do Brasil tem sido tradicionalmente referidas
somente como Gymnotus carapo e Gymnotus inequilabiatus,
mas estudos recentes tem demonstrado a existência
de diversas espécies abrigadas sob estes epítetos específicos. Gymnotus chimarrao foi descrito recentemente
para a bacia dos rios Taquari-Antas, estimando-se a
existência de pelo menos outras duas espécies na bacia
do rio Uruguai.
Família Erythrinidae
Gênero Hoplias Gill, 1903
Situação taxômica atual: pobremente conhecido. Hoplias lacerdae no alto rio Uruguai (O. T. Oyakawa,
Há duas espécies novas em fase de descrição do grupo Comun. Pessoal).
Família Heptapteridae
Gênero Rhamdia Bleeker 1858
Situação taxômica atual: pobremente conhecido. O
gênero foi revisado recentemente por Silfvergrip (1996),
que reconheceu uma única espécie na área e que se distribui por toda a América do Sul e Central, denominada
de Rhamdia quelen. O tratamento de Silfvergrip, entretanto, reflete claramente uma subestimativa da diversidade
do gênero. Em uma revisão recente das populações de
Rhamdia dos rios costeiros do sul e sudeste do Brasil,
Anza (2006) diagnostica 5 diferentes espécies dentro
do que foi considerado anteriormente Rhamdia quelen
por Silfvergrip. Nos Campos do Planalto de Araucárias
observa-se claramente um morfótipo característico
dos pequenos arroios, diferenciado dos morfótipos de
regiões de calha dos rios. É necessária uma revisão das
espécies do gênero na região.
Família Loricariidae
Situação taxômica atual: A família Loricariidae possui sido descritos para a área, ou encontram-se em processo
importância e representatividade elevados na região. de descrição, principalmente nos gêneros Pareiorhaphis e
Vários novos táxons de elevado ou baixo endemismo tem Eurycheilichthys, já tratados anteriormente.
Família Trichomycteridae
Gênero Trichomycterus Valenciennes
Situação taxômica atual: pobremente conhecido.
Embora as espécies de Trichomycteridae sejam de
extrema relevância e largamente distribuídas por todos
os ambientes lóticos do Planalto de Araucária (Figura
4.58), as espécies do gênero Trichomycterus (e possivelmente Eremophilus Humboldt 1805) são pobremente
conhecidas. Não há um único nome disponível para a
região, sendo as espécies ocorrentes na área possivel-
154
mente novas. Há pelo menos duas espécies claramente
distintas, facilmente distinguíveis pela ausência e presença de nadadeiras pélvicas. Entre os indivíduos de
cada uma destas categorias, entretanto, observa-se uma
grande variabilidade morfológica que sugere uma maior
diversidade do gênero (Figura 4.59). Necessita urgente
de uma revisão taxonômica.
Peixes . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Figura 4.58. Distribuição observada de do gênero Trichomycterus, com base nas coletas e coleções
analizadas.
figura 4.59. Exemplos de diversidade do genêro Trichomycterus nos campos do Planalto de Araucárias, Rio
Grande do Sul e Santa Catarina, Brasil.
155
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Peixes . Anexos
Anexo 3
Espécies Exóticas de Peixes Ocorrentes nos Campos
do Planalto de Araucárias
Família Centrarchidae
Micropterus salmoides (Lacepède, 1802)
Família Salmonidae
Oncorhynchus mykiss (Walbaum, 1792)
Desde os anos 80, o “blackbass” (Micropterus salmoides)
e a truta (Oncorhynchus mykiss) têm sido introduzidos na
região sem um estudo prévio satisfatório da diversidade
da fauna íctica pré-existente. Note-se especialmente
que estas introduções iniciaram-se antes da descrição
das espécies consideradas de elevado endemismo, que
começaram a ser descritas há menos de duas décadas
(1991). A truta é continuamente reintroduzida nos rios
da região como atração turística, sem controle ou fiscalização. Apesar de proibida a reintrodução, o “blackbass”
tem sido registrado em diversos locais, mapeados na
Figura 4.60, tendo inclusive sido capturado em um dos
ambientes naturais amostrados durante o projeto.
Figura 4.60. Registros do “blackbass”, Micropterus salmoides, nos campos do Planalto de Araucárias, Rio
Grande do Sul, Brasil, nas coletas realizadas e nas coleções consultadas.
156
Fauna Terrestre
Aves
Mamíferos
5
Aves
Carla Suertegaray Fontana
Márcio Repenning
Cristiano Eidt Rovedder
“The difficulty... in
defining grassland species...
results from the fact that
grassland itself is not easy
to define precisely. How
small may a prairie be
before it is a mere opening?
Where does grassland stop
and very open woodland
begin? ...How much sage is
required before grassland
becomes some form of desert
scrub?”
R. M. Mengel
apud Vickery et al.
(1999).
Aves
Aves
Resumo
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
As aves representam o grupo mais diverso de vertebrados terrestres, com cerca de 10.000
espécies distribuídas nos mais diferentes ambientes. O Brasil ocupa o terceiro lugar em termos de
riqueza de espécies do planeta, com um total de 1796 espécies registradas no território nacional,
sendo que destas, 624 espécies são listadas para o Rio Grande do Sul (RS) e 596 para Santa Catarina (SC). A região dos Campos de Cima da Serra apresenta uma complexa fisionomia natural,
contemplando matas com araucária, campos com formações florísticas diversas e banhados. Esta
heterogeneidade de ambientes contribui para uma alta diversidade avifaunística, já que ocorrem
nesta região cerca de 50% da avifauna listada para o RS e aproximadamente 45% das aves listadas
para SC. Além disso, a região se destaca pelo grande número de espécies de aves ameaçadas de
extinção no RS, como é o caso de Xolmis dominicanus, Anthus nattereri e endêmicas do sul do Brasil
como Amazona pretrei e Cinclodes pabsti.
Foi realizado levantamento bibliográfico e três saídas a campo nas quais a avifauna foi amostrada em 26 pontos de observação predominantemente de campos. Destes, 19 foram coincidentes
com os pontos onde houve coleta de material pela equipe da Botânica e sete foram escolhidos
por apresentar especificidade ambiental para aves. Trilhas percorridas a pé ou com carro também
contribuíram para a compilação qualitativa da avifauna regional, totalizando 14 outros sítios
amostrados. Preferencialmente, decidiu-se amostrar ambientes campestres devido, entre outros
fatores, à escassez de informação desta parcela do bioma Mata Atlântica. Da mesma maneira,
focou-se a procura por espécies raras e/ou ameaçadas de extinção.
Um total de 218 espécies de aves foi registrado, correspondendo a 68% das aves esperadas para
a região de estudo (campos, banhados e mata com araucária). Nenhuma espécie foi observada
em todos os pontos, sendo que Zonotrichia capensis, Colaptes campestris, Rhynchotus rufescens e Cariama
cristata figuraram entre as espécies mais freqüentes. Entre as espécies ameaçadas, incomuns e/ou
escassas destacam-se habitantes florestais como Spizaetus ornatus, Sarcoramphus papa e Patagioenas
plumbea, que tiveram apenas um registro e espécies campestres como Gallinago undulata e aquelas
do gênero Sporophila, geralmente perseguidas para a manutenção em cativeiro e comercialização
ilegal: S. melanogaster, S. hypoxantha, S. plumbea e S. cf. hypochroma. A penúltima trata-se do primeiro
registro documentado para SC e a última uma extensão de distribuição para o sul do Brasil. Além
da pressão de captura, o cultivo de espécies exóticas, principalmente Pinus spp., de plantas olerícolas
(cevada, soja, aveia, milho) a construção de grandes empreendimentos hidrelétricos e a supressão
dos fragmentos florestais remanescentes e dos banhados, que tem destacada importância nas
nascentes de muitos cursos d’água, são apontados como as principais causas de destruição dos
hábitats naturais da rica e singular avifauna da região do Planalto das Araucárias.
Figura 5.1. Caboclinho-de-sobre-ferrugem (Sporophila hypochroma), macho.
Foto: Márcio Repenning.
161
Aves
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Introdução
Como resultado de uma considerável heterogeneidade fisionômica - florestas com araucária, diferentes
tipologias campestres e banhados, os Campos de Cima
da Serra (denominação consagrada dos campos típicos
das partes mais altas do Planalto das Araucárias) apresentam uma avifauna singular, com ocorrência de cerca
de 50% da diversidade de aves encontrada no RS e cerca
de 45% em SC (Belton, 1994; Rosário, 1996; Fichário
Original de W. Belton – FZBRS; Bencke et al., 2003).
Embora a região dos campos de altitude do Planalto
da Araucárias esteja vinculada ao bioma Mata Atlântica,
muitos elementos de sua avifauna apresentam afinidades com os grandes biomas abertos da América do
Sul (Sick, 1973; Fjeldså & Krabbe, 1990; Sick, 1997;
Stotz et al., 1992), sendo a influência do bioma Pampa
manifestada pela ocorrência de espécies restritas a
essa unidade biogeográfica que apenas marginalmente
ocorrem no domínio da Mata Atlântica, como é o caso
do junqueiro-de-bico-reto (Limnoctites rectirostris), da
noivinha-de-rabo-preto (Xolmis dominicanus) e do vesteamarela (Xanthopsar flavus). Estas, conjuntamente com
mais 34 espécies de aves dependem primariamente dos
campos temperados do sul (senso Stotz et al., 1996),
bioma que contabiliza 68 espécies de aves parcial ou
restritamente associadas.
A região destaca-se pelo elevado número de aves sob
risco de extinção que abriga, constituindo uma das duas
áreas com maior concentração de espécies ameaçadas no
RS (Collar et al., 1992; Bencke et al., 2003). Guadagnin et
al. (1998) relacionam 14 espécies de aves merecedoras de
atenção especial no Planalto das Araucárias, cujo status
varia de regionalmente raras a ameaçadas em escala
global (IUCN, 2006). Espécies globalmente ameaçadas
de extinção (e.g. X. dominicanus, X. flavus e Anthus nattereri)
e endêmicas do extremo sul do Brasil como Cinclodes
pabsti e Amazona pretrei, figuram entre as espécies típicas da região (Sick, 1973; Belton, 1994; Fontana, 1994;
Varty et al., 1994; Rosário, 1996; Sick, 1997; Bencke &
Kindel, 1999; Martinez & Prestes, 2002; Bencke et al.,
2003; IUCN, 2006). Há uma variedade de espécies raras
e pouco conhecidas, entre as quais podem ser citadas o
narcejão (Gallinago undulata), o bacurau-tesoura-gigante
(Macropsalis forcipata), bem como espécies do gênero
Sporophila, a maioria migratórias de verão e ameaçadas
no território gaúcho em decorrência de captura ilegal
e destruição dos ambientes em que se reproduzem.
Entre estas, destaca-se o caboclinho-de-barriga-preta
(Sporophila melanogaster), que está praticamente confinado
a banhados do Planalto das Araucárias durante o período reprodutivo, dispersando-se mais amplamente por
outros biomas abertos do centro do continente durante
o resto do ano (Ridgely & Tudor, 1994; Sick, 1997). Xolmis dominicanus e Xanthopsar flavus, ambas ameaçadas de
extinção, são espécies de distribuição geográfica restrita
ao sul do Brasil e porções imediatamente adjacentes dos
países limítrofes (Uruguai, Argentina e Paraguai). No
162
nordeste do RS e sudeste de SC as populações dessas espécies permanecem pontualmente numerosas, enquanto
um declínio acentuado tem sido constatado em escala
mundial (Ridgely & Tudor, 1989; 1994; Belton, 1994;
Fontana, 1994; BirdLife International, 2000; Bencke
et al., 2003). Ambas habitam banhados e porções de
campo limpo adjacentes.
Nos bosques com araucária (Araucaria angustifolia) do
Planalto vivem ainda os papagaios globalmente ameaçados papagaio-charão e papagaio-de-peito-roxo (Amazona pretrei e A. vinacea), que dependem diretamente do
pinhão, sementes da araucária, como recurso alimentar
durante o inverno. O papagaio-charão apresenta quase
a totalidade de sua população mundial restrita ao RS
e extremo sudeste de SC (Varty et al., 1994; Martinez,
1996). Na atualidade, a região do Planalto das Araucárias
constitui uma das duas áreas importantes de reprodução
e a principal área de invernagem da espécie (Varty et al.,
1994). Além desses psitacídeos, pode ser comumente
encontrado o grimpeiro (Leptasthenura setaria), furnarídeo Quase Ameaçado globalmente (IUCN, 2006) e
muito associado à presença de araucárias (Sick, 1997;
Joenck, 2005).
Seis áreas importantes para a conservação de aves
(IBAs) encontram-se localizadas na região dos campos
do Planalto das Araucárias do RS e sul de SC. Destas,
três são parcialmente protegidas (Campos do Planalto
das Araucárias, Campos de Cima da Serra e Região dos
Aparados da Serra – que engloba vários parques nacionais e estaduais, estações ecológicas etc.). Apenas uma
IBA possui proteção integral (Parque Nacional de São
Joaquim). A despeito da importância, somente a IBA
dos Campos de Cima da Serra possui um inventário
ornitológico considerado representativo, enquanto as
demais possuem estudos preliminares ou inventários
ornitológicos não disponíveis, demonstrando a necessidade da realização de estudos futuros com aves na
região (veja Bencke et al., 2006 para detalhes).
Dentro de um contexto conservacionista mais amplo, com base na experiência acumulada e literatura
disponível, pode-se estabelecer um panorama acerca
da importância biológica dos ecossistemas nativos da
região do Planalto das Araucárias, particularmente no
que se refere à conservação de aves. Segundo Fontana
(1994) e Guadagnin et al. (1998), essa região apresenta
potencial para a conservação viabilizada por fatores tais
como a baixa densidade demográfica, a grande extensão
territorial dos municípios, o potencial paisagístico e a
elevada riqueza de sua biodiversidade. Entretanto, ações
antrópicas (e.g. silvicultura de Pinus, queimadas, monoculturas de soja, trigo, milho, usinas hidrelétricas) vêm
degradando e substituindo rapidamente os ecossistemas
nativos, causando a redução de matas com araucária
(Medeiros et al., 2004; APREMAVI, 2005) bem como
de campos e banhados associados (Fontana et al., 2003;
Bilenca & Miñarro, 2004).
Aves
Material e Método
Base cartográfica derivada da Carta do Brasil ao
Millionésimo (hidrovias e sistema viário) e do SRT
(relevo). Sistema de coodenadas UTM, datum
SA D69. Origem da quilometragem UTM Equador
meridiano 51’W, acrescidas as constantes 500k e
10.000 km, respectivamente.
Figura 5.2. Distribuição espacial dos pontos de observação de avifauna no Planalto das Araucárias.
163
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
O trabalho constou de uma parte prática (três expedições científicas totalizando 13 dias de campo; vide
Anexo - Tabela 5.1) e uma parte de levantamento de
bibliografia publicada (e.g. Belton, 1994; Rosário, 1996;
Sick, 1997; Voss et al., 1998; Bencke, 2001; Mähler Jr.
& Fontana, 2000; Naka et al., 2000; Bencke et al., 2003;
Bencke et al., 2006) e relatórios não publicados (Fontana
et al., 2000; Fontana & Maurício, 2002) e do fichário
original de William Belton, disponível na Fundação
Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZBRS). Adicionalmente, foram utilizados dados inéditos de observações na região de CSF, MR, CER e, eventualmente, de
colaboradores do Laboratório de Ornitologia da PUCRS (AML-André de Mendonça-Lima, GNM-Giovanni
Nachtigall Maurício, HM-Helena Mata, JKM-Jan Karel
Felix Mähler Jr e CMJ-Cristian Marcelo Joenck).
Durante o trabalho de campo a avifauna foi amostrada em 26 pontos de observação (Figura 5.2; Tabela
5.1). Os primeiros 19 pontos (1º ao 19º) coincidiram
com os pontos amostrados para a flora (campos e banhados, por vezes, com matas associadas) e sete foram
adicionados em decorrência da especificidade de seus
ambientes (Estepe Ombrófila-formação Parque e Floresta). A formação Parque da Estepe Ombrófila (Ep)
pode ser definida por significativa uniformidade fitofisionômica e florística com estrutura dividida em dois
estratos: arbóreo-arbustivo e rasteiro. Esta formação
está associada a amplas superfícies onduladas a fortemente onduladas originárias dos derrames ácidos, bem
como a solos Litólicos, ou com afloramentos rochosos
(Leite, 1995). Ao longo do trabalho de campo observouse que esta formação era invariavelmente drenada por
pequenos córregos e localizada nas cercanias de grandes
rios como o Leão e o Pelotas (em Vacaria, RS) e os rios
São Mateus e Lava Tudo (em São Joaquim, SC). A vegetação dessa formação se caracteriza pela presença de
arbustos como: Myrcia bombycina, Eupatorium laevigatum,
Eupatorium serratum, Baccharis trimera, Senecio brasiliensis,
Vernonia sp., entre outros, lembrando uma capoeira de
aproximadamente 1,5m de altura, com solo forrado de
capins (e.g. Andropogon ternatus, Piptochetium stipoides, Briza
spp., Aristida jubata, Setaria sp. e Thrasyopsis jurgensii) e
criúvas (Agarista eucaliptoides), árvores esparsamente
distribuídas nesta formação (Figura 5.3). A altitude
nos locais visitados é de cerca de 800 m s.n.m
A floresta pode ser definida como Mata com Araucária ou Floresta Ombrófila Mista (senso Leite, 2002; Fontana et al., 2003; IBGE, 2006). Os ambientes florestais
visitados se caracterizam por matas bastante degradadas,
matas secundárias em bom estado de regeneração e até
uma pequena porção de matas primárias no vale do rio
Pelotas na altura do Parque Municipal de Encanados,
Vacaria. Não foram amostradas áreas dominadas exclusivamente por monoculturas agrícolas e arbóreas e
áreas exclusivamente urbanas.
Ao longo do trabalho de campo priorizou-se a
amostragem de ambientes campestres, em decorrência, entre outros aspectos, da ausência de informação
representativa sobre aves desta parcela do bioma Mata
Atlântica. A procura de espécies raras e/ou ameaçadas
de extinção também foi focada.
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Aves
As expedições científicas ocorreram de outubro a
dezembro de 2005 e totalizaram cerca de 180 horas de
observação/observadores, descontados os períodos de
deslocamento entre pontos e cidades. As observações
nos pontos (n= 26) foram feitas por 2-4 observadores
(mediana (md)= 4) a olho nu, com o auxílio de binóculos
e/ou luneta. Gravações e fotos, quando necessárias,
foram utilizadas como recursos adicionais para a determinação de espécies. Nas localidades georreferenciadas
foram realizadas trilhas aleatórias e todas as espécies
observadas e ouvidas ao longo destas, em uma distância
de até 2 km, foram anotadas. Aves observadas ao longo
de caminhos e estradas percorridos a pé ou com carro
foram consideradas em listas separadas e avaliadas qualitativamente para a composição da avifauna regional,
totalizando mais 14 sítios amostrados.
Em laboratório, as informações foram digitalizadas
em um banco de dados do programa Access (SPSS,
2004), sendo as tabelas e gráficos gerados com o auxílio
de programas específicos como Excel, Sigma Plot (SPSS,
2004) e Biodiversity-Pro (Mc Aleece, 1997).
Para comparação da riqueza específica entre pontos,
desconsideraram-se pontos subamostrados e padronizaram-se os dados pela média de esforço (medida através
de horas de observação e número de observadores).
Foram considerados pontos subamostrados aqueles
com período de observação/observador menor do
que um desvio padrão (s= 2 h/observador) em relação
à média das horas/observador (média=3 h 30 min/
observador). O ponto 11 foi abandonado com 30 min
de amostragem em decorrência da área ter sido transformada em pomar de macieiras. Os pontos 9 e 10 foram
pouco amostrados em função de condições ambientais
desfavoráveis (chuva forte), tendo sido observados por
45 e 60 min/observador, respectivamente, (menos de
2h/observador), não podendo ser comparados com
os demais. Espécies encontradas nesses pontos foram
consideradas somente para a riqueza geral da região.
O macro-ambiente utilizado preferencialmente pelas
espécies foi determinado a partir de observações pessoais, Belton (1994), Sick (1997) e Stotz et al. (1996) e
classificado em: U= urbano, C= campo, B= banhado,
F=floresta. Para verificar as espécies ameaçadas de
extinção da área de estudos foram compiladas todas as
espécies de ocorrência provável na região, com o objetivo de mostrar a real situação de ameaça da avifauna do
Planalto das Araucárias. As espécies com limite tênue
de distribuição em Floresta com Araucária, ocorrendo
mais comumente em Floresta Atlântica (stricto senso) e/
ou Estacional, foram ressaltadas com um asterisco (vide
Anexo - Tabela 5.2). O nome científico das espécies
de aves segue o Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO, 2006). O nome das espécies botânicas
segue a Flora Ilustrada Catarinense (Cabrera & Klein,
1975, 1989; Mendes, 1975; Smith et al., 1982).
Figura 5.3. Vegetação campestre próxima ao rio Leão; plantação de Pinus sp. ao fundo. Vacaria/RS. Foto: Márcio Repenning.
164
Aves
Número acumulado de horas campo/observador
Figura 5.4. Representação gráfica da diversidade α com base nas espécies observadas ao longo de 13
dias de observação em campo.
Resultados e Discussão
Um total de 218 espécies de aves foi observado neste
trabalho (vide Anexo - Tabela 5.3), correspondendo
a 68% das aves esperadas para a porção sul do bioma
Mata Atlântica estudada (campos, banhados e florestas
com araucária) (Figura 5.4). Acredita-se que a diferença
entre o número de espécies encontrado e o número de
espécies compilado a partir da literatura disponível e
trabalhos não publicados (n= 322) se deva a baixa representatividade de aves florestais observadas em função da
priorização da amostragem em fisionomia campestre, já
mencionada no Material e Método (Figuras 5.5 e 5.6).
A maior diversidade de aves em ambientes florestais
é reconhecida. Na Mata Atlântica as espécies florestais correspondem a 63,5 % da avifauna deste bioma
(Aleixo, 2001). Embora Stotz et al. (1996) sugiram uma
riqueza de apenas 57 espécies para a Mata com Araucária, há uma série de espécies de Mata Atlântica cuja
distribuição se amplia na Mata com Araucária, sendo
difícil estabelecer-se um limite em alguns casos. Espécies
como a araponga (Procnias nudicollis), o tapaculo-preto
(Scytalopus speluncae), o catraca (Hemitriccus obsoletus), o
corocochó (Carpornis cucullata) e o tucano-de-bico-verde
(Ramphastos dicolorus), exemplificam este aspecto. Segundo MMA (2000), os campos sulinos apresentam uma
fauna variada onde muitas espécies são compartilhadas
com a Mata Atlântica. Essas formações abrigam pelo
menos 476 espécies de aves.
A representatividade de aves de ambientes abertos
nos pontos amostrados foi de 50,2 % e destes ambientes
associados com pequenos capões de araucária foi de
20%, perfazendo c. 70% das espécies estudadas. Aves
florestais representaram apenas 29,8 % da amostra
(Figura 5.6), portanto a riqueza de espécies amostrada
deve ser visualizada como uma riqueza relacionada principalmente a áreas abertas (campos, banhados, capoeiras
e bordas de floresta). Vinte das espécies observadas
foram consideradas por Vickery et al. (1999) como espécies de aves obrigatórias de campo na América do Sul e
38 espécies foram consideradas espécies facultativas de
campo. Os critérios desses autores, entretanto, parecem
ser contraditórios, visto que espécies como o queroquero (Vanellus chilensis), a perdiz (Nothura maculosa), o
polícia-inglesa (Sturnella superciliaris), o chopim-do-brejo
(Pseudoleistes guirahuro), o veste-amarela (Xanthopsar flavus)
(Figuras 5.7 e 5.8), foram consideradas obrigatórias de
campo, enquanto a seriema (Cariama cristata), o pedreiro
(Cinclodes pabsti), e a noivinha-de-rabo-preto (Xolmis
dominicanus) (Figuras 5.7 e 5.9), entre outras espécies
genuinamente campestres, foram consideradas espécies
facultativas. Na região de estudos estas últimas são
tão obrigatórias, ou facultativas, de campo quanto as
primeiras, tendo sido todas consideradas todas como
aves campestres (Tabela 5.3). A ema (Rhea americana),
por exemplo, foi considerada uma das espécies mais
emblemáticas dos pampas e campos por Bilenca &
Miñarro (2004), porém foi parcialmente dissociada deste
ambiente por Vickery et al. (1999). Adicionalmente,
Bilenca & Miñarro (2004) mencionam 60 espécies de
aves restritas a “pastizales”, com base em Krapovickas
& Di Giacomo (1998), enquanto Vickery et al. (1999)
relacionam apenas 124 espécies obrigatórias para todos
165
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Número cumulativo de espécies de aves
Curva de suficiência amostral
Aves
Pontos de observação (n=26)
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Número relativo de espécies por ambiente
Número de espécies em relação ao ambiente
Figura 5.5. Representatividade das espécies por ambiente nos pontos de observação de aves no RS e
SC. Legenda: banhado (B), campo (C), floresta (F), campo e banhado (CB), campo e floresta, borda
de floresta, capoeira (CF).
os ecossistemas campestres da América do Sul (e.g.
Pampa, Pantanal, Cerrado, Campos de Monte, Savana
do Beni), denotando a dificuldade de avaliação do que
seja uma espécie de campo.
O número de espécies ameaçadas já citadas para a
área de estudo é de 70 espécies ou 21,7% das espécies
compiladas para área estudada (Tabela 5.2), demonstrando a importância da região para conservação da
avifauna. Destas espécies, 16 habitam especificamente
campos e/ou banhados representando 22,8% das espécies sob ameaça de extinção. Cerca de 12% das espécies
observadas nos pontos encontram-se mencionadas em
Percentual de espécies observadas por fisionomia nos 26 pontos amostrados
Figura 5.6. Proporção de hábitats principais das espécies de aves observadas nos 26 pontos amostrados
em SC e RS. Legenda: banhado (B), campo (C), floresta (F), campo e banhado (CB), campo e floresta,
borda de floresta, capoeira (CF), urbano (U). O número respectivo a cada habitat corresponde à
quantidade de registros de cada espécie.
166
Aves
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Figura 5.7. Noivinha-de-rabo-preto (Xolmis dominicanus), fêmea, à esquerda e veste-amarela (Xanthopsar
flavus), macho, à direita. Espécies globalmente ameaçadas de extinção. Foto: Márcio Repenning.
Figura 5.8. Veste-amarela (Xanthopsar flavus), macho. Foto: Márcio Repenning.
167
Figura 5.9. Noivinha-de-rabo-preto (Xolmis dominicanus), fêmea. Foto: Márcio Repenning.
pelo menos uma das Listas Vermelhas de aves ameaçadas de extinção (vide anexo - Tabela 5.2). Segundo
Bilenca & Miñarro (2004) pelo menos 25 espécies de
aves dos pampas e campos encontram-se ameaçadas
tanto em escala global quanto regional, denotando que
o ambiente campestre detém parcela de biodiversidade
que precisa ser protegida.
Os pontos individualmente não foram representativos da riqueza total observada para a região (n=218)
embora existam pontos com o número de espécies
encontradas elevado como o ponto 34 (que envolve
um alto percentual de fisionomia florestal; Tabela 5.3;
Figuras 5.6 e 5.10). A baixa representatividade pode
Riqueza nos pontos
Riqueza
Riqueza padronizada
Número de espécies
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Aves
Pontos de observação
Figura 5.10. Riqueza bruta e riqueza padronizada pelo esforço nos pontos de amostragem no RS e SC.
168
Aves
estar associada ao pequeno tamanho da área amostrada e ao período curto de observação em cada ponto,
mas principalmente ao tipo de ambiente amostrado.
Se considerarmos que do total de espécies observadas
nos 26 pontos 86 são espécies relacionadas a campo
e/ou banhados (Tabela 5.3), a riqueza individual dos
pontos passa a ser alta. A Figura 5.10 apresenta a riqueza encontrada nos pontos. Considerando-se os dados
brutos a mediana (md) de espécies nos pontos foi de 43
espécies (n= 26; média= 43; s= 20,4; Amplitude= 7-87
espécies/ponto). A mediana do número de espécies/
ponto com esforço padronizado foi mais alta (md= 53),
eliminados os pontos subamostrados (n= 23; s= 16,7;
Amplitude= 12-84 espécies/ponto). Nenhuma espécie
foi observada em todos os pontos, sendo que apenas o
tico-tico (Zonotrichia capensis) (Figura 5.11) ocorreu em
92% dos mesmos. Entre as espécies mais freqüentes
observadas podem ser mencionadas também o picapau-do-campo (Colaptes campestris), perdigão (Rhynchotus
rufescens) e seriema (Cariama cristata) (Figura 5.12), típicas
de campos. Uma grande parcela da avifauna observada com alta freqüência de ocorrência corresponde a
espécies comuns ao longo de sua distribuição, como
por exemplo: Z. capensis, pombão (Patagioenas picazuro),
chimango (Milvago chimango), C. campestris, V. chilensis,
corruíra (Troglodytes musculus) (Tabela 5.3). A presença
constante dessas espécies indica a predominância de
ambientes alterados pelo homem na região. Aves de florestas degradadas, bordas de florestas, cultivos e outros
hábitats alterados, tem proliferado com as modificações
antropogênicas dos ambientes naturais. Certamente a
perpetuação destas espécies está assegurada à medida
que a alteração dos hábitats originais aumenta (Rosário,
1996; Stotz et al., 1996).
Foi observado um alto percentual de espécies com
registro em apenas um ponto (n=54) (Tabela 5.3).
Entre estas espécies incomuns e/ou escassas, destaca-se
o gavião-de-penacho (Spizaetus ornatus), espécie citada
como Provavelmente Extinta no RS (Bencke et al., 2003)
e recentemente redescoberta nesse estado (MendonçaLima et al., 2006). Este gavião de grande porte foi
ouvido em uma das áreas florestadas em melhor estado
de conservação da região de estudo, ao longo de um
remanescente de Floresta Ombrófila Mista, na calha do
rio Pelotas, que teve em 2005 uma grande parcela de
vegetação inundada pelo lago da UHE de Barra Grande,
RS/SC (APREMAVI, 2005) (Figura 5.13). Entre outras
espécies observadas apenas uma vez, e ameaçadas no
território gaúcho, destacam-se espécies florestais como
o urubu-rei (Sarcoramphus papa) (Figura 5.14) e a pombaamargosa (Patagioenas plumbea), bem como espécies
campestres como o narcejão (Gallinago undulata). Pelo
menos dois indivíduos desta espécie foram ouvidos e
gravados em vôos de display no P17 às 19-21 h e 5-5
h 30 min (Tabela 5.1). Os indivíduos documentados
encontravam-se em uma área de banhado encaixado
entre coxilhas de acentuado declive com vegetação densa
e alta e cercado de campo com uma vegetação de mais
de 50 cm. Esta condição encontrada deveu-se a retirada
do gado para o plantio de pinus, pois mudas pequenas
dessa conífera dominavam a paisagem campestre. Como
G. undulata é restrita a banhados associados a campos, tão
logo os pinus cresçam acredita-se que esses espécimes
169
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Figura 5.11. Tico-tico (Zonotrichia capensis) Foto: Márcio Repenning.
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Aves
Figura 5.12. Seriema (Cariama cristata) Foto: Márcio Repenning.
deixarão de existir no local (Figura 5.15). Em São
Francisco de Paula, o narcejão não foi encontrado em
áreas úmidas cercadas de plantações de pinus (Bencke
et al., 2003). Este padrão de associação temporária de
espécies campestres e plantios iniciais de pinus pode ser
visualizado para outras espécies dependentes de campos
altos, como por exemplo: R. rufescens, X. dominicanus
e a patativa (Sporophila plumbea). Esta última tem sido
observada usando áreas de campo com plantios somente
até o segundo ou terceiro ano de idade das mudas,
desaparecendo completamente assim que as árvores
suprimem a vegetação herbácea (João M. Soares Costa,
com. pes., 2005).
Figura 5.13. Remanescente de mata com araucária da calha do rio Pelotas, região do Parque Municipal
de Encanados, inundado pelo lago da UHE Barra de Grande, margem catarinense. Foto: Márcio
Repenning.
170
Aves
Dentre as espécies incomuns, S. plumbea, que inclusive não havia sido sequer confirmada para alguma
localidade de SC até o presente, foi encontrada exclusivamente num ambiente campestre de formação Parque
(Ep) (ver Material e Método) e distinto do mencionado
na literatura por Belton (1994) no sudoeste de Vacaria
(Figura 5.3). A fidelidade da espécie a este ambiente
pode estar relacionada à presença de arbustos esparsos
que são usados como substratos de seus ninhos, como
também à diversidade de capins com frutos maduros
disponíveis. Filhotes de patativa foram observados sendo
alimentados com sementes de Thrasyopsis jurgensii (Hack.)
Soderstrom ex Burman, espécie citada como Vulnerável na lista oficial da flora ameaçada no RS (SEMA,
2003) (Figuras 5.16 e 5.17). Os seis ninhos de patativa
encontrados foram aparentemente confeccionados
com as mesmas espécies de capim, indicando que estes
Figura 5.15. Vista do ambiente onde o narcejão (Gallinago undulata) foi ouvido e gravado. Foto: Márcio
Repenning.
171
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Figura 5.14. Urubu-rei (Sarcoramphus papa) registrados no vale do rio Pelotas, Bom Jesus.
Foto: Márcio Repenning.
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Aves
Figura 5.16. Patativa (Sporophila plumbea), macho. Foto: Márcio Repenning.
talvez sejam alguns dos recursos essenciais para o seu
sucesso reprodutivo, visto que a espécie chega à região
apenas para reprodução, permanecendo, em geral, de
novembro a fevereiro.
Outra espécie rara e pouco conhecida deste gênero, o
caboclinho-de-sobre-ferrugem (Sporophila cf. hypochroma)
(Figura 5.1), foi encontrada em apenas um local ao lado
de S. plumbea e do coleirinho (S. caerulescens) (Tabelas 5.1
e 5.3). Esta espécie ocorre no norte e leste da Bolívia,
nordeste da Argentina e Paraguai (Ridgely & Tudor,
1994; Di Giacomo & Krapovickas, 2005). Recentemente, foi registrada para sudoeste de Bella Unión,
Artigas e noroeste de Lorenzo Geyres, Paysandú,
Uruguai (Claramunt et al., 2006). No Brasil há registros
apenas para o extremo sul, sudoeste de Goiás e leste de
Corumbá, Mato Grosso (Pantanal) e sudoeste do Mato
Figura 5.17. Patativa (Sporophila plumbea), filhote. Foto: Márcio Repenning.
172
Aves
Grosso do Sul (Ridgely & Tudor, 1994; Sigrist, 2006).
Portanto, o registro para SC trata-se de uma ampla extensão de distribuição, bem como o primeiro registro
deste caboclinho para a região sul do Brasil.
O caboclinho-de-barriga-vermelha (Sporophila hypoxantha) foi encontrado em apenas dois pontos, num
deles alimentava-se de Steinchisma decipiens (Gramineae)
em banhado de vegetação palustre densa e de porte
elevado nas depressões de coxilhas (Tabelas 5.1 e 5.3;
Figura 5.18). Esta espécie, ameaçada no RS, se reproduz
apenas pontualmente em ampla porção da região sul da
América, sendo considerada pouco comum à escassa
ao longo da sua área de reprodução (Narosky & Di
Giacomo, 1993; Belton, 1994; Ridgely & Tudor, 1994;
Aspiroz, 2001; Bencke et al., 2003). A população nos
Campos de Cima da Serra pode estar declinando em
decorrência da destruição de seu hábitat e da pressão
de caça (Bencke et al., 2003).
De todos os Sporophila spp. anteriormente citados,
machos adultos apresentavam comportamento de demarcação e defesa de território, evidenciando que eles
realmente se reproduzem na área estudada. Durante
o outono e inverno, após a reprodução, estas espécies
desaparecem da região dispersando principalmente
para áreas do cerrado na busca de fartura de sementes.
Estudos futuros envolvendo estas espécies e o caboclinho-de-barriga-preta (S. melanogaster) são de extrema
relevância para o conhecimento dos requerimentos
ecológicos desses caboclinhos tão ameaçados e raros.
Cabe ressaltar que S. melanogaster foi pouco freqüente
(Tabela 5.3), possivelmente em decorrência da menor
amostragem na estação de ocorrência conhecida da
espécie na região (novembro a fevereiro), uma vez que é
considerada localmente comum nos banhados da região
em período apropriado (Belton 1994; Rosário, 1996;
Bencke et al., 2003; Bencke et al., 2006). A conservação
da população reprodutiva de S. melanogaster depende
fundamentalmente da manutenção dos ambientes
palustres dos campos serranos do sudeste de SC e
nordeste do RS, tendo em vista que as áreas de reprodução deste endemismo brasileiro estão praticamente
limitadas aos mesmos (Figuras 5.19 e 5.20).
Entre os registros importantes de distribuição
de espécies para o RS destacam-se os do corocoró,
(Mesembrinibis cayennensis) bacurau-tesoura-gigante
(Macropsalis forcipata) (Figura 5.21), pica-pau-rei
(Campephilus robustus) e do caminheiro-grande
(Anthus nattereri). Os registros subsidiam uma melhor
compreensão da ocorrência destas espécies na região
(Tabelas 5.1 e 5.3). Dois indivíduos de M. cayennensis
foram observados e fotografados sobrevoando o rio
Pelotas (divisa política) próximo a foz do rio Cerquinha
entre Bom Jesus, RS e São Joaquim, SC (28º27’04,9’’S;
50º17’33,9’’W). Este registro poderia ser considerado o
mais ao leste do RS e o primeiro registro para SC se
considerarmos que os espécimes outrora poderiam
ocupar tanto uma margem quanto a outra do rio
Pelotas. Um casal de C. robustus foi observado no
P41, eles estavam alimentando a prole (Figura 5.22). O
ninho construído pelo casal encontrava-se em um galho
morto de uma árvore de grande porte num loteamento
semi-habitado, em meio a um remanescente de mata
secundária em bom estado de conservação. Em SC,
um número expressivo de espécies teve o seu limite
de distribuição ampliado, em relação a Rosário (1996)
e Naka et al. (2000). Entre estas se destacam o pica-
173
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Figura 5.18. Caboclinho-de-barriga-vermelha (Sporophila hypoxantha), macho. Foto: Márcio Repenning.
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Aves
Figura 5.19. Caboclinho-de-barriga-preta (Sporophila melanogaster), macho. Foto: Márcio Repenning.
pau-de-banda-branca (Dryocopus lineatus) (Figura 5.23),
O caminheiro-grande foi registrado em três locais
o bico-chato-orelha-preta (Tolmomyias sulphurescens), a acima dos mil metros de altitude no RS e três em SC
patativa (Sporophila plumbea) e o beija-flor-de-orelha- (Tabela 5.3) em campos de pecuária, pedregosos ou
violeta (Colibri serrirostris) (Tabelas 5.1 e 5.3).
não, cuja composição vegetal variava de herbáceas de
Figura 5.20. Caboclinho-de-barriga-preta (Sporophila melanogaster), fêmea alimentando filhote.
Foto: Márcio Repenning.
174
Aves
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Figura 5.21. Bacurau-tesoura-gigante (Macropsalis forcipata), fêmea.
Foto: Márcio Repenning.
Figura 5.22. Pica-pau-rei (Campephilus robustus), fêmea. Foto: Márcio Repenning.
175
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Aves
5–10 cm, carquejas e distintas asteráceas de até 30 cm
(Figura 5.24). Em duas das localidades (P13 e P9) o
campo apresentava áreas com indícios de terem sido
queimadas, intercaladas com porções semelhantes
aos campos nativos das demais áreas. O registro de
pelo menos três indivíduos (observados em vôos de
apresentação e demarcação de territórios – display) no
P14 amplia a distribuição do caminheiro-grande no
nordeste do RS, confirmando sua presença para mais
um município da região (Tabela 5.1). Nas outras duas
localidades do estado (Bom Jesus) foram observados
mais de quatro indivíduos para cada local. Em SC (P3
e P9) apenas um ou dois indivíduos foram registrados,
sendo que nos arredores de P3 a espécie pode estar subestimada, pois a área parece atender as condições necessárias para a ocorrência da mesma. Já no P8 mais de três
indivíduos ocupavam a área, com base em vocalização da
espécie. As constatações acima corroboram àquelas mais
recentes para a região dos Campos de Cima da Serra do
RS (Bencke et al., 2003; Bencke et al., 2006) e ampliam
a distribuição da espécie para SC. A atividade de display
observada em meados de outubro (evidência de reprodução) facilitou a detecção do caminheiro-grande, pois
se acredita que fora do período reprodutivo a espécie
tenha este comportamento apenas esporadicamente, o
que a tornaria mais inconspícua (Bencke et al., 2003).
Um dos principais problemas de aplicação dos critérios
da IUCN em aves neotropicais de campo reside na escassez de dados sobre a biologia das espécies, nas incertezas
acerca da distribuição atual e do tamanho populacional e
na insuficiência de dados históricos.
Figura 5.23. Pica-pau-de-banda-branca (Dryocopus lineatus), macho.
Foto: Márcio Repenning.
176
Aves
Esta situação torna muito difícil decidir ou projetar o
status futuro de conservação de uma espécie particular
sobre bases concretas (Tubaro & Gabelli, 1999). O caso
do pedreiro (Cinclodes pabsti), considerado hoje Least
Concern por IUCN (2006) pode ilustrar este aspecto.
O pedreiro foi encontrado irregularmente durante as
expedições (n= 9; Tabela 5.3), sendo a única espécie de
ave totalmente endêmica da região de estudos (Figura
5.25). Sua distribuição restrita, somada a descaracteriza-
ção e destruição atual dos campos, alerta para a situação
de conservação da espécie. Embora não se tenham
informações a respeito da sua redução populacional
ao longo da área de ocorrência, pode-se inferir que
uma diminuição de suas populações venha ocorrendo
com base na redução acelerada dos campos. Sabe-se,
por exemplo, que entre 1970 e 1996, o RS perdeu 3,5
milhões de hectares de campos naturais e que a taxa
Figura 5.25. Pedreiro (Cinclodes pabsti). Foto: Márcio Repenning.
177
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Figura 5.24. Caminheiro-grande (Anthus nattereri). Foto: Márcio Repenning.
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Aves
Figura 5.26. Junqueiro-do-bico-reto (Limnoctites rectirostris). Foto: Márcio Repenning.
de conversão desse período foi de 137 mil ha ou 1.370
km2 (IBGE, 2006b). Extrapolando-se esta taxa anual
de conversão até 2005, estima-se que 4,7 milhões de
ha foram convertidos em outros usos entre 1970 e
2005. Estima-se que a extensão global da distribuição
de C. pabsti seja de 22.000 km2 (BirdLife International,
2005), entretanto, a espécie é considerada incomum em
pelo menos parte de sua distribuição (Ridgely & Tudor,
1989; Belton, 1994; Stotz et al., 1996). Contrariamente
ao mencionado na literatura (e.g. Stotz et al., 1996; Del
Hoyo, 2003) a espécie não foi observada em áreas de
cultivo ao longo desse trabalho, sendo mais freqüente
Figura 5.27. Grimpeiro (Leptasthenura setaria). Foto: Márcio Repenning.
178
Aves
nos encraves rochosos de campo da porção leste de
sua distribuição. Talvez a proximidade de cultivos a
fragmentos de campos nativos permita que a espécie
eventualmente explore áreas cultivadas, levando a interpretação equivocada de que esteja associada a cultivos.
Apesar de sua plasticidade ecológica ser reconhecida
e referenciada por habitar inclusive áreas urbanizadas
(Sick, 1997; Del Hoyo, 2003), acredita-se que ela deva
ser considerada uma espécie estritamente campestre.
Outro furnarídeo, o junqueiro-de-bico-reto
(Limnoctites rectirostris) foi registrado reproduzindo nos
dois pontos que foi observado (Tabelas 5.1 e 5.3;
Figura 5.26). No P14 um ninho com dois ovos foi
encontrado na borda de um banhado a 30 cm acima da
água, fixado em um gravatá (Eryngium sp.; Umbelifereae).
Um dos indivíduos alimentava, com um lepidóptero
Figura 5.29. Papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea), filhotes. Foto: Márcio Repenning.
179
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Figura 5.28. Papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea). Foto: Márcio Repenning.
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Aves
que teve as asas previamente arrancadas, o outro
indivíduo que estava incubando. No P12, num outro
ninho encontrado no início de dezembro, foi observada
a atividade de alimentação de filhotes. Este ninho se
encontrava em Eryngium sp. emaranhado com outras
macegas a cerca de 50 cm sobre a água, na margem de
um banhado. Em ambas as áreas, embora o pisoteio
do gado fosse notável principalmente nas bordas do
banhado, os ninhos estavam potencialmente seguros
pois encontravam-se na porção adensada de gravatás e
sobre a área mais inundada. A reconhecida associação
de L. rectirostris com as densas formações de Eryngium
spp., somada a destruição histórica dos banhados com
gravatá torna esta espécie cada vez mais vulnerável.
As causas da alteração e substituição do hábitat do
junqueiro-de-bico-reto são as mesmas constatadas
para outras espécies de campo/banhado na região:
plantios de pinus, queimadas, urbanização, drenagens
ou represamento de banhados (Fontana, 1994; Bencke
et al., 2003).
As espécies de aves florestais registradas que possuem
evidente associação com a araucária(Araucaria angustifolia): o grimpeiro, Leptasthenura setaria (Figura 5.27)
e o papagaio-de-peito-roxo, Amazona vinacea (Figura
5.28) (Del Hoyo, 1997; Joenck, 2005) são igualmente
merecedoras de atenção conservacionista, uma vez que
as florestas com araucária continuam sendo reduzidas
ilegalmente em relação a sua cobertura original. O
papagaio-de-peito-roxo foi registrado em 10 localidades,
sendo que um ninho foi encontrado no P39. Nele havia
três filhotes de poucos dias de vida que estavam sendo
alimentados pelo casal e pesavam 203, 168 e 150g. O
ninho constava de uma cavidade medindo 23 x 40 cm
de diâmetro interno e com uma abertura de 45 x 70 cm.
O oco estava posicionado a 3,20 m de altura em uma
canela (Ocotea pulchella) (CAP= 2,70 m) localizada junto
ao pátio da sede da fazenda – que é eventualmente habitada (Figura 5.29). O proprietário nos informou que
no ano anterior urubus (determinados como Coragyps
atratus) haviam reproduzido no mesmo local e que os
papagaios só estavam ali porque ele havia estreitado a
entrada do oco com paus para que os urubus não retornassem para reproduzir. A destruição em larga escala das
florestas está diminuindo a disponibilidade de cavidades
apropriadas para a espécie levando-a a reproduzir em
locais mais antropizados e tornando-a ainda mais vulnerável à coleta de filhotes por traficantes de animais
silvestres. Com as inúmeras ameaças, esta espécie bem
como o também ameaçado e pouco freqüente A. pretrei,
encontram-se pontualmente distribuídas na região. A
baixa freqüência do papagaio-charão pode decorrer das
amostragens terem sido realizadas durante os meses
mais quentes, quando não há disponibilidade de pinhão
(Martinez & Prestes, 2002; Bencke et al., 2003) e decorre,
provavelmente, de indivíduos residentes na área.
Igualmente relevante é a constatação da espécie recém
descrita para a ciência, o tapaculo-ferreirinho (Scytalopus
pachecoi; Maurício, 2005) (Figura 5.30). Este rinocriptídeo, habitante do sub-bosque de florestas, ocorre em
três áreas disjuntas da região sul do Brasil e NE da Argentina, sendo que uma das três populações conhecidas
encontra-se restrita as partes mais altas do nordeste do
RS e sudeste de SC (Mata et al. in prep.; Maurício, 2005).
Figura 5.30. Tapaculo-ferreirinho (Scytalopus pachecoi). Foto: Márcio Repenning.
180
Aves
Cerca de 50% do território gaúcho é coberto por
campos (IBGE, 2006b). No entanto, apenas uma ínfima
parcela (0,16% no RS) desse ambiente está representado
em Unidades de Poteção Integral ( Brandão et al. 2007).
Na região do Planalto das Araucárias existem oito UCs
de proteção integral, sendo cinco no RS, uma em SC
e duas envolvendo ambos os estados (Fontana et al.,
2003; Ambiente Brasil, 2006; JKM). Destas, poucas
estão total ou parcialmente implementadas e três nem
sequer saíram do papel – justamente aquelas de maior
representatividade de ambientes campestres – o Parque
Estadual do Tainhas; nos municípios de Jaquirana, São
Francisco de Paula e Cambará do Sul; a Estação Ecológica de Aratinga, em São Francisco de Paula e Itati e o
Parque Estadual do Ibitiriá, em Vacaria. Em SC, apenas
o Parque Nacional de São Joaquim protege uma parcela
de área campestre desse estado.
Esforços conservacionistas denunciados, entre outros
aspectos, pela preocupação em manter hábitats e espécies
de aves tem congregado para a indicação de Áreas Prioritárias para a Conservação, como AVPs (Áreas Valiosas
de Pastizal – Bilenca & Miñarro, 2004) e IBAs (Áreas
importantes para a Conservação de aves – Bencke et
al., 2006), respectivamente. Os campos de São Joaquim
e os Campos de Urubici, SC, são considerados AVPs
e seis áreas importantes para a conservação de aves
(IBAs) encontram-se localizadas na região do Planalto
das Araucárias do RS e sudeste de SC. Algumas IBAs,
entretanto, foram fundamentadas na presença majoritária de aves florestais(como as IBAS de Urubici e Parque
Nacional de São Joaquim) (Bencke et al., 2006).
A
constatação de espécies típicas de campos para o P8
como, por exemplo, Anthus nattereri, Cinclodes pabsti e
Xolmis dominicanus, fornece um subsídio adicional para
a indicação dessas duas áreas importantes para a conservação de aves, com base também na ocorrência de
espécies campestres. Apesar dos campos do nordeste
do RS apresentarem semelhança aos campos do sudeste
de SC, sobretudo quanto à composição de avifauna,
estes não foram considerados como AVPs (Bilenca &
Miñarro, 2004).
Figura 5.31. Águia-chilena (Buteo melanoleucus). Foto: Márcio Repenning.
181
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Sua distribuição restrita bem como a intensa pressão antrópica sobre ambientes florestais pode fazer desta recém
descoberta espécie mais uma vítima do processo de extinção impulcionado pelo homem, assim como para outros
membros do mesmo gênero. Outro rinocriptídeo raro, o
macuquinho-da-várzea (Scytalopus iraiensis), globalmente
ameaçado, não foi registrado durante as expedições,
embora tenha sido observado em anos anteriores pela
equipe em Campo Belo do Sul, SC (AML, CMJ, HM,
CSF, MR) e sua ocorrência em outros banhados/campos
úmidos ainda bem preservados da região seja provável.
A procura específica da espécie em hábitats potenciais
ao longo da região de estudos é recomendada, visto que
a espécie já foi observada inclusive em Cambará do Sul,
no Parque Nacional de Aparados da Serra (Bencke et al.,
2006). Cabe ressaltar que esta espécie é a única representante da família que habita campo úmido (Bornschein et
al., 1998), sendo considerada um dos endemismos dos
Campos Sulinos (MMA, 2000).
Grandes gaviões de áreas abertas não foram observados ao longo das expedições, entretanto, em face de uma
crescente destruição de seus ambientes, cabe ressaltar a
constatação de dois indivíduos de águia-chilena (Buteo
melanoleucus) (Figura 5.31) voando sobre a praça de
pedágio de Vacaria, junto a BR 116, em janeiro de 2004
(CSF, MR, CMJ). Esta águia tem vários registros para a
área de estudos (veja Bencke et al., 2003). Outro gavião
de grande porte, a águia-cinzenta (Harpyhaliaetus coronatus), citado para a região, não foi observado embora
tenha sido exaustivamente procurado. Grandes aves de
rapina são associadas à predação de animais domésticos
e alvos de perseguição e caça por moradores rurais.
A Tabela 5.2 resume as informações sobre as espécies ameaçadas de extinção que ocorrem na região de
estudos. Deve-se considerar com cautela as espécies
com maior associação à Floresta Ombrófila Densa e/ou
Estacional (do bioma Mata Atlântica), cuja distribuição
é marginal nos ambientes estudados.
Aves
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Conclusões
Há dificuldade em definir e mensurar a representatividade da avifauna de campos na conservação da
biodiversidade do Planalto das Araucárias. Esta dificuldade decorre do fato de que até os campos não são
facilmente definíveis.
Os Campos de Cima da Serra do nordeste do RS
e do sudeste de SC apresentam uma composição e
diversidade de aves semelhante, devendo ser considerados uma unidade em relação à avifauna. Portanto as
mesmas prioridades de conservação de campo devem
ser adotadas para os dois estados.
O fato de se enquadrar os campos, entrecortados
por banhados do nordeste do RS e sudeste de SC, no
bioma Mata Atlântica, acaba conferindo aos mesmos
um caráter de ecossistema “marginal” em relação à
floresta Atlântica senso estrito e, em menor escala,
à floresta com araucária (ambientes com diversidade
específica maior). Paralelamente, os Campos de Cima
da Serra tampouco são mencionados entre os principais
campos da América do Sul, sendo a porção gaúcha
negligenciada também como “AVPs”, pelo fato talvez
de não serem considerados Pampa (vide Vickery et al.
1999; Bilenca & Miñarro, 2004). Entretanto, os campos do Planalto das Araucárias (Mata Atlântica) e os
campos do Pampa possuem várias espécies de aves em
comum e, talvez, uma maneira efetiva de conservar a
biodiversidade de aves de campo deva ser visualizada
independentemente de ser campo de Mata Atlântica
ou campo de Pampa.
Levantamentos anteriores somados ao presente
indicam que há uma relevante parcela da biodiversidade de aves do bioma Mata Atlântica (senso IBGE,
2006) representada não só em floresta com araucária,
como nos campos nativos do Planalto do nordeste
do RS e sudeste de SC. Cerca de metade das espécies
de aves citadas para o RS e SC, incluindo uma espécie
endêmica e várias ameaçadas global ou regionalmente,
confere a esta região grande importância biológica e
conservacionista.
Algumas estratégias para a conservação do Planalto
das Araucárias podem ser baseadas na importância
da manutenção de ambientes para espécies de aves
raras, migratórias e/ou ameaçadas em alguma escala
geográfica, parcial ou totalmente endêmicas e que só
ocorrem em locais com determinadas características
ambientais, como os banhados de gravatás, para o
junqueiro-de-bico-reto, ou aqueles banhados com
diversidade de gramíneas para os caboclinhos, como
o caboclinho-de-barriga-preta, cuja população reprodutiva concentra-se basicamente nesta porção dos
Campos de Cima da Serra.
veste-amarela e a noivinha-de-rabo-preto. Nos Campos
Sulinos (senso MMA, 2000), apenas 10 espécies ameaçadas são mencionadas. A freqüência relativamente alta
dessas aves em 26 pontos de observação denota que
grande parte da população mundial de algumas espécies
pode depender da preservação dos campos e banhados
dos Campos de Cima da Serra.
A avifauna do Planalto das Araucárias ainda que relativamente bem conhecida para o RS, carece de estudos
pormenorizados da biologia de algumas espécies e de
monitoramento de populações. Censos populacionais
anuais são fundamentais para todas as espécies de aves
ameaçadas de extinção na região. Além disso, estudos
de auto-ecologia são necessários para espécies como
A. nattereri, G. undulata C. pabsti, L. rectirostris, além de
todos os representantes migratórios do gênero Sporophila. Estudos no Planalto Catarinense são especialmente
importantes, envolvendo espécies de campo e representantes florestais raros e/ou ameaçados.
Na prática, este trabalho demonstrou a importância
de estudos de inventariamento integrados de fauna e
vegetação. O fato da equipe de aves ter amostrado, em
geral, os pontos anteriormente visitados pela equipe
de botânicos, possibilitou a detecção rápida de aves
indicadoras de ambientes mais íntegros, otimizando
o tempo gasto em procura de locais potenciais para a
ocorrência destas. Isto foi especialmente importante
para a detecção de Anthus nattereri, por exemplo.
Presentemente as áreas florestais (Mata Atlântica
stricto e lato senso) têm sido mais contempladas com
inventários de avifauna, especialmente aquelas relacionadas a Unidades de Conservação privadas, públicas e
unidades de uso restrito, como o Centro de Pesquisas e
Conservação da Natureza, CPCN-Pró-Mata, o Parque
Nacional de Aparados da Serra e a Floresta Nacional
de São Francisco de Paula, respectivamente.
Na região dos Campos de Cima da Serra, estudos
sobre a avaliação do impacto de plantações de pinus,
grandes cultivos, queimadas, assim como de qualquer
outro tipo de alteração antrópica sobre a avifauna,
devem ser incentivados para se estabelecer estratégias
futuras de conservação que visem o desenvolvimento
regional com a manutenção da riqueza paisagística e
biológica.
Há uma necessidade urgente que os trabalhos de
inventários regionais (locais) sejam publicados para
auxiliar na avaliação da distribuição de espécies pouco
conhecidas e de interesse para a conservação, pois há
discrepâncias na literatura publicada, especialmente
àquela realizada a partir de compilações bibliográficas.
Há uma necessidade premente de aumentar a representatividade dos campos em Unidades de Conservação
de diferentes usos. No Sul do Brasil apenas 0,5% dos
Quase 23% da avifauna ameaçada compilada para a campos encontram-se “virtualmente” protegidos em
região do Planalto das Araucárias gaúcho e catarinense UCs (MMA, 2000).
é representada por espécies de áreas abertas, como o
182
Aves
Ameaças sobre a Avifauna no Planalto
das Araucárias
Destruição e/ou Fragmentação e/ou
Descaracterização do Hábitat
A destruição do hábitat afeta atualmente 89% das
aves do planeta, sendo a principal ameaça à biodiversidade mundial (BirdLife International, 2006). Oito das
onze espécies extintas ou provavelmente extintas do RS
foram afetadas pela destruição do hábitat (Fontana et
al., 2003). A destruição do hábitat ameaça, sobretudo,
àquelas espécies que não se adaptam às modificações
ambientais decorrentes da ação antrópica. No Planalto
das Araucárias as ameaças sobre o hábitat podem ser
exemplificadas pela substituição de campos por terras
agrícolas, plantações de pinus, corte de florestas com
araucária, secagem, drenagem, “açudagem” de banhados, hidrelétricas. Além disso, pastejo excessivo e
queimadas podem ser consideradas fontes de perda de
biodiversidade de aves na região.
Substituição dos Campos por Terras Agrícolas.
O descontrolado avanço das fronteiras agrícolas é
uma realidade em todos os ambientes campestres no
mundo. A homogeneização dos ambientes naturais
gerada pelo homem, diminui a diversidade da avifauna
e afeta a estrutura da comunidade, levando a extinção
local de espécies e populações (Aleixo, 2001; Fontana
et al., 2003; Bilenca & Miñarro, 2004; Di Giacomo &
Di Giacomo, 2004; Brennan & Kuvlesky, 2005). Em
porções dos Campos de Cima da Serra, a prática de
pecuária extensiva e agricultura de subsistência passou
a ser substituída por plantações de cebola, alho (Figura
5.32), cenoura, batata, extensas plantações de maçãs,
milho, e, principalmente, soja e trigo (e.g. Vacaria e Bom
Jesus). Constatou-se que áreas onde antes a pecuária
era praticada (c.a. três anos atrás) foram completamente
convertidas em lavouras. Na localidade de São Pedro,
Vacaria, por exemplo, espécies ameaçadas como S.
melanogaster, S. hypoxantha, A. nattereri e X. dominicanus,
encontradas em expedições passadas, não foram registradas nos mesmos locais, em decorrência provável da
substituição dos campos e banhados por lavouras (CSF).
A prática denominada de “espúria” foi muito observada, especialmente no RS, representando preocupação
adicional à conservação de avifauna. O avanço agrícola
desencadeado pela mecanização do setor é o fator relevante na perda de hábitat para aves de campo (Bilenca
& Miñarro, 2004). Atrelado à expansão agrícola está a
contaminação principalmente dos recursos hídricos da
região em decorrência da utilização de agrotóxicos, além
da erosão (Bristot, 2001). Embora não existam estudos
específicos do efeito dos pesticidas sobre a avifauna do
Planalto deve-se considerar a possibilidade de impactos
negativos principalmente para aves carnívoras e insetívoras devido à contaminação cumulativa, bem como a
possível diminuição na disponibilidade de presas.
183
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Figura 5.32. Cultivo de alho às margens de banhado. Foto: Márcio Repenning.
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Aves
Figura 5.33. Plantio de pinus. Foto: Márcio Repenning.
Plantações de Pinus sp.
Constitui talvez o problema mais sério que vem sendo
observado nos Campos de Cima da Serra em relação à
avifauna, podendo ser considerado, inclusive, como uma
ameaça concreta a extinção deste ecossistema singular
(Bristot, 2001; obs. pess.). A conversão de extensas
áreas de campos em plantações de árvores exóticas vem
sendo enfatizada como uma severa ameaça à fauna do
RS (Fontana et al., 2003), no entanto o que se observa é
um contínuo e desenfreado aumento destes plantios na
região, incentivados muitas vezes por interesses políticoeconômicos. Todas as 16 espécies de aves de campo
ameaçadas de extinção e compiladas para os Campos de
Cima da Serra são ameaçadas pelas plantações de pinus.
A silvicultura, se comparada a outras práticas agrícolas
é ainda mais devastadora na região, pois os plantios são
estabelecidos mesmo em áreas onde a agricultura convencional é impraticável (e.g. solos muito rasos e pedregosos)
(Figura 5.33), em locais que poderiam servir de refúgio
para avifauna mais associada a campo. Associados às
plantações de pinus encontram-se fatores igualmente
ameaçadores como: drenagens de áreas úmidas seguidas
de invasão de novas plântulas de pinus em banhados e
campos adjacentes. Aves típicas de campos associados
a banhados (e.g. G. undulata) não foram encontradas em
áreas úmidas potenciais para sua ocorrência quando estas
estavam cercadas de pinus (CSF, MR, Bencke et al., 2003).
O impacto das plantações de pinus sobre aves florestais é
menos previsível, embora espécies florestais especialistas
de hábitat e guildas alimentares (e.g. frugívoros, insetívoros de solo, insetívoros de sub-bosque) tendam a se
extinguir localmente em áreas desestruturadas.
184
Desmatamento
Atualmente restam não mais que 1% da formação
original da Floresta Ombrófila Mista em remanescentes primários ou em avançado estágio de regeneração,
o que a coloca entre as tipologias mais ameaçadas da
Mata Atlântica (Medeiros et al., 2005). A exploração de
araucária, mesmo que de forma ilegal desde 1975, ainda
representa uma ameaça aos relictos de matas nativas da
região do Planalto (Figura 34) (e.g. Painel, Urupema,
São Joaquim, São José dos Ausentes, Jaquirana, Monte
Alegre dos Campos) (Bencke et al., 2006; CSF, MR,
CER) e, consequentemente, à avifauna a ela associada.
O corte seletivo de espécies de madeira nobre descaracteriza as formações vegetais e diminui a diversidade
de aves. Entre outros impactos pode ser mencionada a
dificuldade de algumas espécies de encontrar grandes
maciços florestais para dormitório, alimento, e, inclusive
cavidades de árvores velhas para nidificação. Espécies de
psitacídeos, em geral, dependem desse tipo de recurso
(Fontana et al., 2003). Devido a atual situação de ameaça
a estas formações, a implantação e implementação de
UCs de proteção integral são urgentes.
Hidrelétricas
Os melhores remanescentes de mata com araucária
da região encontram-se nos locais de difícil acesso,
como o observado no vale do rio Pelotas e alguns de
seus afluentes. Alguns dos maiores empreendimentos
hidrelétricos do RS e SC foram planejados sob a ótica da
potencialidade na geração de energia e baixo custo, desconsiderando totalmente o aspecto ambiental envolvido.
Aves
Consequentemente, locais críticos para a conservação de
avifauna, bem como de outros grupos de fauna e flora,
principalmente florestais, desapareceram, ou irão desaparecer por completo, caso os novos projetos sejam
executados sem sérios estudos prévios. Um exemplo
emblemático foi a destruição irreversível de cerca
de 6.000 ha de florestas primárias e secundárias com
araucárias pela UHE de Barra Grande (Figura 5.13)
(APREMAVI, 2005). Acredita-se, igualmente, que a
destruição de campos e banhados, em menor escala,
decorrente da extensão do grande lago artificial de
Barra Grande pode ter afetado a área de reprodução de
Sporophila spp. Novos empreendimentos hidrelétricos
estão previstos para o vale do rio Pelotas como UHE
Pai Querê e Passo da Cadeia, também para o rio Lava
Tudo e São Mateus. Estes, se confirmados, comprometerão irreversivelmente a perpetuação de populações de
espécies florestais e campestres encontradas na região
do P39, por exemplo.
Açudes, Drenagem e “Secagem” de Banhados
Os Campos de Cima da Serra são entrecortados
por banhados, constituindo a típica paisagem serrana.
Estes banhados são comumente represados tanto para
a manutenção de reservatórios de água para agricultura
quanto para o consumo de animais domésticos. Adicionalmente, são represados para piscicultura, como
observado em algumas propriedades visitadas, ou são
drenados também para usos agro-pastoris (Figura
5.35). Eventualmente são também secados com uso
de produtos químicos. Essas práticas resultam na
eliminação ou redução desses ambientes palustres de
extrema importância especialmente para reprodução,
alimentação e dormitório de espécies de aves de campo/banhado, como Sporophila melanogaster, S. hypoxantha,
Xanthopsar flavus, Xolmis dominicanus, Limnoctites rectirostris,
canário-do-brejo (Emberizoides ypiranganus) (Figura
5.36), tico-tico-do-banhado (Donacospiza albifrons) e
chopim-do-brejo (Pseudoleistes guirahuro) (Figura 5.37).
Pecuária
A pecuária quando conduzida de forma inadequada
contribui para a degradação das formações florestais e
campestres afetando aves especialistas destes ambientes.
A sobrelotação de campos, como também as queimadas
indisponibilizam, pelo menos temporariamente e/ou
parcialmente o hábitat de espécies restritas a campo
como, por exemplo, A. nattereri e Sporophila spp. O fogo
e o pisoteio do gado em campos e banhados afetam
a reprodução de espécies provocando a destruição
principalmente de ninhos (Fontana, 1994; Rosário,
1996; Azpiroz, 2001). O plantio de pastagens artificiais
substitui completamente os campos naturais diminuindo
a diversidade de alimento e abrigo para as aves. Adicionalmente, o gado impede a regeneração de vegetação
nos capões de mata e florestas que utiliza para abrigo.
Entretanto a pecuária parece ser a alternativa econômica
menos danosa ao ambiente campestre dos Campos de
Cima da Serra e, se bem assessorados, os pecuaristas
poderiam ser importantes aliados na conservação de
avifauna, pois detém a “curadoria” da terra. A pecuária
é o tipo de exploração de campos mais antiga tendo
iniciado no século XVIII na região. A criação de gado
permaneceu por muitos anos como uma das principais
185
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Figura 5.34. Desmatamento na calha do rio Leão, Vacaria/RS. Foto: Márcio Repenning.
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Aves
Figura 5.35. Drenagem de banhado. Foto: Márcio Repenning.
práticas de ocupação da terra na região de campos,
sendo gradativamente substituída pelos latifúndios por
exploração e pelas empresas rurais (CEDIC, 1992).
Hoje as fazendas encontram-se reduzidas, (c. 300 ha) e
se encontram em uma situação de “equilíbrio-precário”
(Bristot, 2001). Contudo, tecnologias já desenvolvidas
visando melhorar o retorno financeiro do produtor
aliado à manutenção de forma mais íntegra a fisionomia
campestre podem ajudar na conservação da avifauna,
se adotadas nesta região.
Figura 5.36. Canário-do-brejo (Emberizoides ypiranganus). Foto: Márcio Repenning.
186
Aves
Captura e Caça Ilegal
Sabe-se que 18% das espécies ameaçadas de extinção do RS são afetadas pela caça ou coleta predatórias
(Fontana et al., 2003). Esta taxa é muito alta para uma
atividade ilegal e ocorre, inclusive em UCs. Apesar de
não haverem estudos sobre qual é a pressão de caça e
captura para o comércio de aves no Planalto das Araucárias nota-se que as mesmas são rotineiramente praticadas. Sporophila spp., por exemplo, são pássaros muito
cobiçados pelos “passarinheiros”, sendo regularmente
encontrados em gaiolas nas residências das cidades do
Planalto das Araucárias. Isto representa uma ameaça
muito concreta para estes pássaros (Sick, 1997; Aspiroz,
Figura 5.38. Tecelão (Cacicus chrysopterus). Foto: Márcio Repenning.
187
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Figura 5.37. Chopim-do-brejo (Pseudoleistes guirahuro). Foto: Márcio Repenning.
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Aves
Figura 5.39. Curicaca (Theristicus caudatus). Foto: Márcio Repenning.
2001). Além de causar diminuição numérica, a coleta
direcionada somente aos machos territoriais (plumagem
de adulto e comportamento agressivo) dessas espécies
poderá causar, em longo prazo, um desequilíbrio genético nas populações por seleção sexual artificial. Outros
pássaros, como o canário-da-terra (Sicalis flaveola), o
azulão (Cyanocompsa brissonii) e o pintassilgo (Carduelis
magellanica), também sofrem intensa pressão de coleta,
estes últimos em regiões próximas a centros urbanos
tiveram suas populações caçadas até a extinção (Sick,
1997; Fontana, 2005). Outros pássaros como os sabiás (Turdus spp. e Platycichla flavipes), as saíras (Tangara
spp.), os sanhaços (e.g. o sanhaço-frade, Stephanophorus
diadematus) e os icterídeos: tecelão, (Cacicus chrysopterus)
(Figura 5.38), graúna (Gnorimopsar chopi), veste-amarela
(Xanthopsar flavus) e chopim-do-brejo (Pseudoleistes guirahuro) também são capturados para o comércio, ou
para animal de estimação. É comum na região a captura
de filhotes de psitacídeos, como Amazona pretrei e A.
vinacea, sendo que indivíduos destas espécies foram
observados com freqüência em gaiolas nas casas das
principais cidades da região (CSF), ao lado do cuiú-cuiú,
(Pionopsitta pileata) e do maitaca-verde (Pionus maximiliani)
(maiores informações em Collar et al., 1992; Varty et
al., 1994; Prestes et al., 1997; Martinez & Prestes, 2002;
Bencke et al., 2003). Além de captura, muitas espécies
de aves sofrem pressão de caça para alimentação. Na
região de estudos nos foi relatada a caça de jacu, Penelope
obscura, inambuguaçu, Crypturellus obsoletus, R. rufescens, N.
maculosa e, principalmente, pombas grandes do gênero
Patagioenas. As últimas, inclusive, são utilizadas para
abastecer restaurantes da serra gaúcha (F. R. Cardoso,
com. pes., 2004). A caça é responsável pelo desapare-
188
cimento local de espécies ameaçadas como a jacutinga,
Aburria jacutinga, e o macuco, Tinamus solitarius, entre
outras espécies (Sick, 1997; Bencke et al. 2003).
Glossário
As seguintes definições foram elaboradas por CER,
CSF e MR para este trabalho, à exceção daquelas acompanhadas por citação do autor.
Display: comportamento de exibição, apresentado
em geral por machos de aves no período de reprodução.
Nesses comportamentos são realizados sinais sonoros,
corporais e de vôo.
CAP: circunferência à altura do peito, medido no
tronco da árvore a 1,3 m do chão. Serve para calcular
diâmetro do tronco e/ou o volume do material lenhoso
de uma árvore ou povoamento florestal.
Espúria: Consiste em uma parceria entre fazendeiros
do nordeste do RS e agricultores de outras regiões com
o objetivo de ampliar a área de plantio de alguns cultivos
(como batatinha e repolho) em áreas de difícil acesso
como bordas de banhado, margens de arroio até encostas e topo de coxilhas, com o auxílio de mecanização.
O preço pago aos fazendeiros é o plantio posterior de
pastagens artificiais de inverno (Bristot, 2001).
Guilda: Pode ser definida como um agrupamento
artificial de espécies em relação a alguma característica
comportamental e/ ou ecológica particular compartilhada por todas. Por exemplo, espécies que se alimentam
de frutos, que habitam somente a copa de florestas, que
possuem atividade noturna, etc.
Aves
Passarinheiros: Pessoas que mantém pássaros nativos e/ou exóticos confinados a gaiolas ou viveiros. Na
maioria das vezes capturam as aves na natureza, com o
uso de redes, alçapões, arapucas, visgo, chamas e outras
técnicas, para tê-los como animal de estimação e/ou
também para comercialização dos mesmos.
tulo IV), podem ser visualizadas como uma maneira
de manter viáveis populações de espécies de aves no
Planalto das Araucárias.
1. Estabelecimento de um programa de incentivo
à pesquisa básica, de longo prazo, sobre a biologia de
espécies da avifauna local.
2. Programas públicos de incentivo ao desenvolviRecomendações e Oportunidades para
mento
da pecuária, utilizando técnicas já testadas na
Conservação ou para Pesquisas Futuras
Estima-se que levantamentos conduzidos em áreas
selecionadas a priori podem suprir as carências em termos de conhecimento e nortear ações conservacionistas
efetivas e rigorosas. Contudo, o desconhecimento de
fatores biológicos e ecológicos de muitas aves somado
à rápida destruição e descaracterização dos ambientes
originais são os principais problemas que influenciam
negativamente na conservação da avifauna do Planalto
das Araucárias.
As seguintes recomendações conjuntamente com
aquelas propostas nas considerações gerais (ver capí-
região como a oferta de forragem adequada e sem a
utilização do fogo. O manejo adequado desta atividade pode contribuir para a conservação de espécies de
aves associadas a campo principalmente, bem como
aquelas associadas a sub-bosques em bom estado de
preservação.
3. Ordenamento urgente de plantio de culturas em
geral, como silvicultura de Pinus sp. e de frutíferas (maçã,
especialmente); olerícolas (batata, soja, trigo, aveia, milho, cevada, etc.), com base na aptidão da região, uma
vez que varias espécies de aves ameaçadas de extinção
podem estar sofrendo a redução de suas populações nos
189
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Figura 5.40. Tesoura-cinzenta (Muscipipra vetula). Foto: Márcio Repenning.
Aves
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
8. Fiscalização efetiva por parte dos órgãos compeCampos de Cima da Serra, devido a estas atividades,
tentes (principalmente, IBAMA, FEPAM e FATMA,
pela forma como estão sendo conduzidas.
4. Embargo imediato aos projetos de grandes empre- PATRAM) com relação a caça, captura e comércio
endimentos hidrelétricos previstos para a região (bacias clandestino de aves silvestres, afim de desestimular
dos rios Uruguai e Antas), principalmente o da UHE tais praticas e desbaratar rotas de tráfico de animais
Pai Querê que se implementado atingirá, por exemplo, na região.
os habitats de diversas espécies ameaçadas de extinção
observados nesse estudo. Fiscalização de EIAs em
andamento e exigência, pelos órgãos competentes, de
complementação de EIA/RIMAs já existentes, gerados
eventualmente por empresas de idoneidade dúbia, para
que não se repita o caso da UHE de Barra Grande
(APREMAVI, 2005).
5. Atenção da iniciativa pública e/ou privada na
projeção a curto, médio e longo prazos de empreendimentos conflitantes com áreas de importância para a
conservação da avifauna na região dos Campos de Cima
da Serra (Bencke et al., 2006).
6. Incentivo do governo para o aproveitamento e
conservação das belezas cênicas da região, com vistas
ao ecoturismo. Concomitantemente, apoiando as prefeituras locais para organização de cursos de observação
aves, uma importante ferramenta para construção da
conscientização pública visando a conservação do ambiente e a melhora da qualidade de vida da população.
7. Estabelecimento de um programa de educação
ambiental para os moradores, enfocando a problemática
da caça, captura e comércio ilegal de espécies da avifauna
silvestre, uma prática comum nessa região.
190
Agradecimentos
Aos estagiários Aline de Fraga Pinto, Tiago dos Santos
da Silveira e Úrsula Brasil Rasquin pelo apoio nas expedições científicas. A Glayson A. Bencke, Nacho Areta
(Argentina) e Gabriel Rocha (Uruguai) pela atenção cedida
na avaliação da identidade de Sporophila hypochroma. A
Glayson A. Bencke, Giovanni N. Maurício e Jan Karel
F. Mähler Jr. pela literatura cedida. À Equipe de Botânica
da UFRGS pela determinação de material vegetal. A
Cristian M. Joenck, André M. Lima e Giovanni N. Maurício e Jan Karel F. Mähler Jr. pelas informações pessoais
sobre a avifauna da região. A André de Mendonça-Lima
e Willy Repenning pela leitura crítica e sugestões para o
texto. Pelo apoio logístico e/ou acompanhamento em
campo e/ou informações prestadas, agradecemos aos
senhores: Mussa (Vacaria), Vilmar Longo (Vacaria), Felipe Rossoni Cardoso (Vacaria), Deoclécio (São Joaquim),
Joaquim (São Joaquim), João Maria Soares Costa (São
Joaquim), Hannes (São Francisco de Paula). Ao senhor
Leonorino Olliboni e família, pela hospitalidade em
sua propriedade (Vacaria). Ao senhor Levínio Neves
de Godoy (Lages) por permitir a amostragem na sua
propriedade.
Aves
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193
Anexos
Tabela 5.1. Descrição qualitativa dos pontos de observação e datas de realização das observações de avifauna no Planalto das Araucárias do RS e SC. Os pontos seguem ordenação N – S.
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P1
27°40'S
50°19'W
Fazenda Paraíso
Lages
SC
916
18/10/2005
campo baixo, flor. araucária,
banhado
P2
27°59'S
50°16'W
Cajuru
Lages
SC
1135
18/10/2005
campo alto, cambo baixo, flor.
Araucária, banhado
P5
28°04'S
50°05'W
Próximo Lava Tudo
Painel
SC
1181
18/10/2005
estepe parque, flor. araucária,
capoeira, açude, flor.ciliar com
grande parcela inundada pelo lago
da UHBG no vale do rio Pelotas
P3 4
28°06'S
50°53'W
Faz. Sr. Prateado, Vale do
rio Pelotas
Vacaria
RS
871
12/12/2005
estepe parque, flor. araucária, flor.
galeria, banhado
P36
28°08'S
50°54'W
Faz. Sr. Leonorino,
Capela do Caravagio,
Coxilha Grande
Vacaria
RS
858
11/12/2005
campo alto, campo baixo, flor.
galeria, flor. araucária, banhado
P8
28°09'S
49°37'W
Morro do Baú
Urubici
SC
1727
14/10/2005
campo baixo, flor. araucária,
banhado
P10
28°10'S
50°00'W
Fazenda Lagoinhas
São Joaquim
SC
1215
17/10/2005
campo alto, campo baixo, flor.
araucária, açude
P3
28°11'S
50°17'W
Morrinhos
Lages
SC
1214
9/10/2005
campo alto, campo baixo, flor.
galeria, banhado
P4
28°11'S
50°30'W
Viaduto do Tateto
Lages
SC
953
19/10/2005
campo alto, campo baixo, flor.
araucária, flor. galeria, banhado,
lavoura, pomar, açude
P37
28°16'S
50°55'W
São Pedro
Vacaria
RS
933
12/12/2005
estepe parque, flor. araucária, flor.
galeria, banhado
P3 9
28°18'S
50°10'W
Estância do Meio
São Joaquim
SC
850
10/12/2005
Continua...
Aves . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
195
campo baixo, flor. araucária, cultivo
de Pinnus, açude
196
Tabela 5.1. Descrição qualitativa dos pontos de observação e datas de realização das observações de avifauna no Planalto das Araucárias do RS e SC. Os pontos seguem ordenação N – S.
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campo alto, campo baixo, flor. araucária,
banhado
P6
28°22'S
49°59'W
Acesso São Sebastião do
Arvoredo
São Joaquim
SC
1301
15/10/2005
campo baixo, flor. araucária, banhado
P7
28°23'S
50°06'W
São Sebastião do
Arvoredo
São Joaquim
SC
1161
15/10/2005
campo alto, campo baixo, flor. exótica,
banhado
P9
28°26'S
49°39'W
Acesso a Silveira de Bom
Jardim da Serra
Bom Jardim da
Serra
SC
1394
14/10/2005
campo baixo, flor. araucária, banhado,
açude, lavoura
P2 0
28°31'S
50°47'W
Macena
Vacaria
RS
940
10/10/2005
campo baixo, flor. araucária, banhado
P13
28°32'S
50°04'W
Acesso a Silveira de Bom
Jesus
Bom Jesus
RS
1156
13/10/2005
campo baixo, flor. araucária, flor. galeria,
flor. exótica, capoeira
P21
28°34'S
49°54'W
Alojamento da UFRGS e
arredores-Silveira
São José dos
Ausentes
RS
campo baixo, banhado, açude, flor.
Araucária
P16
28°35'S
49°50'W
Monte Negro acesso
Silveira
São José dos
Ausentes
RS
1362
12/10/2005
campo alto, campo baixo, banhado
P14
28°36'S
50°02'W
Estrada do Rio Pelotas
São Jose dos
Ausentes
RS
1181
13/10/2005
campo baixo, flor. araucária, banhado,
capoeira, mata nebular
P15
28°36'S
49°47'W
Monte Negro
São José dos
Ausentes
RS
1323
12/10/2005
campo alto, campo baixo, flor. araucária,
flor. exótica, flor. galeria, banhado, lavoura,
capoeira
P19
28°37'S
50°44'W
Estrada vicinal Monte
Alegre
Monte Alegre
dos Campos
RS
1113
10/10/2005
banhado, lavoura, pomar
P1 1
28°40'S
50°34'W
Bom Jesus
Bom Jesus
RS
989
11/10/2005
campo alto, campo baixo, flor. araucária,
flor. exótica, banhado
P17
28°47'S
50°08'W
Acesso para Butiá
São José dos
Ausentes
RS
1167
11/10/2005
campo alto, flor. araucária, banhado, flor.
exótica
P18
28°54' S
50°27'W
Estrada Bom Jesus Canela
Jaquirana
RS
896
9/12/2005
campo alto, campo baixo, flor. galeria, flor.
araucária, banhado, capoeira
P1 2
28º35'S
50º23'W
Acesso São Joaquim
Bom Jesus
RS
1003
11/10/2005
campo baixo, flor. araucária, banhado
P4 1
29°27'S
50°37',W
Alpes
São Francisco
de Paula
RS
12/10/2005
9/11/2005
Aves . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Aves . Anexos
Espécie ameaçada/categorias de ameaça
HB EE CP/RNP (*/**)
L/ F
L/FWB
WB
(4/5)
Rhea americana NT-GA
C
x
(#/##)
x
Tinamus solitarius CR-RS
F
x
x
Aburria jacutinga EN-GA, BR; CR-RS
F
Odontophorus capueira VU-RS
F
x
Mesembrinibis cayennensis EN-RS
F
x
Sarcoramphus papa CR-RS
F
x
Leucopternis polionotus NT-GA; EN-RS
x
x
x
x
x
x
F
x
x
Harpyhaliaetus coronatus EN-GA; VU-BR; CR-RS
C
x
x
Percnohierax leucorrhous CR-RS
F
x
Buteo melanoleucus VU-RS
C
x
x
Spizaetus tyrannus CR-RS
F
x
x
Spizaetus melanoleucus CR-RS
F
Spizaetus ornatus PE-RS
F
x
CB
x
Gallinago undulata VU-RS
x
x
x
x
Tryngites subruficollis NT-GA; VU-RS
C
x
Claravis godefrida* CR-GA, BR
F
x
Patagioenas cayennensis VU-RS
F
Patagioenas plumbea VU-RS
F
x
x
Amazona pretrei VU-GA, BR, RS
F
x
x
Amazona vinacea VU-GA, BR; EN-RS
F
x
x
Triclaria malachitacea NT-GA; VU-RS
F
x
x
Pulsatrix perspicillata EN-RS
F
x
x
Strix hylophila NT-GA
F
x
x
Phaethornis eurynome* VU-RS
F
x
x
x
x
Continua...
197
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Tabela 5. 2. Lista de espécies ameaçadas de extinção do Planalto das Araucárias (RS/SC). HB: Habitat;
EE: Este estudo; CP/RNP: comunicação pessoal/relatórios não publicados (* CSF, MR, CMJ, AML,
GNM/** relatório do projeto Subsídios do Planalto das Araucárias [Fontana e Maurício, dados não publicados],
relatório do projeto de Levantamento da Avifauna do Centro de Pesquisas e Conservação da Natureza CPCN-PróMata [Fontana et al., dados não publicados]). L/FWB: Literatura publicada/Fichário (# Fichário Original de
William Belton [disponível na Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul/ ## Literatura utilizada: Belton 1994;
Rosário 1996; Voss et al. 1998; Mähler Jr. & Fontana 2000; Naka et al 2000; Bencke et al. 2003; Bencke et al.
2006; Bencke & Kindel 1999]). A listagem das espécies segue CBRO (2006); espécies listadas em ordem sistemática.
Espécies ameaçadas em nível nacional cujas subespécies não ocorrem na região do planalto das araucárias não foram
consideradas na tabela de espécies ameaçadas de extinção.
Aves . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Espécie ameaçada/categorias de ameaça
HB EE CP/RNP (*/**)
L/ F
L/FWB
WB
(4/5)
(#/##)
x
Selenidera maculirostris* CR-RS
F
Picumnus nebulosus NT-GA
F
x
x
Piculus aurulentus NT-GA
F
x
x
Dryocopus galeatus VU-GA, BR; CR-RS
F
Dryocopus lineatus VU-RS
F
x
x
x
Campephilus robustus EN-RS
F
x
x
x
Mackenziaena severa* EN-RS
F
x
Drymophila rubricollis EN-RS
F
x
Drymophila ochropyga* NT-GA
F
x
Pyriglena leucoptera VU-RS
F
Grallaria varia VU-RS
F
Psilorhamphus guttatus VU-RS
F
x
Merulaxis ater* NT-GA
F
x
Scytalopus indigoticus* NT-GA; EN-RS
F
x
Scytalopus iraiensis EN-GA, BR
x
x
CB
x
x
x
x
x
x
Limnoctites rectirostris NT-GA; VU-BR, RS
B
Cichlocolaptes leucophrus EM-RS
F
Leptasthenura setaria NT-GA
F
Clibanornis dendrocolaptoides NT-GA; VU-RS
F
x
Phylloscartes eximius* NT-GA; EN-RS
F
x
Phylloscartes paulista* NT-GA
F
x
Phylloscartes difficilis NT-GA
F
x
x
Contopus cinereus EN-RS
F
x
x
x
x
Xolmis dominicanus VU-GA, RS
CB
x
x
x
x
x
x
x
Colonia colonus* VU-RS
F
x
Attila rufus* CR-RS
F
x
Phibalura flavirostris NT-GA; CR-RS
F
x
Carpornis cucullata NT-GA
F
x
x
Procnias nudicollis VU-GA; EN-RS
F
x
x
Piprites pileata VU-GA, BR; EN-RS
F
Cyanocorax caeruleus NT-GA
F
Cistothorus platensis EN-RS
C
Anthus nattereri VU-GA, BR, RS
C
198
x
x
x
x
x
x
Continua...
Aves . Anexos
Espécie ameaçada/categorias de ameaça
HB EE CP/RNP (*/**)
L/ F
L/FWB
WB
(4/5)
(#/##)
F
x
Tangara seledon VU-RS
F
x
Tangara cyanocephala* EN-RS
F
x
Sporophila frontalis* VU-GA, BR; PE-RS
F
x
Sporophila plumbea EN-RS
C
x
Sporophila collaris VU-RS
CB
Sporophila hypoxantha CR-RS
CB
x
C
x
CB
x
Sporophila cf. hypochroma NT-GA
Sporophila melanogaster NT-GA; VU-BR, RS
x
x
x
x
Amaurospiza moesta NT-GA
F
x
Saltator fuliginosus VU-RS
F
x
Xanthopsar flavus VU-GA, BR, RS
Euphonia chalybea NT-GA
CB
x
F
x
x
x
x
x
Legenda: Categorias de ameaça, NT: espécie quase ameaçada, VU: vulnerável, EN: em perigo, CR: criticamente
em perigo, PE: provavelmente extinta. Escalas geopolíticas das ameaças: GA: globalmente ameaçada (IUCN,
2006), BR: ameaçada de extinção no Brasil (MMA, 2005), RS: ameaçada de extinção no Rio Grande do Sul
(Fontana et al, 2003). Hábitats das espécies: C= campo, CB= campo/banhado, F= florestas. * Espécie com
distribuição marginal na região do Planalto das Araucárias típicas de Mata atlântica ou Floresta Estacional.
199
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Thraupis cyanoptera NT-GA
200
Tabela 5.3. Composição e Freqüência de Ocorrência Absoluta (FA) das espécies de aves anotadas em 26 pontos de observação (Px) no Planalto das Araucárias em outubro e dezembro de 2005. SO= Status
de ocorrência (R= residente; M= residente de primavera/verão; N= visitante migratório vindo Hemisfério Norte; D= status desconhecido) H= hábitat (F= floresta; C= campo; B= banhado; CB= campo/
banhado; CF= campo/floresta; U= urbano). TR= total de contatos. Espécies anotadas apenas qualitativamente durante os deslocamentos entre os pontos amostrados (FA= 0%). Espécies ilustradas com
fotografias (F.5.x). A taxonomia e nomenclatura científica seguem CBRO (2006). Nomes vulgares e status de ocorrência seguem Bencke (2001).
Nome científico
Nome vulgar
SO H
FA (%)
TR P1
P10
P11
P12
P13
P14
P15
P16
P17
P18
P19
P2
P20
x
x
x
x
P21
P3
P34
P36
P37
x
x
x
x
x
x
P39
P4
P41
P5
P6
P7
x
x
x
x
x
P8
P9
ORDEM TINAMIFORMES
FAMÍLIA TINAMIDAE
Crypturellus obsoletus
inambuguaçu
R
F
19,23
5
Rhynchotus rufescens
Perdigão
R
C
80,77
21
Nothura maculosa
perdiz ou codorna
R
C
38,46
10
Dendrocygna viduata
marreca-piadeira ou irerê
R
B
3,85
1
Amazonetta brasiliensis
marreca-pé-vermelho
R
B
26,92
7
Anas flavirostris
marreca-pardinha
R
B
0
Anas georgica
marreca-parda
R
B
30,77
8
jacuaçu
R
F
15,38
4
uru
R
F
3,85
1
mergulhão
R
B
7,69
2
socozinho
M
B
0
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
ORDEM ANSERIFORMES
FAMÍLIA ANATIDAE
x
x
x
x
x
x
x
x
ORDEM GALLIFORMES
FAMÍLIA CRACIDAE
Penelope obscura
x
x
x
x
FAMÍLIA ODONTOPHORIDAE
Odontophorus capueira
x
ORDEM PODICIPEDIFORMES
FAMÍLIA PODICIPEDIDAE
Podilymbus podiceps
x
x
ORDEM CICONIIFORMES
FAMÍLIA ARDEIDAE
Butorides striata
Ardea alba
garça-branca-grande
R
B
3,85
1
Syrigma sibilatrix
maria-faceira
R
CB
23,08
6
Egretta thula
garça-branca-pequena
R
B
3,85
1
Plegadis chihi
maçarico-preto
R
B
3,85
1
Mesembrinibis cayennensis
coró-coró
R
F
0
Theristicus caudatus F.5.39
curicaca
R
C
76,92
20
joão-grande
R
C
3,85
1
x
x
x
x
x
x
x
x
FAMÍLIA THRESKIORNITHIDAE
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
FAMÍLIA CICONIIDAE
Ciconia maguari
x
Continua...
Aves . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Nome científico
Nome vulgar
SO H
FA (%)
TR P1
P10
P11
P12
P13
P14
P15
P16
P17
P18
x
x
x
x
x
x
P19
P2
P20
P21
P3
P34
P36
P37
P39
P4
x
x
x
x
x
x
P41
P5
P6
P7
P8
P9
ORDEM CATHARTIFORMES
FAMÍLIA CATHARTIDAE
Cathartes aura
urubu-de-cabeça-vermelha
R
CF
38,46
Cathartes burrovianus
urubu-de-cabeça-amarela
R
CF
0
Coragyps atratus
urubu-de-cabeça-preta
R
C
Sarcoramphus papa F.5.14
urubu-rei
R
Elanoides forficatus
gavião-tesoura
Elanus leucurus
gavião-peneira
Rostrhamus sociabilis
Ictinia plumbea
10
x
x
65,38
17
x
F
3 ,85
1
M
F
19,23
5
R
C
7 ,69
2
gavião-caramujeiro
R
B
3 ,85
1
sovi
M CF
3 ,85
1
Accipiter bicolor
gavião-bombachinha-grande
R
F
3 ,85
1
Buteogallus urubitinga
gavião-preto
R
CF
3 ,85
1
Heterospizias meridionalis
gavião-caboclo
R
C
23,08
6
Rupornis magnirostris
gavião-carijó
R
CF
42,31
11
Buteo albicaudatus
gavião-de-rabo-branco
R
C
7 ,69
2
Spizaetus ornatus
gavião-de-penacho
R
F
3 ,85
1
Caracara plancus
caracará
R
C
69,23
18
Milvago chimachima
carrapateiro
R
CF
65,38
17
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
ORDEM FALCONIFORMES
FAMÍLIA ACCIPITRIDAE
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
FAMÍLIA FALCONIDAE
x
x
x
x
Milvago chimango
chimango
R
C
76,92
20
x
x
x
Falco sparverius
quiriquiri
R
C
61,54
16
x
x
x
Falco femoralis
falcão-de-coleira
R
C
7 ,69
2
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
ORDEM GRUIFORMES
FAMÍLIA RALLIDAE
Aramides saracura
saracura-do-brejo
R
F
38,46
10
Laterallus leucopyrrhus
pinto-d’água-avermelhado
R
B
26,92
7
x
x
x
saracura-sanã
R
B
11,54
3
x
saracura-do-banhado
R
B
11,54
3
x
4
x
x
galinhola ou frango-d’água
R
B
15,38
frango-d’água-carijó
R
B
0
Fulica leucoptera
carqueja-de-bico-amarelo
R
B
7 ,69
2
seriema
R
C
76,92
20
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
FAMÍLIA CARIAMIDAE
Cariama cristata F.5.12
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Continua...
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
201
Gallinula chloropus
Gallinula melanops
x
Aves . Anexos
Pardirallus nigricans
Pardirallus sanguinolentus
x
202
Tabela 5.3. Composição e Freqüência de Ocorrência Absoluta (FA) das espécies de aves anotadas em 26 pontos de observação (Px) no Planalto das Araucárias em outubro e dezembro de 2005. SO= Status
de ocorrência (R= residente; M= residente de primavera/verão; N= visitante migratório vindo Hemisfério Norte; D= status desconhecido) H= hábitat (F= floresta; C= campo; B= banhado; CB= campo/
banhado; CF= campo/floresta; U= urbano). TR= total de contatos. Espécies anotadas apenas qualitativamente durante os deslocamentos entre os pontos amostrados (FA= 0%). Espécies ilustradas com
fotografias (F.5.x). A taxonomia e nomenclatura científica seguem CBRO (2006). Nomes vulgares e status de ocorrência seguem Bencke (2001).
Nome científico
Nome vulgar
SO H
FA (%)
TR P1
P10
P11
P12
P13
P14
P15
P16
P17
P18
P19
P2
P20
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
P21
P3
P34
P36
P37
x
x
x
x
P39
P4
P41
P5
P6
P7
P8
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
P9
ORDEM CHARADRIIFORMES
FAMÍLIA CHARADRIIDAE
Vanellus chilensis
quero-quero
R
C
76,92
20
pernilongo
R
B
3 ,85
1
x
FAMÍLIA RECURVIROSTRIDAE
Himantopus melanurus
x
FAMÍLIA SCOLOPACIDAE
Gallinago paraguaiae
narceja
R
B
23,08
6
Gallinago undulata
narcejão
R
CB
3 ,85
1
Tringa flavipes
maçarico-de-perna-amarela
N
B
3 ,85
1
jacana
R
B
11,54
3
Columbina talpacoti
rolinha-roxa
R
C
7 ,69
2
Columbina picui
rolinha-picui
R
C
7 ,69
2
Patagioenas picazuro
asa-branca ou pombão
R
CF
16,92
20
Patagioenas plumbea
pomba-amargosa
R
F
3 ,85
1
Zenaida auriculata
pomba-de-bando
R
C
30,77
8
Leptotila verreauxi
juriti-pupu
R
CF
26,92
7
Leptotila rufaxilla
juriti-gemedeira
R
F
3 ,85
1
Pyrrhura frontalis
tiriba-de-testa-vermelha
R
F
53,85
14
Pionopsitta pileata
cuiú-cuiú
R
F
26,92
7
x
x
x
x
x
x
FAMÍLIA JACANIDAE
Jacana jacana
x
x
x
ORDEM COLUMBIFORMES
FAMÍLIA COLUMBIDAE
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
ORDEM PSITTACIFORMES
FAMÍLIA PSITTACIDAE
Pionus maximiliani
maitaca-bronzeada
R
F
19,23
5
Amazona pretrei
charão
R
F
11,54
3
Amazona vinacea F.5.28,29
papagaio-de-peito-roxo
R
F
38,46
10
Guira guira
anu-branco
R
C
7 ,69
2
Tapera naevia
saci
R
CF
3 ,85
1
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
ORDEM CUCULIFORMES
FAMÍLIA CUCULIDAE
x
x
x
Continua...
Aves . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Nome científico
Nome vulgar
SO H
FA (%)
TR P1
P10
P11
P12
P13
P14
P15
P16
P17
P18
P19
P2
P20
P21
P3
P34
P36
P37
P39
P4
P41
P5
P6
P7
P8
P9
ORDEM STRIGIFORMES
FAMÍLIA STRIGIDAE
Megascops sanctaecatarinae
corujinha-do-sul
R
F
7 ,69
2
x
x
Strix hylophila
coruja-listrada
R
F
7 ,69
2
x
x
Athene cunicularia
coruja-do-campo
R
C
7 ,69
2
x
x
ORDEM CAPRIMULGIFORMES
FAMÍLIA CAPRIMULGIDAE
Lurocalis semitorquatus
tuju
R
CF
3 ,85
1
x
Nyctidromus albicollis
bacurau
R
CF
3 ,85
1
x
Macropsalis forcipata
bacurau-tesoura-gigante
D
CF
3 ,85
1
x
ORDEM APODIFORMES
FAMÍLIA APODIDAE
Streptoprocne zonaris
andorinhão-de-coleira
R
CF
7 ,69
2
Chaetura meridionalis
andorinhão-do-temporal
M CF
7 ,69
2
x
CF
3 ,85
1
x
x
x
x
x
FAMÍLIA TROCHILIDAE
Colibri serrirostris
beija-flor-de-orelha-violeta
Stephanoxis lalandi
beija-flor-de-topete
R
F
3 ,85
1
Chlorostilbon lucidus
besourinho-de-bico-vemelho
R
CF
26,92
7
Thalurania glaucopis
beija-flor-de-fronte-violeta
F
3 ,85
1
Leucochloris albicollis
beija-flor-de-papo-branco
F
23,08
6
R
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
ORDEM TROGONIFORMES
FAMÍLIA TROGONIDAE
Trogon surrucura
surucuá-variado
R
F
3 ,85
1
x
Trogon rufus
surucuá-de-barriga-amarela
R
F
3 ,85
1
x
Ceryle torquatus
martim-pescador-grande
R
B
7 ,69
2
Chloroceryle amazona
martim-pescador-verde
R
B
3 ,85
1
joão-bobo
R
CF
3 ,85
1
tucano-de-bico-verde
R
F
11,54
3
ORDEM CORACIIFORMES
FAMÍLIA ALCEDINIDAE
x
x
x
ORDEM GALBULIFORMES
Nystalus chacuru
x
ORDEM PICIFORMES
FAMÍLIA RAMPHASTIDAE
x
Continua...
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
203
Ramphastos dicolorus
FAMÍLIA PICIDAE
Aves . Anexos
FAMÍLIA BUCCONIDAE
204
Tabela 5.3. Composição e Freqüência de Ocorrência Absoluta (FA) das espécies de aves anotadas em 26 pontos de observação (Px) no Planalto das Araucárias em outubro e dezembro de 2005. SO= Status
de ocorrência (R= residente; M= residente de primavera/verão; N= visitante migratório vindo Hemisfério Norte; D= status desconhecido) H= hábitat (F= floresta; C= campo; B= banhado; CB= campo/
banhado; CF= campo/floresta; U= urbano). TR= total de contatos. Espécies anotadas apenas qualitativamente durante os deslocamentos entre os pontos amostrados (FA= 0%). Espécies ilustradas com
fotografias (F.5.x). A taxonomia e nomenclatura científica seguem CBRO (2006). Nomes vulgares e status de ocorrência seguem Bencke (2001).
Nome científico
Nome vulgar
SO H
FA (%)
TR P1
Picumnus nebulosus
pica-pau-anão-carijó
R
F
3 ,85
1
Veniliornis spilogaster
picapauzinho-verde-carijó
R
F
15,38
4
Piculus aurulentus
pica-pau-dourado
R
F
23,08
6
Colaptes melanochloros
pica-pau-verde-barrado
R
CF
15,38
4
Colaptes campestris
pica-pau-do-campo
R
C
84,62
22
Dryocopus lineatus F.5.23
pica-pau-de-banda-branca
R
F
3 ,85
1
Campephilus robustus F.5.22
pica-pau-rei
R
F
3 ,85
1
matracão
R
F
3 ,85
1
P10
P11
P12
P13
P14
P15
P16
P17
P18
P19
P2
P20
P21
P3
P34
P36
P37
P39
P4
P41
P5
P6
P7
P8
P9
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
ORDEM PASSERIFORMES
FAMÍLIA THAMNOPHILIDAE
Batara cinerea
Mackenziaena leachii
brujarara-assobiador
R
F
11,54
3
Thamnophilus caerulescens
choca-da-mata
R
F
30,77
8
Thamnophilus ruficapillus
choca-de-boné-vermelho
R
B
15,38
4
Drymophila malura
choquinha-carijó
R
F
7 ,69
2
chupa-dente
R
F
3 ,85
1
tovacuçu
R
F
7 ,69
2
Scytalopus speluncae
tapaculo-preto
R
F
15,38
4
Scytalopus pachecoi F.5.30
tapaculo-ferreirinho
R
F
7 ,69
2
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
FAMÍLIA CONOPOPHAGIDAE
Conopophaga lineata
x
FAMÍLIA GRALLARIIDAE
Grallaria varia
x
x
FAMÍLIA RHINOCRYPTIDAE
x
x
x
x
x
x
x
x
FAMÍLIA FORMICARIIDAE
Chamaeza campanisona
tovaca-campainha
R
F
7 ,69
2
x
x
Chamaeza ruficauda
tovaca-de-rabo-vermelho
R
F
7 ,69
2
x
x
arapaçu-verde
R
F
30,77
8
FAMÍLIA DENDROCOLAPTIDAE
Sittasomus griseicapillus
x
x
Xiphocolaptes albicollis
arapaçu-grande-de-garganta-branca
R
F
7 ,69
2
Dendrocolaptes platyrostris
arapaçu-grande
R
F
7 ,69
2
Xiphorhynchus fuscus
arapaçu-rajado
R
F
3 ,85
1
Lepidocolaptes falcinellus
arapaçu-escamoso-do-sul
R
F
23,08
6
x
teresinha ou pedreiro
R
C
34,62
9
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
FAMÍLIA FURNARIIDAE
Cinclodes pabsti F.5.25
x
x
x
x
x
x
x
x
Continua...
Aves . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Nome científico
Nome vulgar
SO H
FA (%)
TR P1
Furnarius rufus
joão-de-barro
R
C
42,31
11
x
Leptasthenura striolata
grimpeirinho
R
F
15,38
4
x
Leptasthenura setaria F.5.27
grimpeiro
R
F
42,31
11
x
Synallaxis ruficapilla
pichororé
R
F
3 ,85
1
x
Synallaxis cinerascens
pi-puí
R
F
7 ,69
2
x
Synallaxis spixi
joão-teneném
R
B
15,38
4
Cranioleuca obsoleta
arredio-oliváceo
R
F
53,85
14
Limnoctites rectirostris F.5.28
junqueiro-de-bico-reto
R
B
7 ,69
2
P10
P11
P12
P13
P14
P15
P16
P17
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Phacellodomus striaticollis
tio-tio
R
CB
23,08
6
cochicho
R
C
34,62
9
Syndactyla rufosuperciliata
trepador-quiete
R
F
38,46
10
x
Heliobletus contaminatus
trepadorzinho
R
F
15,38
4
x
Hemitriccus obsoletus
catraca
R
F
7 ,69
2
Poecilotriccus plumbeiceps
tororó
R
F
7 ,69
2
Phyllomyias fasciatus
piolhinho
M
F
19,23
5
P2
x
P21
P3
x
x
x
P34
P36
P37
x
x
P39
P4
P41
P5
P6
x
x
x
x
x
P7
P8
P9
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
P20
x
x
x
Anumbius annumbi
P19
x
x
x
P18
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
FAMÍLIA TYRANNIDAE
x
x
Elaenia flavogaster
guaracava-de-barriga-amarela
R
CF
3 ,85
1
toque
M
F
38,46
10
Elaenia parvirostris
guaracava-de-bico-curto
M
CF
15,38
4
Camptostoma obsoletum
risadinha
R
CF
30,77
8
Serpophaga nigricans
joão-pobre
R
CB
3 ,85
1
Serpophaga subcristata
alegrinho
R
CF
5
0
13
x
x
Phylloscartes ventralis
borboletinha-do-mato
R
F
42,31
11
x
x
x
Tolmomyias sulphurescens
bico-chato-de-orelha-preta
R
F
3 ,85
1
filipe
M CF
30,77
8
Hirundinea ferruginea
birro
M CF
15,38
4
x
x
Elaenia mesoleuca
Myiophobus fasciatus
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Lathrotriccus euleri
enferrujado
M
F
11,54
3
Knipolegus cyanirostris
maria-preta-de-bico-azulado
D
CF
19,23
5
x
Knipolegus lophotes
maria-preta-de-penacho
R
C
34,62
9
x
x
suiriri-pequeno
R
CB
30,77
8
x
x
primavera
R
C
42,31
11
x
x
Xolmis dominicanus F.5.7,9
noivinha-de-rabo-preto
R
CB
53,85
14
Muscipipra vetula F.5.40
tesoura-cinzenta
M
F
3 ,85
1
Machetornis rixosa
suiriri-cavaleiro
R
C
11,54
3
Legatus leucophaius
bem-te-vi-pirata
M
F
3 ,85
1
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Continua...
Aves . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
205
Satrapa icterophrys
Xolmis cinereus
x
x
x
206
Tabela 5.3. Composição e Freqüência de Ocorrência Absoluta (FA) das espécies de aves anotadas em 26 pontos de observação (Px) no Planalto das Araucárias em outubro e dezembro de 2005. SO= Status
de ocorrência (R= residente; M= residente de primavera/verão; N= visitante migratório vindo Hemisfério Norte; D= status desconhecido) H= hábitat (F= floresta; C= campo; B= banhado; CB= campo/
banhado; CF= campo/floresta; U= urbano). TR= total de contatos. Espécies anotadas apenas qualitativamente durante os deslocamentos entre os pontos amostrados (FA= 0%). Espécies ilustradas com
fotografias (F.5.x). A taxonomia e nomenclatura científica seguem CBRO (2006). Nomes vulgares e status de ocorrência seguem Bencke (2001).
Nome científico
Pitangus sulphuratus
Nome vulgar
bem-te-vi
SO H
R
C
FA (%)
38,46
TR P1
P10
P11
P12
P13
P14
P15
P16
P17
10
P18
P19
x
P2
P20
x
x
P21
P3
P34
P36
P37
P39
x
x
x
x
x
Myiodynastes maculatus
bem-te-vi-rajado
M
F
7 ,69
2
x
x
Empidonomus varius
peitica
M
F
11,54
3
x
x
Tyrannus melancholicus
suiriri
M CF
46,15
12
Tyrannus savana
tesourinha
M
C
61,54
16
Myiarchus swainsoni
ire
M
F
26,92
7
x
x
x
x
x
x
x
x
x
P4
P5
P6
x
P7
P8
P9
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
P41
x
x
x
x
x
x
x
x
FAMÍLIA COTINGIDAE
Carpornis cucullata
corocoxó
R
F
3 ,85
1
Procnias nudicollis
araponga ou ferreiro
M
F
3 ,85
1
x
x
FAMÍLIA TITYRIDAE
Tityra cayana
anambé-branco-de-rabo-preto
M
F
7 ,69
2
Pachyramphus castaneus
caneleirinho
R
F
3 ,85
1
Pachyramphus polychopterus
caneleirinho-preto
M
F
11,54
3
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
FAMÍLIA VIREONIDAE
Cyclarhis gujanensis
gente-de-fora-vem ou pitiguari
R
F
53,14
14
x
Vireo olivaceus
juruviara
M
F
38,46
10
x
Cyanocorax caeruleus
gralha-azul
R
F
57,69
15
x
Cyanocorax chrysops
gralha-picaça
R
F
3 ,85
1
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
FAMÍLIA CORVIDAE
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
FAMÍLIA HIRUNDINIDAE
Tachycineta leucorrhoa
andorinha-de-testa-branca
R
C
57,69
15
Progne tapera
andorinha-do-campo
M
C
7 ,69
2
Progne chalybea
andorinha-doméstica-grande
M
C
15,38
4
Pygochelidon cyanoleuca
andorinha-pequena-de-casa
R
C
26,92
7
Stelgidopteryx ruficollis
andorinha-serradora
R
CF
15,38
4
Hirundo rustica
andorinha-de-bando
N
C
3 ,85
1
corruíra
R
C
73,08
19
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
FAMÍLIA TROGLODYTIDAE
Troglodytes musculus
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
FAMÍLIA TURDIDAE
Platycichla flavipes
sabiá-una
M
F
11,54
3
Turdus subalaris
sabiá-ferreiro
M
F
23,08
6
Turdus rufiventris
sabiá-laranjeira
R
CF
61,54
16
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Continua...
Aves . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Nome científico
Nome vulgar
SO H
FA (%)
TR P1
Turdus leucomelas
sabiá-barranco
R
CF
7 ,69
2
Turdus amaurochalinus
sabiá-poca
R
CF
34,62
9
x
Turdus albicollis
sabiá-coleira
R
F
11,54
3
x
sabiá-do-campo
R
C
42,31
11
x
P10
P11
P12
P13
P14
P15
P16
P17
P18
P19
P2
P20
P21
P3
P34
P36
x
x
x
x
P37
P39
P4
x
x
P41
P5
P6
P7
P8
P9
x
x
x
x
x
x
x
x
FAMÍLIA MIMIDAE
Mimus saturninus
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
FAMÍLIA MOTACILLIDAE
Anthus nattereri F.5.24
caminheiro-grande
R
C
23,08
6
Anthus hellmayri
caminheiro-de-barriga-acanelada
R
C
53,85
14
3 ,85
1
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
FAMÍLIA THRAUPIDAE
Piranga flava
sanhaçu-de-fogo
R
CF
Thraupis sayaca
sanhaçu-cinzento
R
CF
7 ,69
2
x
Thraupis bonariensis
sanhaçu-papa-laranja
R
F
11,54
3
x
x
Stephanophorus diadematus
sanhaçu-frade
R
F
46,15
12
x
x
x
x
Pipraeidea melanonota
saíra-viúva
R
F
19,23
5
x
x
x
x
Tangara preciosa
saíra-preciosa
R
F
11,54
3
Tersina viridis
saí-andorinha
M
F
3 ,85
1
Hemithraupis guira
papo-preto
R
F
3 ,85
1
Zonotrichia capensis F.5.11
tico-tico
R
C
92,31
24
Ammodramus humeralis
tico-tico-do-campo
R
C
34,62
9
Donacospiza albifrons
tico-tico-do-banhado
R
B
23,08
6
Poospiza thoracica
peito-pinhão
R
F
3 ,85
1
Poospiza nigrorufa
quem-te-vestiu
R
B
23,08
6
x
Poospiza lateralis
quete
R
F
23,08
6
x
Sicalis flaveola
canário-da-terra-verdadeiro
R
CF
38,46
10
x
Sicalis luteola
tipio
R
C
38,46
10
Emberizoides herbicola
canário-do-campo
R
C
3 ,85
1
Emberizoides ypiranganus F.5.36
canário-do-brejo
R
B
34,62
Embernagra platensis
sabiá-do-banhado
R
B
Volatinia jacarina
tiziu
M
C
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
FAMÍLIA EMBERIZIDAE
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
69,23
18
x
x
x
15,38
4
C
7 ,69
2
C
23,08
6
caboclinho-de-barriga-vermelha
M CB
7 ,69
2
Sporophila cf. hypochroma F.5.1
caboclinho-de-sobre-ferrugem
M
C
3 ,85
1
Sporophila melanogaster F.5.19,20
caboclinho-de-barriga-preta
M
B
11,54
3
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Continua...
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
207
Sporophila hypoxantha F.5.18
x
Aves . Anexos
M
M
x
x
x
patativa
x
x
9
coleirinho
x
x
x
x
Sporophila caerulescens
x
x
x
Sporophila plumbea F.5.16,17
x
208
Tabela 5.3. Composição e Freqüência de Ocorrência Absoluta (FA) das espécies de aves anotadas em 26 pontos de observação (Px) no Planalto das Araucárias em outubro e dezembro de 2005. SO= Status
de ocorrência (R= residente; M= residente de primavera/verão; N= visitante migratório vindo Hemisfério Norte; D= status desconhecido) H= hábitat (F= floresta; C= campo; B= banhado; CB= campo/
banhado; CF= campo/floresta; U= urbano). TR= total de contatos. Espécies anotadas apenas qualitativamente durante os deslocamentos entre os pontos amostrados (FA= 0%). Espécies ilustradas com
fotografias (F.5.x). A taxonomia e nomenclatura científica seguem CBRO (2006). Nomes vulgares e status de ocorrência seguem Bencke (2001).
Nome científico
Nome vulgar
SO H
FA (%)
TR P1
P10
P11
P12
P13
P14
P15
P16
P17
P18
P19
P2
P20
P21
P3
P34
P36
P37
P39
P4
P41
P5
P6
P7
P8
x
x
x
x
x
x
x
FAMÍLIA CARDINALIDAE
Saltator similis
trinca-ferro-verdadeiro
R
F
26,92
7
Saltator maxillosus
bico-grosso
R
F
11,54
3
Cyanoloxia glaucocaerulea
azulinho
R
CF
15,38
4
Cyanocompsa brissonii
azulão-verdadeiro
R
CF
3 ,85
1
mariquita
R
F
42,31
11
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
FAMÍLIA PARULIDAE
Parula pitiayumi
Geothlypis aequinoctialis
pia-cobra
R
CB
34,62
9
Basileuterus culicivorus
pula-pula
R
F
11,54
3
Basileuterus leucoblepharus
pula-pula-assobiador
R
F
34,62
9
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
FAMÍLIA ICTERIDAE
Cacicus chrysopterus F.5.38
tecelão
R
F
26,92
7
Icterus cayanensis
encontro
R
CF
3 ,85
1
Gnorimopsar chopi
chopim ou graúna
R
C
61,54
16
x
x
x
Xanthopsar flavus F.5.7,8
veste-amarela
R
CB
34,62
9
x
x
x
x
x
x
x
x
Pseudoleistes guirahuro F.5.37
chopim-do-brejo
R
CB
46,15
12
Agelaioides badius
asa-de-telha
R
CF
7 ,69
2
Molothrus rufoaxillaris
vira-bosta-picumã
R
C
3 ,85
1
Molothrus bonariensis
vira-bosta
R
C
38,46
10
Sturnella superciliaris
polícia-inglesa
R
CB
3 ,85
1
Carduelis magellanica
pintassilgo
R
CF
65,38
17
Euphonia chalybea
cais-cais
R
F
3 ,85
1
pardal
R
U
3 ,85
1
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
FAMÍLIA FRINGILLIDAE
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
FAMÍLIA PASSERIDAE
Passer domesticus
x
x
x
x
x
P9
Aves . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Mamíferos
Thales R. O. de Freitas
Gislene L. Gonçalves
Adriano S. Cunha
José F. Stolz
Jorge R. Marinho
josé F. Stolz
Mamíferos
Mamíferos
Resumo
Introdução
A região Neotropical compreende 46 famílias de mamíferos, apresentando o maior número de endemismos:
20 espécies (Fonseca e cols., 1996). Entre estas famílias
os grupos característicos são os marsupiais, morcegos
(três famílias endêmicas), primatas (duas famílias endêmicas), xenartras (duas famílias endêmicas) e roedores
histricomorfos (próximo de 11 famílias endêmicas).
A fauna do Rio Grande do Sul sofre influências de
diversas regiões biogeográficas na porção Neotropical
da América do Sul como: Mata Atlântica, Província
Patagônica, Província do Chaco e Domínio Amazônico,
via região do Alto Uruguai. Apresenta, em geral, uma
divisão associada às regiões fitogeográficas da Planície
Costeira, Serra do Sudeste, Campanha, Depressão
Central e do Planalto.
De acordo com o relatório proposto no “Workshop
Sobre Áreas Prioritárias para a Conservação da Mata atlântica
e Campos sulinos - Grupo de Mamíferos”, na Mata Atlântica
ocorrem cerca de 250 espécies de mamíferos, sendo 55
endêmicas a este bioma. Nos campos sulinos já foram
registradas 102 espécies de mamíferos, sendo que cinco
são endêmicas a este bioma e 29 ocorrem somente nos
Campos Sulinos e Mata Atlântica. Dados preliminares
indicam que cerca de 89 espécies de mamíferos têm suas
distribuições geográficas, no Brasil, restritas aos biomas
Mata Atlântica e Campos Sulinos.
A expansão da pecuária e da silvicultura com espécies exóticas foram fragmentando a floresta nativa,
transformando a cobertura vegetal contínua num
mosaico de fragmentos de tamanho médio a pequeno,
isolados por grandes extensões de terras ocupadas por
atividades econômicas ou degradadas e abandonadas.
O desmatamento e a fragmentação da Mata Atlântica
produziram graves conseqüências para a biota nativa,
em função da drástica redução de habitats e isolamento
genético das populações, facilitando a incidência de outras perturbações, como a caça, os incêndios provocados
pelo homem e a poluição ambiental. Todos este fatores
conjugados colocaram em ameaça várias espécies de
mamíferos da Mata Atlântica e Campos Sulinos, sendo
que 38 estão atualmente relacionadas na lista oficial de
espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção.
A fauna de mamíferos dos Campos do Planalto
ainda permanece pouco conhecida, pois são escassos os
trabalhos desenvolvidos na área e, por conseguinte, os
registros de espécies. Entre os poucos trabalhos publicados sobre a mastofauna dessa região do Rio Grande do
Sul pode ser destacado: Freitas e cols. (1984), Sbalqueiro
(1989) e Cademartori e cols. (2002), todavia restritos a
áreas pequenas e pouco representativas da diversidade
de habitats ocorrente. A maior parte dos dados disponíveis sobre a mastofauna da região provém de relatórios
técnicos não publicados, sobretudo aqueles relacionados
ao licenciamento de empreendimentos hidrelétricos e
silviculturais (Biolaw, 2001; Fundação Gaia, 2002).
Além disso, a fauna dos Campos do planalto encontrase bastante alterada, em função do desmatamento acentuado, expansão das atividades agropecuárias e pressão
211
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
A fauna de mamíferos dos Campos do Planalto ainda permanece pouco conhecida, pois são
escassos os trabalhos desenvolvidos nesta região e, por conseguinte, os registros de espécies.
Nesse trabalho, foram registradas 45 espécies de mamíferos distribuídos em oito ordens. Rodentia
apresentou maior riqueza, com 20 espécies no total. Foram registradas 19 famílias, sendo que
Cricetidae apresentou 14 espécies de roedores silvestres. Não foram registradas espécies endêmicas
aos Campos do Planalto ou espécies desconhecidas pela ciência.Todavia, deve-se ressaltar que
recentemente foram descritas duas novas espécies do gênero Akodon (Rodentia) ocorrentes na
região, indicando que possivelmente com aumento no esforço de coleta, e diversificação nas metodologias empregadas, novos táxon poderiam ser reconhecidos ou ter sua distribuição ampliada,
principalmente espécies arborícolas (Rodentia e Didelphimorphia) e raras. Não foram obtidos
dados que representassem aumento da distribuição de espécies ou novas ocorrências na região.
Os mamíferos dos Campos do Planalto das Araucárias ocupam grandes extensões de território.
Em alguns casos pode ser verificado uma distribuição fragmentada, tornando a espécie rara ou
incomum na região. Ainda, em função da grande capacidade de dispersão e pela flexibilidade no
aproveitamento dos recursos, a grande maioria das espécies encontradas nos Campos do Planalto
também ocorrem em outros locais próximos, como a Mata Atlântica de encosta, a Depressão
Central do Rio Grande do Sul ou a Floresta Estacional Semidecidual. Em relação às espécies
ameaçadas, há pelo menos nove citadas na Lista Oficial de Espécies Ameaçadas do IBAMA.
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Mamíferos
de caça exercida pelas comunidades locais. É provável
que alguns táxons tenham desaparecido da região sem
que sequer tenham sido estudados, sendo esperado que
muitas espécies da fauna e da flora ainda desconhecidas
pela ciência ocorram nessa unidade de paisagem do sul
do Brasil.
A caça, mesmo que desvinculada da necessidade
de obtenção de alimento, ainda é bastante presente
no cotidiano das comunidades locais. Consideram-se
graves, ainda, os problemas decorrentes da substituição
de áreas de campos nativos por monoculturas, como
trigo, soja, milho, acarretando em uma situação na qual
a maioria das espécies se encontra destituída das fontes
de recursos básicos necessários a sua manutenção, como
refúgio e alimento. Os campos destinados à pecuária,
em que são cultivadas forrageiras exóticas à flora sulbrasileira, da mesma forma se configuram em impactos
importantes sobre a capacidade de preservação de
muitas espécies.
Objetivos
De um modo geral, esse trabalho pretende fornecer
um amplo levantamento da biodiversidade da fauna de
mamíferos da região dos Campos do Planalto. Pretendese atingir esse objetivo através de algumas atividades
específicas, quais sejam:
1. Determinação dos padrões de distribuição microregionais da fauna de mamíferos;
2. Ampliação do banco de tecidos, principalmente de
roedores e morcegos, do Departamento de Genética da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, possibilitando estudos filogeográficos futuros a partir dos dados
amostrados;
3. Organização sistemática dos dados inventariados
para implementação de planos de manejo visando a
conservação da fauna de mamíferos da região;
4. Fornecimento de subsídios para desenvolvimento
de propostas de educação ambiental junto às comunidades da região.
Material e Métodos
O levantamento da fauna de mamíferos dos Campos do Planalto envolveu a análise prévia dos dados
disponíveis em literatura sobre a mastofauna da região.
Considerando a grande variabilidade de espécies, comportamentos e habitats relacionados aos diferentes grupos
de mamíferos, foram definidos pontos preferenciais a
serem amostrados (ver Anexos), de maneira a preencher
as lacunas existentes nos bancos de dados. Para tanto,
foram utilizadas ferramentas de cartografia e informações geográficas que permitissem a hierarquização dos
ambientes da região, de modo a possibilitar a definição
daqueles que poderiam ser mais representativos e que
trariam melhores resultados sobre a composição da mastofauna. Então, foram aplicados diversos procedimentos
de amostragem, envolvendo capturas com diferentes
tipos de armadilhas, entrevistas e observações diretas.
212
Os ambientes amostrados estão localizados nos Municípios de Canela, São Francisco de Paula, Cambará do
Sul e São José dos Ausentes, no Estado do Rio Grande
do Sul e no Município de Urubici, em Santa Catarina.
As amostragens sistemáticas, com captura por armadilhas do tipo live-trap, forneceram dados qualitativos
sobre as espécies de roedores silvestres, permitindo definir alguns parâmetros populacionais, como abundância
e diversidade por estação de captura (Amlaner, 1980;
Cochran, 1977). O mesmo ocorreu com as amostragens
de morcegos, realizadas com redes do tipo mist-nets.
De forma geral, devido ao grande número de pequenas variações morfológicas presente em alguns grupos
de mamíferos (por exemplo, roedores) o uso da coleta
é necessário para a correta identificação taxonômica, e
para a realização de estimativas de densidade e diversidade populacional, bem como da zona de trânsito de
alguns animais.
Durante as coletas de dados em campo foram realizadas amostragens da fauna de pequenos mamíferos
através de capturas com armadilhas de arame galvanizado, padrão Tomahawk, de dois tamanhos: 10x10x22 e
15x15x45, respectivamente largura, altura e comprimento, em centímetros. Como isca para roedores e marsupiais foi utilizada pasta de amendoim aplicada sobre uma
rodela de milho verde presa ao gatilho disparador da
armadilha. Durante a noite as armadilhas permaneciam
armadas, sendo revisadas pela manhã, quando então
eram repostas as iscas. Os animais capturados foram
identificados, medidos e liberados nas proximidades
dos pontos de captura.
As capturas de morcegos foram realizadas com redes
“mist-nets”, armadas ao entardecer e mantidas assim
por pelo menos 6 horas durante a noite. As redes eram
armadas a diferentes distâncias do solo, com auxílio de
varas e cordas. Utilizou-se três redes, com um esforço
total de captura de 72horas/rede.
Foram obtidos registros da presença de algumas
espécies a partir dos vestígios e pela observação direta
dos animais. Restos de repastos, fezes, carcaças, tocas,
rastros e vocalizações podem fornecer um grande
número de dados sobre a presença de muitos animais.
A correta interpretação dos correspondentes vestígios
fornece informações sobre ecologia, densidade populacional, território e período de atividades (Schaller &
Crawshaw Jr., 1980; Becker & Dalponte, 1991).
A metodologia de censo de transecto possui variações de acordo com o grupo de interesse, a área e
o tipo de resposta que se busca. Caracteriza-se pela
visualização dos animais por um observador durante
deslocamentos pela área sob investigação. Neste estudo,
as amostragens foram realizadas em diferentes horários,
de modo a avaliar o maior número possível de ordens.
Efetuaram-se deslocamentos, tanto no interior das
manchas florestadas como nas áreas de campo, através
de trilhas e estradas, sem preocupação com direção ou
tempo de duração.
Mamíferos
Figura 5.41: . Espécies de mamíferos representativas de diferentes ordens registradas nos Campos do Planalto. 1. Rato-do-mato
(Delomys dorsalis); 2. Lontra (Lontra longicaudis); 3. Cutia (Dasyprocta azarae); 4. Tatu-galinha (Dasypus novemcinctus); 5. Veadodo-campo (Mazama sp.); 6. Mão-pelada (Procyon cancrivorus). Fotos: 1 – G.L. Gonçalves; 2,3,4,6 – C. B. Kasper; 5- J. Cerveira.
213
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Foram registradas 46 espécies de mamíferos distribuídas em oito ordens (Figura 5.41; Tabela 5.4),
sendo que Rodentia apresentou maior número de
espécies (Figura 5.42). Identificou-se 19 famílias distribuídas nessas oito ordens, e Cricetidae apresentou
maior riqueza, com 14 espécies de roedores silvestres
(Figura 5.43).
Durante as atividades de coleta não se registrou
qualquer espécie que ainda não tivesse sido descrita ou
não pudesse ser identificada. Todavia, deve-se ressaltar
que recentemente foram descritas duas novas espécies
do gênero Akodon (Rodentia) ocorrentes na região,
possivelmente com aumento no esforço de coleta, e
diversificação nas metodologias empregadas, outras
espécies poderão ser identificadas ou ter sua distribuição
ampliada, principalmente aquelas arborícolas (Rodentia
Resultados
e Marsupialia) e raras.
Também não foram obtidos dados que represenDeterminação dos Padrões de Distribuição Microregiotassem
aumento da distribuição de espécies ou novas
nais da Fauna de Mamíferos
ocorrências na região, provavelmente devido a grande
As amostragem com armadilhas fotográficas foram
baseadas no sistema ativo, de fabricação regional (Marques & Ramos, 2001), com uma câmera fotográfica automática acoplada a sensores infravermelhos (emissor/
receptor) que acionam o disparo dos registros cada vez
que um animal se interpõe entre eles.
A realização de deslocamentos não sistemáticos de
automóvel pela área, tanto durante o dia como a noite,
permitiu detectar a presença de algumas espécies, sobretudo aquelas de hábitos crepusculares e/ou noturnos.
As informações obtidas junto aos moradores da
região serviram como dados adicionais para complementação da lista de ocorrências, quando possível a
comprovação da veracidade dos dados fornecidos.
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Freqüencia relativa (%)
Mamíferos
Figura 5.42. Freqüencia de espécies entre as oitos ordens de mamíferos registradas.
capacidade de dispersão dos mamíferos e da pequena
especificidade quanto ao habitat. Em geral, as espécies
dos Campos do Planalto ocupam grandes extensões de
território. Soma-se a isso a relativa monotonia da paisagem e se tem um quadro de pequenas variações locais
em termos de riqueza de espécies, causada basicamente
por fatores antrópicos. Em alguns casos, quando existe
necessidade de um habitat específico, ocorre uma distribuição fragmentada, o que pode tornar a espécie rara
ou incomum na região. Um exemplo desse fenômeno é
o rato-da-taquara, Kannabateomys amblyonyx (Rodentia),
que apresenta distribuição por toda a região do Planalto
das Araucárias, mas é dependente dos taquarais, limitando sua distribuição às areas de floresta ou capões que
dispõem deste recurso.
Ainda em função da grande capacidade de dispersão
e pela flexibilidade no aproveitamento dos recursos, a
grande maioria das espécies encontradas no Planalto
das Araucárias também pode ser encontrada em outros
locais próximos, como a Mata Atlântica de encosta, a
Depressão Central do Rio Grande do Sul ou a Floresta
Estacional Semi-decidual.
Em relação às espécies ameaçadas, há pelo menos
nove citadas na Lista Oficial de Espécies Ameaçadas
do IBAMA.
No Brasil, muitas espécies de mamíferos, especialmente os carnívoros, encontra-se em estado vulnerável
ou crítico em relação à conservação (Fonseca e cols.
1994), sendo que atualmente a maior causa do declínio
das populações é a redução ou perda de habitats pela expansão agrícola, pecuária, exploração mineral, construção
de barragens e colonização humana. Inclusive espécies
como o puma, que possui adaptabilidade para viver em
diversos ambientes, têm atualmente suas exigências de área
Figura 5.43. Percentagem de espécies em 19 famílias de mamíferos registrados nos Campos do Planalto.
214
Mamíferos
e alimentação como um fator limitante para sobrevivência (Mazzolli, 1993). Além disso, espécies ameaçadas de
extinção historicamente registradas, como o lobo-guará
(Chrysocyon brachyurus) e o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), não possuem registros inequívocos há
pelo menos 10 anos, estando possivelmente extintas na
região. A confirmação da presença de espécies ameaçadas
(Indrusiak & Eizirik, 2003) e de carnívoros de grande porte nos Campos do Planalto das Araucárias é indicador da
necessidade de realização de programas mais específicos
de conservação para estas espécies.
Na Tabela 5.5 observam-se os ambientes onde
foram registradas as espécies. Verifica-se que a maior
freqüência de registros é em áreas florestadas e matas
e campos (Figura 5.44). Mazzolli (2006) encontrou
relação semelhante em áreas próximas ao Município
de Lages (SC).
É possível estabelecer relações entre o uso dos habitats
com os hábitos de vida de algumas espécies, especialmente aquelas de carnívoros (Santos e cols., 2004). A
grande maioria dos carnívoros registradas neste estudo
são terrestres e cursoriais, como o graxaim-do-campo
(Pseudalopex gymnocercus), o graxaim-do-mato (Cerdocyon
thous), o zorrilho (Conepatus chinga) e o furão (Galictis
cuja), sendo adaptados a regiões mais planas (Eisenberg
& Redford, 1999). No entanto, a jaguatirica (Leopardus
pardalis), o gato-maracajá (Leopardus wiedii), o gato-domato-pequeno (Leopardus tigrinus), a irara (Eira barbara) e o
quati (Nasua nasua) possuem hábitos escansoriais, estando
mais adaptados à vida nas florestas (Ludlow & Sunquist,
1987; Konecny, 1989; Yanosky & Mercolli, 1989, 1992).
Já as demais espécies, o gato-palheiro (Herpailurus yaguarondi, o mão-pelada (Procyon cancrivorus) e a lontra (Lontra
longicaudis), podem ser relacionados com cursos d’água
(Guggisberg, 1975; Konecny, 1989; Emmons & Feer,
1997; Eisenberg & Redford, 1999). O puma (Puma con-
color) configura-se como uma espécie generalista no uso
dos habitats (Eisenberg & Redford, 1999).
Em relação aos roedores Oligoryzomys nigripes e
Akodon montensis, espécies comuns nos Campos do
Planalto, são considerados habitat-generalista, ocorrendo tanto em campos, como em florestas (Mares
e cols., 1986; Stallings 1989; Vieira & Marinho-Filho
1998). Por outro lado, Delomys dorsalis, também muito abundante nessa região, restringe-se às florestas
úmidas de clima frio (Voss, 1993), especialmente as
Florestas com Araucárias (Cademartori, 1994; Cherem
& Perez, 1996, sendo considerado habitat-especialista
(Dalmagro e Vieira, 2005).
Ampliação do Banco de Tecidos, Principalmente de
Roedores e Morcegos, do Departamento de Genética da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Possibilitando Estudos Filogeográficos Futuros a Partir dos
Dados Amostrados
O banco de tecidos do Departamento de Genética
da UFRGS foi aumentado principalmente no que concerne a fauna de roedores. É extremante importante
a montagem de tais bancos para futuros estudos da
mastofauna, em especial aqueles relacionados a padrões
filogeográficos. No total foram coletadas 462 amostras
de pequenos roedores (Tabela 5.6).
Organização Sistemática dos Dados Inventariados
para Implementação de Planos de Manejo Visando à
Conservação da Fauna de Mamíferos da Região.
Dentre os resultados obtidos não foram registradas espécies
endêmicas a este bioma. A região do Planalto estabelece uma
estreita relação com a Mata Atlântica, que cobre as encostas da
Serra Geral, compartilhando muitas espécies animais (Guadagnin e cols., 1998), especialmente da mastofauna.
215
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Figura 5.44. Freqüencia de espécies registradas nas principais áreas de coleta.
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Mamíferos
Chamam à atenção duas espécies de roedores: Scapteromys sp. e Euryzygomatomys spinosus. O primeiro ocorre
nas regiões de serra e se diferencia das demais espécies
principalmente pelo cariótipo (2n=34 e 36). Apresenta
uma distribuição geográfica desde os Aparados da Serra
até Curitiba, somente nas regiões de altitude (Freitas e
cols., 1984). A segunda espécie começa a ter a estrutura
das populações alteradas, pois as grandes plantações de
Pinus taeda favorecem esse roedor, já que ele atualmente
se alimenta da casca dos indivíduos jovens (Gonçalves
e cols. 2007). Espécies raras, como a ariranha (Pteronura
braslisiensis) , que deveria ocorrer na região, não foram
detectadas. O mesmo ocorre para o lobo-guará para
o qual apenas existem relatos. Por outro lado, o puma
possui vários registros, pois com o desaparecimento da
onça, tornou-se o maior carnívoro da região.
Nos Campos do Planalto o puma constitui-se em
um problema, devido, principalmente, aos ataques aos
rebanhos de ovinos.
Marins-Sá (2005) desenvolveu estudo nesta região
e descreveu, com base na literatura, que cerca 1000
animais foram predados por puma em 10 anos, e durante dois anos de estudo (2004-2005), 41 animais
entre ovinos, caprinos, bovinos, suínos e eqüinos. No
caso do puma dois problemas são evidenciados: ( 1 )
com aqueles indivíduos que atacam as propriedades e,
posteriormente, são seguidos e caçados, e ( 2 ), com o
prejuízo econômico gerado para o os criadores em
função da predação.
216
Assim, programas devem ser incrementados na região
visando a orientação dos criadores de como manejar o
rebanho em função do puma. Marins-Sá (2005) coloca
dez itens que protegem tanto as espécies domesticadas
(presa do puma), como o próprio puma. Dentre os dez,
destacamos que a população rural e urbana deve diminuir
a intensidade de caça às espécies domesticadas que são
presas do puma, de modo que aumente as populações
de presas naturais. Mazzolli (2006) demonstrou que a
diminuição de capivaras e tatus em uma determinada
região faz com que o número de pumas seja reduzido.
Também, não é recomendado que os criadores deixem
animais prenhes ou com crias recém-nascidas perto de
capões de mata, sendo sugerido a construção de uma
área maternidade cercada com eletricidade. Com tais
medidas as populações naturais ganhariam sob todos
os aspectos, e os criadores não teriam um impacto tão
grande em seu rebanho.
Fornecimento de Subsídios para Desenvolvimento de
Propostas de Educação Ambiental Junto às Comunidades da Região.
Os resultados obtidos no levantamento da mastofauna forneceram subsídios para desenvolvimento de
propostas de educação ambiental junto à comunidade
local. Indicamos a realização de seminários tendo como
objetivo promover a conscientização e a educação para
a questão ambiental em nível municipal/regional, bem
como instrumentalizar as lideranças do setor público
e da sociedade civil organizada para um processo de
gestão ambiental.
Mamíferos
Tabela 5.4. Espécies de mamíferos registradas na região do Planalto das Araucárias em seus ambientes e locais de coleta. Ambientes: 1, áreas florestadas e margens de curso d.agua; 2,banhados; 3, campos; 4, campos e bordas de mata; 5,capoeiras e campos; 6, diversos; 7, juncais; 8, mata; 9, matas e rios; 10, matas preservadas; 11, proximidades a corpos d.agua; 12, rios e lagos;
13, taquarais. Locais de coleta: A, São José do Ausentes; C, Rio Contendas; Ca, Canela; U, Urubici;SF: São Francisco de Paula
AMBIENTE
ESPÉCIE
NOME COMUM
1
2
3
4
5
6
7
8
9 10 11 12 13
DIDELPHIMORPHIA
Didelphis albiventris
Didelphidae
Philander frenata
gambá-daorelha-branca
A,U
SF
cuíca
SF
Gracilinanus microtarsus
guaiquica
RC
Monodelphis dimidiata
cuíca
SF
XENARTHRA
Dasipodidae
Mirmecophagidae
Dasypus novemcinctus
tatu-galinha
SF
Tamandua tetradactyla
tamanduámirim
RC
SF
CHIROPTERA
Noctilionidae
Noctilio leporinus
morcego
pescador
A
Vespertilionidae
Histiotus montanus
morcego orelhudo
A
PRIMATES
Cebidae
Alouatta guariba clamitans
bugio-ruivo
A
RODENTIA
Akodon montensis
rato-do-mato
SF
Akodon paranaensis
rato-do-mato
SF
Necromys lasiurus
rato-do-mato
SF
Brucepartersonius iheringi
rato-do-mato
SF
Delomys dorsalis
rato-do-mato
SF
Holochilus brasiliensis
rato-do-junco
Ca
rato-d'água
Ca
Nectomys squamipes
Cricetidae
Oligoryzomys flavescens
rato-do-mato
SF
Oligoryzomys nigripes
rato-do-mato
A
SF
Sooretamys angouya
rato-do-mato
Euryoryzomys russatus
rato-do-mato
U
SF
Oxymycterus nasutus
rato-do-mato
SF
Scapteromys sp
rato-do-brejo
Thaptomys nigrita
rato-do-mato
Caviidae
Cavia aperea
Erethizontidae
Sphiggurus villosus
Hidrochoeridae
Hidrochoerus hidrochaeris
Dasyproctidae
Dasyprocta azarae
Echimyidae
SF
SF
C,U
SF
preá
ouriço-cacheiro
SF
A
capivara
A
cutia
Euryzygomathomys spinosus
guirá
Kannabateomys amblyonyx
rato-da-taquara
SF
SF
SF
CARNIVORA
Canidae
Cerdocyon thous
graxaim-do-mato
Pseudalopex gymnocercus
graxaim-do-campo
SF
A,C
continua...
217
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
FAMÍLIA
Mamíferos
Tabela 5.4. (continuação)
AMBIENTE
FAMÍLIA
ESPÉCIE
NOME COMUM
1
2
3
4
5
6
7
8
9 10 11 12 13
CARNIVORA
Herpailurus yaguarondi
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Felidae
Mephitidae
Mustelidae
Procionidae
C
SF
gato-mourisco
Leopardus pardalis
jaguatirica
SF
Leopardus tigrinus
gato-do-matopequeno
SF
Leopardus wiedii
gato-maracajá
SF
Puma concolor
puma ou
leão-baio
U,SF
Conepatus chinga
zorrilho
Lontra longicaudis
lontra
Galictis cuja
furão
SF
Eira barbara
irara
SF
quati
C
Nasua nasua
Procyon cancrivorus
C
SF
SF
A
A,C
mão-pelada
ARTIODACTILA
Mazama americana
Cervidae
Mazama gouazoupira
veado-mateiro
A
veado-catingueiro
C
SF
Mazama nana
Ozotoceros bezoarticus
veado
SF
veado-campeiro
A
LAGOMORPHA
Leporidae
Lepus capensis
lebre
SF
Tabela 5.5. tipos de ambiente onde a fauna de mamíferos foi amostrada nas diferentes localidades.
LOCALIDADE
AMBIENTE
Áreas florestadas e margens
de curso d'água
São José
dos
Ausentes
Rio
Contendas
Canela
+
+
+
Banhados
Urubici
+
+
Campos
+
+
Campos e bordas de mata
+
+
+
+
+
+
+
Capoeiras e campos
Diversos
+
Juncais
+
Mata
+
Matas e rios
+
Matas preservadas
+
Proximidades a corpos d'água
+
Rios e lagos
+
Taquarais
218
São
Francisco
Paula
+
+
+
+
+
+
Mamíferos
Tabela 5.6. Éspecies de roedores das quais foram coletadas amostras para
extração de DNA
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Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
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220
Mamíferos . Anexos
Anexo
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Mapas com a localização dos pontos onde foram
registrados a grande maioria dos mamíferos
Figura 5.45. Pontos de registro de Mazama spp.
Figura 5.46. Pontos de registro dos mamíferos de médio porte.
221
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Mamíferos. Anexos
Figura 5.47. Pontos de coletas dos pequenos mamíferos.
Figura 5.48. Pontos de registro de Procyon cancrivorus.
222
Mamíferos . Anexos
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Figura 5.49. Pontos de registro de Puma concolor.
Figura 5.50. Pontos de registro de Pseudalopex gymnocercus.
223
Considerações Gerais
Considerações Gerais
Equipe
6
Considerações Gerais
Considerações Gerais
Ameaças à Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
1. As ameaças para a conservação da flora e fauna dos Campos de Cima da Serra estão relacionadas ao manejo inadequado adotado pelo homem. Dentre elas cabe destacar: desmatamento e corte
seletivo de espécies arbóreas nobres, como a araucária, causando a perda de hábitat especialmente
para a fauna associada;
2. Queimadas e sobrepastejo, que alteram a composição original da comunidade, selecionando
artificialmente espécies resistentes e provocando a erosão do solo;
3. Conversão dos campos em extensas áreas de monoculturas de diferentes espécies de Pinus, visando
atender a indústria moveleira e de celulose. Esta prática contribui para a perda de biodiversidade,
bem como altera completamente a paisagem da região;
4. Cultivo de espécies de Pinus substituindo a mata ciliar, bem como em torno de áreas úmidas,
contribuindo para a drenagem das mesmas e, conseqüentemente, alterando este ecossistema;
5. Invasão de espécies exóticas, especialmente do gênero Pinus, sobre os campos naturais da região,
as quais são de difícil controle;
6. Substituição de áreas tradicionalmente destinadas à pecuária extensiva e à agricultura de subsistência por monoculturas anuais (batata-inglesa, soja, trigo, cevada, aveia, centeio, entre outras),
frutíferas (macieiras, pessegueiros, ameixeiras) e olerícolas (repolho, couve, couve-flor, alho, etc.).
Em muitas destas culturas são utilizados agrotóxicos e o descarte das embalagens é feito nos cursos
d’água próximos;
7. Contaminação de solos e mananciais hídricos por defensivos agrícolas aplicados nas culturas
acima citadas;
8. Drenagem de banhados para aumento de áreas de pastoreio e o represamento dos mesmos para
consumo de água pelos animais domésticos, para irrigação de lavouras e piscicultura, acarretando
a supressão de ambientes palustres densamente vegetados;
9. Prática de irrigação inadequada que pode provocar erosão, perda de fertilidade dos solos e contaminação dos cursos d’água por resíduos agro-químicos;
10. Empobrecimento e erosão dos solos, com assoreamento dos cursos d’água e redução da disponibilidade de água para a própria agricultura, para consumo humano e para o gerenciamento de
barragens;
11. Exposição dos solos contribui para o efeito estufa, pela liberação de CO2;
12. Eutrofização das águas por sedimentos e conseqüente perda da biodiversidade aquática. Esses
sedimentos podem conter resíduos de metais pesados, componentes dos agro-químicos, com efeitos
nocivos sobre a fauna e a flora aquática e terrestre, bem como para a saúde humana.A eutrofização
causa também a turbidez da água afetando a fauna aquática;
13. Introdução das espécies exóticas nos cursos d’água, como por exemplo, a truta (Oncorhynchus
mykiss), representa uma ameaça sobre a biota aquática nativa;
14. Empreendimentos hidrelétricos de grande porte (concluídos ou previstos), especialmente na
bacia do rio Uruguai, suprimindo áreas florestais e campestres;
15. A não implementação e regulamentação de Unidades de Conservação previstas e/ou estabelecidas
para a região, além da pequena extensão territorial contemplada pelas existentes.
Recomendações para Conservação da Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
As seguintes recomendações são sugeridas para a manutenção dos ambientes e comunidades
biológicas do Planalto das Araucárias:
1. Incentivar a formação de taxonomistas e apoiar projetos voltados para esta área, pois a biodiversidade só será conhecida se todas as famílias forem bem estudadas, visto que novas espécies são
descritas quando estudos aprofundados são realizados;
2. Definir e implementar urgentemente um zoneamento ambiental com a Agenda 21 local, que oriente
o plantio de culturas em geral, como silvicultura de espécies de Pinus, de frutíferas e de olerícolas,
227
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Considerações Gerais
com base na aptidão da região, considerando fatores como a vegetação característica dominante, a
fauna, o solo, o relevo e o clima;
3. Responsabilizar as empresas envolvidas no cultivo de espécies de Pinus, de executar a avaliação
e limpeza periódica de plântulas em áreas de entorno do plantio, uma vez que sementes destas
espécies podem se dispersar até 30 km de distância da planta-mãe;
4. Recomendar o manejo dos campos com atividade pecuária, utilizando técnicas já testadas na
região, como a oferta de forragem adequada e sem a utilização do fogo;
5. Definir distâncias mínimas entre a área de plantio e as margens de cursos de água, principalmente
nas regiões de cabeceiras, a fim de minimizar a alteração físico-química destes ambientes;
6. Aumentar os mecanismos de controle efetivo sobre as fontes de poluição no planalto sul-brasileiro,
geradas pela aplicação maciça de defensivos agrícolas e adubos inorgânicos;
7. Estabelecer políticas de uso de espécies exóticas de peixes (e.g. truta) e controlar sua introdução
nos ecossistemas da região;
8.Implementar a fiscalização efetiva por parte dos órgãos competentes (principalmente, IBAMA,
FEPAM e FATMA) em relação ao cumprimento das leis ambientais e solicitar a contratação de
técnicos ambientais;
9. Propôr o incentivo ao cultivo de produtos agrícolas livres de agrotóxicos (agricultura familiar),
por parte do governo;
10. Propôr o incentivo do governo em relação ao aproveitamento e conservação das belezas cênicas
da região, com vistas ao ecoturismo, estimulando as iniciativas já existentes, e criando outras;
11. Incentivar a manutenção e a ampliação da política de inventariamento das áreas de extrema
importância biológica (MMA, 2000);
12. Dar conhecimento dos resultados das pesquisas a órgãos públicos federais, estaduais e municipais,
e especialmente aos Comitês de Bacias Hidrográficas da região, para que incorporem as informações
no planejamento e desenvolvimento das políticas públicas relacionadas aos cursos d´água;
13. Estabelecer um Programa de Educação Ambiental para a comunidade em geral, enfocando a
grande biodiversidade da região e a sua conservação;
14. Estabelecer um Programa de Incentivo à Pecuária tornando-a mais atrativa do que as atividades
de silvicultura de espécies exóticas e de monocultura de olerícolas;
15. Agilizar a implementação e a regulamentação imediata do Parque Estadual do Tainhas e do
Parque Estadual de Ibitiriá e a criação de unidades de conservação de proteção integral tanto de
floresta, quanto de capões de mata e de campo;
16. Fiscalizar a manutenção de 20% da área legal de conservação, segundo o Código Florestal Brasileiro. Esta conservação deve ser da vegetação original, seja floresta e/ou campo;
17. Divulgar e desburocratizar os processos de criação de Reservas Particulares do Patrimônio
Natural (RPPN);
18. Incentivar a isenção de taxação sobre as terras, para propriedades que mantenham e conservem
a vegetação original;
19. Integrar as ações entre os ministérios envolvidos na manutenção da biodiversidade (Ministério
do Meio Ambiente, da Ciência e Tecnologia, da Agricultura e Reforma Agrária e das Minas e
Energia).
Justificativas para Áreas Escolhidas como Prioritárias para a
Conservação de Flora, Aves, Mamíferos, Peixes, Crustáceos e
Esponjas
Métodos
Dentre as áreas selecionadas como prioritárias para a conservação da biodiversidade (Figura 6.1),
as justificativas basearam-se prioritariamente nas informações obtidas nas amostragens deste estudo,
bem como em bibliografia e em coleções dos diferentes grupos.
Critérios de seleção
Flora: para indicação das áreas foi tomado como base as espécies Ameaçadas de extinção, de
acordo com o Diário Oficial do Rio Grande do Sul (2003), nas diferentes categorias, adotadas pela
228
Considerações Gerais
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
IUCN(2006): Presumivelmente extinta, Criticamente em perigo, Em perigo e Vulnerável,
bem como espécies endêmicas.
Avifauna: Espécies Ameaçadas: espécies presentes em uma das categorias de ameaça de extinção
do livro vermelho do Rio Grande do Sul (Fontana et al., 2003), da lista vermelha nacional (MMA,
2005) e/ou da lista vermelha global (IUCN, 2006); Espécies Quase Ameaçadas: espécies presentes
somente nesta categoria (NT) da Lista IUCN (2006); Espécies endêmicas; e aspectos relevantes da
biologia destas espécies (e.g. tamanho de populações, áreas de reprodução). Posteriormente, foram
comparadas as áreas aqui selecionadas com aquelas propostas no programa de áreas importantes
para conservação de aves (IBAs) (Bencke et al., 2006), afim de salientar a importância da conservação
das mesmas para aves.
Mamíferos: Espécies Ameaçadas: espécies presentes em uma das categorias de ameaça de extinção
do livro vermelho do Rio Grande do Sul (Fontana et al., 2003).
Fauna Aquática: As áreas foram selecionadas por ser a região pouco conhecida e amostrada e por
abrigarem uma fauna endêmica.
Área 1
Flora: Espécies Ameaçadas: Criticamente em perigo: Poa reitzii. Em perigo: Colletia spinosissima,
Lathyrus paraguariensis, Stipa rhizomata. Vulneráveis: Agrostis ramboi, Deschampsia caespitosa, Holocheilus
monocephalus, Piptochaetium alpinum. Espécies endêmicas: Adesmia reitziana, Calibrachoa eglandulata,
Colletia spinosissima, Chusquea windischii, Danthonia montana, Deschampsia caespitosa, Eupatorium gaudichaudianum var. gaudichaudianum, Heterothalamulopsis wagenitzii, Holocheilus monocephalus, Hypochaeris lutea,
Hypochaeris catharinensis, Lathyrus linearifolius, Lathyrus paraguariensis, Lupinus magnistipulatus, Paspalum
filifolium, Piptochaetium palustre, Poa reitzii, Polygala sp. nov., Rhynchospora brasiliensis, Senecio oleosus, Solanum
aparadense.
Avifauna: Espécies Ameaçadas: (4) Odontophorus capueira, Grallaria varia, Xolmis dominicanus e Anthus
nattereri. Espécies Quase Ameaçadas: (2) Leptasthenura setaria e Cyanocorax caeruleus. Espécie endêmica: (1) Cinclodes pabsti. Observações: Ocorrência de Scytalopus pachecoi, espécie recentemente
descrita e merecedora de atenção conservacionista. Sobrepõem-se a IBA Parque Nacional São
Joaquim, SC.
Mamíferos: Espécies Ameaçadas: Puma concolor.
Fauna aquática: Região de cabeceiras de formadores dos rios Pelotas e Caveiras muito pouco
conhecida e amostrada.
Presença da esponja endêmica, Heteromeyenia insignis e do crustáceo Aegla jarai.
Figura 6.1. Áreas Prioritárias para a conservação dos Campos do Planalto das Araucárias.
229
Considerações Gerais
Área 2
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Flora: Espécies Ameaçadas: Em perigo: Stipa planaltina. Vulnerável: Agrostis lenis, Trichocline catharinensis. Espécies endêmicas: Dendrophorbium catharinense, Eupatorium grande, Eupatorium orbiculatum,
Hypochaeris catharinensis, Jungia sellowii, Lathyrus linearifolius, Lupinus uleanus, Senecio conyzifolius, Solanum
aparadense, Stipa planaltina, Stipa vallsii, Tephrosia adunca, Trifolium riograndense, Trichocline catharinensis.
Avifauna: Espécies Ameaçadas: (3) Xolmis dominicanus, Anthus nattereri e Xanthopsar flavus. Observações: Região onde foram registradas as maiores populações de X. flavus. Presença de extensos
banhados potenciais para ocorrência de Sporophila melanogaster. Provavelmente a espécie não foi
registrada devido à época que o local foi amostrado. Sobrepõem-se à IBA Campos do Planalto das
Araucárias, RS/SC.
Área 3
Flora: Espécies Ameaçadas: Presumivelmente extinta: Lathyrus hasslerianus Em perigo: Stipa
rhizomata Vulneráveis: Agrostis ramboi, Pamphalea smithii, Piptochaetium alpinum, Trichocline catharinensis.
Espécies endêmicas: Agrostis hygrometrica, Calydorea campestris., Eleocharis kleinii, Hypochaeris catharinensis,
Jungia sellowii, Lathyrus linearifolius, Lathyrus paraguariensis, Lupinus reitzii, Lupinus rubriflorus, Pamphalea
smithii, Paspalum barretoi, Piptochaetium alpinum, Rhynchospora polyantha, Senecio pinnatus, Senecio oleosus,
Solanum aparadense, Stipa rhizomata, Trichocline catharinensis, Trifolium riograndense .
Avifauna: Espécies Ameaçadas: (7) Amazona vinacea, Dryocopus lineatus, Xolmis dominicanus, Sporophila
melanogaster, S. hypochroma, S. hypoxantha e S. plumbea. Espécies Quase Ameaçadas: (2) Leptasthenura
setaria e Cyanocorax caeruleus. Observações: Reprodução de A. vinacea e S. plumbea constatada na
área. Sobrepõem-se à IBA Campos do Planalto das Araucárias, RS/SC.
Área 4
Flora: Espécies Ameaçadas: Presumivelmente extinta: Senecio heteroschizus. Criticamente em perigo: Eryngium ramboanum. Em perigo: Colletia spinosissima, Stipa rhizomata. Vulneráveis: Agrostis lenis,
Agrostis ramboi, Axonopus ramboi, Eryngium urbanianum, Eryngium zosterifolium, Holocheilus monocephalus,
Lathyrus parodii, Pamphalea araucariophila, Pamphalea smithii, Piptochaetium alpinum. Espécies endêmicas: Axonopus ramboi, Calibrachoa sendtneriana, Calibrachoa serrulata, Colletia spinosissima, Dendrophorbium
paranense, Eleocharis kleinii, Eleocharis squamigera, Erigeron maximus, Eupatorium catharinense, Eupatorium
gaudichaudianum var. gaudichaudianum, Eupatorium orbiculatum, Glechon discolor, Holocheilos monocephalus,
Hyeracium sp., Hypochaeris catharinensis, Hysterionica pinnatisecta, Lathyrus linearifolius, Lupinus magnistipulatus, Lupinus reitzii, Lupinus rubriflorus, Lupinus uleanus, Paspalum barretoi, Pentacalia desiderabilis, Petunia
bonjardinensis, Picrosia cabreriana, Piptochaetium alpinum, Senecio conyzifolius, Senecio oleosus, Senecio pinnatus,
Senecio pulcher for. albiflorus, Senecio subnemoralis, Smallanthus araucariophila, Solanum aparadense Stipa
planaltina, Stipa rhizomata, Vernonia hypoclora.
Avifauna: Espécies Ameaçadas: (3) Amazona vinacea, Xolmis dominicanus e Anthus nattereri. Espécies
Quase Ameaçadas: (2) Strix hylophila e Cyanocorax caeruleus. Espécie endêmica: (1) Cinclodes pabsti.
Observações: Local onde foi observado o maior número de indivíduos de C. pabsti.
Mamíferos: Espécies Ameaçadas: Alouatta guariba clamitans, Lontra longicaudis, Mazama americana,
Ozotoceros bezoarticus, Nasua nasua.
Fauna Aquática: Região de cabeceiras de formadores do rio Pelotas. Única área conhecida de
distribuição de Euricheilichthys pantherinus. Serve à proteção de outras cinco espécies de peixes endêmicas da região: Jenynsia eirmostigma, Astyanax brachypterygium, Pareiorhaphis hystrix, Cnesterodon sp. n. 1
e Cnesterodon brevirostratus.
Espécies endêmicas de crustáceos: Aegla camargoi, A. spinosa e A. franciscana.
Área 5
Flora: Espécies Ameaçadas: Criticamente em perigo: Eryngium ramboanum, Lathyrus parodii, Poa
reitzii. Em perigo: Agrostis longiberbis, Poa bradei. Vulneráveis: Agrostis ramboi, Axonopus ramboi,
Deschampsia caespitosa, Eryngium falcifolium, Eryngium ramboanum, Eryngium smithii, Eryngium zosterifolium,
Eryngium urbanianum, Glechon discolor, Pamphalea araucariophila, Salvia congestiflora. Espécies endêmicas:
Axonopus ramboi, Eryngium falcifolium, Eryngium ramboanum, Eryngium smithii, Eryngium urbanianum, Eryngium zosterifolium, Eupatorium gaudichaudianum var. gaudichaudianum, Glechon discolor, Lathyrus linearifolius,
Lathyrus paraguariensis, Lupinus reitzii, Luzula ulei, Pamphalea araucariophila, Paspalum barretoi, Perezia
230
Considerações Gerais
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
catharinensis, Perezia eryngioides, Poa bradei, Poa reitzii, Senecio heteroschizus, Senecio oleosus, Solanum aparadense,
Stipa planaltina, Tephrosia adunca, Trichocline catharinensis, Trichocline macrocephala, Trifolium riograndense.
Avifauna: Espécies Ameaçadas: (5) Limnoctites rectirostris, Xolmis dominicanus, Anthus nattereri, Sporophila melanogaster e Xanthopsar flavus. Espécies Quase Ameaçadas: (2) Leptasthenura setaria e Cyanocorax caeruleus. Espécie endêmica: (1) Cinclodes pabsti. Observações: Local onde foi observado
o maior número de indivíduos de A. nattereri, além da reprodução de L. rectirostris e X. dominicanus.
Sobrepõem-se à IBA Campos do Planalto das Araucárias, RS/SC.
Fauna Aquática: Região de cabeceiras de formadores do rio Pelotas. Serve à proteção à cinco
espécies de peixes endêmicas da região: Jenynsia eirmostigma, Astyanax brachypterygium, Pareiorhaphis
hystrix, Cnesterodon sp. n. 1 e Cnesterodon brevirostratus.
Crustáceos endêmicos: Aegla camargoi, A. leptodactyla, Hyalella montenegrina , H. castroi, H. pleoacuta e
Hyalella sp.n.
Área 6
Flora: Espécie endêmica: Paspalum barretoi.
Fauna Aquática: Região de cabeceiras de formadores do rio Canoas. Única área conhecida de
distribuição de Pareiorhaphis vestigipinnis. Serve à proteção à duas espécies de peixes endêmicas da
região: Jenynsia eirmostigma e Cnesterodon brevirostratus.
Área 7
Flora: Espécies Ameaçadas: Criticamente em perigo: Briza scabra. Em perigo: Gomphrena
schlechtendaliana, Poa bradei, Polygala selaginoides. Vulneráveis: Pamphalea maxima, Pamphalea smithii,
Thrasyopsis jurgensii (esta espécie ocorre somente nesta área e no morro São Pedro, Porto Alegre).
Espécies endêmicas: Briza scabra, Senecio conyzifolius, Poa bradei, Polygala selaginoides.
Avifauna: Espécies Ameaçadas: (5) Sarcoramphus papa, Spizaetus ornatus, Sporophila plumbea, S. hypoxantha e Xanthopsar flavus. Espécies Quase Ameaçadas: (3) Piculus aurulentus, Picumnus nebulosus
e Carpornis cucullata. Espécie endêmica: (1) Cinclodes pabsti. Observação: Área com presença de
habitats potenciais para a ocorrência de outras espécies ameaçadas, principalmente de Accipitridae.
Ocorrência de uma população de S. plumbea reproduzindo no RS. Sobrepõem-se à IBA Campos
do Planalto das Araucárias, RS/SC.
Área 8
Flora: Espécies Ameaçadas: Criticamente em perigo: Lathyrus parodii. Em perigo: Auloneimia
ulei, Colletia spinosissima, Stipa rhizomata. Vulneráveis: Agrostis lenis, Agrostis ramboi, Eryngium smithii,
Eryngium zosterifolium, Pamphalea araucariophila, Pamphalea smithii, Pamphalea ramboi, Salvia congestiflora.
Espécies endêmicas: Colletia spinosissima, Dendrophorbium paranense, Eleocharis kleinii, Eleocharis rabenii,
Eleocharis squamigera, Erigeron maximus, Eupatorium gaudichaudianum var. gaudichaudianum, Eupatorium
gaudichaudianum var. leucodon, Eupatorium grande, Eupatorium nummularia, Glechon discolor, Hieracium sp.,
Hysterionica pinnatisecta, Lathyrus linearifolius, Lupinus reitzii, Lupinus magnistipulatus, Lupinus rubriflorus,
Lupinus uleanus, Pamphalea araucariophila, Paspalum barretoi, Pentacalia desiderabilis, Picrosia cabreriana, Piptochaetium alpinum, Poa bradei, Rhynchospora brasiliensis, Senecio conyzifolius, Senecio oleosus, Senecio pinnatus,
Senecio pulcher for. albiflorus, Senecio ramboanus, Smallanthus araucariophila, Symphyopappus lymansmithii, Stipa
planaltina, Stipa rhizomata, Stipa vallsii, Tephrosia adunca, Vernonia catharinensis, Vernonia hypochlora.
Avifauna: Espécies Ameaçadas: (4) Gallinago undulata, Amazona pretrei, A.vinacea e Grallaria varia.
Espécies Quase Ameaçadas: (4) Strix hylophila, Piculus aurulentus, Leptasthenura setaria e Cyanocorax
caeruleus. Observação: Única área onde foi registrado G. undulata, embora sua ocorrência seja
conhecida para outras áreas no Planalto das Araucárias.
Fauna Aquática: Região de cabeceiras de formadores do rio das Antas. Única area conhecida de
ocorrência de Euricheilichthys sp. n. 2. Serve à proteção à duas espécies de peixes endêmicas da região:
Astyanax brachypterygium, Jenynsia eirmostigma e Pareiorhaphis hystrix. Com relação aos crustáceos abriga
espécies endêmicas que ocorrem nas cabeceiras dessa bacia hidrográfica, como Aegla ligulata, A.
plana e A. serrana.
231
Considerações Gerais
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Área 9
Flora: Espécies Ameaçadas: Em perigo: Agrostis longiberbis, Auloneimia ulei, Colletia spinosissima,
Stipa planaltina, Stipa rhizomata. Vulneráveis: Agrostis lenis, Eryngium smithii, Eryngium zosterifolium,
Pamphalea araucariophila, Pamphalea smithii, Pamphalea ramboi, Piptochaetium alpinum, Salvia congestiflora,
Viola cerasifolia. Espécies endêmicas: Agrostis longiberbis, Baccharis nummularia, Colletia spinosissima, Dendrophorbium pluricephalum, Eleocharis loefgreniana, Eleocharis kleinii, Eleocharis rabenii, Eleocharis squamigera,
Erigeron catharinensis, Erigeron maximus, Eupatorium gaudichaudianum var. gaudichaudianum, Eupatorium
gaudichaudianum var. leucodon, Eupatorium grande, Eupatorium nummularia, Eupatorium orbiculatum, Glechon
discolor, Hypochaeris catharinensis, Hysterionica pinnatisecta, Lathyrus linearifolius, Lupinus reitzii, Lupinus
magnistipulatus, Lupinus rubriflorus, Mikania oblongifolia, Pamphalea araucariophila, Pamphalea cardaminifolia, Pamphalea ramboi, Pentacalia desiderabilis, Perezia catharinensis, Perezia eryngioides, Perezia squarrosa
ssp. cubataensis, Piptochaetium alpinum, Poa bradei, Rhynchospora brasiliensis, Rhynchospora polyantha, Senecio
conyzifolius, Senecio heteroschizus, Senecio oleosus, Senecio promatensis, Senecio ramboanus, Symphyopappus lymansmithii, Stipa planaltina, Stipa rhizomata, Stipa vallsii, Trichocline catharinensis, Tephrosia adunca, Trifolium
riograndense, Vernonia catharinensis.
Fauna Aquática: Região de cabeceiras de formadores do rio das Antas. Única area conhecida de
ocorrência de Pareiorhaphis sp. n. 3 e Euricheilichthys sp. n. 4, servindo como única área de preservação
recomendada na área de distribuição de Astyanax cremnobates. Serve de proteção a três espécies de
peixes endêmicas da região: Pareiorhaphis hystrix, Pareiorhaphis hystrix, Cnesterodon sp. n. 1 e Cnesterodon
brevirostratus.
Fauna Aquática: Crustacea endêmica: Aegla ligulata, A. plana e A. serrana. Presença da esponja
endêmica, Heteromeyenia insignis.
Área 10
Flora: Espécies Ameaçadas: Criticamente em perigo: Poa reitzii. Em perigo: Colletia spinosissima,
Stipa rhizomata. Vulneráveis: Agrostis ramboi, Piptochaetium alpinum. Espécies endêmicas: Calibrachoa
sendtneriana, Calibrachoa serrulata, Eleocharis kleinii, Eupatorium catharinense, Eupatorium gaudichaudianum
var. gaudichaudianum, Hysterionica pinnatisecta, Lathyrus linearifolius, Lupinus magnistipulatus, Lupinus reitzii,
Lupinus uleanus, Petunia bonjardinensis, Piptochaetium alpinum, Senecio conyzifolius, Senecio pinnatus, Senecio
subnemoralis, Stipa planaltina, Stipa rhizomata.
Mamíferos: Espécies Ameaçadas: Puma concolor.
Fauna aquática: Crustáceos endêmicos: Aegla n. sp. 2, A. n. sp.3, A. odebrechtii e A. spinosa. Presença da esponja endêmica, Heteromeyenia insignis.
Área 11
Flora: Espécies Ameaçadas: Presumivelmente extinta: Lathyrus hasslerianus. Criticamente em
perigo: Lathyrus parodii, Poa reitzii. Em perigo: Agrostis longiberbis, Stipa rhizomata. Vulneráveis:
Agrostis lenis, Agrostis ramboi, Dendrophorbium catharinense, Eupatorium grande, Eupatorium orbiculatum,
Lathyrus linearifolius, Lupinus uleanus, Pamphalea smithii, Piptochaetium alpinum, Salvia congestiflora, Senecio
conyzifolius. Espécies endêmicas: Agrostis hygrometrica, Axonopus ramboi, Calydorea campestris, Dendrophorbium catharinense, Eleocharis kleinii, Eryngium falcifolium, Eryngium ramboanum, Eryngium smithii, Eryngium
urbanianum, Eryngium zosterifolium, Eupatorium grande, Eupatorium gaudichaudianum var. gaudichaudianum,
Eupatorium orbiculatum, Glechon discolor, Hypochaeris catharinensis, Jungia sellowi, Lathyrus linearifolius, Lathyrus
paraguariensis, Lupinus reitzii, Lupinus rubriflorus, Lupinus uleanus, Luzula ulei, Pamphalea araucariophila,
Pamphalea smithii, Paspalum barretoi, Perezia catharinensis, Perezia eryngioides, Piptochaetium alpinum, Poa
bradei, Poa reitzii, Rhynchospora polyantha, Senecio conyzifolius, Senecio heteroschizus, Senecio oleosus, Senecio
pinnatus, Stipa planaltina, Stipa rhizomata, Stipa vallsii, Tephrosia adunca, Trichocline catharinensis, Trichocline
macrocephala, Trifolium riograndense.
Avifauna: Espécies Ameaçadas: (3) Mesembrinibis cayennensis, Amazona vinacea, e Xolmis dominicanus.
Observações: Ocorrência de Scytalopus pachecoi, espécie recentemente descrita e merecedora de
atenção conservacionista. Sobrepõem - se à IBA Campos do Planalto das Araucárias, RS/SC.
Área 12
Flora: Espécies Ameaçadas: Criticamente em perigo: Briza scabra. Em perigo: Gomphrena schlechtendaliana, Poa bradei, Polygala selaginoides. Vulnerável: Pamphalea maxima. Espécies endêmicas:
Briza scabra, Cunila platyphylla, Lathyrus linearifolius, Polygala selaginoides, Senecio conyzifolius.
Fauna Aquática: Região de cabeceiras de formadores do rio Taquari e rio Uruguai. Única área
232
Considerações Gerais
conhecida de ocorrência de Euricheilichthys sp.n. 3.
Área 13
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Flora: Criticamente em perigo: Lathyrus parodii. Espécies endêmicas: Dendrophorbium paranense,
Eleocharis kleinii, Eleocharis squamigera, Erigeron maximus, Glechon discolor, Hieracium sp., Lathyrus linearifolius, Lupinus reitzii, Lupinus rubriflorus, Lupinus uleanus, Paspalum barretoi, Pentacalia desiderabilis, Senecio
oleosus, Senecio pinnatus Senecio pulcher for. albiflorus, Vernonia hypochlora.
Mamíferos: Espécies Ameaçadas: Alouatta guariba clamitans, Lontra longicaudis Mazama americana,
Ozotoceros bezoarticus, Nasua nasua.
Área 14
Flora: Espécies ameaçadas: Em perigo: Agrostis longiberbis, Auloneimia ulei, Colletia spinosissima,
Stipa rhizomata, Stipa planaltina. Vulneráveis: Agrostis lenis, Agrostis ramboi, Eryngium smithii, Eryngium
zosterifolium, Pamphalea araucariophila, Pamphalea smithii, Pamphalea ramboi, Piptochaetium alpinum, Salvia
congestiflora, Viola cerasifolia. Espécies endêmicas: Agrostis longiberbis, Baccharis nummularia, Colletia
spinosissima, Dendrophorbium pluricephalum, Eleocharis loefgreniana, Eleocharis kleinii, Eleocharis rabenii,
Eleocharis squamigera, Erigeron catharinensis, Erigeron maximus, Eupatorium gaudichaudianum var. gaudichaudianum, Eupatorium gaudichaudianum var. leucodon, Eupatorium grande, Eupatorium nummularia, Eupatorium orbiculatum, Glechon discolor, Hypochaeris catharinensis, Hysterionica pinnatisecta, Lathyrus linearifolius,
Lupinus reitzii, Lupinus magnistipulatus, Lupinus rubriflorus, Mikania oblongifolia, Pamphalea araucariophila,
Pamphalea cardaminifolia, Pamphalea ramboi, Pentacalia desiderabilis, Perezia catharinensis, Perezia eryngioides,
Perezia squarrosa ssp. cubataensis, Piptochaetium alpinum, Poa bradei, Rhynchospora brasiliensis, Rhynchospora
polyantha, Senecio conyzifolius, Senecio heteroschizus, Senecio oleosus, Senecio promatensis, Senecio ramboanus,
Symphyopappus lymansmithii, Stipa planaltina, Stipa rhizomata, Stipa vallsii, Trichocline catharinensis, Tephrosia
adunca, Trifolium riograndense,Vernonia catharinensis.
Mamíferos: Espécies Ameaçadas: Herpailurus yaguarondi, Leopardus pardalis, Leopardus tigrinus, Leopardus wieddi, Lontra longicaudis, Mazama gouazoupira, Mazama nana, Puma concolor, Tamandua tetradactyla,
Dasyprocta azarae.
Fauna Aquática: Crustáceos endêmicos: Aegla franciscana e A. plana. Presença das esponjas endêmicas, Corvomeyenia epilithosa e Oncosclera jewelli.
Área 15
Flora: Espécies ameaçadas: Em perigo: Agrostis longiberbis, Auloneimia ulei, Stipa planaltina. Vulneráveis: Piptochaetium alpinum, Salvia congestiflora, Viola cerasifolia. Espécies endêmicas: Agrostis
longiberbis, Baccharis nummularia, Dendrophorbium pluricephalum, Eleocharis loefgreniana, Eleocharis kleinii,
Eleocharis rabenii, Eleocharis squamigera, Erigeron catharinensis, Erigeron maximus, Eupatorium gaudichaudianum var. gaudichaudianum, Eupatorium grande, Eupatorium nummularia, Eupatorium orbiculatum, Hypochaeris
catharinensis, Lathyrus linearifolius, Lupinus reitzii, Lupinus magnistipulatus, Lupinus rubriflorus, Mikania
oblongifolia, Pamphalea araucariophila, Pamphalea cardaminifolia, Pamphalea ramboi, Pentacalia desiderabilis
Perezia catharinensis, Perezia eryngioides, Perezia squarrosa ssp. cubataensis, Piptochaetium alpinum, Poa bradei,
Rhynchospora polyantha, Senecio heteroschizus, Senecio promatensis, Symphyopappus lymansmithii, Stipa vallsii,
Trichocline catharinensis, Tephrosia adunca, Trifolium riograndense, Vernonia catharinensis.
Mamíferos: Espécies Ameaçadas: Herpailurus yaguarondi, Leopardus pardalis, Leopardus tigrinus, Leopardus wieddi, Lontra longicaudis, Mazama gouazoupira, Mazama nana, Puma concolor, Tamandua tetradactyla,
Dasyprocta azarae.
Fauna Aquática: Crustacea endêmica: Aegla franciscana.
233
Considerações Gerais
Referências
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
BENCKE, G.A.; MAURÍCIO, G.N.; DEVELEY, P. E. & GOERCK, J. M (org.) 2006. Áreas importantes para a Conservação de Aves no Brasil – Parte I – Estados do Domínio Mata Atlântica. São Paulo,
Save Brasil. 494p.
DIÁRIO OFICIAL DO RIO GRANDE DO SUL, 1/1/2003. Lista das Espécies da Flora Ameaçadas
de Extinção no Rio Grande do Sul.
FONTANA, C. S.; BENCKE, G.A.; REIS, R.E. 2003. Livro vermelho da fauna ameaçada de extinção no
Rio Grande do Sul. Porto Alegre: EDIPUCRS. 632p.
IUCN 2006. The IUCN Red List of Threatened Species. <www.iucnredlist.org> (consultada em 06/05/2006
e 02/06/2006).
MMA. Ministério do Meio Ambiente. 2005. Livro vermelho da fauna brasileira ameaçada de extinção.
<http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=179&idConteud
o=8122&idMenu=8631> (consultada em 2008).
234
Equipes de Estudo
Equipe
Unidades da Paisagem
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Heinrich Hasenack, geógrafo, M.Sc., Professor Assistente do Departamento de Ecologia e técnico
do Centro de Ecologia. Instituto de Biociência, UFRGS. Av. Bento Gonçalves 9500. Prédio 43422.
CEP 91501- 970, Porto Alegre, RS.Endereço eletrônico: hhasenack@ufrgs.br
José Luís Passos Cordeiro, biólogo, Dr., Pesquisador Colaborador do Laboratório de Geoprocessamento, Centro de Ecologia, UFRGS. Endereço eletrônico: zeluis@ufrgs.br
Rogério Both, biólogo, M. Sc., Pesquisador Colaborador do Laboratório de Geoprocessamento,
Centro de Ecologia, UFRGS. Desenvolve pesquisa na área de ecologia da paisagem. Endereço
eletrônico: rogerboth@ufrgs.br
Fatores Abióticos
Jaime Antonio de Almeida, Engº Agrº, Dr., Professor, Departamento de Solos, Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV), Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). R. João, José
Godinho s/n, Bairro Morro do Posto, C.P. 181, CEP 88520-000 Lages , SC. Endereço eletrônico:
a2jaa@cav.udesc.br
Flora
Ilsi Iob Boldrini (coordenadora), bióloga, Dra., Professora Associada, Departamento de Botânica,
Instituto de Biociências, UFRGS. Av. Bento Gonçalves, 9500. Prédio 43423. CEP 91501-970 Porto
Alegre, RS. Endereço eletrônico: ilsi.boldrini@ufrgs.br
Lilian Eggers, bióloga, Dra., Professora Adjunta, Departamento de Botânica, Instituto de Biociências, UFRGS. Endereço eletrônico: lilian.eggers@ufrgs.br
Lilian Auler Mentz, bióloga, Dra., Professora Adjunta Aposentada, Departamento de Botânica,
Instituto de Biociências, UFRGS, atualmente Professora Colaboradora Convidada no mesmo Departamento. Endereço eletrônico: gmentz@elonet.com.br
Silvia Teresinha Sfoggia Miotto, bióloga, Dra., Professora Associada, Departamento de Botânica,
Instituto de Biociências, UFRGS. Endereço eletrônico: stsmiotto@terra.com.br
Nelson Ivo Matzenbacher, biólogo, Dr., Professor Adjunto Aposentado da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul, atualmente Professor Convidado no Programa de Pós-graduação
em Botânica, UFRGS. Endereço eletrônico: nelsonim@pro.via-rs.com.br
Hilda Maria Longhi-Wagner, bióloga, Dra., Professora Titular Aposentada, Departamento de
Botânica, Instituto de Biociências, UFRGS, atualmente Professora Colaboradora Convidada no
mesmo Departamento. Endereço eletrônico: hmlw@plugin.com.br
Rafael Trevisan, biólogo, doutorando do Programa de Pós-graduação em Botânica, UFRGS.
Ângelo Schneider, biólogo, doutorando do Programa de Pós-graduação em Botânica, UFRGS.
Robberson Bernal Setúbal, biólogo, mestrando do Programa de Pós-graduação em Botânica,
UFRGS.
235
Equipes de Estudo
Colaboradores
Taise Robinson Kunrath, estudante de graduação da Faculdade de Agronomia da UFRGS, bolsista FAPERGS.
Mirela Dias Machado, estudante de graduação da Faculdade de Agronomia da UFRGS.
Daiane Silva Lattuada, estudante de graduação da Faculdade de Agronomia da UFRGS.
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Kelly Justin da Silva, estudante de graduação da Faculdade de Agronomia da UFRGS.
Neuza Maria Campos Fajardo, estudante de graduação da Faculdade de Agronomia da UFRGS,
bolsista FAPERGS.
Regina Lerina, bióloga, bolsista de Apoio Técnico, CNPq.
Fauna Aquática
Esponjas
Cecilia Volkmer Ribeiro, bióloga, Profa. Dra. Livre Docente, Pesquisadora do Museu de Ciências
Naturais da Fundação Zoobotânica do RGS,R. Dr. Salvador França, 1427 Endereço eletrônico:
cvolkmer@fzb.rs.gov.br
Rosária De Rosa Barbosa, (in memoriam, falecida em agosto de 2005). Mestre, Pesquisadora do
Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do RGS,
Vanessa de Souza Machado, acadêmica de Biologia da ULBRA – RS, bolsista BIC-FAPERGS
no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do RGS, Endereço eletrônico: nessabiol@
hotmail.com
George Cunha, Técnico de Nível Médio/FZB
Crustáceos
Georgina Bond Buckup, bióloga, Dra., Professora Titular, Departamento de Zoologia, Instituto
de Biociências UFRGS. Av. Bento Gonçalves, 9500. Prédio 43435. CEP 91501-970 Porto Alegre,
RS. Endereço eletrônico: gbond_buckup@yahoo.com.br
Ludwig Buckup, biólogo, Dr., Professor Titular Aposentado. Departamento de Zoologia, Instituto
de Biociências UFRGS, atualmente Professor Colaborador Convidado do mesmo Departamento.
Endereço eletrônico: lbuckup@yahoo.com.br
Paula Beatriz de Araújo, bióloga, Dra., Professora Adjunta.Departamento de Zoologia, Instituto
de Biociência, UFRGS. Endereço eletrônico: pbaraujo@portoweb.com.br
Adriane Zimmer, bióloga, mestranda do Programa de Pós-graduação em Biologia Animal, UFRGS.
Aline Quadros, bióloga, doutoranda do Programa de Pós-graduação em Biologia Animal, UFRGS.
Carolina Sokolowicz, bióloga, doutoranda do Programa de Pós-graduação em Biologia Animal,
UFRGS.
Daiana Silva Castiglioni, bióloga, doutoranda do Programa de Pós-graduação em Biologia Animal, UFRGS.
Daniela Barcelos, bióloga, mestranda do Programa de Pós-graduação em Biologia Animal, UFRGS.
Raoni Gonçalves, biólogo, mestrando do Programa de Pós-graduação em Biologia Animal,
UFRGS.
236
Equipes de Estudo
Peixes
Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias
Luiz Roberto Malabarba, biólogo, Dr., Professor Adjunto, Departamento de Zoologia e Instituto de Biociências, UFRGS, e Pesquisador Museu de Ciências e Tecnologia, PUCRS. Endereço
eletrônico: malabarb@ufrgs.br
Clarice Bernhardt Fialho, bióloga, Dra., Professora Adjunta, Departamento de Zoologia e Programa de Pós-graduação em Biologia Animal, UFRGS.
Juan Andres Anza, biólogo, mestrando Programa de Pós-graduação em Biologia Animal, UFRGS.
Juliano Ferrer dos Santos, biólogo, bolsista AT – CNPq, Departamento de Zoologia, UFRGS.
Giovanni Neves Mendes, Bolsista IC – CNPq, Departamento de Zoologia, UFRGS
Fauna Terrestre
Aves
Carla Suertegaray Fontana, bióloga, Dra., Pesquisadora do Museu de Ciências e Tecnologia,
MCT-PUCRS. Laboratório de Ornitologia. Caixa Postal 1429. CEP. 90619-900. Porto Alegre, RS.
Endereço eletrônico: carla@pucrs.br
Cristiano Eidt Rovedder, biólogo, mestrando em Zoologia, Museu de Ciências e Tecnologia,
MCT-PUCRS. Laboratório de Ornitologia. Endereço eletrônico: crovedder@yahoo.com.br
Márcio Repenning, Biólogo, mestrando em Zoologia Museu de Ciências e Tecnologia, MCTPUCRS. Laboratório de Ornitologia. Endereço eletrônico: mrepenning@gmail.com
Mamíferos
Thales R. O. de Freitas, biólogo, Dr., Professor Adjunto,Departamento de Genética, Instituto
de Biociências, UFRGS. Av. Bento Gonçalves, 9500. Prédio 43423. CEP 91501-970, Porto Alegre,
RS. Endereço eletrônico: thales.freitas@ufrgs.br
Gislene L. Gonçalves, bióloga, doutoranda do Programa de Pós-graduação em Genética e Biologia
Molecular UFRGS, Endereço eletrônico: lopes.goncalves@ufrgs.br
Adriano S. Cunha, biólogo, MSc. Biolaw Consultoria Ambiental. Endereço: Avenida Lavras,
141/204 Porto Alegre, RS. Endereço eletrônico: adriano@biolaw.com.br
José F. Stolz, biólogo, . doutorando do Programa de Pós-graduação em Genética e Biologia Molecular, UFRGS . Endereço eletrônico: tucotuco@pop.com.br
Jorge R. Marinho, biólogo, Dr., Professor, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade
Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI – Erechim. Av. Sete de Setembro, 1621.
Prédio 12. CEP: 99700-000, Erechim, RS. Endereço eletrônico: jreppold@uricer.edu.br
237
Série Biodiversidade
1. Política Nacional de Biodiversidade – Roteiro de Consulta para Elaboração de uma Proposta
2. Convenção sobre Diversidade Biológica – CDB
3. Legislação Ambiental Brasileira – Grau de Adequação à Convenção sobre Diversidade Biológica
4. Saberes Tradicionais e Biodiversidade no Brasil
5. Biodiversidade Brasileira – Avaliação e Identificação de Áreas e Ações Prioritárias para Conservação, Utilização
Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira
6. Fragmentação de Ecossitemas – Causas, Efeitos sobre a Biodiversidade e Recomendações de Políticas Públicas
7. Evaluation of the State of Knowledge on Biological Diversity in Brazil – Executive Summary
8. Evaluación del Estado del Conocimiento sobre Diversidad Biológica de Brasil – Resumen Ejecutivo
9. Brejos de Altitude em Pernanbuco e Paraíba – História Natural, Ecologia e Conservação
10. Segundo Relatório Nacional para a Convenção sobre Diversidade Biológica – Brasil
11. Estratégias Nacionais de Biodiversidade na América do Sul – Perspectivas para Cooperação Regional
12. Análise das Variações da Biodiversidade do Bioma Caatinga – Suporte a Estratégias Regionais de Conservação
13. Biodiversidade e Conservação da Chapada Diamantina
14. Diversidade Biológica e Conservação da Floresta Atlântica ao Norte do São Francisco
15. Avaliação do Estado do Conhecimento da Biodiversidade Brasileira
16. Bibliografia Brasileira de Polinização e Polinizadores
17. Cerrado e Pantanal – Áreas e Ações Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade
18. Monitoramento dos Recifes de Coral do Brasil – Situação Atual e Perspectivas
19. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção
20. Agrobiodiversidade e Diversidade Cultural
21. Terceiro Relatório Nacional para a Convenção sobre Diversidade Biológica - Brasil
22. Diretrizes e Prioridades do Plano de Ação para Implementação da Política Nacional de Biodiversidade – PANBio
23. Biodiversidade Marinha da Baía da Ilha Grande
24. Biota Marinha da Costa Oeste do Ceará
25. Biodiversidade – Regiões da Lagoa do Casamento e dos Butiazais de Tapes, Planícies Costeiras do Rio Grande do Sul
26. Mudanças Climáticas Globais e seus Efeitos sobre a Biodiversidade
27. O Fogo no Parque Nacional das Emas
28. Inter-relações entre Biodiversidade e Mudanças Climáticas
29. Biodiversidade do Médio Madeira - Bases Científicas para Propostas de Conservação
30. Biodiversidade dos Campos dos Planaltos das Araucárias
31. Áreas Prioritárias para Conservação, Uso Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira:
Atualização - Portaria MMA Nº09, de 23 de janeiro de 2007
32. Comissão Nacional de Biodiversidade - CONABIO - 05 Anos 2003 - 2008