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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5.

ISBN 978-85-7523-056-5 (online)


Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE
Coordenação, descrição da família e chave de gêneros por
Maria das Graças Lapa Wanderley & Suzana Ehlin Martins

Herbáceas perenes, terrestres, epíÀtas ou rupícolas, de poucos centímetros de comprimento (Tillandsia)


até lenhosas de grande porte, que ultrapassam 10m de altura (Puya); caule curto encoberto pelas folhas
em roseta ou mais raramente caule desenvolvido, estolão algumas vezes presente; raízes absorventes nas
plantas terrestres ou Àxadoras nas epíÀtas, raramente ausentes (Tillandsia usneoides). Folhas alternas,
espiraladas, polísticas a dísticas, formando ou não reservatório de água e detritos orgânicos, conhecido
como “cisterna” ou “tanque”, revestidas por escamas absorventes (tricomas especializados), tricomas
glandulares algumas vezes presentes; bainha aberta, pouco ou muito distinta da lâmina e geralmente de
consistência mais delicada, verde, castanha, vinácea, vermelha a quase negra, algumas vezes alva, margem
em geral inteira ou serrilhada a espinescente; lâmina coriácea, carnosa até membranácea, verde, acinzentada,
avermelhada a vinácea, algumas vezes alva, com ou sem ornamentações de diferentes cores em forma
de estrias, faixas ou máculas, desde Àliforme a muito alargada, com ápice muito variável, arredondado,
agudo, atenuado, mucronado ou pungente, margem inteira, serrilhada a fortemente espinescente. Escapo
muito desenvolvido a muito curto, ou raramente ausente, portando brácteas coriáceas, membranáceas ou
estramíneas, grandes ou pequenas, vistosas e coloridas ou foliáceas, esverdeadas até alvacentas, algumas
vezes caducas, muito mais curtas até ultrapassando os entrenós, revestidas por escamas ou glabras, ápice
agudo, arredondado, mucronado a pungente, margem inteira ou serrilhada a espinescente. Inflorescência
em geral vistosa pela presença de brácteas coloridas, racemosa, com poucas a muitas Áores densa a
laxamente dispostas, simples (racemo, espiga) a composta (paniculada, corimbiforme), desde pouco
a amplamente ramiÀcada, ramiÀcações de primeira até quinta ordem, capituliforme, estrobiliforme,
piramidal, cilíndrica, globosa até linear. Brácteas Áorais geralmente vistosas, às vezes inconspícuas. Flores
sésseis ou pediceladas, actinomorfas ou levemente zigomorfas, bissexuadas ou raramente funcionalmente
unissexuadas, trímeras, diclamídeas e heteroclamídeas; cálice com 3 sépalas verdes ou de diferentes cores
e tons (amarelas, vermelhas, alvas), livres ou soldadas, simétricas até fortemente assimétricas pela presença
de expansões aliformes unilaterais, com morfologia e dimensões muito variáveis, ápice com ou sem
expansões Àliformes, margem espinescente, serrilhada até inteira, pilosas a glabras; corola com 3 pétalas
livres ou conatas, geralmente vistosas, de variadas cores e tons (azuis, róseas, roxas, púrpuras, vermelhas,
amarelas, laranja, verdes, creme, castanhas, esverdeadas a alvas); apêndices petalinos presentes ou ausentes,
Àmbriados, Àmbrio-lacerados, irregularmente denteados ou inteiros, algumas vezes com 2 calosidades ao
longo dos Àletes internos; androceu com 6 estames dispostos em dois ciclos, exsertos ou inclusos na corola,
livres entre si ou formando anel pétalo-estamínico; Àletes delicados ou carnosos (Dyckia), Àliformes a
achatados, eretos ou recurvos, retos ou plicados, os internos algumas vezes adnatos à base das pétalas e
mais raramente os externos adnatos à base das sépalas; anteras introrsas, em geral dorsiÀxas, raramente
basiÀxas, 4-esporangiadas, lineares, lanceoladas, oblongas ou sagitiformes, com deiscência rimosa; grãos
de pólen em geral dispostos em mônades ou mais raramente em tétrades, padrão de abertura polínica muito
variável, com grãos em geral monocolpados, ou ainda inaperturados, 2-porados a pantoporados, com exina
lisa, rugulosa a reticulada; gineceu sincárpico, ovário súpero, semi-ínfero a ínfero, 3-carpelar, 3-locular,
nectários septais em geral desenvolvidos, presença ou não de hipanto, formando tubo longo a curto; óvulos
anátropos, numerosos, caudados ou não, placentação axilar, estendendo-se ao longo de toda cavidade do
ovário ou reduzida à porção mediana; estilete terminal, longo a curto, delicado a espesso, cilíndrico a
3-lobado, desde mais curto até mais longo que o androceu, estigmas 3, em geral espiral-conduplicados, com
3 lobos expandidos ou mais raramente lobos pouco desenvolvidos, eretos ou cupulados, linhas estigmáticas
papilosas marginais geralmente presentes. Fruto baga, algumas vezes bem desenvolvido (Bromelia), ou

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Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

cápsula, em geral septicida, raramente sépalas persistentes; no gênero Ananas presença de fruto composto
desenvolvido; sementes em geral numerosas, embrião pequeno, cilíndrico, situado lateralmente, na base
de abundante endosperma amiláceo, achatadas até globosas, providas ou não de apêndices, sendo esses
aliformes ou plumosos, apicais ou laterais. Número cromossômico básico n=25.
Família com 3.086 espécies, distribuídas em 58 gêneros (Luther 2006). Estes números vêm sendo
constantemente alterados pelas descobertas de novos táxons e mudanças taxonômicas e nomenclaturais
continuamente propostas, em parte devido à difícil delimitação genérica e especíÀca pela ocorrência de
muitas homoplasias na família (Givnish 2004).
Bromeliaceae é a maior família, quase exclusivamente neotropical, de angiospermas, estendendo-se
desde o sul da América do Norte, passando pela América Central até chegar a Patagônia (Argentina) na
América do Sul. Apenas uma espécie de Pitcairnia é referida para o continente africano.
Os dois maiores centros de diversidade da família são o leste do Brasil e a região dos Tepuis na
Venezuela. O Brasil detém um elevado número de representantes da família, estimando-se que cerca de
70% dos gêneros e 40% das espécies ocorram no Brasil, especialmente na região Sudeste, onde vivem como
epíÀtas, rupícolas ou terrestres nas mais diferentes formações vegetais, Áorestais e campestres do país.
Com base nas coletas realizadas para a elaboração da monograÀa de Bromeliaceae para o projeto “Flora
Fanerogâmica do Estado de São Paulo”, houve um grande crescimento das coleções, obtidas através das
expedições realizadas em diferentes regiões do estado, o que permitiu a melhor amostragem nos diversos
ecossistemas. Como resultado destes estudos, veriÀcou-se a ocorrência de 154 espécies e 18 gêneros, sendo
eles: Acanthostachys, Aechmea, Alcantarea, Ananas, Billbergia, Bromelia, Canistrum, Catopsis,
Dyckia, Fernseea, Hohenbergia, Neoregelia, Nidularium, Pitcairnia, Quesnelia, Racinaea, Tillandsia
e Vriesea.
Além das 154 espécies descritas na monograÀa, ainda ocorrem no estado de São Paulo: Aechmea
purpureorosea (com registro fotográÀco); Neoregelia doeringiana, N. binotti, N. nivea, N. pontualii e
Vriesea parvula (com registro apenas do material-tipo e não descritas nesta monograÀa).
Além de ampliar o número de espécies para o estado, foi possível resolver vários problemas taxonômicos,
realizar revisões de alguns complexos de espécies, e aumentar o acervo dos herbários paulistas. Dentre
as novas ocorrências, foram descobertas, até o momento, seis táxons, estando quatro ainda em fase de
estudo (Aechmea sp., Vriesea sp.1, Vriesea sp.2 e Vriesea sp.3) e duas espécies descritas recentemente
(Quesnelia violacea e Vriesea flava). Com base no presente estudo, novos sinônimos e mudanças estão
sendo propostos.
As observações com relação ao número de espécies no mundo e no Brasil foram baseadas em Luther
(2006) e Govaerts et al. (2005). Os comentários sobre a distribuição geográÀca das espécies e dos gêneros
foram baseadas essencialmente em Smith & Downs (1974, 1977, 1979). As categorias de ameaça foram
apresentadas de acordo com a listagem da Áora ameaçada de extinção (São Paulo 2004).

Benzing, D.H. 2000. Bromeliaceae: ProÀle of an adaptative radiation. Cambridge, Cambridge University.
Givnish, T.J., Millan, K.C., Evans, T.M., Hall, J.C., Pires, J.C., Berry, P.E. & Sytsma, J.S. 2004. Ancient vicariance
or recent long-distance dispersal? Inferences about phylogens and South American-African disjunctions in
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Govaerts, R., Luther, H.E. & Grant, J. (2005). World Checklist of Bromeliaceae. Kew, The Board of Trustees of
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Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

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Chave para os gêneros

1. Fruto baga; ovário ínfero; sementes sem apêndices (Subfamília Bromelioideae).


2. Infrutescência geralmente com coroa de brácteas; plantas sempre terrestres ......................... 4. Ananas
2. Fruto simples, sem coroa de brácteas; plantas epíÀtas, rupícolas ou terrestres.
3. Roseta com poucas folhas, não formando tanque, com 2 brácteas alongadas e foliáceas na base da
inÁorescência .......................................................................................................... 1. Acanthostachys
3. Roseta com muitas folhas ou, se poucas, formando tanque, sem brácteas alongadas e foliáceas na
base da inÁorescência.
4. InÁorescência simples (raramente com poucas ramiÀcações em Aechmea bocainensis e
Billbergia amoena).
5. Escapo curto, com a inÁorescência parcial ou totalmente inclusa na roseta foliar.
6. Roseta tubular ou infundibuliforme; Áores curto a longo-pediceladas; apêndices petalinos
ausentes ......................................................................................................... 12. Neoregelia
6. Roseta utriculosa; Áores sésseis; apêndices petalinos presentes .......2. Aechmea (A. recurvata)
5. Escapo desenvolvido, com a inÁorescência excedendo a roseta foliar.
7. Lâmina foliar fortemente canaliculada; Áores curto-pediceladas; apêndices petalinos
ausentes ............................................................................................................ 10. Fernseea
7. Lâmina foliar não canaliculada; Áores sésseis a curto-pediceladas; apêndices petalinos
presentes.
8. InÁorescência congesta, estrobiliforme.

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Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

9. Brácteas Áorais verdes, róseas ou com base alva e ápice vermelho, algumas vezes
alvo-lanosas, mais curtas que as Áores, exceto quando presente uma longa arista
.................................................................................................................. 2. Aechmea
9. Brácteas Áorais sempre róseas, excedendo quase completamente as Áores
.............................................................................................................. 15. Quesnelia
8. InÁorescência laxa a sublaxa, não estrobiliforme.
10. Pétalas eretas com ápice cuculado ou apenas o ápice levemente recurvo; Áores
1,1-3,2cm; sépalas assimétricas ............................................................ 2. Aechmea
10. Pétalas espiraladas ou eretas com o ápice recurvo; Áores 3,5-10cm; sépalas simétricas
a subsimétricas.
11. InÁorescência pêndula ................................................................... 5. Billbergia
11. InÁorescência ereta.
12. InÁorescência com raque não exposta; Áores 3,5-6,5cm .... 15. Quesnelia
12. InÁorescência com raque exposta; Áores 6-7,5 .... 5. Billbergia (B. amoena)
4. InÁorescência composta.
13. InÁorescência amplamente ramiÀcada, ramiÀcações de terceira a quarta ordem ....................
....................................................................................................................... 11. Hohenbergia
13. InÁorescência com ramiÀcações de até segunda ordem.
14. Folhas com margem fortemente espinescente, coriáceas, as centrais avermelhadas; anel
pétalo-estamínico presente; apêndices petalinos ausentes ............................ 6. Bromelia
14. Folhas com margem serrilhada a espinescente, papiráceas a coriáceas, geralmente verdes
ou apenas o ápice avermelhado; anel pétalo-estamínico ausente; apêndices petalinos
presentes ou ausentes.
15. Brácteas involucrais ausentes e/ou brácteas primárias não vistosas.
16. InÁorescência subcorimbosa, com a raque curta e congesta
....................................................................... 12. Neoregelia (N. spiralipetala)
16. InÁorescência piramidal, ovóide ou cilíndrica, com a raque longa e esposta
.......................................................................................................... 2. Aechmea
15. Brácteas involucrais e/ou primárias desenvolvidas e/ou vistosas.
17. Roseta tubular, folhas marmoradas ................. 15. Quesnelia (Q. marmorata)
17. Roseta infundibuliforme, folhas não marmoradas.
18. Pétalas com ápice cuculado.
19. InÁorescência lanuginosa ................... 7. Canistrum (C. ambiguum)
19. InÁorescência glabra ................. 13. Nidularium (subg. Nidularium)
18. Pétalas com ápice ereto a recurvo; escapo curto a longo.
20. InÁorescência com ramiÀcações apenas de primeira ordem; folhas
papiráceas; apêndices petalinos ausentes ..............................................
.................................................. 13. Nidularium (subg. Canistropsis)
20. InÁorescência com ramiÀcações de primeira a segunda ordem; folhas
coriáceas; apêndices petalinos presentes (exceto C. perplexum)
.......................................................................................... 7. Canistrum
1. Ovário súpero ou semi-ínfero; fruto cápsula; sementes com apêndices.
21. Sementes comosas; folhas com margem inteira (Subfamília Tillandsioideae).
22. Roseta não formando tanque; apêndices petalinos ausentes ...................................... 17. Tillandsia
22. Roseta formando tanque; apêndices petalinos presentes ou ausentes.
23. Apêndices petalinos presentes; sépalas simétricas.

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Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

ACANTHOSTACHYS

24. Pétalas eretas, com ápice recurvo; sementes com apenas coma basal desenvolvido ....
................................................................................................................... 18. Vriesea
24. Pétalas reÁexas, espiraladas; sementes com coma basal e apical desenvolvidos ..............
........................................................................................................................... 3. Alcantarea
23. Apêndices petalinos ausentes; sépalas assimétricas.
25. Bainha alargada, distinta da lâmina; roseta utriculosa; sementes com coma basal.................
........................................................................................................................... 16. Racinaea
25. Bainha geralmente pouco distinta da lâmina; roseta infundibuliforme; sementes com coma
apical ...................................................................................................................... 8. Catopsis
21. Sementes achatadas ou aladas; folhas com margem inteira a espinescente (Subfamília Pitcairnioideae).
26. Folhas com margem espinescente ....................................................................................... 9. Dyckia
26. Folhas com margem inteira .......................................................................................... 14. Pitcairnia

1. ACANTHOSTACHYS Klotzsch
Suzana Lúcia Proença & Maria das Graças Lapa Wanderley

Epífitas ou rupícolas. Roseta com poucas folhas, não formando tanque. Folhas lepidotas em ambas as
faces; lâmina linear-triangular, conduplicada, involuta, margem serrilhada a espinescente. Escapo ereto a
recurvo ou ausente [Acanthostachys pitcairnioides (Mez) Rauh & Barthlott]; brácteas foliáceas, lepidotas
em ambas as faces. Inflorescência em espiga. Brácteas Áorais conspícuas, convexas. Flores sésseis; sépalas
livres; pétalas eretas, livres, com 2 apêndices petalinos basais; estames inclusos, Àletes internos adnatos às
pétalas; ovário ínfero. Fruto baga.
Este gênero apresenta apenas duas espécies (Luther 2006), Acanthostachys strobilacea, de distribuição
ampla, ocorrendo no Brasil, Paraguai e nordeste da Argentina, e A. pitcairnioides, descrita inicialmente
sob o gênero Aechmea, que é restrita aos estados da Bahia e Espírito Santo

1.1. Acanthostachys strobilacea (Schult. & Schult. f.) D6, D7, E6: cerrado e Áoresta estacional semidecidual.
Klotzsch in Link, Klotzsch & Otto, Icon. Pl. Rar. Coletada com Áores de setembro a abril e com frutos de
1: 21, pl. 9. 1840 (1841). fevereiro a setembro.
Prancha 1, Àg. A-B. Material selecionado: Américo de Campos, 20°18’S
Hohenbergia strobilacea Schult. & Schult. f. in 49°44’W, VI.1992, M.R. Silva & C.E. Rodrigues Junior s.n.
Roem. & Schult., Syst. Veg. 7(2): 1252. 1830. (SPF 103495). Bauru, V.1992, P.M. Souza 01 (SP). Botucatu,
Epífita, 0,5-1,8m. Folhas 16-122cm; bainha castanho- 22°48’00”S 48°17’05”W, X.1986, L.R.H. Bicudo et al. 1601 (SP).
escura, estreito-oblonga; lâmina 0,4-1cm larg. Escapo Cabreúva, X.1933, F.C. Hoehne s.n. (SP 31015). Itirapina, I.1995,
14-91cm, lanuginoso; brácteas na base da inÁorescência, K.D. Barreto et al. 3447 (ESA). Lins, VII.1994, J.R. Pirani et al.
imbricadas, serrilhadas, lanuginosas, lepidotas, as 2 3170 (SP, SPF, UEC). Magda, XI.1994, L.C. Bernacci et al. 861
externas foliáceas, 26-130cm, longo-atenuadas, as (IAC, SP, UEC). Moji-Guaçu, 22°10’-22°20’S 47°-47°15’W,
internas menores formando um invólucro, 2-4,5cm, XI.1980, A. Custodio Filho 410 (SP). Pirassununga, 22°02’S
ovais, mucronadas, semelhantes às Áorais. Inflorescência 47°30’W, XI.1994, S. Aragaki & M. Batalha 238 (SPF). São João
estrobiliforme, 2,5-8,7×1,5-3cm, ovóide ou cilíndrica. da Boa Vista, VI.1893, A. Loefgren & G. Edwall in CGG 2193
Brácteas Áorais alaranjadas a vermelhas, coriáceas, (SP). Teodoro Sampaio, V.1994, G.D. Casa s.n. (UEC 77514).
1,5-2cm, largo-ovais, ápice acuminado, margem serrilhada, Material adicional examinado: Luís Antônio, IV.1999,
lepidotas. Flores comprimidas, ca. 2cm; sépalas amarelas, S.A. Nicolau et al. 2389 (SP).
1×0,4cm, triangulares, carenadas, ápice agudo, apiculado, Referido por Smith & Downs (1979) como epíÀta
margem inteira, lepidotas; pétalas amarelas, 1,4-1,6cm, e rupícola, entretanto no estado de São Paulo só foram
espatuladas; ovário suborbicular, fortemente comprimido. observados indivíduos epíÀtos.
Brasil, ocorrendo no Maranhão, Minas Gerais, Espécie típica dos cerrados paulistas, bem característica
Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, e pela inÁorescência estrobilar, com poucas brácteas foliáceas,
Paraguai e Argentina. B3, B4, C4, C6, C7, D1, D4, D5, distribuídas apenas no ápice do escapo.

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BROMELIACEAE

Prancha 1. A-B. Acanthostachys strobilacea, A. hábito; B. detalhe da inÁorescência. (A-B, Nicolau 2389).

2. AECHMEA Ruiz & Pav., nom. cons.


Suzana Ehlin Martins, Maria das Graças Lapa Wanderley & Suzana Lúcia Proença

Epífitas, terrestres ou rupícolas. Roseta infundibuliforme, tubular ou utriculosa. Folhas lepidotas em


ambas as faces; bainha bem desenvolvida, geralmente formando tanque; lâmina papirácea a coriácea com
margem serrilhada a espinescente. Escapo ereto ou levemente recurvo, evidente; brácteas espiraladas.
Inflorescência simples ou composta (com ramiÀcações de primeira ordem nas espécies de São Paulo),
ereta ou pêndula, laxa a congesta, excedendo ou inclusa na roseta foliar. Brácteas Áorais em geral livres
ou parcialmente conatas com os entrenós dos ramos. Flores sésseis ou raramente pediceladas, dísticas
ou polísticas; sépalas livres ou conatas na base, geralmente assimétricas; pétalas livres, com 2 apêndices

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

AECHMEA

petalinos geralmente desenvolvidos, a rudimentares ou reduzidos (no subgênero Chevaliera), geralmente


com 2 calosidades ao longo dos Àletes internos; estames inclusos, Àletes todos livres ou os internos adnatos
às pétalas; ovário ínfero, com hipanto formando ou não tubo. Fruto baga.
Este gênero, com cerca de 240 espécies (Luther 2006), é o maior da subfamília Bromelioideae e
está dividido, segundo Smith & Downs (1979), em oito subgêneros, dos quais Aechmea Ruiz & Pavon,
Macrochordion (De Vriese) Baker, Ortgiesia (Regel) Mez, Platyaechmea (Baker) Baker e Pothuava
(Baker) Baker estão representados no estado. As principais características utilizadas para separar os
subgêneros são: tipo da inÁorescência (simples ou composta), Áores sésseis ou pediceladas, simetria das
sépalas e morfologia dos apêndices petalinos. Estas características não são muito consistentes, tornando
os limites entre estes subgêneros nem sempre muito evidentes. Observam-se algumas vezes espécies mal
posicionadas no respectivo subgênero ou mesmo no próprio gênero Aechmea.
O Brasil apresenta cerca de 160 espécies, que ocorrem nos mais diversos ambientes, desde as Áorestas
pluviais até os mais áridos, como as caatingas nordestinas. No estado de São Paulo, este gênero está
representado por 17 espécies, além de Aechmea purpureorosea (Hook.) Wawra, que, por não ter material
depositado em herbário e havendo apenas registro fotográÀco da ocorrência da espécie no município de
Bananal, foi citada apenas na chave.

Chave para as espécies de Aechmea

1. InÁorescência simples.
2. Roseta utriculosa; inÁorescência imersa na roseta foliar ............................................... 14. A. recurvata
2. Roseta infundibuliforme ou tubular; inÁorescência disposta acima da roseta foliar.
3. InÁorescência congesta, estrobiliforme, raque totalmente encoberta pelas Áores.
4. InÁorescência ovóide a globosa.
5. Brácteas Áorais oblongas, ápice longo-aristado, margem inteira; pétalas vermelhas a azuis;
lâmina foliar 2,9-5cm larg. ................................................................................... 11. A. ornata
5. Brácteas Áorais obovais, ápice cuspidado, margem serrilhada a espinescente; pétalas verde-
claras; lâmina foliar 6-10,5cm larg. ................................................................. 12. A. pectinata
4. InÁorescência cilíndrica a estreito-elipsóide.
6. Pétalas amarelo-esverdeadas; brácteas do escapo vistosas, róseas ou alvas, amplas
....................................................................................................................... 2. A. bromeliifolia
6. Pétalas azuis; brácteas do escapo verde-claras, amplectivas, envolvendo completamente o
escapo.
7. InÁorescência 5-9cm compr.; brácteas Áorais reniformes, nunca excedendo as sépalas .....
.................................................................................................................... 1. A. bocainensis
7. InÁorescência 16-20cm compr.; brácteas Áorais ovais a obovais, excedendo as sépalas ....
.............................................................................................................. 16. A. vanhoutteana
3. InÁorescência laxa ou densa, raque exposta.
8. Roseta tubular; brácteas do escapo vermelhas, vistosas, elípticas; pétalas amarelas; sépalas
amarelo-esverdeadas ............................................................................................. 8. A. nudicaulis
8. Roseta infundibuliforme; brácteas do escapo esverdeadas, róseas ou vináceas, pouco vistosas,
estreito-triangulares a lanceoladas; pétalas azul-claras a roxas; sépalas vermelho-alaranjadas,
róseas ou vináceas.
9. Ovário ovóide ................................................................................................... 5. A. cylindrata
9. Ovário subtrígono, cilíndrico ou clavado.
10. Flores 11-21mm; sépalas rosa-magenta a rosa-claras, 4-7,5mm, incluindo mucron com

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
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BROMELIACEAE

0,8-3,5mm, conatas na base 0,5-1,5mm; pétalas 7-13,5mm; ovário clavado (in vivo) ou
cilíndrico (in sicco) ......................................................................................... 7. A. gracilis
10. Flores 21-32mm; sépalas alaranjadas a vináceas, 7-12mm, incluindo múcron com
2-5,5mm, conatas na base 1,5-4mm; pétalas 13-20mm; ovário subtrígono (in vivo) ou
cilíndrico (in sicco).
11. Flores 21-29mm; pétalas azul-claras a azul-arroxeadas; sépalas vermelho-alaranjadas
ou vermelhas, conatas na base 1,5-3mm ......................................... 10. A. organensis
11. Flores 23-32mm; pétalas roxas; sépalas vermelhas a vináceas, conatas na base
ca. 3-4mm ......................................................................................... 17. Aechmea sp.
1. InÁorescência composta.
12. Flores dísticas; brácteas Áorais decorrentes, parcialmente adnatas aos entrenós ...... 6. A. distichantha
12. Flores polísticas; brácteas Áorais com margens livres.
13. InÁorescência congesta, estrobiliforme, raque totalmente encoberta pelas Áores 1. A. bocainensis
13. InÁorescência laxa a densa, raque exposta.
14. Pétalas alvas, amarelas ou amarelo-esverdeadas.
15. Ramos da inÁorescência multiÁorais ............................................................ 8. A. lingulata
15. Ramos da inÁorescência com menos de 10 Áores.
16. InÁorescência composta na base ou até cerca da metade, simples para o ápice; brácteas
Áorais estreito-triangulares a ovais, longo-acuminadas; sépalas vermelho-alaranjadas,
conatas na base 2,2-2,5mm ...................................................................... 3. A. caudata
16. InÁorescência composta em toda extensão; brácteas Áorais sub-reniformes, longo-
aristadas, aristas 2,1-2,7cm; sépalas verdes a verde-amareladas, livres 15. A. setigera
14. Pétalas azuis a roxas.
17. InÁorescência com tricomas glandulosos ............................................. (A. purpureorosea)
17. InÁorescência lanuginosa a glabrescente.
18. Brácteas Áorais largo-ovais, envolvendo mais de 3/4 do diâmetro ovário; brácteas do
escapo amplectivas ................................................................... 13. A. phanerophlebia
18. Brácteas Áorais estreito-triangulares a ovais, envolvendo menos de 1/2 do diâmetro do
ovário; brácteas do escapo não amplectivas.
19. Folhas com bainha 6,5-11cm larg.; lâmina 5-9cm larg., margem serrilhada a
espinescente; brácteas primárias dos ramos inferiores 3,5-6,5cm compr. ................
............................................................................................................ 4. A. coelestis
19. Folhas com bainha 2,5-6(-8)cm larg.; lâmina 1,8-4,3cm larg., margem esparsamente
serrilhada, às vezes serrilhada apenas no ápice; brácteas primárias dos ramos
inferiores 1,2-3,8cm compr.
20. Flores 11-21mm; sépalas 4-7,5mm, incluindo múcron com 0,8-3,5mm, conatas
na base 0,5-1,5mm; pétalas 7-13,5mm; ovário clavado (in vivo) ou cilíndrico
(in sicco) ....................................................................................... 7. A. gracilis
20. Flores 21-32mm; sépalas 7-12mm, incluindo múcron com 2-5,5mm,
conatas 1,5-4mm; pétalas 13-20mm; ovário subtrígono (in vivo) ou
cilíndrico (in sicco).
21. Flores 21-29mm; pétalas azul-claras a azul-arroxeadas; sépalas vermelhas
ou vermelho-alaranjadas, conatas na base 1,5-3mm .. 10. A. organensis
21. Flores 23-32mm; pétalas roxas; sépalas vermelhas a vináceas, conatas na
base ca. 3-4mm ............................................................. 17. Aechmea sp.

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AECHMEA

2.1. Aechmea bocainensis E. Pereira & Leme, Revista tubular. Folhas 41-91,5cm; bainha 7-14,5cm larg., oval
Brasil. Biol. 45(4): 634. 1985. a elíptico-oblonga, margem inteira ou espinescente
Epífita ou rupícola, 47,5-67,5cm. Roseta infundibuliforme. para o ápice; lâmina 3-10cm larg., lanceolada a estreito-
Folhas 45-128cm, face abaxial com estrias transversais triangular, ápice acuminado a arredondado, mucronado,
argênteas; bainha verde-clara a vinácea, 6,5-7,5cm larg., margem espinescente, espinhos castanhos, antrorsos,
elíptica; lâmina 3-4,5cm larg., ligulada, ápice pungente, 1-8mm. Escapo 56-81,5cm, densamente alvo-lanuginoso;
margem fortemente espinescente, espinhos verdes a brácteas róseas ou alvas, vistosas, amplas, as superiores
castanho-escuros, 1-6mm. Escapo 42,5-59cm, castanho- ultrapassando os entrenós, 4,5-19cm, oval-lanceoladas,
lanuginoso; brácteas verde-claras, amplectivas, envolvendo ápice agudo, margem inteira, alvo-lanuginosas.
completamente o escapo, amplas, lanceoladas, ápice Inflorescência simples, congesta, estrobiliforme, raque
acuminado, margem inteira. Inflorescência simples ou totalmente encoberta pelas Áores, ereta, 3-12×2,2-3,5cm,
raramente composta na base, congesta, estrobiliforme, cilíndrica a estreito-elipsóide, densamente alvo-lanuginosa
raque totalmente encoberta pelas Áores, ereta, 5-9× (exceto as pétalas). Brácteas Áorais coriáceas, 6-12mm,
2,5-4cm, cilíndrica, rósea (exceto as pétalas); fascículos com mais curtas que as sépalas, envolvendo o ovário, truncadas,
2 Áores; brácteas primárias róseas, ca. 1,3cm, reniformes, bicarenadas, margem inteira, livres. Flores sésseis,
assimétricas, ápice mucronado, múcron ca. 5mm, margem polísticas, 10-14mm; sépalas verde-claras, assimétricas,
inteira, alvo-lanuginosas. Brácteas Áorais róseas, ca. 1,4cm, 5,5-7mm, conatas na base ca. 1,5mm; pétalas eretas,
côncavas, envolvendo completamente o ovário, menores que amarelo-esverdeadas, negras após a antese, 10-11mm,
as sépalas, reniformes, ápice mucronado, múcron 2-6mm, oblongas, apêndices petalinos suprabasais, com ápice
margem inteira, livres, alvo-lanuginosas. Flores sésseis, Àmbriado; Àletes internos adnatos à base das pétalas; tubo
polísticas, 18-20mm; sépalas róseas, assimétricas, 8-11mm, epígino inconspícuo, ovário elipsóide, alvo-lanuginoso,
incluindo múcron com 3-6mm, livres, alvo-lanuginosas; óvulos dispostos na parte superior do ovário.
pétalas azuis com base alva, eretas, 12-15mm, espatuladas, Apresenta ampla distribuição geográÀca, ocorrendo
ápice arredondado, apêndices petalinos suprabasais, com desde a América Central até a Argentina. No Brasil foi
ápice lacerado; Àletes internos adnatos à base das pétalas; coletada em praticamente todos os estados, em ambientes
tubo epígino curto, ovário obcônico, óvulos dispostos na de Áoresta, restinga, cerrado e campos rupestres. C6, D5,
parte mediana do ovário. D6, D7, E7: mata atlântica, cerradão e cerrado. Coletada
Rio de Janeiro e São Paulo. D8, D9, E8, E9: mata com Áores de junho a outubro e com frutos em maio. A
atlântica. Coletada com Áores em junho e outubro. raiz produz tinta amarela o que confere seu nome popular.
Material selecionado: Bananal, X.1949, A.C. Brade Material selecionado: Anhembi, X.1956, M. Kuhlmann
20146 (RB). Campos do Jordão, s.d., N. Silva 193 (RB). 3998 (SP). Cajuru, V.1989, J.V. Coffani-Nunes & A. Sciamarelli
Cunha (Parque Estadual da Serra do Mar), VI.2006, S.E. 4 (SPFR). Moji-Guaçu, VII.1955, O. Handro 506 (SP).
Martins et al. 948 (SP). São Luiz do Paraitinga, 23°20’45,3”S Pirassununga, 22°02’S 47°30’W, IV.1995, M. Batalha et al. 401
45°09’19,4”W, X.1999, G. Martinelli et al. 15926 (RB, SP). (SP). São Paulo, VII.1994, M. Batalha & C.M. Mello 01 (SPF).
Pertencente ao subgênero Pothuava, esta espécie é Esta espécie é a única representante no estado de
relacionada morfologicamente a Aechmea vanhoutteana, São Paulo do subgênero Macrochordion, caracterizado
da qual difere pela inÁorescência menor e pelas sépalas pela inÁorescência simples e estrobiliforme. É facilmente
completamente livres. A coleção Martins 948 possui a reconhecida pelo seu hábito, constituído por roseta
inÁorescência composta, com ramos inferiores apresentando tubular, inÁorescência cilíndrica com Áores amarelo-
duas Áores, envoltas pela bráctea primária. Na obra princeps esverdeadas, que se tornam pretas na senescência.
a espécie é descrita com inÁorescência simples, característica Apresenta duas variedades, ambas presentes no estado
comum às espécies do subgênero Pothuava, entretanto de São Paulo, a var. bromeliifolia, que possui as brácteas
observando a fotograÀa do holótipo este também apresenta do escapo róseas, e a var. albobracteata Philcox, com
a inÁorescência composta, levantando a possibilidade da brácteas do escapo alvas.
espécie pertencer a outro subgênero.
2.3. Aechmea caudata Lindm., Kongl. Svenska
2.2. Aechmea bromeliifolia (Rudge) Baker in Benth. & Vetenskapsakad. Handl. 24(8): 29. 1891.
Hook. f., Gen. pl. 3: 664. 1883. Prancha 2, Àg. A-B.
Tillandsia bromeliifolia Rudge, Pl. Guian. 32, t. 50. Rupícola, epíÀta ou terrestre, 46-84cm. Roseta
1807. infundibuliforme. Folhas 40-105cm; bainha 6,2-10,7cm
Nomes populares: gravatá-branco, gravatá-de-tingir. larg., oblonga ou elíptica, geralmente arroxeada; lâmina
Epífita, terrestre ou rupícola, 61-91,5cm. Roseta (3,5-)4,8-7,8cm, ligulada, ápice arredondado ou agudo,

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Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

mucronado, margem serrilhada. Escapo verde a rosado, mucronado, margem serrilhada a espinescente, espinhos
38-67cm, alvo-lanuginoso; brácteas verdes a rosadas, castanho-escuros, 0,5-2,5mm. Escapo 43-66cm,
geralmente mais longas que os entrenós, as superiores alvo-lanuginoso; brácteas verdes a avermelhadas,
imbricadas, (2,5-)4,5-8,7×(0,2-)0,6-1,5cm, estreito- membranáceas, geralmente mais longas que os entrenós,
triangulares a lanceoladas, margem inteira, às vezes as as superiores imbricadas, 5-9×0,4-1cm, estreito-
da base serrilhadas, ápice acuminado, membranáceas. triangulares a lanceoladas, levemente lanuginosas,
Inflorescência composta na base ou até cerca da metade, margem inteira, às vezes as inferiores serrilhadas, ápice
simples para o ápice, densa a laxa, raque exposta, ereta, mucronado. Inflorescência composta na base ou até mais
10-24×7-9cm, piramidal ou ovóide, alvo-lanuginosa da metade, simples para o ápice, densa ou laxa, raque
(exceto as pétalas); brácteas primárias avermelhadas, exposta, ereta, 8,5-20,5×5-10cm, piramidal ou ovóide,
geralmente mais longas que os ramos, 1,9-6×0,4-0,5cm, alvo-lanuginosa (exceto as pétalas); ramos avermelhados,
estreito-triangulares, ápice acuminado, margem inteira, com 2-10 Áores, geniculados, patentes; brácteas primárias
membranáceas; ramos avermelhados, patentes, geniculados, verdes a róseas ou avermelhadas, membranáceas, 3-6,5×
1-7(9) Áores. Brácteas Áorais vermelhas, geralmente mais 0,2-0,6cm, geralmente mais longas que os ramos, estreito-
curtas que as sépalas, 0,8-2,5cm, estreito-triangulares a triangulares, ápice atenuado, mucronado. Brácteas Áorais
ovais, ápice longo-acuminado, margem inteira, livres, verdes a róseas ou avermelhadas, membranáceas, 0,6-2cm,
membranáceas. Flores sésseis, polísticas, 20-28mm; sépalas estreito-triangulares a ovais, envolvendo menos de 1/2
vermelho-alaranjadas, levemente assimétricas, 9-10mm, do diâmetro do ovário, ápice longo-acuminado, margem
incluindo múcron com 2-5mm, conatas na base 2,2-2,5mm; inteira, ápice mucronado, livres. Flores sésseis, polísticas,
pétalas amarelas, eretas, 12-17mm, espatuladas, ápice 20-26mm; sépalas rosa-claras, assimétricas, 7,5-9,5mm,
retuso, cuculado, apêndices petalinos basais, com ápice incluindo múcron com 2,5-7mm, conatas na base 2-3mm;
curto-Àmbriado; tubo epígino evidente, ovário subtrígono, pétalas azul-arroxeadas, alvas na base, eretas, 11-15mm,
óvulos dispostos na parte mediana do ovário. espatuladas, ápice retuso, cuculado; apêndices petalinos
Espírito Santo ao Rio Grande do Sul. E7, F6, F7: basais, papilosos a curto-Àmbriados ou ausentes; tubo
costão rochoso e mata atlântica. Coletada com Áores em epígino evidente; ovário subtrígono (in vivo) ou cilíndrico
abril, setembro e novembro. (in sicco), óvulos dispostos na parte mediana do ovário.
Material selecionado: Iguape (Estação Ecológica da Espírito Santo até o Paraná. E8, E9: mata atlântica e,
Juréia), XI. 1990, E.A. Fischer s.n. (SP 263548). Itanhaém mais freqüentemente, em costão rochoso. Coletada com
(Ilha da Queimada Grande), IV.1996, V.C. Souza et al. 11022 Áores em fevereiro e setembro e com frutos imaturos em
(SP). Praia Grande (Forte do Itaipu), IV.2006, S.E. Martins et fevereiro, abril, junho e julho.
al. 921 (SP). Material selecionado: Ilhabela, IX.2004, M.G.L.
São descritas duas variedades para esta espécie, a Wanderley & C.A. Ameixeiro 2452 (SP). Ubatuba (Picinguaba),
típica e a var. variegata M.B. Foster, que se distinguem 23°21’36,9”S 44°50’54”W, II.1996, H.F. Leitão Filho et al.
pela coloração das folhas (Smith & Downs 1979). A var. 34280 (SP, UEC).
variegata é referida pelos mesmos autores por um único Aechmea coelestis, A. gracilis e A. organensis,
material cultivado. No estado de São Paulo ocorre apenas pertencentes ao subgênero Ortgiesia, formam um grupo
a var. caudata, que apresenta folhas concolores. de grande plasticidade morfológica, o que diÀculta a
É semelhante morfologicamente a Aechmea sua delimitação. Dentre as principais características
coelestis, da qual difere pela coloração do ovário, comuns, destacam-se o padrão de inÁorescência
sépalas e pétalas. Não foi possível a determinação da variável desde simples a composta, Áores azuis e
coleção Shepherd 10443, pois não havia referência sobre hábito semelhante, além de partilharem da mesma
a coloração das Áores, sendo muito difícil a separação distribuição geográÀca. Além disso, o material-tipo de
das duas espécies com material in sicco. A. organensis foi destruído e o de A. coelestis foi baseado
em material cultivado. Com o objetivo de elucidar o
2.4. Aechmea coelestis (K. Koch) E. Morren, Fl. Serres problema taxonômico deste grupo, foram efetuadas
Jard. Eur. 21: 5, t. 2146. 1875. coletas em diferentes regiões do estado, observando-
Hoplophytum coeleste K. Koch, Append. Pl. Nov. se a variabilidade das populações, realizados estudos
Hort. Berol. 1856: 6. 1857. em material cultivado e de várias coleções de herbário,
Rupícola, epíÀta ou terrestre, 51-79cm. Roseta além do material-tipo e das obras originais.
infundibuliforme. Folhas 47-123cm; bainha geralmente Apesar de algumas características morfológicas
arroxeada, 6,5-11cm larg., oblonga ou elíptica; lâmina se sobreporem, foi possível distinguir as três espécies:
5-9cm larg., ligulada, ápice arredondado ou agudo, Aechmea coelestis, com plantas de maior porte, folhas

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Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

AECHMEA

mais largas, com margem serrilhada a espinescente, polísticas, 15-22mm; sépalas róseas, assimétricas, 6-8mm,
inÁorescência robusta, pouco a muito ramiÀcada, incluindo múcron com 1,5-5mm, conatas na base ca. 1,5mm;
brácteas primárias geralmente ultrapassando os ramos pétalas azul-arroxeadas, alvas na base, eretas, 8-14mm,
da inÁorescência, Áores 20-26mm, com ovário e sépalas espatuladas, ápice obtuso, cuculado, apêndices petalinos
rosa-claras, apêndices petalinos papilosos a curto- basais, com ápice Àmbriado; tubo epígino evidente, ovário
Àmbriados ou ausentes, ovário subtrígono e placenta ovóide, óvulos dispostos na parte mediana do ovário.
ocupando a porção mediana do ovário. Ocorre geralmente São Paulo a Santa Catarina. E6, E7, E8, E9, F5, F6,
em ambientes de costão rochoso e Áorestas litorâneas. F7, G6: mata atlântica, restinga e manguezal. Coletada
Aechmea organensis apresenta porte menor, com Áores e frutos de setembro a abril.
inÁorescência geralmente ramiÀcada na base, Áores Material selecionado: Barra do Turvo, II.1994, H.F.
21-29mm, com ovário e sépalas vermelho-alaranjadas ou Leitão Filho et al. s.n. (UEC 90270). Biritiba-Mirim, 23°38’-
vermelhas, ovário subtrígono e placenta ocupando mais 23°49’S 45°52’-45°53’W, XI.1983, A. Custodio Filho 1885
da metade da extensão do ovário. (SP). Cananéia, IV.1988, M.G.L. Wanderley et al. 1000 (SP).
Aechmea gracilis tem porte similar ao de Cunha, XII.1996, J.P. Souza et al. 764 (SP). Embu-Guaçu,
XI.1951, A.S. Pires s.n. (SP 51109). Iguape, II.1990, E.A.
A. organensis, entretanto apresenta inÁorescência
Fischer & A.C. Araújo 23099 (UEC). Peruíbe, XI.1988, V.C.
simples a pouco ramiÀcada, Áores 11-21mm, com ovário
Souza 338 (ESA). São Miguel Arcanjo, X.1999, G. Martinelli
e sépalas rosa-magenta a rosa-claras, ovário clavado e et al. 15776 (RB, SP).
placenta ocupando a porção mediana do ovário. Pertence ao subgênero Ortgiesia e possui
Analisando plantas vivas e material de herbário inÁorescência vistosa com Áores de sépalas róseas
encontram-se muitas variações morfológicas para cada um e pétalas azuladas, o que torna esta espécie bastante
destes táxons, inclusive na mesma população. Observou-
ornamental.
se uma continuidade das características destas espécies,
reforçando a variabilidade das mesmas, o que diÀcultou 2.6. Aechmea distichantha Lem., Jard. Fleur. 3: t. 269.
muito o reconhecimento como três táxons distintos. 1853, nom. cons.
Aechmea coelestis, além de partilhar do mesmo
Epífita, rupícola ou terrestre, 0,3-1,4m. Roseta tubular.
hábitat, é muito semelhante morfologicamente à Aechmea
Folhas 0,3-1,4m; bainha vinácea na face adaxial,
caudata, sendo muitas vezes confundidas na análise
3-8cm larg., elíptica ou oblonga; lâmina 1,5-5,3cm larg.,
de material herborizado, mas ambas são facilmente
estreito-triangular a ligulada, ápice pungente, margem
reconhecidas no ambiente natural pela coloração do
serrilhada a espinescente, espinhos castanho-escuros,
ovário, sépalas e pétalas.
1-5mm. Escapo 18-90cm, completamente envolvido pelas
2.5. Aechmea cylindrata Lindm., Kongl. Svenska brácteas, lanuginoso; brácteas alvo-esverdeadas, ou róseas
Vetenskapsakad. Handl. 24(8): 32, t. 8, Àg. 28-35. até vermelhas, imbricadas, 18-33×2,5-3,5cm, elípticas,
1891. ápice agudo, mucronado, margem inteira. Inflorescência
Aechmea cylindrata var. micrantha Lindm., Kongl. composta, densa a laxa, raque exposta, ereta, rósea a
Svenska Vetenskapsakad. Handl. 24(8): 32, t. 8, vermelha (exceto as pétalas), 7,3-27×2,8-12cm, ovóide ou
Àg. 36-40. 1891. piramidal, alvo-lanuginosa (exceto as pétalas); ramos com
Epífita ou terrestre, 30-56cm. Roseta infundibuliforme. 3-14 Áores disticamente dispostas; brácteas primárias róseas
Folhas 25-90cm; bainha freqüentemente castanho- a vermelhas, 0,5-1,3cm, mais curtas que os ramos, largo-
escura, 6-10cm larg., elíptica ou oval; lâmina 1,6-7,5cm ovais, ápice mucronado, margem inteira. Brácteas Áorais
larg., ligulada, ápice arredondado e mucronado, margem róseas a vermelhas, 6-11mm, decorrentes, parcialmente
serrilhada a espinescente, espinhos castanhos, 0,5-2,5mm. conatas com os entrenós, envolvendo completamente o
Escapo róseo, 17,5-41cm, alvo-lanuginoso; brácteas róseo- ovário, mucronadas a apiculadas, margem inteira. Flores
esverdeadas, pouco vistosas, membranáceas, geralmente sésseis, dísticas, 15-23mm; sépalas róseas a vermelhas,
numerosas, excedendo os entrenós, 3-4,5×0,2-0,6cm, assimétricas, 8,5-11×4-5mm, conatas na base 1-3mm, ápice
estreito-triangulares a lanceoladas, ápice atenuado, margem mucronado; pétalas lilases a azuladas, eretas, 13-17mm,
inteira, alvo-lanuginosas. Inflorescência simples, densa a espatuladas, ápice retuso, apêndices petalinos suprabasais,
laxa, raque exposta, ereta, rósea, 6-27×2,5-4,2cm, cilíndrica, com ápice lacerado a Àmbriado; Àletes internos adnatos
alvo-lanuginosa (exceto as pétalas). Brácteas Áorais à base das pétalas; tubo epígino curto, ovário obcônico,
vinosas, 0,7-2,8cm, as inferiores ultrapassando as Áores, óvulos dispostos na parte mediano-superior do ovário.
as superiores mais curtas que as sépalas, triangulares, ápice Ocorre no Paraguai, Argentina, Uruguai e nas regiões
longo-acuminado, margem inteira, livres. Flores sésseis, Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. D6, D7, D8, D9,

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

E4, E5, E6, E7, E8, E9, F4, F6, G6: interior de capões, membranáceas, 0,3-1cm, estreito-triangulares a ovais,
mata atlântica de encosta, de planalto e de restinga e envolvendo menos de 1/2 do diâmetro do ovário, ápice
campo rupestre. Coletada com Áores o ano todo e com acuminado, mucronado, margem inteira, livres. Flores
frutos de fevereiro a abril e de agosto a novembro. sésseis, polísticas, 11-21mm; sépalas rosa-magenta a
Material selecionado: Campos do Jordão, IV.1992, rosa-claras, assimétricas, 4-7,5mm, incluindo múcron
S. Buzato & M. Sazima 26845 (SP, UEC). Cananéia, V.1985, com 0,8-3,5mm, conatas na base 0,5-1,5mm; pétalas
M.G.L. Wanderley & C.F.S. Muniz 729 (SP). Cunha, III.1994, azul-arroxeadas com margem roxa, alvas na base,
J.B. Baitello 633 (SP). Iguape, 24°33’S 47°15’W, VI.1993, eretas, 7-13,5mm, espatuladas, ápice retuso, cuculado;
E.A. Anunciação & M.Z. Gomes 258 (SP). Iperó, VIII.1994,
apêndices petalinos basais, com ápice Àmbriados; tubo
J.Y. Tamashiro et al. 467 (SP). Itapeva, VII.1991, S. Romaniuc
epígino conspícuo; ovário clavado (in vivo) ou cilíndrico
Neto et al. 1249 (SP). Itapira, V.1927, F.C. Hoehne s.n. (SP
20305). Itararé, VIII.1995, V.C. Souza et al. 8876 (SP). Jundiaí, (in sicco), óvulos dispostos na parte mediana do ovário.
VII.1995, J.R. Pirani et al. s.n. (SP 285889). Piracicaba, São Paulo e Paraná. E7, E8, E9, F5, F6: mata atlântica
22°45’15,9”S 47°51’47,1”W, VIII.1994, K.D. Barreto et al. de planalto, de encosta e de baixada e Áoresta de restinga.
3009 (ESA). Piraju, VIII.1969, G. Felippe 213 (SP). Ubatuba, Coletada com Áores de maio a junho e de agosto a novembro
VIII.1994, M.A. Assis et al. 433 (SP). S.mun. (Bocaina), e com frutos imaturos em janeiro e fevereiro.
XII.1952, F. Markgraf & A. Duarte 10344 (RB). Material selecionado: Ribeirão Grande (Parque Estadual
Esta espécie é a única representante do subgênero Intervales), 24°38’541”S 48°24’66”W, X.1999, G. Martinelli et
Platyaechmea no estado se São Paulo. Este subgênero al. 15832 (RB, SP). Salesópolis (Estação Biológica de Boracéia),
é caracterizado pelas inÁorescências compostas e IX.1994, L. Rossi et al. 1657 (SP). São Miguel Arcanjo,
IX.1992, M. Sugiyama & M. Kirizawa 1036 (SP). São Vicente,
brácteas Áorais decorrentes, parcialmente conatas com os
23°55’44”S 46°28’32”W, S.E. Martins et al. 1072 (SP). Ubatuba
entrenós. A espécie apresenta ampla variação morfológica (Picinguaba), VIII.1994, M.A. Assis et al. 436 (SP).
quanto ao tamanho de planta, forma da inÁorescência, Material adicional examinado: SÃO PAULO, Bertioga,
número de ramos e de Áores. Luther (2006) considerou VI.2005, M.G.L. Wanderley et al. 2468 (SP).
quatro variedades e duas formas para esta espécie. Em Está inserida na categoria Vulnerável, da Áora
São Paulo, o material estudado enquadra-se em duas ameaçada de extinção do estado de São Paulo.
variedades, sendo elas: var. distichantha, caracterizada Apresenta estolões formando densas touceiras e
principalmente pela inÁorescência laxa e piramidal, inÁorescência simples até composta. Distingue-se de
e a var. glaziovii (Baker) L.B. Sm., que apresenta Aechmea organensis principalmente pela forma do
inÁorescência curta, densa e ovóide. ovário e tamanho das Áores. Em A. organensis o ovário é
subtrígono, de coloração vermelha a vermelho-alaranjada
2.7. Aechmea gracilis Lindm., Kongl. Svenska Vetensk. e as Áores medem 21-29mm, enquanto que em A. gracilis
Akad. Handl. 24(8): 30. 1891. o ovário é clavado, de coloração rosa-magenta e as Áores
Prancha 3, Àg. A-G. medem 11-21mm.
Epífita, rupícola ou terrestre, 29-61cm. Roseta Ao longo dos anos do desenvolvimento do
infundibuliforme. Folhas 19-67cm; bainha azul- presente trabalho, foi realizado um grande esforço de
arroxeada, 3,2-5,3cm larg., elíptica a oblonga; lâmina coleta para desvendar a verdadeira identidade destas
1,8-3(-3,6)cm larg., ligulada, ápice arredondado a agudo, espécies muito aÀns: A. gracilis e A. organensis. As
mucronado, margem geralmente serrilhada apenas no mesmas apresentam problemas de identiÀcação em
ápice. Escapo verde tornando-se rosa-esverdeado na materiais herborizados, especialmente porque quando
parte superior, 24-41cm, alvo-lanuginoso; brácteas secos a forma do ovário é alterada, sendo difícil a
esverdeadas a róseas, pouco vistosas, membranáceas, separação destas espécies. O padrão de inÁorescência
as superiores imbricadas, 1,2-4×0,2-0,7cm, lanceoladas varia de simples a composto em A. gracilis e é muito
a estreito-triangulares, ápice atenuado a agudo, margem ramiÀcado até simples em A. organensis. As medidas
inteira, levemente lanuginosas. Inflorescência simples das Áores são muito variáveis nos dois táxons e as
ou composta na base e simples para o ápice, densa ou descrições apresentadas nas obras originais e em Smith
laxa, raque exposta, ereta, 4,5-16×3-8,5cm, cilíndrica & Downs (1979) não mostram esta variabilidade das
a piramidal, alvo-lanuginosa a glabrescente (exceto as mesmas. Pelo acima exposto, a princípio, chegou-se
pétalas); ramos com 1-8 Áores, geniculados, patentes a a considerá-las sinônimos, entretanto, com base em
suberetos; brácteas primárias membranáceas, 1,2-2,4× estudos detalhados e pela redescoberta de A. gracilis
0,2-0,4cm, semelhantes às brácteas do escapo, geralmente na localidade do tipo, em 2007 (Martins 1072),
mais curtas que os ramos. Brácteas Áorais vináceas, concluiu-se por mantê-las separadamente. Observou-

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

AECHMEA

se nesta coleção a presença de Áores com ca. 21mm, 2.9. Aechmea nudicaulis (L.) Griseb., Fl. Brit. W. I. 593.
enquadrando-se no padrão da espécie, cujas medidas 1864.
Áorais são muito variáveis. Entretanto, nos demais Bromelia nudicaulis L., Sp. pl. 286. 1753.
materiais examinados para esta espécie, não foram Nome popular: gravatá-do-campo.
observadas medidas com cerca de 25mm, conforme a Epífita ou terrestre, 32,5-74,6cm. Roseta tubular. Folhas
diagnose e Smith & Downs (1979). Por outro lado, os 19-55cm; bainha vinácea, 5-8cm larg., elíptica; lâmina
exemplares examinados de A. organensis mostraram 2,5-7cm larg., ligulada, com uma forte depressão na
Áores maiores (21-29mm), discordando da descrição região basal, ápice agudo a obtuso, mucronado, margem
de Smith & Downs (1979), cujas medidas de 17mm fortemente espinescente, espinhos castanho-escuros,
foram utilizadas na chave para separar A. organensis 1-5mm. Escapo 28-59cm, alvo-lanuginoso a glabrescente;
de A. gracilis. Dessa forma, estabeleceu-se um conceito brácteas vermelhas, vistosas, densamente dispostas
confuso para estes dois táxons que apresentam grande na base da inÁorescência, as inferiores amplectivas,
plasticidade, sendo algumas vezes reconhecidos envolvendo completamente o escapo, 3,5-10×1,1-2,6cm,
apenas em material vivo (ver mais comentários em elípticas, ápice agudo a acuminado, margem inteira a
A. coelestis e A. organensis). raramente serrilhada. Inflorescência simples, laxa ou
densa, raque exposta, ereta, 4,6-21,5×1,8-4cm, cilíndrica,
2.8. Aechmea lingulata (L.) Baker, J. Bot. 17: 164. 1879. levemente alvo-lanuginosa (exceto as pétalas); eixo da
Epífita, terrestre ou rupícola, 1m. Roseta inÁorescência vermelho. Brácteas Áorais 1-7mm, mais
infundibuliforme. Folhas 1,2-1,3m; bainha castanho- curtas que as sépalas, triangulares, acuminadas, margem
escura, ca. 9cm larg., oblonga; lâmina 4,5-8cm, ligulada, inteira, livres. Flores sésseis, polísticas, 15-20mm;
ápice pungente, margem espinescente, espinhos. sépalas amarelo-esverdeadas, fortemente assimétricas,
Escapo ca. 54cm, lanuginoso; brácteas excedendo 6-11mm, incluindo múcron com 0,7-2mm, livres; pétalas
ou não os entrenós, 7-9×1,7-2cm, lanceoladas, ápice amarelas, eretas, 10-14mm, espatuladas, ápice levemente
pungente, margem inteira a serrilhada, as basais recurvo, apêndices petalinos suprabasais, com ápice
imbricadas, com margens serrilhadas. Inflorescência Àmbriado; tubo epígino conspícuo, ovário subgloboso,
composta, laxa, raque exposta, ereta, ca. 25cm, óvulos dispostos na parte mediano-superior do ovário.
piramidal; ramos multiÁorais, patente-eretos; brácteas Venezuela, Equador e Brasil, onde ocorre desde a
primárias membranáceas, ca. 5cm, mais curtas que os Bahia até o Rio Grande do Sul. D8, D9, E5, E7, E8, E9,
ramos, lanceoladas, ápice acuminado, margem inteira F4, F6, F7, G6: mata atlântica de encosta e de altitude,
a serrilhada. Brácteas Áorais coriáceas, 2-8mm, ápice restinga, caixetal, manguezal e mata mesóÀla de altitude.
aristado, base triangular, margem inteira, livres. Flores Coletada com Áores em junho e de agosto a março e com
sésseis, polísticas, 11-15mm; sépalas alvo-esverdeadas, frutos de outubro a fevereiro.
Material selecionado: Angatuba, XI.1997, L.C. Souza
assimétricas, ca. 5mm, incluindo arista com ca. 2mm,
131 (SP, SPSF). Bananal, VI.1978, G. Martinelli 4687 (RB).
ápice aristado; pétalas alvas, ca. 9mm, espatuladas, Campos do Jordão, VI.1992, S. Buzato & M. Sazima 26866
ápice agudo, apêndices petalinos 5mm, ao longo dos (UEC). Cananéia, 24°01’04”S 47°54’43”W, IX.1994, P.H.
Àletes, ápice bíÀdo; tubo epígino inconspícuo, ovário Miyagi et al. 204 (SP). Itararé, XI.1994, V.C. Souza et al.
cilíndrico, óvulos dispostos na porção superior do 7145 (ESA, SP). Pariquera-Açu, 24°40’S 47°47’W, I.1999,
ovário. D. Sampaio et al. 92 (ESA, SP). Peruíbe, XI.1990, L. Rossi
Apresenta uma distribuição muito ampla, desde a et al. 750 (SP). Santo André, 23°47’S 46°19’W, XII.1982,
América Central vindo pelas regiões Norte e Nordeste A. Custodio Filho 1155 (SP). Ubatuba, II.1996, H.F. Leitão
do Brasil até a região de Cabo Frio, no estado do Rio de Filho et al. 34279 (SP). Ubatuba (Picinguaba), 23°21’41”S
44°49’59”W, XI.1993, R. Goldenberg et al. 29893 (SP).
Janeiro.
Material examinado: S.mun., XI.1982, A. Matos s.n. Pertence ao subgênero Pothuava, com inÁorescência
(SPF 34653). simples e sépalas mucronadas. Das quatro variedades
Material adicional examinado: ESPÍRITO SANTO, referidas para esta espécie, separadas pela forma das
Colatina, VIII.1940, M. & R. Foster s.n. (SP 44734). brácteas Áorais, disposição das brácteas do escapo,
Pertence ao subgênero Aechmea e são referidas três pela coloração das sépalas e pétalas (Smith & Downs
variedades para esta espécie, estando representada em 1979), apenas a var. cuspidata Baker ocorre no estado
São Paulo pela variedade típica. Esta é a primeira citação de São Paulo. Esta variedade apresenta brácteas Áorais
para o estado de São Paulo com uma única referência. É triangulares, acuminadas, brácteas do escapo elípticas e
considerada Vulnerável na lista das espécies ameaçadas densamente dispostas ao redor da inÁorescência, pétalas
de extinção do estado de São Paulo. amarelas e sépalas amarelo-esverdeadas.

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

D C

Prancha 2. A-B. Aechmea caudata, A. inÁorescência; B. corte longitudinal da Áor mostrando apêndices petalinos. C-E. Aechmea
organensis, C. inÁorescência, D. corte transversal do ovário; E. corte longitudinal do ovário. (A-B, Martins 921; C, Wanderley
2454; D-E, Martins 895).

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

AECHMEA

Prancha 3. A-G. Aechmea gracilis, A-B. hábito; C. ramo com duas Áores; D. Áor; E. corte longitudinal da Áor; F. pétala com
estame adnato e dois estames laterais, com dois apêndices petalinos basais; G. corte transversal do ovário. (A-G, Wanderley
2468).

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

2.10. Aechmea organensis Wawra, Oesterr. Bot. Z. e sépalas formam um tubo subtrígono, de coloração que
30: 116. 1880. varia do alaranjado até vermelho. As Áores variam muito
Prancha 2, Àg. C-E. de tamanho, sendo encontradas Áores de 21-29mm.
Aechmea caudata var. eipperi Reitz, Sellowia Smith & Downs (1979) consideraram A. organensis
17: 41. 1965. distinta de A. gracilis principalmente pelo tamanho da Áor:
Epífita, rupícola ou terrestre, (37-)43-76cm. Roseta 15-20mm para A. organensis e 20-25mm para A. gracilis
infundibuliforme. Folhas (23-)45-75(-93)cm; bainha (conforme já discutido nos comentários de A. gracilis).
geralmente arroxeada, 3-6(-8)cm larg., oblonga a elíptica; Os mesmos autores também apresentam características da
lâmina (1,8-)2,5-4,3cm larg., ligulada, ápice arredondado placentação, baseadas nas ilustrações originais, onde se
a agudo, mucronado, margem esparsamente serrilhada. veriÀca que para A. organensis a placentação se estende
Escapo verde a róseo, (22-)32-54cm, alvo-lanuginoso; por mais da metade do septo do ovário, enquanto que para
brácteas róseas a avermelhadas, pouco vistosas, A. gracilis os óvulos se localizam na porção mediana,
membranáceas, as superiores imbricadas, 2,5-4,7 ocupando pequena parte do septo. Estas características
(-6,8)×0,2-0,7(-0,9)cm, lanceoladas a estreito-triangulares, foram observadas nos materiais examinados contribuindo
margem inteira, levemente lanuginosas. Inflorescência para distinção das duas espécies (ver mais comentários em
composta na base e simples para o ápice, às vezes simples, A. coelestis e A. gracilis).
laxa a densa, raque exposta, ereta, 4,5-13×3,7-8cm,
cilíndrica a piramidal, alvo-lanuginosa a glabrescente 2.11. Aechmea ornata Baker, J. Bot. 17: 162. 1879.
(exceto as pétalas); ramos com 1-5 Áores, geniculados, Prancha 4, Àg. A-C.
patentes a suberetos; brácteas primárias avermelhadas, Epífita ou terrestre, 50-84cm. Roseta infundibuliforme.
membranáceas, 1,5-3,8×0,2-0,4cm, semelhantes às Folhas 35-97cm; bainha castanho-vinosa, 6,5-15cm larg.,
brácteas do escapo, mais curtas a mais longas que elíptica ou oboval; lâmina 2,9-5cm larg., lanceolada, ápice
os ramos. Brácteas Áorais avermelhadas a vináceas, castanho-escuro, agudo a acuminado, pungente, margem
0,5-2cm, ovais a estreito-triangulares, envolvendo menos espinescente, espinhos castanhos, geralmente retrorsos,
de 1/2 do diâmetro do ovário, ápice acuminado, mucronado, 0,5-3mm. Escapo 34-73cm, glabrescente; brácteas creme
margem inteira, livres. Flores sésseis, polísticas, 21-29mm; na base e vermelhas no ápice, coriáceas, eretas, imbricadas,
sépalas vermelho-alaranjadas ou vermelhas, assimétricas, envolvendo completamente o escapo, lanceoladas, ápice
7,5-12mm, incluindo múcron com (2-)3-5,5mm, conatas pungente, castanho-escuro, margem inteira a incons-
na base 1,5-3mm, alvo-lanuginosas a glabrescentes; picuamente serrilhada. Inflorescência simples, congesta,
pétalas azul-claras a azul-arroxeadas, alvas na base, eretas, estrobiliforme, raque totalmente encoberta pelas Áores, ereta,
13-17mm, espatuladas, ápice retuso, cuculado, apêndices 8-18×4-7cm, ovóide. Brácteas Áorais verdes, coriáceas,
petalinos basais, com ápice Àmbriado; tubo epígino 1,5-3,2cm, incluindo a arista, oblongas, carenadas, ápice
conspícuo; ovário subtrígono (in vivo) ou cilíndrico (in longo-aristado 1-1,8cm, margem inteira, livres. Flores
sicco), óvulos dispostos na parte mediana do ovário. sésseis, polísticas, ca. 20-26mm; sépalas verdes, assimétricas,
Espírito Santo até o Paraná. D6, E7, E9, F5, F6, G6: 11-16mm, incluindo arista com 2-5mm, conatas na base
mata atlântica. Coletada com Áores de fevereiro a junho e 1,5-3,5mm; pétalas vermelhas a azuis, eretas, ca. 15-17mm,
com frutos imaturos em junho e de agosto a outubro. liguladas, apêndices petalinos suprabasais, com ápice
Material selecionado: Campinas, IV.1986, N. Taroda et Àmbriado; tubo epígino evidente, ovário obcônico, óvulos
al. 18569 (UEC). Cananéia (Ilha do Cardoso), VI.2005, S.E. dispostos na parte superior do ovário.
Martins et al. 895 (SP). Eldorado, IX.1995, R.R. Rodrigues Rio de Janeiro a Santa Catarina. E6, E7, F5, F6, G6:
et al. 133 (ESA, SP). São Miguel Arcanjo, 24°03’812”S mata atlântica de encosta e de restinga. Coletada com
47°57’152”W, X.1999, G. Martinelli et al. 15775 (RB, SP). Áores em fevereiro, março, maio e de agosto a outubro e
São Paulo, III.1940, A. Gehrt s.n. (SP 42353). Ubatuba com frutos imaturos em janeiro e outubro.
(Picinguaba), VIII.1994, M.A. Assis et al. 436 (HRCB, SP). Material examinado: Cananéia, 25°01’04”S 47°54’43”W,
Material adicional examinado: SÃO PAULO, Ribeirão IX.1994, P.H. Miyagi et al. 173 (ESA). Iporanga, V.1996, S.L.
Grande (Parque Estadual Intervales), VIII.2004, M.G.L. Proença et al. 135 (SP). Itapecerica da Serra, IX.1940, A.
Wanderley 2454 (SP). Gehrt s.n. (HB 65957, SP 43156, isótipos). São Miguel Arcanjo,
Esta espécie apresenta ampla diversidade morfoló- 24°04’416”S 47°54’891”W, X.1999, G. Martinelli 15785 (RB,
gica, com predominância de inÁorescência composta, com SP). Tapiraí, V.2005, M.G.L. Wanderley 2460 (SP).
muitas ramiÀcações na base, podendo chegar algumas Espécie do subgênero Pothuava, com inÁorescência
vezes à simples. A coloração da inÁorescência é muito robusta, típica pela presença de longas aristas nas brácteas
variável, as pétalas são azuis e o conjunto hipanto, ovário Áorais. Segundo Smith & Downs (1979), a espécie

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

AECHMEA

apresenta três variedades. Para o estado de São Paulo, 2.13. Aechmea phanerophlebia Baker, Handb. Bromel.
os autores referem a var. ornata, com pétalas geralmente 47. 1889.
vermelhas ou róseas, e a var. hoehneana L.B. Sm., Rupícola ou epíÀta, 80-90cm. Roseta infundibuliforme.
com pétalas azuis, ambas com folhas concolores, o que Folhas 44-97cm; bainha castanho-vinácea, 8,7-11,5cm
as diferenciam da terceira variedade, nationales Reitz, larg., elíptica, oboval ou oblonga; lâmina 4,5-9,5cm
referida para Santa Catarina, a qual apresenta folhas com larg., estreito-triangular, ápice pungente, com espinho
estrias amarelas. apical castanho-escuro, 8-11mm, margem espinescente,
espinhos castanho-escuros, diminuindo da base da
2.12. Aechmea pectinata Baker, J. Bot. 17: 233. 1879. lâmina ao ápice, 0,5-2mm. Escapo levemente recurvo,
Epífita ou terrestre, 0,7-1,2m. Roseta infundibuliforme. 32-66cm, atro-purpúreo, lanuginoso; brácteas verdes a
Folhas 0,6-2m; bainha castanha na base, ampla, paleáceas, foliáceas, imbricadas, amplectivas, envolvendo
8,5-13,5cm larg., elíptica a oblonga; lâmina verde com completamente o escapo, 6,5-36×1,8-6,5cm, lanceoladas,
manchas verde-escuras, algumas tornando-se vermelhas ápice agudo a acuminado, mucronado, margem inteira.
na antese, 6-10,5cm larg., lanceolada, ápice agudo a Inflorescência composta, densa, raque exposta, 13-24×
acuminado, pungente, margem espinescente, espinhos 4-8cm, estreito-piramidal a cilíndrica, lanuginosa; ramos
castanho-escuros, 1-3mm. Escapo 51-81,5cm, lanuginoso; levemente geniculados, com 2-8 Áores, polisticamente
brácteas verdes, lanceoladas, foliáceas, imbricadas, dispostas; brácteas primárias 4,5-6mm, mais curtas que os
envolvendo completamente o escapo, ápice pungente, ramos, largo-ovais, ápice mucronado, múcron ca. 2mm,
margem serrilhada a espinescente. Inflorescência simples, margem inteira. Brácteas Áorais vináceas, 5-8,5mm,
congesta, estrobiliforme, raque totalmente encoberta pelas mais curtas que as sépalas, largo-ovais, envolvendo a
Áores, ereta, esverdeada, 6,5-14×5-7,5cm, ovóide a globosa. base do ovário (mais de ¾ do diâmetro do ovário), ápice
Brácteas Áorais verdes a róseas, 2,2-2,7cm, obovais, ápice mucronado, múcron 1-3mm, margem inteira, livres.
cuspidado, margem serrilhada a espinescente, espinhos Flores sésseis, polísticas, 14-18mm; sépalas vináceas,
castanho-escuros, lepidotas em ambas as faces, livres. assimétricas, 5,5-8,5mm, incluindo múcron com 1-1,5mm,
Flores sésseis, polísticas, 2,5-3,5cm; sépalas alvas com ápice recurvo, conatas na base ca. 1mm, ápice atro-purpúreo,
verde-claro, assimétricas, 1,7cm, ovais, ápice mucronado, mucronado; pétalas roxas, eretas, ca. 11mm, liguladas,
unicarenadas, conatas na base ca. 2mm, pálido-lepidotas; ápice arredondado, apêndices petalinos suprabasais, com
pétalas verde-claras, eretas, 1,9-2,7cm, liguladas, ápice ápice lacerado; Àletes internos adnatos à base das pétalas;
arredondado e mucronado, apêndices petalinos basais, com tubo epígino conspícuo, ovário cilíndrico a ovóide, óvulos
ápice obtuso; Àletes internos adnatos à base das pétalas; dispostos na parte superior do ovário.
tubo epígino evidente, ovário alvo, comprimido, óvulos Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São
dispostos na parte mediana do ovário. Paulo. D9: Áoresta ombróÀla densa. Coletada com Áores
Rio de Janeiro a Santa Catarina. E7, E8, E9, F6, F7, em abril e maio.
G6: mata atlântica de encosta e restinga. Coletada com Material selecionado: Bananal, V.2006, S.L. Proença &
Áores de outubro a janeiro e com frutos em dezembro, S.E. Martins 222 (SP).
janeiro, março e abril. Pertencente ao subgênero Aechmea, esta espécie era
Material selecionado: Biritiba-Mirim, 23°38’-23°49’S conhecida no estado por apenas uma coleção, datada de
45°52’-45°53’W, X.1983, A. Custodio Filho 1697 (SP).
mais de 50 anos. Recentemente foi recoletada na mesma
Cananéia, XII.1990, F. Barros 2020 (SP). Iguape, XI.1990,
região, a Serra da Bocaina.
L. Rossi et al. 768 (SP). Peruíbe, I.1999, M. Alves et al. 1753
(SP). São Paulo (Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo
Curucutu), III.2000, R.J.F. Garcia et al. 1956 (SP). Ubatuba, 2.14. Aechmea recurvata (Klotzsch) L.B. Sm., Contr.
23°21’41”S 44°49’59”W, XI.1993, R. Goldenberg et al. Gray Herb. 98: 5. 1932.
29871 (SP). Epífita, 20cm. Roseta utriculosa. Folhas 17-28cm;
Esta espécie pertence ao subgênero Pothuava e é bainha atro-purpúrea a roxa na face adaxial, verde-
caracterizada pela inÁorescência estrobiliforme e pelas arroxeada com linhas longitudinais arroxeadas na face
brácteas Áorais com margem serrilhada a espinescente. abaxial, gradativamente maiores no comprimento da
No período de Áoração, as folhas internas tornam-se base para o ápice, 3,7-6,5cm larg., oblonga a oboval;
vermelhas, sendo facilmente visível na mata, onde vive lâmina das folhas inferiores verde passando a vermelha
como terrestre ou, mais freqüentemente, como epíÀta, nas superiores, gradativamente menores no comprimento
chegando muitas vezes próxima ao dossel de árvores de da base para o ápice, 1,7-3cm larg., estreito-triangular,
cerca de 20m de altura. com uma forte depressão na região basal, ápice pungente,

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

recurvo, margem espinescente, espinhos, ca. 1mm. 2,5-3,5cm, base curta, estreito-triangular, ápice longo-
Escapo alvo-rosado, 7,5cm, glabro; brácteas alvo- aristado. Brácteas Áorais coriáceas, assimétricas, ca. 4cm,
rosadas, com faixa arroxeada entre a bainha e a lâmina, incluindo arista, sub-reniformes, côncavas, envolvendo
papiráceas, excedendo os entrenós, 2,4-4,3×1,7-2,4cm, completamente o ovário, ápice longo-aristado, 2,1-2,7cm,
largo-oval, ápice atenuado, acuminado, mucronado, glabrescente, margem inconspicuamente serrilhada,
margem serrilhada em direção ao ápice, alvo-lepidotas. livres; brácteas estéreis na base da inÁorescência e no
Inflorescência simples, densa, parcialmente inclusa na ápice dos ramos, 8-30mm, elipsóides, com ápice longo-
roseta foliar, raque totalmente encoberta pelas Áores, aristado. Flores sésseis, polísticas, ca. 4cm; sépalas verdes
ereta, 7×5cm, oblonga. Brácteas Áorais róseas, 2-4,2cm, a verde-amareladas, assimétricas, 1,5-1,7cm, ápice agudo,
as inferiores ultrapassando as Áores, as superiores mucronado, livres; pétalas amarelas, ca. 3,2cm, liguladas,
mais curtas que as sépalas, largo-ovais a ovais, ápice obtusas, apêndices petalinos basais, elípticos com ápice
atenuado, acuminado, margem serrilhada em direção ao Àmbriado; tubo epígino curto, ovário obcônico, óvulos
ápice, livres. Flores sésseis, polísticas, 4-7cm; sépalas dispostos na parte superior do ovário.
róseas, levemente assimétricas, 1-1,5cm, incluindo Distribui-se desde o sul da América Central até o
múcron com 3mm, conatas na base 4,5-6mm; pétalas Brasil, ocorrendo na Amazônia, e nos estados de Mato
purpúreas, alvas na base, eretas, 2-2,7cm, espatuladas, Grosso e São Paulo. B4. Coletada com Áores em julho.
ápice obtuso, cuculado, apêndices petalinos basais, com Material examinado: S.mun. (Icém?) (Cachoeira do
ápice Àmbriado; tubo epígino evidente, ovário ovóide Maribondo), VII.1936, A. Gehrt s.n. (SP 35675).
a elipsóide, glabro, óvulos dispostos na parte mediano- Pertencente ao subgênero Aechmea, esta espécie é
superior do ovário. muito típica pela inÁorescência pendente e brácteas com
Brasil, de São Paulo ao Rio Grande do Sul, nordeste longas aristas. Enquadrada na categoria Presumivelmente
da Argentina, Paraguai e Uruguai. F4: Áoresta paludosa e Extinta, da Áora ameaçada de extinção no estado de São
Áoresta de araucária. Coletada com Áores e frutos em abril. Paulo, por ser referida apenas por um exemplar, coletado
Material selecionado: Bom Sucesso do Itararé, há mais de 70 anos em uma região que atualmente
24°21’48,5”S 49°02’02,7”W, IV.2007, S.E. Martins et al. encontra-se inundada pela Represa de Marimbondo.
1023 (SP).
Pertencente ao subgênero Ortgiesea, esta espécie 2.16. Aechmea vanhoutteana (Van Houtte) Mez in
apresenta três variedades, distintas pela posição do Mart., Eichler & Urb., Fl. bras. 3(3): 366. 1892.
escapo com relação à roseta foliar e pela presença ou Epífita ou rupícola, 0,82-1m. Roseta infundibuliforme.
ausência de espinhos na margem das folhas e brácteas. Folhas ca. 62-82,5cm; bainha arroxeada na face
É representada no estado de São Paulo pela var. ortgiesii adaxial, 9-14cm larg., largo-oboval; lâmina 3,5-6cm
(Baker) Reitz, caracterizada pela inÁorescência inclusa larg., lanceolada, ápice pungente, margem fortemente
pelas bainhas foliares e folhas com margem espinescente espinescente, espinhos castanho-escuros, 1-5mm. Escapo
e brácteas serrilhadas. 43cm, densamente lanuginoso; brácteas verde-claras
Esta é a primeira citação da espécie no estado, com ápice roxo, coriáceas, densamente imbricadas,
onde apresenta distribuição muito restrita, representando amplectivas, envolvendo completamente o escapo, amplas,
provavelmente o limite norte de sua área de ocorrência. elípticas, ápice pungente, margem inteira a raramente
serrilhada, face abaxial lepidota. Inflorescência simples,
2.15. Aechmea setigera Mart. ex Schult. & Schult. f. in congesta, estrobiliforme, raque totalmente encoberta
Roem. & Schult., Syst. Veg. 7(2): 1273. 1830. pelas Áores, ereta, vistosa, 16-20×3,5-5cm, cilíndrica.
Epífita ca. 1,1m. Roseta infundibuliforme. Folhas ca. Brácteas Áorais alvas na base e vermelhas para o ápice,
69cm; lâmina ca. 7,5cm larg., lanceolada, ápice pungente, membranáceas, 17-21mm, excedendo as sépalas, ovais
margem espinescente, espinhos esparsos, rígidos, a obovais, ápice mucronado, 2-4mm, margem inteira,
castanho-escuros, 1-7mm. Escapo ca. 80cm, densamente livres, densamente lanuginosas. Flores sésseis, polísticas,
lanuginoso; brácteas excedendo os entrenós, elípticas a 20-25mm; sépalas róseas, levemente assimétricas, ca. 10mm,
lanceoladas, ápice castanho-escuro, pungente, margem ápice mucronado, conatas na base ca. 1,5mm, densamente
das brácteas superiores apresentando alguns espinhos lanuginosas; pétalas alvas com ápice roxo-azulado, eretas,
inconspícuos, lepidotas em ambas as faces. Inflorescência 15-20mm, espatuladas, ápice retuso, apêndices petalinos
composta em toda extensão, densa, raque exposta, pêndula, suprabasais, com ápice Àmbriado; Àletes internos adnatos
ca. 28,5×7cm, cilíndrica, lanuginosa (exceto as pétalas); à base das pétalas; tubo epígino curto, ovário elipsóide,
ramos com 2-4 Áores, brácteas primárias castanho-escuras, lanuginoso, óvulos dispostos na parte mediana do ovário.

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

AECHMEA

Prancha 4. A-C. Aechmea ornata, A. hábito; B. Áor com bráctea Áoral aristada; C. pétala com estame e dois apêndices Àmbriados.
(A-C, Wanderley 2460).

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

Prancha 5. A-F. Aechmea sp., A. hábito; B. inÁorescência; C. Áor completa com bráctea Áoral; D. pétala com estame adnato, duas
calosidades laterais ao estame e dois apêndices Àmbriados basais. (A-F, Wanderley 2359).

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

ALCANTAREA

Rio de Janeiro e São Paulo. D8, D9: mata atlântica. vináceas, glabrescentes, assimétricas, 7-11mm, incluindo
Coletada com Áores em setembro e outubro. múcron com 2-4,5mm, conatas na base 3-4mm; pétalas
Material examinado: Pindamonhangaba, X.1961, M. roxas, alvas na base, eretas, 13-20mm, espatuladas, ápice
Kuhlmann s.n. (SP 59101). Queluz, IX.2004, S.E. Martins 870 (SP). retuso, cuculado, apêndices petalinos basais, ca. 1mm,
Pertence ao subgênero Pothuava, com inÁorescência com ápice Àmbriado; tubo epígino conspícuo, ovário
estrobiliforme e muito vistosa. Considerada ameaçada de subtrígono, óvulos dispostos na parte mediana do ovário,
extinção no estado de São Paulo, na categoria Vulnerável, ao longo de quase toda extensão do septo.
devido à distribuição restrita e ocorrência desconhecida São Paulo. E6, E7: mata atlântica. Coletada com
em Unidades de Conservação. Áores em março e abril.
Material selecionado: Pilar do Sul, IV.1945, H.P. Krug
2.17. Aechmea sp. s.n. (IAC 7803, SP 52652). Tapiraí, s.d., M.G.L. Wanderley
Prancha 5, Àg. A-F. 2359 (SP).
Epífita, 32-53cm. Roseta infundibuliforme. Folhas A identiÀcação desta espécie foi diÀcultada pela
18-97cm; bainha alvacenta a arroxeada, 2,5-4,6cm larg., presença de algumas características semelhantes à
oval a oblonga; lâmina verde, às vezes com máculas Aechmea organensis, uma das espécies mais polimorfa
esparsas vináceas, 1,8-3,3cm larg., lanceolada, ápice estudada no presente trabalho. Entretanto, após estudo
arredondado a agudo, mucronulado, margem esparsamente de coleções de herbário e coleções vivas, onde foram
serrilhada. Escapo verde a vináceo, 22-51cm, esparsamente acompanhadas várias Áorações, constatou-se que se trata
alvo-lanuginoso; brácteas rosa a vináceas, membranáceas, de uma espécie distinta de A. organensis, pelos seguintes
as basais mais curtas que os entrenós e as superiores aspectos: base das folhas purpúreas, inÁorescência simples
imbricadas, 1,4-5×0,3-1,1cm, oblongas a lanceoladas, (raro com ramiÀcações basais), ovário e sépalas vermelhas
ápice acuminado, mucronado, margem inteira, levemente a vináceas, placentação estendendo-se ao longo de toda a
lanuginosas. Inflorescência simples ou com poucas cavidade do ovário, Áores patentes, grandes (cerca de 3cm) e
ramiÀcações na base, raque exposta, ereta, vermelha pétalas roxas. Aechmea organensis, apesar de ter algumas
(exceto as pétalas), 5-12×6-10cm, cilíndrica a piramidal; sobreposições de caracteres, apresenta inÁorescência
ramos com 1-5 Áores; brácteas primárias vermelhas a predominantemente composta, ovário em geral vermelho-
vináceas, 1,2-2,5×0,2-0,5cm, semelhantes às brácteas do alaranjado a vermelhas, placenta em geral restrita a parte
escapo, mais curtas que os ramos, levemente lanuginosas. central do ovário ou mais raramente atingindo quase toda
Brácteas Áorais vermelhas, 5-11mm, ovais, envolvendo a extensão, Áores menores e suberetas com relação ao eixo
menos de 1/2 do diâmetro do ovário, ápice longo- da inÁorescência e pétalas azul-claras a azul-arroxeadas.
acuminado, mucronado, margem inteira, livres. Flores Esta espécie é possivelmente inédita, necessitando mais
patentes, sésseis, polísticas, 23-32mm; sépalas vermelhas a estudos para a descrição da mesma como um novo táxon.

3. ALCANTAREA (E. Morren ex Mez) Harms


Leonardo de Melo Versieux & Maria das Graças Lapa Wanderley

Herbáceas rupícolas, vistosas, perenes, 0,4-5m; caule curto, inconspícuo, ou robusto e coberto por
restos de bainhas foliares. Roseta em geral infundibuliforme, formando tanque. Folhas em geral liguladas,
distintamente divididas entre lâmina e bainha, margem inteira. Escapo ereto, robusto, raramente subereto
e delgado, coberto por brácteas vistosas polísticas ou imbricadas. Inflorescência simples ou composta;
pedúnculos laterais com brácteas estéreis. Flores vistosas, dísticas ou secundas; pétalas freqüentemente
amarelas, raro alvacentas, efêmeras, longas, liguladas, ápice agudo a obtuso, fortemente recurvas, reÁexas
e espiraladas, Áácidas, em geral com 2 apêndices petalinos basais; estames e estilete em geral exsertos;
ovário semi-ínfero. Fruto cápsula septicida, ovóide, acuminada; sementes comosas no ápice e na base, os
apicais desenvolvidos.
O gênero é endêmico do Brasil e compreende cerca de 22 espécies que freqüentemente formam
grandes rosetas, capazes de acumular elevado volume de água. São amplamente empregadas na jardinagem,
principalmente Alcantarea imperialis (Carrière) Harms, que é popularmente conhecida como bromélia-

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

imperial. Ocorrem nos aÁoramentos rochosos nos domínios da mata atlântica dos estados da Bahia, Espírito
Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, desde o nível do mar até 1.900m, e em áreas de campo
rupestre da Cadeia do Espinhaço, na Bahia e Minas Gerais. O nome do gênero é uma homenagem ao
segundo imperador do Brasil, Dom Pedro de Alcântara, ou Dom Pedro II.

Harms, H. 1929. Bromeliaceae novae III. Notizbl. Bot. Gart. Berlin-Dahlem 10: 801—802.
Grant, J.R. 1995. The resurrection of Alcantarea and Werauhia, a new genus. Trop. Subtrop. PÁanzenwelt 91:
7-15.
Grant, J.R. 1995. Addendum to “The ressurection of Alcantarea and Werauhia, a new genus” (Bromeliaceae:
Tillandsioideae). Phytologia 78: 119-123.

3.1. Alcantarea regina (Vell.) Harms in Engler & Prantl, com as Áores, raramente maculadas de vermelho-
Nat. PÁanzenfam., ed. 2, 15a: 126. 1930. vinoso em direção ao ápice, papiráceas, (1,9)2,7-3,1×
Prancha 6, Àg. A-L. (1,4)2cm, igualando ou ligeiramente excedendo a
Tillandsia regina Vell., Fl. Áumin.: 136. 1825 metade do comprimento das sépalas, involutas mas não
(1829); Icon. 3: tab. 142. 1827 (1831). envolvendo completamente a Áor, ápice agudo e em
Vriesea regina (Vell.) Beer, Fam. Brom.: 97. 1857. geral levemente fendido, base suborbicular, carenadas na
Vriesea edmundoi Leme, Pabstia 4(3): 5, Àg. 4. porção superior. Flores secundas; pedicelos 0,8-1(1,3)×
1993. syn. nov. 0,5cm; sépalas verdes, papiráceas, simétricas ou quase,
Alcantarea edmundoi (Leme) J.R. Grant, Bromélia (2,7)3,5-4,2(4,7)×(0,8)1-1,5cm, livres, elípticas a
2(3): 26. 1995. syn. nov. lanceoladas, esparsamente lepidotas, escamas marrons
Rupícola, 1,7-2,8m. Roseta infundibuliforme. Folhas em ambas as faces; pétalas amarelo-claras passando
0,7-1,4m, polísticas a suberetas; bainha alvacenta, a alvacentas, reÁexas, espiraladas, (8,5)9,2-11×
tornando-se vermelho-vinosa na face abaxial, (0,7)0,9-1cm, liguladas, apêndices petalinos basais,
16-23×10-13cm, oval, densamente lepidota; lâmina levemente assimétricos, 2,3-2,7×0,3-0,4cm, livres nos
verde, concolor, coriácea, distintamente nervada com 7-9mm superiores, ligulados; estames livres, polísticos,
algumas nervuras proeminentes, 67-135×7-9(10)cm, Àletes alvos, ca. 1mm diâm., levemente achatados
linear-lanceolada, ápice agudo, longo-acuminado, na porção inferior e cilíndricos na superior, anteras
geralmente recurvo ou ligeiramente torcido, face 12×1mm, sagitadas, dorsiÀxas próximo à base; ovário
abaxial densamente lepidota, face adaxial glabrescente. alvo, ca. 2×0,4cm, estilete alvo, 9-10×0,2cm, cilíndrico,
Escapo verde, ereto, 0,5-1m, 4-5cm diâm. na base, estigma com lobos alvos, ca. 3mm. Fruto castanho, 3,5-5×
3-4cm diâm. no ápice, ligeiramente sulcado, glabrescente; 0,8-1,2cm, ovóide, acuminado, nervado, levemente torcido
brácteas verdes, coriáceas, com bainha verde, em direção ao ápice; sementes castanhas, ca. 6×1mm,
7,5-9×6,5-8cm, oval, lâmina 26-28×4-6cm, ápice agudo levemente onduladas e sulcadas, coma basal bege-hialino
longo-acuminado, polísticas. Inflorescência composta, de ca. 7mm, coma apical ferrugíneo, 1,6-1,9cm.
paniculada, laxa, em geral coberta por Àna camada de Espécie encontrada no sul do Rio de Janeiro,
substância gordurosa e enegrecida, 1,3-1,7×0,8-1,1m, no litoral norte de São Paulo e registrada aqui pela
elipsóide a piramidal, eixo principal com entrenós de primeira vez para o sudeste de Minas Gerais. E7, E8:
2-7cm, verdes; ramos 32-40, arqueados, com (5)10-15 aÁoramentos rochosos na mata atlântica. Coletada com
Áores, entrenós 0,7-3(5)cm, botão Áoral terminal em Áores entre novembro e fevereiro e com frutos entre
geral abortado; pedúnculo elíptico em seção trans- fevereiro e abril.
versal, (10-)18-30×0,4-0,9cm, verde, glabrescente, com Material selecionado: Bertioga, IV.2001, M.A. Campacci
2-3(6) brácteas estéreis; raque levemente geniculada, s.n. (SP 396342). Biritiba-Mirim, I.2003, F. Pinheiro & M.
Peixoto 189 (SP).
podendo se mostrar crenada no material herborizado,
Material adicional examinado: MINAS GERAIS,
18-35×0,2-0,5cm, verde, glabrescente; brácteas primá-
Lima Duarte, I.2007, L.M. Versieux et al. 352 (SP). RIO DE
rias verdes, com escamas marrons na face abaxial, JANEIRO, Angra dos Reis, II.1982, I.A. Penna 216 (HB,
(3,5-)18-32(37)×2,5-4cm, as inferiores excedendo o holótipo de Vriesea edmundoi). Mangaratiba, I.2006, L.M.
pedúnculo e as superiores menores, base oval, ápice cau- Versieux & A.M. Calvente 265 (SP). Parati, VII.1987, A. Costa
dado. Brácteas Áorais verdes, frequentemente secundas et al. 88 (RB).

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

ALCANTAREA

Prancha 6. A-L. Alcantarea regina, A. hábito; B. ramo da inÁorescência; C. folha; D. bráctea Áoral; E. sépala; F. pétala com
apêndices petalinos e estame antepétalo; G. gineceu; H. corte longitudinal do ovário e hipanto; I. estigma; J. óvulo; K. cápsula; L.
semente. (A-L, Versieux 265).

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

Alcantarea regina foi tratada por muito tempo como regina é a coloração homogênea das lâminas, brácteas,
uma espécie duvidosa ou de circunscrição variável, visto escapo e sépalas, que são predominantemente verdes.
não existir nenhum espécime-tipo preservado, ou coletas No entanto, podem ser observadas listras oblíquas e
adicionais na área da localidade-típica, e em razão da máculas vermelho-vinosas logo acima da bainha, na face
obra e ilustração originais (Vellozo 1825, 1827) serem abaxial da folha, ou pequenas manchas avermelhadas
pouco precisas. Na literatura, circunscrições amplas que em direção ao ápice das brácteas Áorais e sépalas. As
incluem dados de uma outra espécie, A. glaziouana Áores apresentam antese noturna e são polinizadas por
(Lem.) Leme, de distribuição mais setentrional no estado morcegos (Martinelli 1994). A espécie é utilizada como
do Rio de Janeiro, foram adotadas por diversos autores ornamental e pode ser vista em alguns jardins da capital
(e.g., Mez 1894, Smith & Downs 1977) o que por muito paulista.
tempo impediu a correta identiÀcação de A. regina. É importante ressaltar que este é o primeiro
Apesar da ilustração de Vellozo (1827) ser simples, é ela registro do gênero Alcantarea para São Paulo,
que lectotipiÀca o gênero Alcantarea (Grant & Zijlstra desde que mencionada sua ocorrência no estado por
1998) e retrata algumas características da espécie, como Baker (1889), e que essa espécie ocorre restrita aos
o ápice foliar ensiforme-acuminado voltado para baixo, aÁoramentos rochosos de 20-1.000m de altitude da
a coloração diferenciada da bainha foliar e a proporção Serra do Mar, entre os municípios de Biritiba-Mirim
do comprimento das brácteas Áorais em relação ao das e Bertioga. Há registro visual da espécie para o
sépalas. Além disso, a dimensão indicada na obra original município de Santos e é provável que também ocorra
(culmus supra orgyalis i.e., colmo maior do que uma em Praia Grande e São Vicente.
braça), a localidade-típica (Pharmacopolis i.e., Parati, RJ),
o hábitat (cautibus maritimus i.e., penhascos marinhos), BibliograÀa adicional
Grant, J.R. & Zijlstra, G. 1998. An annotated catalogue
o formato dos apêndices e das anteras, o período de
of the generic names of the Bromeliaceae. Selbyana
Áoração e a análise de materiais recém-coletados no 19(1): 91-121.
mesmo habitat na região da localidade-típica, indicam a Martinelli, G. inéd. Reproductive biology of Bromeliaceae
necessidade de se propor a nova sinonímia, que inclui in the Atlantic Rainforest of southeastern Brazil.
Vriesea edmundoi Leme (≡ A. edmundoi). Ph.D. thesis, University of St. Andrews, Scotland,
Uma característica marcante de Alcantarea 1994.

4. ANANAS Mill.
Suzana Ehlin Martins, Suzana Lúcia Proença & Maria das Graças Lapa Wanderley

Terrestres. Roseta infundibuliforme. Folhas com bainha pouco desenvolvida; lâmina canaliculada,
ápice pungente, margem geralmente espinescente, alvo-lepidota em ambas as faces. Escapo ereto, alvo-
lepidoto; brácteas geralmente emitindo brotos na base, foliáceas, as inferiores excedendo a inÁorescência,
liguladas a lanceoladas, ápice pungente. Inflorescência em espiga, estrobiliforme, robusta, congesta,
geralmente com uma coroa de brácteas estéreis, alvo-lepidotas em ambas as faces; hipanto carnoso
formado pelo concrescimento da base das sépalas, das pétalas, dos Àletes e parede do ovário, originando
posteriormente o sincarpo característico do gênero. Brácteas Áorais conspícuas, vistosas, eretas, serrilhadas,
alvo-lepidotas. Flores sésseis; sépalas livres, margem inteira; estames inclusos, Àletes internos adnatos à
base das pétalas; ovário ínfero, com hipanto formando tubo. Infrutescência sincarpo, geralmente com uma
coroa de brácteas vistosas.
Gênero com representantes na América Central e do Sul. Inclui oito espécies, das quais quatro
ocorrem no estado de São Paulo. No presente trabalho o gênero Pseudananas foi sinonimizado a Ananas.
Este gênero, apesar da grande importância econômica como alimentar (abacaxi – Ananas comosus
(L.) Merr.) e também como ornamental, é ainda pouco estudado taxonomicamente, necessitando de um
estudo de revisão.

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

ANANAS

Chave para as espécies de Ananas

1. Margem da folha com espinhos antrorsos em toda sua extensão; apêndices petalinos presentes.
2. Lâmina foliar 1,3-2,5(-3,5)cm larg.; Áores, na antese, maiores ou de mesmo comprimento que as brácteas
Áorais; em campo, cerrado ou cerradão ...................................................................... 1. A. ananassoides
2. Lâmina foliar 3,5-5,5cm larg.; Áores, na antese, menores que as brácteas Áorais; em locais abertos ou
borda de Áoresta ombróÀla densa .................................................................................... 2. A. bracteatus
1. Margem da folha com espinhos antrorsos e retrorsos; apêndices petalinos ausentes.
3. Infrutescência com brácteas estéreis na região apical, formando coma; brácteas do escapo verdes;
pétalas eretas na antese; em locais abertos ou borda de Áoresta ombróÀla densa ou restinga
......................................................................................................................................... 3. A. fritzmuelleri
3. Infrutescência sem brácteas estéreis na região apical, não formando coma; brácteas do escapo avermelhadas
na base, verdes para o ápice; pétalas reÁexas na antese; em cerrado e Áoresta estacional semidecidual e
decidual ........................................................................................................................ 4. A. macrodontes

4.1. Ananas ananassoides (Baker) L.B. Sm., Bot. Mus. XII.1990, S.A. Nicolau et al. 2084 (SP). Itirapina, II.1993, F.
LeaÁ. 7: 70, pl. 2. 1939. Barros 2626 (SP). Moji-Mirim, X.1931, A. Gehrt s.n. (SP
Acanthostachys ananassoides Baker, Handb. 28374). Ouro Verde, IX.1995, L.C. Bernacci et al. 2150 (IAC,
SP, UEC). Piraju, VIII.1969, G. Felippe 214 (SP).
Bromel.: 25. 1889.
Esta espécie tem sido muito utilizada como orna-
Nome popular: abacaxi-silvestre.
mental, sendo comercializada como planta de corte nas
Terrestre, 0,4-0,9m. Folhas verdes a verde-avermelhadas,
regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste.
0,7-1,4m; lâmina 1,3-2,5(-3,5)cm larg., linear-lanceolada,
As coleções Kuhlmann 1956 e 2551, referidas por
ápice atenuado, pungente, margem inconspicuamente
Smith & Downs (1979) como Ananas ananassoides,
serrilhada na região inferior, espinescente para o
pertencem a Ananas bracteatus.
ápice, espinhos antrorsos, 1-5mm. Escapo verde a
castanho-esverdeado, 20-85cm; brácteas verdes até
4.2. Ananas bracteatus (Lindl.) Schult. & Schult. f. in
avermelhadas, linear-lanceoladas, ápice atenuado,
Roem. & Schult., Syst. Veg., 7(2): 1286. 1830.
pungente. Inflorescência 3-9,5×2,5-6,5cm, cilíndrica a
Prancha 7, Àg. A-B.
ovóide. Brácteas Áorais avermelhadas, 1,1-2×0,4-1,4cm,
Ananassa bracteata Lindl., Bot. Reg. 13: pl. 1081.
na parte livre, menores ou de mesmo comprimento que as
1827.
pétalas, triangulares, ápice mucronado, recurvo ou ereto,
Terrestre, 0,6-1m. Folhas externas verdes, as internas
margem serrilhada na base, espinescente para o ápice.
vermelhas na base e verdes para o ápice, 1-1,5m; lâmina
Flores ca. 2,5cm; sépalas avermelhadas, assimétricas,
3,5-5,5cm larg., ligulada, ápice atenuado, pungente,
0,8-1cm, ovais, ápice obtuso; pétalas roxas, alvas na
margem inconspicuamente denteada na região basal,
base, 1,1-2cm, espatuladas, eretas na antese, apêndices
espinescente para o ápice, espinhos antrorsos, 3-7mm.
petalinos basais, com ápice lacerado, calosidades ao
Escapo castanho-avermelhado, robusto, 30-49cm;
longo dos Àletes internos. Sincarpo alaranjado, 4-9×
brácteas avermelhadas na base e verdes para o ápice,
4-6,5cm, cilíndrico a ovóide, coma apical 3-17cm.
lanceoladas, ápice atenuado, pungente, margem serrilhada
Brasil, Argentina e Paraguai. No Brasil, ocorrendo nas
na base, espinescente para o ápice. Inflorescência
regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e nos estados de
avermelhada, 8,5-11,5×5-8cm, ovóide a cilíndrica; 1-3
Minas Gerais e São Paulo. C2, C5, C6, D4, D6, D7, E4,
brotos na base da inÁorescência, algumas vezes na base
E5, E6, E7: campo, cerrado e cerradão. Coletada com Áores
das brácteas apicais. Brácteas Áorais avermelhadas,
de junho a fevereiro e com frutos de outubro a junho.
2,1-4,5×1,2-2,4cm na parte livre, excedendo as pétalas,
Material selecionado: Águas de Santa Bárbara, XII.1995,
V.C. Souza & J.P. Souza 9577 (ESA, SP). Angatuba, 23°27’S triangulares, ápice mucronado, recurvo ou ereto, margem
48°25’W, XI.1983, J.A. Ratter & G.C.G. Argent s.n. (UEC espinescente, base alargada, côncava. Flores 3,5-4,2cm;
43129). Araraquara, VI.1961, G. Eiten et al. 3106 (SP). Atibaia, sépalas vermelhas com base verde, levemente assimétricas,
XI.1942, A. Gehrt s.n. (SP 47466). Cabreúva, E6 23°14’13,6”S 1,1-1,6cm, largo-ovais, ápice agudo; pétalas roxas, alvas
47°2’34,1”W, III.1994, K.D. Barreto et al. 2133 (ESA). Cajuru, na base, 2-3cm, espatuladas, eretas na antese, apêndices

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

petalinos suprabasais, com ápice lacerado, calosidades Na fase de inÁorescência, esta espécie não apresenta
ao longo dos Àletes internos. Sincarpo avermelhado, coma apical e se assemelha a Ananas macrodontes,
9-17,5×6,5-9cm, ovóide-cilíndrico, coma apical 9-21cm. podendo ser reconhecida na antese pelas brácteas Áorais
Ocorre na Argentina, Paraguai e Brasil, onde encobrindo as Áores e pelas pétalas eretas. Ananas
distribui-se do Espírito Santo até o Rio Grande do Sul. macrodontes se apresenta, na antese, com as brácteas
D7, D9, E7, E8, F5, F6, G6: Áoresta ombróÀla densa Áorais menores que as Áores e com as pétalas reÁexas.
e estacional semidecidual, geralmente em locais abertos. Na fase de infrutescência pode ser distinta pela presença
Coletada com Áores em julho e de setembro a novembro de coma apical. Também se assemelha a A. bracteatus,
e com frutos de junho a dezembro. da qual se distingue pela presença de espinhos retrorsos
Material selecionado: Bragança Paulista-Socorro,
na porção inferior da lâmina foliar e pela coloração
IX.1939, F. Camargo s.n. (IAC 4785, SP 266874). Cananéia
(Ilha do Cardoso), X.1980, M.G.L. Wanderley 251 (SP). das brácteas Áorais que são rosa-claras a esverdeadas,
Iporanga, IX.2006. S.E. Martins & S.L. Pompéia 955 (SP). enquanto que em A. bracteatus estas são vermelhas.
Pariquera-Açu, 24°40’33”S 47°52’37”W, IX.1995, N.M.
Ivanauskas 465 (ESA). Queluz, IX.2004, S.E. Martins 869 4.4. Ananas macrodontes E. Morren, Belgique Hort. 28:
(SP). São José dos Campos, 23°16’S 45°55’W, X.1964, G. 140. pl. 4, 5. 1878.
Eiten & I. Mimura 5728 (SP). São Paulo (Parque Estadual das Pseudananas sagenarius (Arruda) Camargo, Revista
Fontes do Ipiranga), X.1977, M.G.L. Wanderley 67 (SP).
Agric. (Piracicaba) 14(7, 8): reprint p. 4. 1939.
Espécie muito ornamental pelo colorido avermelhado
Terrestre, 0,5-1,5m. Folhas verdes com margens verde-
das brácteas e pelas pétalas roxas. É muito utilizada como
arroxeadas, 0,6-1,2m; lâmina 1,5-5,7cm larg., ligulada,
cerca-viva na zona rural.
ápice atenuado, pungente, margem inconspicuamente
A grande variabilidade morfológica, torna difícil
denteada na região basal, espinescente para o ápice,
a distinção desta espécie de outras aÀns, como Ananas
ananassoides e A. fritzmuelleri, especialmente na espinhos castanhos, retrorsos e antrorsos, 2-5mm. Escapo
análise de material de herbário. verde a vináceo, robusto, 26-50cm; brácteas avermelhadas
na base, verdes para o ápice, lanceoladas, ápice atenuado,
4.3. Ananas fritzmuelleri Camargo, Bol. Técn. Inst. pungente, margem serrilhada na base, espinescente para
Agron. N. 1: 16, Àg. 2, 3. 1943. o ápice. Inflorescência róseo-avermelhada, 5-14×3-8cm,
Ananas bracteatus var. albus L.B. Sm., Bot. Mus. ovóide a globosa. Brácteas Áorais róseo-avermelhadas,
LeaÁ. 7: 76. 1939. 1,5-4,5×0,6-2cm na parte livre, menores que as pétalas,
Terrestre, 0,8-1,7m. Folhas verdes, 1,2-1,7m; lâmina ovais a lanceoladas, ápice mucronado, ereto, margem
3-4,5cm larg., ligulada, ápice atenuado, pungente, margem espinescente, base alargada. Flores 3-4,2cm; sépalas
inconspicuamente denteada na região basal, espinescente vermelho-alaranjadas, assimétricas, 0,7-1,2cm, largo-
para o ápice, espinhos na metade inferior retrorsos, na ovais, ápice obtuso; pétalas lilases a roxas, alvas na base,
superior antrorsos, 3-7mm. Escapo verde, robusto, 1,8-4,2cm, espatuladas, ápice arredondado, reÁexas na
30-70cm; brácteas esverdeadas, lanceoladas, ápice atenuado, antese, calosidades ao longo dos Àletes internos. Sincarpo
pungente, margem serrilhada na base, espinescente para o amarelo-alaranjado, 8-10×5-6cm, ovóide, sem coma
ápice. Inflorescência róseo-pálida, 5,5-11,5×4,5-7cm, apical.
ovóide-cilíndrica. Brácteas Áorais róseo-pálidas na antese, Ocorre no Equador, Bolívia, Brasil, Paraguai e
verde-claras na frutiÀcação, 2,5-4,5×1,1-2,4cm na parte Argentina. No Brasil, apresenta ampla distribuição,
livre, excedendo as pétalas, triangulares, ápice mucronado, ocorrendo desde o estado de Pernambuco até o Paraná.
ereto, margem espinescente, base alargada, côncava. Flores B2, C2, C5, D1, D2, D3, D6: cerrado e Áoresta estacional
2,5-3,5cm; sépalas assimétricas, 1,2-1,5cm, largo-ovais, ápice
semidecidual e decidual. Coletada com Áores em outubro
agudo; pétalas lilases, alvas na base, 2-3,2cm, espatuladas,
e com frutos em junho e de agosto a dezembro.
ápice agudo, eretas na antese, calosidades ao longo dos Material selecionado: Adamantina (Estação Experimental
Àletes internos. Sincarpo esverdeado a rosa-pálido, 5,5-14× do IAC), IX.1995, L.C. Bernacci et al. 1989 (HRCB, IAC, SP,
4,5-8cm, ovóide-cilíndrico, coma apical 3-15cm. SPF, UEC). Ibitinga, VI.1996, 21°43’09”S 48°58’00”W, V.C.
Ocorre nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Souza & J.P. Souza 11341 (SP, UEC). Indiana, XII.1940, O.
Catarina. E7, E8: em locais abertos de Áoresta ombróÀla Galli s.n. (IAC 6072, SP 268070). Piracicaba, 1992, N.M.
densa e restinga. Coletada com Áores de setembro a Ivanauskas & A.G. Nave s.n. (ESA 25911, SP 291109) Pereira
dezembro e com frutos em dezembro e janeiro. Barreto, VIII.1995, M.R. Pereira Noronha et al. 1232 (SP).
Material selecionado: Bertioga (Praia do Itaguaré), XII.2003, Tarumã, XIII.1995, V.C. Souza & J.P. Souza 9707 (ESA, SP).
I.F. Borges 101 (SP). Itapecerica da Serra (Paiol do Meio), Teodoro Sampaio (Parque Estadual do Morro do Diabo),
XI.1940, O. Galli s.n. (IAC 5818, SP 268430, UEC 66453). VI.1994, R. Esteves 113 (SP).

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Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BILLBERGIA

Em estudo de Àlogenia, usando marcadores do


DNA do cloroplasto, Ananas e Pseudananas emergem
em grupo monoÀlético (Duval et al. 2005), sendo que
Pseudananas sagenarius, juntamente com Ananas
fritzmuelleri, surge como um dos subgrupos deste clado.
Neste contexto, o reconhecimento de Pseudananas como
gênero distinto tornaria o gênero Ananas paraÀlético,
portanto, foi adotado, no presente trabalho, o gênero
Pseudananas como sinônimo de Ananas.
Smith & Downs (1979) utilizaram o nome
Pseudananas sagenarius para esta espécie, que tem
como basiônimo Bromelia sagenaria. Embora o epíteto
sagenaria seja mais antigo, este é um nome de aplicação
incerta, pois, conforme comentado por Leal et al. (1998),
a descrição (feita por Arruda da Câmara, em 1810)
possui características dúbias e o material-tipo nunca
foi localizado. Ananas sylvestris (Vell.) Fritz-Mueller
(basiônimo Bromelia sylvestris Vell., de 1825) também
não pode ser usado, pelos mesmos motivos: descrição
dúbia e sem material-tipo. Considerando que o binômio
validamente publicado é Ananas macrodontes, este
pode ser utilizado seguindo os princípios do Código de
Nomenclatura Botânica.
Smith & Downs (1979) referiram algumas coleções
como Pseudananas sagenarius, entretanto a coleção
Eiten 2399 pertence a Ananas ananassoides; a coleção
Eiten & Mimura 5728 pertence a A. bracteatus e a
coleção Gehrt SP 44420 pertence a A. fritzmuelleri.

BibliograÀa adicional
Duval, M.F., Noyer, J.L., Hamon, P., Buso, G.C.,
Ferreira, F.E., Ferreira, M.E. & d’Eeckenbrugge, C.
2005. Using chloroplast DNA markers to understand
Ananas and Pseudananas genetic diversity. Acta
Hort. 666: 93-107.
Leal, F., d’Eeckenbrugge, G.C. & Holst, B.K. 1998.
Taxonomy of the genera Ananas and Pseudananas Prancha 7. A-B. Ananas bracteatus, A. inÁorescência; B. Áor
– an historical review. Selbyana 19(2): 227-235. e bráctea Áoral. (A-B, Wanderley 67).

5. BILLBERGIA Thunb.
Suzana Lúcia Proença, Maria das Graças Lapa Wanderley & Suzana Ehlin Martins

Epífitas, terrestres ou rupícolas. Roseta tubular ou infundibuliforme, formando tanque. Folhas com
lâmina geralmente lepidota em ambas as faces, margem espinescente a serrilhada, raramente inteira.
Escapo ereto a recurvo; brácteas excedendo os entrenós, espiraladas, vistosas. Inflorescência simples ou
com poucas ramiÀcações, laxa ou sublaxa, ereta ou pêndula. Brácteas Áorais inconspícuas até amplas e
vistosas. Flores vistosas, sésseis a pediceladas, actinomorfas ou levemente zigomorfas na antese; sépalas
livres ou conatas na base, simétricas a subsimétricas, margem inteira; pétalas livres, espiraladas até a base
ou eretas com ápice recurvo, com 2 apêndices petalinos basais, com margem serrilhada, 2 calosidades ao

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Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

longo dos Àletes internos; estames exsertos, Àletes livres ou os internos adnatos à base das pétalas; ovário
ínfero, com hipanto geralmente formando tubo. Fruto baga.
O gênero é dividido em dois subgêneros, Helicodea (Lem.) Baker, caracterizado principalmente pelas
pétalas fortemente espiraladas na antese, e Billbergia Thunb., com o ápice das pétalas subereto a recurvo
na antese, sendo ambos representados no estado.
Apresenta 64 espécies (Luther 2006), ocorrendo desde a América do Norte (México) até a Argentina e
Uruguai. No Brasil há 47 espécies que ocorrem em todas as regiões e em praticamente todos os ambientes.

Chave para as espécies de Billbergia


1. Pétalas espiraladas até a base na antese.
2. Brácteas Áorais amplas, excedendo o ovário ......................................................................... 3. B. meyeri
2. Brácteas Áorais inconspícuas, não excedendo o ovário.
3. Ovário obcônico, com protuberâncias na região apical; inÁorescência 13-27,5cm; Áores 5,5-7,7cm
........................................................................................................................................... 7. B. zebrina
3. Ovário elipsóide, sem protuberâncias na região apical; inÁorescência (17,5-)31-41cm; Áores
7,5-10cm ........................................................................................................................ 5. B. porteana
1. Pétalas eretas com o ápice recurvo na antese.
4. Pétalas róseas a avermelhadas com ápice azul a roxo; brácteas Áorais dimórÀcas, as inferiores
avermelhadas, vistosas e as superiores inconspícuas ................................................... 6. B. pyramidalis
4. Pétalas esverdeadas com ou sem mácula azul no ápice ou na margem; brácteas Áorais inconspícuas e
semelhantes entre si.
5. Pétalas esverdeadas com ápice e margens azuis; sépalas róseas com ápice azul ........... 4. B. nutans
5. Pétalas totalmente esverdeadas ou com mácula azul no ápice; sépalas esverdeadas com ápice azul.
6. Escapo geralmente ereto; inÁorescência simples ou com ramiÀcações na base; brácteas do escapo
rosa-magenta a vermelhas, ovais ou elípticas a lanceoladas; eixo da inÁorescência robusto e
levemente geniculado ................................................................................................ 1. B. amoena
6. Escapo recurvo; inÁorescência simples; brácteas do escapo rosa-claras, estreito-lanceoladas; eixo
da inÁorescência delicado e geniculado .................................................................. 2. B. distachia

5.1. Billbergia amoena (Lodd.) Lindl., Bot. Reg. 13: t. sépalas esverdeadas com mácula azul no ápice, 2-3,5cm,
1068. 1827. livres, oblongas, ápice obtuso ou agudo, às vezes alvo-
Tillandsia amoena Lodd., Bot. Cab. 1: t. 76. 1818. lanuginoso; pétalas esverdeadas com mácula azul no ápice,
Epífita ou terrestre, 29-60cm. Roseta infundibuliforme. (4-)5-5,8cm, liguladas, eretas com o ápice recurvo na
Folhas 22-60cm; bainha avermelhada, 3,5-8cm larg., antese, ápice obtuso ou arredondado; estames livres, anteras
oval; lâmina 1,8-5,5cm larg., ligulada, ápice arredondado amarelas; ovário esverdeado, cilíndrico, sulcado, estilete e
a acuminado, mucronado, margem serrilhada. Escapo estigmas verdes.
esverdeado ou avermelhado, (18-)24-40cm, geralmente Ocorre na Bahia, Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais,
ereto, glabro; brácteas rosa-magenta a vermelhas, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. D9, E6, E7, E8, F4,
membranáceas, 5-10×1,5-2,5cm, ovais ou elípticas a F5, F6, G6: mata atlântica de encosta e restinga. Coletada
lanceoladas, ápice acuminado a agudo, margem inteira, com Áores de abril a agosto e com frutos em junho.
alvo-lepidotas na face abaxial. Inflorescência simples ou Material selecionado: Bananal, V.1936, A.C. Brade 15215
com poucas ramiÀcações na base, esverdeada, geralmente (RB). Bertioga, 23°51’S 46°9’W, VI.1971, G. Gottsberger &
ereta, 6-17(-21)cm, glabra; eixo da inÁorescência robusto I. Gottsberger 12-23671 (SP). Biritiba-Mirim, 23°38’-23°49’S
45°52’-45°53’W, V.1984, A. Custodio Filho 2389 (SPSF).
e levemente geniculado; ramos com 1-2 Áores; brácteas
Cananéia, VI.1989, L. Rossi et al. 517 (SP). Eldorado (Parque
primárias rosa-magenta a vermelhas, (2-)5,5-10×1-3cm,
Estadual de Jacupiranga), V.1996, J.A. Pastore & F.A.R.D.P. Arzolla
estreito-elípticas a lanceoladas, semelhantes às do escapo. 675 (SP). Itararé, II.1993, V.C. Souza et al. 2483 (ESA). Pariquera-
Brácteas Áorais 1-2mm, inconspícuas, escamiformes. Açu (Estação Ecológica de Pariquera-Açu), V.1994, L.C. Bernacci
Flores sésseis, 6-7,5cm, levemente zigomorfas na antese; et al. 263 (SP). Tapiraí, V.1994, R. Mello-Silva et al. 930 (SP).

66
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BILLBERGIA

Espécie pertencente ao subgênero Billbergia, 44°46’54”W, V.1996, G.F. Árbocz et al. 2716 (SP). São
caracterizado pelas pétalas com ápice recurvo na antese. Paulo (Parque Estadual Fontes do Ipiranga), X.1977, M.G.L.
Apresenta sete variedades (Luther 2006) que se distinguem Wanderley 66 (SP). São Pedro, 22°33’56,6”S 47°57’31,2”W,
VIII.1994, K.D. Barreto et al. 2816 (ESA). São Pedro do
pela coloração das folhas, pétalas e sépalas (Smith &
Turvo, VII.1959, I.M. Válio 3 (SP). Sorocaba, VIII.1991, R.
Downs 1979). No estado de São Paulo ocorre a variedade Mello-Silva & G. Cecantini 538 (SP, SPF).
típica, que apresenta folhas verdes, sépalas e pétalas verdes Pertencente ao subgênero Billbergia, apresenta
com mácula azul no ápice. Freqüente nas matas do estado quatro variedades, distachia, straussiana (Wittm.) L.B.
de São Paulo, esta espécie é muito semelhante à Billbergia Sm., concolor Reitz e maculata Reitz, que se diferenciam
distachia, da qual difere essencialmente pelas folhas mais pela coloração das folhas, pétalas e sépalas (Smith &
largas e eixo da inÁorescência mais robusto e levemente Downs 1979). No estado de São Paulo ocorrem a var.
geniculado. distachia, que apresenta folhas concolores, sépalas e
pétalas esverdeadas com mácula azul no ápice, e a var.
5.2. Billbergia distachia (Vell.) Mez in Mart., Eichler & straussiana, com folhas concolores, sépalas verdes com
Urb., Fl. bras. 3(3): 417. 1892. mácula azul no ápice e pétalas totalmente verdes.
Prancha 8, Àg. A-B.
Tillandsia distachia Vell., Fl. Áumin.: 136. 1825 5.3. Billbergia meyeri Mez, Bot. Jahrb. Syst. 30: 148.
(1829); Icon. 3: tab. 141. 1927 (1931). 1901.
Epífita, terrestre ou rupícola, 43-50cm. Roseta Billbergia leucantha Hoehne, Comiss. Linhas
infundibuliforme a tubular. Folhas (28-)43-100(-122)cm; Telegr. Estratég. Mato Grosso Amazonas 9: 8,
bainha verde a vinácea na face interna, 2,5-6,5(-9)cm pl. 160. 1919.
larg., oval a lanceolada; lâmina verde a verde-rosada, Epífita, ca. 80cm. Roseta tubular. Folhas ca. 80cm,
0,8-3(-6)cm larg., linear a estreito-triangular, ápice coriáceas, face abaxial com faixas transversais alvas;
mucronado, margem serrilhada. Escapo esverdeado, bainha castanho-lepidota, estreito-elíptica; lâmina ca.
(14-)30-64cm, recurvo; brácteas róseas, membranáceas, 3,5cm larg., ligulada, ápice agudo, margem esparsamente
7-16,5×1-2cm, estreito-lanceoladas, ápice mucronado, mar- espinescente, espinhos 1-2mm, antrorsos. Escapo 67cm,
gem inteira, alvo-lepidotas na face abaxial. Inflorescência recurvo, densamente alvo-lanuginoso; brácteas róseas,
simples, esverdeada, pêndula, (3,5-)4,5-8(-13)cm, glabra; papiráceas, ca. 8,5-13,5×3cm, lanceoladas, excedendo
eixo da inÁorescência delicado e fortemente geniculado. os entrenós, ápice acuminado, margem inteira, lepidotas.
Brácteas Áorais 1-3mm, inconspícuas. Flores sésseis a Inflorescência simples, pêndula, ca. 5,5cm, globóide,
curto-pediceladas, (4-)6-7cm, levemente zigomorfas na densamente alvo-lanuginosa, exceto as pétalas. Brácteas
antese; sépalas esverdeadas com mácula azul no ápice, Áorais róseas, amplas, as inferiores excedendo as sépalas,
1,7-2,5(-3)cm, conatas na base, oblongas, ápice obtuso a as superiores excedendo pelo menos o ovário, ovais, ápice
agudo ou emarginado, às vezes alvo-lanuginoso; pétalas agudo, margem inteira, lepidotas. Flores sésseis, ca. 5cm;
esverdeadas com ou sem mácula azul no ápice, 4-5,5cm, sépalas ca. 1cm, livres, simétricas, triangulares, ápice
liguladas, eretas com o ápice recurvo na antese, ápice atenuado; pétalas verdes a alvo-esverdeadas, 4,5-5cm,
obtuso, às vezes alvo-lanuginoso; estames livres, anteras espiraladas até a base na antese; Àletes internos adnatos à
amarelas; ovário esverdeado, ovóide, sulcado, estilete e base das pétalas; ovário elipsóide. Fruto globoso.
estigma verdes. Fruto ovóide. Ocorre na Bolívia e no Brasil, nos estados de Rondônia,
Ocorre na região Sudeste e Sul do Brasil. D4, D6, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São
D7, D8, D9, E4, E6, E7, E8, E9, F4, F5: mata atlântica Paulo. B2: cerrado. Coletada com frutos em setembro.
Material examinado: Itapura, IX.1940, M. & R. Foster
de encosta e de altitude, restinga, mata ciliar e cerrado.
s.n. (SP 44780).
Coletada com Áores de abril a novembro e com frutos de
Pertence ao subgênero Helicodea, característico
agosto a novembro.
pelas pétalas enroladas. Esta espécie é conhecida por
Material selecionado: Campos do Jordão, VII.1982, D.
Moreira A-14 (SPSF). Cunha, VI.2006, S.E. Martins et al. um único registro em São Paulo, datado de 1940, sendo
940 (SP). Iporanga, VIII.1992, M.G.L. Wanderley et al. 2021 considerada como Extinta no estado.
(SP). Itaberá (Reserva Ecológica de Itaberá), 23°50’39,8”S
49°08’14,4”W, VI.1995, J.Y. Tamashiro et al. 1303 (SP, UEC). 5.4. Billbergia nutans H. Wendl. ex Regel, GartenÁora
Itapeva (Estação Experimental de Itapeva), 24°04’43”S 18: 162. 1869.
49°04’19,2”W, VI.1995, J.Y. Tamashiro et al. 1325 (SP, UEC). Prancha 8, Àg. C-D.
Jacareí, VIII.1986, D.S. Silva et al. 32 (SP). Moji-Guaçu, Billbergia schimperiana Wittm. ex Baker, Handb.
VII.1996, M. Kirizawa 3299 (SP). Queluz, 22°27’20”S Bromel.: 79. 1889.

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

Epífita, ca. 35cm. Roseta tubular. Folhas ca. 30cm, as Brasil, nas regiões Nordeste e Sudeste e também
internas mais largas do que as externas; bainha, ca. 5cm no estado de Goiás, e Paraguai. B3, D7: mata atlântica
larg., oval; lâmina 1-3cm larg., estreito-triangular, ápice de planalto e cerrado. Coletada com Áores em fevereiro,
acuminado, mucronado, margem serrilhada. Escapo abril e maio e com frutos em maio.
verde a rosado, ca. 30cm, recurvo, glabro; brácteas Material selecionado: Magda, V.1995, L.C. Bernacci et
róseas, membranáceas, 6-8×0,7-1cm, lanceoladas, ápice al. 1752 (HRCB, IAC, SP, SPF, UEC). Moji-Guaçu, IV.1993,
acuminado, margem inteira. Inflorescência simples, H.M. Souza & E.R.F. Martins 31154 (UEC).
pêndula, 6,5-9cm, glabra; eixo da inÁorescência róseo a Material adicional examinado: SÃO PAULO, Moji-
vináceo, delicado e geniculado. Brácteas Áorais ca. 2mm, Guaçu, II.2000, S. Kanashiro et. al. s.n. (SP 345833).
inconspícuas. Flores sésseis a curto-pediceladas, 5,5-6cm; Pertence ao subgênero Helicodea, caracterizado
sépalas róseas com ápice azul, ca. 2,2-2,7cm, conatas na pela inÁorescência simples com o eixo densamente alvo-
base, oblongas, ápice agudo ou obtuso; pétalas esverdeadas lanuginoso e pelas pétalas espiraladamente enroladas até
com ápice e margem azuis, 4,6-5,2cm, liguladas, eretas a base no período de antese.
com o ápice recurvo na antese, ápice agudo a retuso,
presença de tricomas inconspícuos na margem; estames 5.6. Billbergia pyramidalis (Sims) Lindl., Bot. Reg. 13:
exseros, Àletes internos adnatos à base das pétalas, anteras t. 1068. 1827.
amarelas; ovário verde, elipsóide, sulcado, estilete verde. Bromelia pyramidalis Sims, Bot. Mag. 42: t. 1732.
Ocorre no Brasil, onde se distribui a partir do Rio de 1815.
Janeiro até o Rio Grande do Sul, e no Paraguai, Uruguai e Epífita ou terrestre, 0,4-1,5m. Roseta infundibuliforme.
Argentina. Pouco freqüente no estado de São Paulo. F4: em Folhas 0,4-1,4m; bainha 7-10,5(-15,5)cm larg., elíptica
encosta rochosa e úmida. Coletada com Áores em junho. ou oval; lâmina 3-6,5(-10)cm larg., ligulada, ápice agudo
Material examinado: Bom Sucesso de Itararé, 24°25’S ou acuminado, mucronado, margem serrilhada. Escapo
49°10’W, VI.1994, V.C. Souza et al. 6083 (ESA, SP, UEC). róseo, 20-64,5cm, ereto, alvo-farináceo; brácteas róseas,
Esta espécie pertence ao subgênero Billbergia e membranáceas, 6-11,5×1,4-2,7cm, excedendo os entrenós,
apresenta três variedades, diferenciadas principalmente pela espiraladas, numerosas na base da inÁorescência, lanceoladas,
coloração das pétalas. Somente a var. schimperiana (Wittm. ápice acuminado, margem inteira, as inferiores com ápice
ex Baker) Mez, caracterizada pelas pétalas esverdeadas com serrilhado e coriáceo, alvo-lepidotas. Inflorescência
ápice e margens azuis, foi referida para o estado. simples, ereta, 5-18,5cm, piramidal ou cilíndrica, alvo-
farinácea (exceto as pétalas). Brácteas Áorais dimórÀcas,
5.5. Billbergia porteana Brongn. ex Beer, Fam. Brom.: róseas, as inferiores semelhantes às brácteas do escapo,
115. 1856. 4-7(-11)×1-2cm, lanceoladas, as superiores inconspícuas,
Prancha 8, Àg. E-F. 1-2mm, triangulares. Flores sésseis, 5,8-7,2cm; sépalas
Epífita, 60-88cm. Roseta tubular. Folhas 60-88cm, róseas, 1,5-2cm, livres, oblongo-elípticas, ápice arredondado,
coriáceas, face abaxial com manchas alvas formando faixas densamente lanuginosas; pétalas róseas a avermelhadas com
transversais; bainha ca. 10cm larg., oval; lâmina 3-6,5cm ápice azul a roxo, 4,5-5,5cm, liguladas, eretas com ápice
larg., ligulada, ápice arredondado e pungente, margem recurvo na antese; Àletes internos adnatos às pétalas ca. 1/4,
espinescente, espinhos 2-4mm. Escapo 56-94cm, recurvo, anteras amarelas; ovário cilíndrico, sulcado, estigma lilás.
densamente alvo-lanuginoso; brácteas amplas, róseo- Fruto elipsóide.
avermelhadas, papiráceas, 15-25×3-7cm, as inferiores Cuba, Ilhas Leeward, Ilhas Windward, Venezuela
não excedendo os entrenós, as superiores numerosas, e Brasil, ocorrendo nos estados do Pará, Bahia, Rio
imbricadas, lanceoladas, ápice agudo, margem inteira, de Janeiro e São Paulo. E7, E8, E9: mata atlântica de
exceto as brácteas inferiores com margem serrilhada encosta e de restinga, mangue doce. Coletada com Áores
no ápice, lepidotas. Inflorescência simples, pêndula, de junho a janeiro.
(17,5-)31-41cm, cilíndrica, densamente alvo-lanuginosa, Material selecionado: São Paulo, VII.1997, P. Affonso et
exceto as pétalas. Brácteas Áorais inconspícuas, al. 34 (PMSP). São Sebastião, VI.1956, M. Kuhlmann 3855
geralmente cobertas pela lanugem. Flores sésseis, (SP). Ubatuba, 23°20’57,7”S 44°55’45,9”W, XII.1993, K.D.
7,5-10cm; sépalas esverdeadas, 0,6-0,9cm, oblongas, ápice Barreto et al. 1668 (ESA).
arredondado ou agudo; pétalas verde-claras tornando-se Espécie muito ornamental pelo colorido das brácteas
verde-amareladas na antese, ca. 7cm, liguladas, espiraladas e Áores avermelhadas, apresenta quatro variedades que se
até a base na antese, ápice agudo; Àletes internos adnatos separam pela coloração das pétalas. No estado de São Paulo
à base das pétalas, anteras lilases; ovário elipsóide, com ocorre apenas a variedade típica, com pétalas vermelhas
linhas longitudinais escuras, tubo epígino urceolado, tão e ápice azul. Referida na categoria Vulnerável da lista da
largo quanto o ovário, estigma lilás. Fruto elipsóide. Áora ameaçada de extinção no estado de São Paulo.

68
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BILLBERGIA

Prancha 8. A-B. Billbergia distachia, A. hábito; B. Áor. C-D. Billbergia nutans, C. hábito; D. Áor. E-F. Billbergia porteana, E.
ramo Áorífero; F. fruto. G. Billbergia zebrina, fruto. (A-B, Wanderley 66; C-D, V.C. Souza 6083; E-F, Kanashiro SP 345833; G,
Sugiyama 844).

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

5.7. Billbergia zebrina (Herb.) Lindl., Bot. Reg. 13: t. internos adnatos à base das pétalas, anteras lilases; ovário
1068. 1827. obcônico, região apical com protuberâncias, tubo epígino
Prancha 8, Àg. G. grande, urceolado, estigma lilás. Fruto obovóide.
Bromelia zebrina Herb., Bot. Mag. 53: t. 2686. Paraguai, Argentina e Brasil, apresentando
1826. distribuição nas regiões Sudeste e Sul do país. D7,
Epífita, 63-74cm. Roseta tubular. Folhas 50-74cm, D8, E6, E8, F5, F6, G6: mata atlântica de encosta e de
coriáceas, face abaxial com manchas alvas formando planalto. Coletada com Áores de janeiro a junho e com
faixas transversais conspícuas; bainha 9-11,5cm larg., frutos em julho e agosto.
oblonga; lâmina 2,5-8cm larg., ligulada a lanceolada, Material selecionado: Apiaí, VIII.1939, M. Kuhlmann s.n.
ápice arredondado e curtamente agudo, margem (SP 41476). Ilha Comprida, 25°01’13”S 47°54’59”W, II.1995,
espinescente, espinhos 2-4mm. Escapo 40-67cm, recurvo, H.F. Leitão Filho et al. 33238 (UEC). Lorena, I.1924, H. Delforge
densamente alvo-lanuginoso; brácteas róseas, papiráceas, s.n. (RB 2581). Monte Alegre do Sul, III.1943, M. Kuhlmann & E.
11-21×1,5-4cm, as inferiores não excedendo os entrenós, Kuehn 408 (SP). Pariquera-Açu, I.1995, L.C. Bernacci et al. 1119
as superiores numerosas, imbricadas, lanceoladas, ápice (IAC, SP). São Paulo, VII.1994, L.C. Bernacci 511 (IAC, SP).
agudo, margem inteira, exceto as brácteas inferiores com Ubatuba, IV.1994, A. Furlan et al. 1397 (SP).
margem serrilhada no ápice, lepidotas. Inflorescência Material adicional examinado: SÃO PAULO, Cananéia,
simples, pêndula, 13-27cm, cilíndrica, densamente VIII.1999, M. Sugiyama 844 (SP).
alvo-lanuginosa, exceto as pétalas. Brácteas Áorais Espécie muito ornamental tanto pela roseta tubular,
inconspícuas, geralmente cobertas pela lanugem. Flores quanto pela inÁorescência vistosa com numerosas brácteas
sésseis, 5,5-7,7cm; sépalas, 7-8mm, livres, oblongas, róseas. Muito próxima de Billbergia porteana, pertence
ápice arredondado ou obtuso; pétalas verde-claras ao mesmo subgênero Helicodea e difere essencialmente
tornando-se verde-amareladas na antese, 4,5-6cm, liguladas, pela morfologia do ovário e pelo tamanho da planta e das
espiraladas até a base na antese, ápice agudo; Àletes brácteas do escapo.

6. BROMELIA L.
Suzana Lúcia Proença, Rafael Batista Louzada & Maria das Graças Lapa Wanderley

Terrestres ou epíÀtas. Roseta infundibuliforme, formando tanque. Folhas coriáceas, margem


fortemente espinescente, lepidotas em ambas as faces; bainha curta, largo-oval, ferrugíneo-velutina em
ambas as faces. Escapo verde-claro, conspícuo, alvo-lanuginoso; brácteas ultrapassando os entrenós,
imbricadas, lepidotas. Inflorescência robusta, composta (ramiÀcações de primeira ordem nas espécies de
São Paulo), multiÁora, cilíndrica, alvo-lanuginosa, exceto as pétalas. Flores sésseis a subsésseis; sépalas
livres a conatas na base, margem inteira; pétalas em geral vináceas com margem alva, elípticas, apêndices
petalinos ausentes; estames inclusos, Àletes conatos na base, adnatos à base das pétalas, formando um tubo;
ovário ínfero, elipsóide, com hipanto formando tubo. Fruto baga, amarelo a alaranjado quando maduro,
elipsóide ou globoso.
Gênero com 56 espécies (Luther 2006) é amplamente distribuído nas América Central e do Sul.
Apresenta cerca de 30 espécies no Brasil, sendo três no estado de São Paulo.

Chave para as espécies de Bromelia

1. Brácteas Áorais menores que o ovário, (3-)5-11(-15)×3-6mm, orbiculares, oblongas ou estreito-triangulares,


margem inteira .................................................................................................................... 1. B. antiacantha
1. Brácteas Áorais excedendo o ovário, (20-)25-32×5-8mm, oblongas ou oblongo-ovais, margem inteira a
serrilhada.
2. Flores 3,3-4,5cm; sépalas 1,7-2,3cm; pétalas vináceas com margem alva, 2-2,5×0,5-0,7cm; tubo dos
Àletes ca. 7mm .................................................................................................................... 2. B. balansae
2. Flores ca. 3cm; sépalas ca. 1cm; pétalas vermelho-arroxeadas, 1,7×0,4cm; tubo dos Àletes 4mm
................................................................................................................................................ 3. B. interior

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIA

6.1. Bromelia antiacantha Bertol., Virid. Bonon. 4. com espinhos castanho-escuros, 4-7mm, retrorsos na
1824; Misc. Bot. 4: 6, pl. 1. 1844. base e antrorsos para o ápice. Escapo 20-40cm; brácteas
Prancha 9, Àg. A. foliáceas, verde-esbranquiçadas na base, avermelhadas
Nomes populares: gravatá-do-campo, caraguatá. para o ápice; bainha oblongo-oval, papirácea, margem
Terrestre ou raramente epíÀta, 1-1,5m. Folhas verdes, espinescente; lâmina linear-triangular, ápice pungente,
as centrais com base avermelhada e verdes para o ápice, margem espinescente. Inflorescência 14-25cm; ramos
0,8-1,9m; bainha 7-8cm larg., margem serrilhada; lâmina com 4-10 Áores; brácteas primárias inferiores semelhantes
2-3(4)cm larg., linear-triangular, ápice pungente, margem às do escapo, avermelhadas, excedendo os ramos, as
com espinhos castanho-escuros, 3-8mm, retrorsos superiores alvas a verde-claras, papiráceas, menores que os
na base e antrorsos para o ápice. Escapo ca. 35cm; ramos, ovais, ápice agudo, mucronado, margem inteira ou
brácteas foliáceas, as inferiores verde-esbranquiçadas serrilhada. Brácteas Áorais alvas, subcoriáceas, (20-)25-32×
na base, vermelhas na região mediana, verdes para o 5-8mm, ultrapassando o ovário, oblongas ou oblongo-
ápice, as superiores esbranquiçadas na base e vermelhas ovais, ápice geralmente emarginado ou agudo, margem
para o ápice; bainha oblongo-oval, papirácea, margem serrilhada, raramente inteira, fortemente carenadas. Flores
espinescente; lâmina linear-triangular, ápice pungente, 3,3-4,5cm; sépalas alvas, 1,7-2,3cm, livres, triangulares,
margem espinescente. Inflorescência 30-40cm; ramos ápice agudo, carenadas; pétalas vináceas com margem
com 3-10 Áores; brácteas primárias inferiores semelhantes alva, 2-2,5×0,5-0,7cm, ápice obtuso, tubo dos Àletes ca.
às do escapo, excedendo os ramos, as superiores alvas a 7mm; tubo epígino conspícuo.
verde-claras, papiráceas, menores que os ramos, ovais, Ocorre na Colômbia, Bolívia, Brasil, Argentina e
ápice agudo, mucronado, margem inteira. Brácteas Paraguai. No Brasil distribui-se desde a região Norte e
Áorais alvas, membranáceas, (3-)5-11(-15)×3-6mm, Central até a região Sul. B4, C5, C6, D3, D6, E5: campo
menores que o ovário, orbiculares, oblongas ou estreito- cerrado, cerrado e cerradão. Coletada com Áores de agosto
triangulares, ápice arredondado, emarginado ou agudo, a fevereiro e em abril e com frutos em fevereiro e abril.
margem inteira. Flores 4-4,8(-6,5)cm; sépalas esver- Material selecionado: Angatuba, 23°27’S 48°25’W,
deadas a alvas, 0,8-1,8cm, livres, triangulares ou elípticas, XI.1983, J.A. Ratter et al. s.n. (UEC 43091). Araraquara,
ápice agudo, algumas vezes levemente carenadas; VII.1970, P.L. Krieger 7631 (SP). Assis, X.1989, C.R. Pazzetti
s.n. (ESA 6225). Itirapina, 22°09’48,8”S 47°47’22,3”W,
pétalas vináceas a roxas, geralmente com margem alva,
XII.1994, K.D. Barreto et al. 3390 (ESA). Pirassununga,
2,5-3,5cm, ápice arredondado a emarginado; tubo dos IV.1956, J.C. Medina s.n. (IAC 18181). Votuporanga, XI.1994,
Àletes ca. 6mm; tubo epígino conspícuo. L.C. Bernacci et al. 748 (IAC, SP).
Ocorre desde o estado do Rio de Janeiro até o Material adicional examinado: SÃO PAULO, Tanabi,
Uruguai. C2, D7, E6, E7, E8, E9, F6, G6: cerrado, mata VIII.1941, A. Gehrt s.n. (SP 45853).
mesóÀla, mata atlântica, mata de restinga. Coletada com Smith & Downs (1979) referiram duas formas
Áores de novembro a janeiro e com frutos em janeiro e para esta espécie, balansae e tricolor L.B. Sm., que se
de abril até setembro. Seus frutos são muito utilizados na diferenciam pela presença ou não de estrias nas folhas;
preparação de expectorantes. a forma tricolor foi descrita baseada em um único material
Material selecionado: Cananéia, IX.1990, F. Barros 1875 cultivado, de origem desconhecida.
(SP). Guaraçaí, VIII.1995, M.R. Pereira-Noronha et al. 1463
(SP). Iguape, V.1991, L. Rossi 885 (SP). Indaiatuba, XI.1938, 6.3. Bromelia interior L.B. Sm., Smithsonian Misc.
A.P. Viegas & G.P. Viegas s.n. (SP 268527). Itapira, 22°22’15,1”S
Collect. 126(1): 23. 1955.
46°40’31,3”W, I.1994, K.D. Barreto et al. 1821 (SP, ESA).
Jundiaí, VII.1995, J.R. Pirani et al. 3641 (SP). São José dos Prancha 9, Àg. C.
Campos, VI.1962, I. Mimura 357 (SP). Ubatuba, 23°20’59,4”S Nomes populares: croatá, gravatá, macambira.
44°55’34,4”W, XII.1993, K.D. Barreto et al. 1664 (ESA). Terrestre, ca. 30cm. Folhas verdes, as centrais
Material adicional examinado: SÃO PAULO, São Paulo, avermelhadas, ca. 40cm; bainha 3-4cm larg., margem
XII.1933, A. Gehrt s.n. (SP 31065). serrilhada; lâmina ca. 2cm larg., linear-triangular, ápice
pungente, margem com espinhos castanho-escuros, ca.
6.2. Bromelia balansae Mez in Mart., Eichler & Urb., 2,5mm, retrorsos, raramente antrorsos para o ápice.
Fl. bras. 3(3): 181. 1891. Escapo 30cm; brácteas foliáceas, avermelhadas;
Prancha 9, Àg. B. bainha oblonga, papirácea, margem inteira; lâmina
Nome popular: caraguatá. linear-triangular, ápice pungente, margem espinescente.
Terrestre, 0,5-2m. Folhas verdes, as centrais avermelhadas, Inflorescência ca. 7cm; ramos com até 4 Áores;
0,7-2,4m; bainha 6-8cm larg., margem serrilhada; lâmina brácteas primárias inferiores semelhantes às do escapo,
1,3-2,5cm larg., linear-triangular, ápice pungente, margem excedendo os ramos, as superiores alvas a verde-claras,

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Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

papiráceas, ovais, ápice agudo, mucronulado, margem Material examinado: Altinópolis, 21°24’S 47°37,4’W,
espinescente. Brácteas Áorais alvas, 20×7mm, XI.1994, A.M.G.A. Tozzi & L.B. Santos 94 (SP, UEC).
ultrapassando o ovário, oblongas, ápice geralmente Material adicional examinado: MATO GROSSO,
emarginado, margem espinescente a inteira, carenadas. Campo Grande, IX.1936, W.A. Archer & A. Gehrt 168 (SP).
Flores ca. 3cm; sépalas alvas, 1×0,4cm, livres, oval- Esta espécie foi citada por Smith & Downs
triangulares, ápice cuculado, carenadas; pétalas (1979) para o estado de São Paulo tendo como base
vermelho-arroxeadas, 1,7×0,4cm, ápice obtuso; tubo material coletado em 1940, proveniente de Itapura.
dos Àletes 0,4cm; tubo epígino conspícuo. É caracterizada por possuir as bainhas imbricadas,
Ocorre apenas no Brasil desde a região Norte, formando uma estrutura bulbosa em torno do caule
Centro-Oeste e Distrito Federal, chegando à região inconspícuo. Difere de Bromelia balansae pelo
Sudeste nos estados de Minas Gerais e São Paulo. C6: comprimento do tubo dos Àletes que não ultrapassa
campo cerrado. Coletada com inÁorescência jovem em 4mm, enquanto que B. interior possui o tubo dos Àletes
novembro. com cerca de 7mm.

Prancha 9. A. Bromelia antiacantha, ramo da inÁorescência. B. Bromelia balansae, ramo da inÁorescência. C. Bromelia interior,
hábito. (A, Gehrt SP 31065; B, Gehrt SP 45853; C, Archer 168).

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Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

CANISTRUM

7. CANISTRUM E. Morren
Wittrockia Lindm.
Edmundoa Leme, syn. nov.
Maria das Graças Lapa Wanderley, Suzana Ehlin Martins, Suzana Lúcia Proença & Bianca Alsina Moreira

Epífitas, terrestres ou rupícolas. Roseta infundibuliforme, formando tanque. Folhas em geral


coriáceas, lepidotas em ambas as faces; bainha desenvolvida, margem inteira a espinescente no ápice;
lâmina com margem serrilhada a espinescente. Escapo ereto, desde curto até mais longo que as
bainhas foliares, glabro a densamente lanuginoso; brácteas amplectivas, eretas, lepidotas, as superiores
(involucrais) envolvendo a inÁorescência. Inflorescência composta, com ramiÀcações de primeira a
segunda ordem, ramos curtos, subcorimbosa, ereta, envolta por brácteas involucrais vistosas; brácteas
primárias semelhantes às involucrais; fascículos curto-pedunculados; brácteas Áorais desde mais curtas
até pouco mais longas que as sépalas, eretas, margem inteira a serrilhada. Flores sésseis ou curto-
pediceladas; sépalas assimétricas a subsimétricas, livres ou conatas na base, margem inteira, glabras
a lanuginosas; pétalas livres ou conatas na base (Canistrum superbum), geralmente com 2 apêndices
petalinos basais, algumas vezes 2 calosidades ao longo dos Àletes internos; estames inclusos, em geral os
Àletes internos adnatos à base das pétalas ou todos os Àletes livres; ovário ínfero, geralmente alargado,
com hipanto geralmente formando tubo. Fruto baga.
Este gênero abriga cerca de 20 espécies. É exclusivamente brasileiro, ocorrendo na mata atlântica dos
estados costeiros, de Pernambuco até o Rio Grande do Sul, além de Minas Gerais. No estado de São Paulo
ocorrem sete espécies.
Canistrum, no conceito de Mez (1896, 1934-1935), pertencia à subtribo Nidularinae, reunindo espécies
de gêneros aÀns (Neoregelia e Nidularium), distintos entre si essencialmente pela morfologia das sépalas e
das pétalas. Segundo esse autor, Wittrockia era considerado subgênero de Canistrum, passando a constituir
um gênero a parte por Smith (1945), posicionamento mantido por Smith & Downs (1979) e adotado até
recentemente pelos autores.
No complexo de gêneros aÀns a Canistrum, denominado por Leme (1997, 1998) de complexo
nidularióide, constituído por espécies de Aechmea, Neoregelia, Canistrum, Wittrockia e Edmundoa, a
circunscrição destes táxons mostrou-se sempre confusa, sendo freqüentemente polêmica a inclusão de
espécies nos gêneros que compõem este complexo. Em conseqüência, a proposta de novas combinações
vem tornando a taxonomia do grupo problemática.
Leme (1997), no estudo dos táxons que compõem o complexo nidularióide, propôs novas circunscrições
para Canistrum e Wittrockia. Transfere Canistrum cyathiformis e Canistrum giganteum para Wittrockia,
passando este gênero a ser constituído por cinco espécies, caracterizadas, segundo este autor, principalmente
pelo porte médio a grande, pela reprodução por brotos basais e pelas folhas com margens espinescentes.
Cria o gênero Edmundoa, abrigando Canistrum lindenii, Canistrum perplexum e Nidularium ambiguum,
agrupadas pela presença de lanugem abundante na inÁorescência, além da presença de brotos axilares e de
sépalas simétricas a pouco assimétricas, concrescidas apenas na base. Com estas novas circunscrições, o
gênero Canistrum passou a ser constituído apenas por sete espécies, sem representantes no estado de São
Paulo, e caracterizado pelas sépalas fortemente assimétricas com ápice pungente, semelhantes às espécies
do gênero Aechmea, sendo distinto deste pela inÁorescência subcorimbosa e com brácteas involucrais e
primárias bem desenvolvidas.
Posteriormente, Leme (1998), dando prosseguimento aos estudos neste grupo, apresentou uma chave
para reconhecimento e identiÀcação dos gêneros onde se observa a grande diÀculdade de delimitação dos
gêneros Neoregelia, Canistrum, Wittrockia e Edmundoa, cujos caracteres diagnósticos são muito frágeis e
não exclusivos para cada táxon, reÁetindo o íntimo relacionamento entre os mesmos.

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Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

Ao analisar as diferentes espécies descritas sob Canistrum, Wittrockia e Edmundoa, observa-se um


contínuo na variabilidade dos caracteres considerados diagnósticos, tais como: grau de concrescimento das
sépalas e das pétalas, simetria das sépalas, presença e densidade de indumento, comprimento do escapo e
sua relação com roseta foliar, grau de fusão dos Àletes com as pétalas, entre outros. Portanto os mesmos não
sustentam a segregação destes gêneros.
Dessa forma, os gêneros Edmundoa e Wittrockia são sinonimizados sob Canistrum, revalidando em
parte a proposição de Mez (1934, 1935), onde Canistrum é considerado um único gênero, sem a divisão
infragenérica.
Esta foi a melhor proposta estudada para ser apresentada na Flora de São Paulo, após longo estudo com
base em várias coleções de herbário e novas coletas. A morfologia polínica, segundo Moreira (inéd.), reforça
a presente circunscrição, entretanto sente-se a necessidade de adição de novos caracteres morfológicos e
moleculares para uma revisão mais aprofundada do gênero Canistrum s.l.

Leme, E.M.C. 1997. Canistrum – Bromélias da Mata Atlântica. Rio de Janeiro, Salamandra, 107p.
Leme, E.M.C. 1998. Canistropsis – Bromélias da Mata Atlântica. Rio de Janeiro, Salamandra, 143p.
Leme, E.M.C. 2000. Nidularium – Bromélias da Mata Atlântica. Rio de Janeiro, GMT, 263p.

Chave para as espécies de Canistrum

1. InÁorescência imersa na roseta foliar, escapo até 15cm compr.


2. Escapo densamente castanho-lanuginoso; folhas, brácteas involucrais e brácteas primárias mucronadas;
Áores 3-3,5cm compr. ............................................................................................................. 4. C. lindenii
2. Escapo glabro; folhas, brácteas involucrais e brácteas primárias pungentes; Áores 4,2-5,8cm compr.
3. Brácteas primárias com margem serrilhada na base e espinescente em direção ao ápice; brácteas Áorais
amareladas; Áores sésseis; sépalas amarelas, livres; pétalas livres; tubo epígino ausente ......................
......................................................................................................................................... 3. C. giganteum
3. Brácteas primárias com margem inteira a inconspicuamente serrilhada; brácteas Áorais vermelhas;
Áores pediceladas; sépalas alvas, conatas na base 3-5mm; pétalas conatas na base ca. 5mm; tubo
epígino ca. 2mm compr. ................................................................................................ 7. C. superbum
1. InÁorescência elevada acima das bainhas foliares, escapo evidente, com mais de 15cm compr.
4. Escapo glabro ou com escamas esparsas.
5. Brácteas involucrais com ápice patente a reÁexo, 7,5-12,5cm compr.; tubo epígino ausente
..................................................................................................................................... 2. C. cyathiforme
5. Brácteas involucrais eretas, 4-8cm compr.; tubo epígino 1-2,5mm compr. ........... 5. C. paulistanum
4. Escapo densamente lanuginoso.
6. InÁorescência com densa lanugem de cor creme, encobrindo as sépalas; Àletes internos dobrados
próximos ao centro formando arco .............................................................................. 1. C. ambiguum
6. InÁorescência com densa lanugem castanha, não encobrindo as sépalas; Àletes internos eretos.
7. Brácteas involucrais 8-10,5×4-6cm, largo-ovais; escapo robusto, 1-1,5cm diâm.; sépalas conatas na
base 2-4mm, largo-elípticas, ápice agudo; apêndices petalinos presentes; Àletes internos adnatos
4-7mm à base das pétalas; tubo epígino 3-4,5mm compr. ......................................... 4. C. lindenii
7. Brácteas involucrais 4-8,5×2,5-4cm, ovais; escapo delicado 0,4-0,7cm diâm.; sépalas livres,
lanceoladas, ápice acuminado; apêndices petalinos ausentes; Àletes internos adnatos ca. 1mm à
base das pétalas; tubo epígino 2-2,5mm compr. .................................................... 6. C. perplexum

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

CANISTRUM

7.1. Canistrum ambiguum (Wand. & Leme) Wand. & referência anterior desta última característica para outras
B.A. Moreira, comb. nov. espécies do gênero. Diferentemente de C. ambiguum, em
Nidularium ambiguum Wand. & Leme, Bradea 5: C. perplexum a lanugem é castanha e os Àletes internos
168. 1989. são adnatos por ca. 1mm e não apresentam dobradura. A
Edmundoa ambigua (Wand. & Leme) Leme, tênue distinção pelo padrão da inÁorescência destas duas
Canistrum Bromél. Mata Atl.: 52. 1997. espécies pode causar problemas no reconhecimento das
Epífita, 27-63cm. Roseta infundibuliforme. Folhas mesmas. A Àgura apresentada por Leme (1997) à pg. 55 e
21,6-88cm; bainha verde, 5-12cm larg., elíptica a oval, identiÀcado como Edmundoa perplexa, é C. ambiguum
margem inteira, castanho-lepidota; lâmina verde com (ver comentário em C. perplexum).
máculas verde-escuras, 3-8,6cm larg., ligulada, ápice A grande aÀnidade dessas duas espécies com
arredondado a agudo, mucronado, margem serrilhada, às Canistrum lindenii forma um complexo de espécies, com
vezes inconspicuamente serrilhada. Escapo 19,5-43cm, hábito e inÁorescência muito semelhantes. Canistrum
sempre ultrapassando as bainhas foliares, chegando a lindenii destaca-se das duas espécies aÀns por possuir
alcançar a altura das folhas, densamente pálido a castanho- inÁorescência com indumento mais escasso, sendo muito
lanuginoso; brácteas alvo-esverdeadas a rosadas, 5-11× característica pelas brácteas vistosas, róseas a vermelhas,
2-6cm, ovais a oblongas, ápice arredondado, mucronado, escapo conspícuo e pétalas esverdeadas. A sobreposição
margem inconspicuamente serrilhada, levemente de caracteres entre esses três táxons sugere a possibilidade
pálido-lanuginosas, pálido-lepidotas. Inflorescência de formação de híbridos naturais entre as mesmas.
subcorimbosa, 4,5-5,5cm compr. Brácteas involucrais
verde-rosadas a rosadas, alvas na base, 5-10×3-4,5cm, 7.2. Canistrum cyathiforme (Vell.) Mez in Mart., Eichler
oblongas, ápice patente a reÁexo, arredondado, mucronado, & Urb., Fl. bras. 3(3): 252. 1891.
margem inconspicuamente serrilhada, levemente pálido- Tillandsia cyathiformis Vell., Fl. Áumin. 137. 1825
lanuginosas; brácteas primárias semelhantes às brácteas (1829); Icon. 3: tab. 144. 1827 (1831).
involucrais, porém menores; fascículos pedunculados, Canistrum regnellii Mez in Mart., Eichler & Urb.,
pedúnculo até 1,5cm, densamente castanho-lanuginoso; Fl. bras. 3(3): 252. 1891.
brácteas Áorais 1,7-1,9cm, não ultrapassando a altura das Wittrockia cyathiformis (Vell.) Leme, Canistrum
sépalas, lanceoladas, ápice agudo, mucronado, margem Bromél. Mata Atl.: 67. 1997.
inteira, densamente pálido-lanuginosas em direção ao Terrestre, epíÀta ou rupícola, 50-68cm. Roseta
ápice. Flores 2-2,5cm, sésseis; sépalas alvas, subsimétricas, infundibuliforme. Folhas 47-120cm; bainha (4,5-)
1,2-1,6cm, conatas na base ca. 1mm, lanceoladas, ápice 6-11,5cm larg., elíptica a oboval, margem inteira a
acuminado, mucronado, pálido-lanuginosas na altura do espinescente no ápice, castanho-lepidota; lâmina verde,
ovário, carenadas; pétalas alvas, eretas, 1,5-2,1cm, livres, algumas vezes com máculas verde-escuras, (1,8-)3-6,7
oblanceoladas, ápice arredondado, cuculado, apêndices (-8)cm larg., ligulada, levemente estreitada próximo à
petalinos ausentes, calosidades ao longo dos Àletes internos; base, ápice acuminado a agudo, mucronado, margem
Àletes internos adnatos 4-6mm à base das pétalas e dobrados serrilhada a espinescente, espinhos castanho-escuros,
próximo ao centro formando um arco; tubo epígino 2-3mm, 1-7mm, antrorsos ou retrorsos. Escapo vermelho, vináceo
ovário alvo, subgloboso, pálido lanuginoso. ou castanho-esverdeado, 29-57cm, sempre ultrapassando
Rio de Janeiro e São Paulo. E8, E9: mata atlântica as bainhas foliares, chegando a alcançar a altura das
de encosta. Coletada com Áores em fevereiro e março e folhas, glabrescente; brácteas róseas a vermelhas,
com frutos imaturos em outubro. 4,5-13×1,2-4cm, lanceoladas, ápice acuminado, mucronado,
Material selecionado: Cunha (Parque Estadual da Serra
margem serrilhada, pálido-lepidotas. Inflorescência
do Mar), II.1981, M.G.L. Wanderley 282 (SP). Ilhabela, 1990,
V.C. Souza & C.M. Sakuragui 1596 (ESA, SP). subcorimbosa, 6-8,5cm compr. Brácteas involucrais
Material adicional examinado: S.mun., II.2005, Coleção róseas a vermelhas, 7,5-12,5×2,5-4,2(-6)cm, lanceoladas
Viva IBt 28 (SP 374433). a ovais ou elípticas, ápice patente a reÁexo, atenuado,
Canistrum ambiguum e C. perplexum são espécies acuminado a agudo, mucronado, margem serrilhada
muito relacionadas, apresentando ambas inÁorescência a espinescente, espinhos castanho-escuros, 1-4mm,
densamente lanuginosa. Entretanto, C. ambiguum se pálido-lepidotas em ambas as faces; brácteas primárias
distingue pela presença de lanugem densa e de cor pálida, semelhantes às brácteas involucrais, porém menores;
que encobre quase completamente as sépalas, além dos fascículos com 4-7 Áores, curto-pedunculados, pedúnculo
Àletes internos serem adnatos à base das pétalas por até 8mm, glabro; brácteas Áorais verdes, 4-5,1cm, mais
4-6mm e com dobraduras em arco, não se conhecendo curtas até igualando às sépalas, linear-triangulares, ápice

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Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

atenuado, acuminado, mucronado, margem inteira a espinescente, lepidotas. Inflorescência subcorimbosa,


serrilhada, glabras, às vezes carenadas. Flores 4,2-5,8cm, 10-12cm compr. Brácteas involucrais vermelhas, 12-18×
sésseis; sépalas alvo-esverdeadas, subsimétricas, 5-9cm, ovais, ápice patente, atenuado, acuminado, pungente,
2,9-3,7cm, livres ou conatas apenas ca. 0,5mm, margem serrilhada na base e espinescente em direção
lanceoladas, ápice longo-acuminado, glabras, carenadas; ao ápice, espinhos castanho-escuros, 1-4mm; brácteas
pétalas amarelo-ouro, alvas na base, eretas 3,1-3,8cm, primárias vermelhas no ápice, verde-amareladas na base,
livres, espatuladas, ápice subereto, ápice agudo, apêndices semelhantes às brácteas involucrais, porém menores;
petalinos levemente denticulados no ápice, calosidades fascículos com 8-10 Áores, curto-pedunculados, pedúnculo
ausentes; Àletes internos livres ou adnatos até 0,5mm até 1cm, glabro; brácteas Áorais amareladas, 4-5,5cm,
à base das pétalas; tubo epígino ausente, ovário alvo, igualando ou excedendo a região mediana das sépalas,
trígono, glabro. linear-triangulares a liguladas, ápice atenuado, agudo a
Ocorre desde o estado de Minas Gerais até Santa acuminado, mucronado, margem serrilhada a quase inteira,
Catarina. D7, D8, D9, E7, E9, F4, F5, F6, G6: mata carenadas. Flores 6,5-8cm, sésseis; sépalas amarelas,
atlântica, de 750 até 1.900m de altitude. Coletada com levemente assimétricas, 3,5-4,2cm, livres, oblongas, ápice
Áores de abril a junho e de agosto a dezembro, com frutos atenuado, acuminado, glabras; pétalas alvas, suberetas, ca.
em fevereiro, abril e de junho a outubro. 3,8cm, livres, obovais, ápice obtuso, apêndices petalinos
Material selecionado: Apiaí, VIII.1939, M. Kuhlmann com ápice denteado, calosidades ausentes; Àletes livres;
s.n. (SP 41483). Campos do Jordão (Horto Florestal), IV.1992, tubo epígino ausente, ovário elipsóide, anguloso.
S. Buzato & M. Sazima 26844 (SP, UEC). Cananéia (Ilha do Ocorre nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro
Cardoso), IV.1991, F. Barros 2283 (SP). Itararé, 24°16’S e São Paulo. D9: mata atlântica. Coletada com Áores em
49°09’W, IX.1993, V.C. Souza et al. 4054 (ESA). Cunha, abril.
X.1939, J. Kiehl & C.M. Franco s.n. (IAC 5212, SP 44349). Material selecionado: Lavrinhas, 22°27’46”-22°27’23”S
Monte Alegre do Sul, VIII.1943, M. Kuhlmann 981 (SP). São 44°52’54”-44°52’48”W, IV.1995, L.S. Kinoshita & J.L.A.
José do Barreiro, 22°42’7,6”S 44°37’46,9”W, VI.1994, K.D. Moreira 95.22 (SP, UEC).
Barreto et al. 2684 (ESA). São Miguel Arcanjo, 24°04’591”S Material adicional examinado: MINAS GERAIS, Passa
47°55’579”W, X.1999, G. Martinelli et al. 15784 (RB, SP). Quatro, III.1921, J.F. Zikán s.n. (SP 5382). SÃO PAULO, São
São Paulo, XII.1996, R.J.F. Garcia et al. 951pp. (PMSP, SP, José do Barreiro (Serra da Bocaina), V.2007, S.E. Martins et
UEC). al. 1035 (SP).
Canistrum cyathiforme foi transferida por Canistrum giganteum, assim como C. cyathiforme,
Leme (1997) para o gênero Wittrockia, dentro da nova segundo Leme (1997) passou a fazer parte do gênero
circunscrição proposta por este autor para o “complexo Wittrockia; entretanto, no presente trabalho, foi adotado
nidularióide”. Comentários mais detalhados são seu posicionamento em Canistrum.
apresentados para o gênero Canistrum, onde se justiÀca Trata-se de uma espécie com distribuição no Sudeste
a adoção do conceito mais amplo, portanto com o do Brasil, com poucos registros de ocorrência para São
restabelecimento desta espécie em Canistrum, seguindo Paulo.
o conceito de Mez (1891) e Smith & Downs (1979).
7.4. Canistrum lindenii (Regel) Mez in Mart., Eichler
7.3. Canistrum giganteum (Baker) L.B. Sm., Arq. Bot. & Urb., Fl. bras. 3(3): 256. 1891.
Estado São Paulo 2: 118, Àg. 575. 1950. Prancha 10, Àg. A-C.
Nidularium giganteum Baker, J. Bot. 18: 50. 1880. Nidularium lindenii Regel, Index Seminum Hort.
Wittrockia gigantea (Baker) Leme, Canistrum Petrop. 1868: 78. 1869.
Bromél. Mata Atl.: 70. 1997. Edmundoa lindenii (Regel) Leme, Canistrum
Rupícola ou epíÀta, ca. 1m. Roseta largamente Bromél. Mata Atl.: 46. 1997.
infundibuliforme. Folhas ca. 78-126cm; bainha 8-12cm Epífita ou terrestre, 40-60cm. Roseta largamente
larg., elíptica a oboval, margem inteira a espinescente no infundibuliforme. Folhas 44-100cm; bainha esverdeada a
ápice, castanho-lepidota; lâmina 3-6cm larg., ligulada, castanho-clara, 9,5-16,5cm larg., largo-elíptica, margem
estreitada próximo à base, ápice atenuado, acuminado, inteira a serrilhada no ápice, castanho-lepidota; lâmina
pungente, margem muito espinescente na base e verde-clara com máculas verde-escuras, 5-8,5cm larg.,
esparsamente para o ápice, espinhos castanho-escuros, ligulada, ápice agudo a arredondado, mucronado, margem
1-7mm. Escapo 10-15cm, ultrapassando pouco ou não esparsamente serrilhada a espinescente, espinhos 1-3mm.
as bainhas foliares, glabro; brácteas ca. 10-25×3cm, Escapo robusto, 9-30cm, 1-1,5cm diâm., podendo ou não
lanceoladas, ápice acuminado, pungente, margem ultrapassar as bainhas foliares, densamente castanho-

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

CANISTRUM

lanuginoso; brácteas esverdeadas a completamente Edmundoa lindenii e considerou as variedades lindenii e


róseas, esbranquiçadas na base, 5,5-7,2×2,8-4cm, ovais, rosea, a primeira ocorrendo desde o Rio de Janeiro até o
ápice agudo a acuminado, margem inteira a esparsamente Rio Grande do Sul, sem referências para São Paulo, e a
serrilhada em direção ao ápice, castanho-lepidotas. segunda distribuindo-se desde o estado do Espírito Santo
Inflorescência subcorimbosa, 4,5-8cm compr. Brácteas até o Rio Grande do Sul.
involucrais rosa-esverdeadas a vermelhas, 8-10,5×4-6cm, As características utilizadas para separar o gênero
largo-ovais, ápice patente a reÁexo, agudo a acuminado, Edmundoa, como a inÁorescência imersa na roseta,
mucronado, margem esparsamente serrilhada, castanho- permitindo o acúmulo de água, não são consistentes para
lepidotas; brácteas primárias semelhantes às brácteas agregar as espécies em Edmundoa. Canistrum lindenii
involucrais, porém menores e castanho-lanuginosas; apresenta escapo desde muito curto a mais longo que
fascículos com 6-15 Áores, pedunculados, pedúnculo as bainhas foliares, ocorrendo a inÁorescência bem no
até 2,2cm, densamente castanho-lanuginoso; brácteas centro da roseta a bem elevada.
Áorais 2,5-3,5cm, excedendo ou não a altura das sépalas,
oblongas a estreito-triangulares, ápice agudo a obtuso, 7.5. Canistrum paulistanum (Leme) Wand. & S.E.
mucronado, margem inconspicuamente serrilhada, Martins, comb. nov.
castanho-lanuginosas. Flores 3-3,5cm, curto-pediceladas, Wittrockia paulistana Leme, Nidularium Bromél.
pedicelo até 2mm; sépalas alvas ou verdes, levemente Mata Atl.: 224. 2000.
assimétricas, ca. 1,5cm, conatas na base 2-4mm, largo- Terrestre ou epíÀta, 42-65cm. Roseta infundibuliforme.
elípticas, ápice agudo, mucronado, glabras no ápice, Folhas 45-112cm; bainha alvacenta a alvo-arroxeada,
castanho-lanuginosas próximo ao ovário; pétalas verdes, 7-9,5cm larg., elíptica, margem inteira a serrilhada, castanho-
alvas na base, eretas, ca. 1,5cm, livres, oblanceoladas, lepidota; lâmina verde, às vezes com máculas verde-escuras,
ápice agudo, ereto, apêndices petalinos Àmbriados, 3,5-5,3cm larg., ligulada, levemente estreitada próximo
calosidades ao longo dos Àletes internos; Àletes internos à base, ápice acuminado a agudo, mucronado, margem
adnatos 4-7mm à base das pétalas; tubo epígino 3-4,5mm, esparsamente serrilhada a espinescente na base, espinhos
ovário alvo, trígono, castanho-lanuginoso. castanhos até 2mm. Escapo alaranjado a vermelho,
Ocorre na região Sudeste e Sul do Brasil. E7, E8, F5, 35-55cm, sempre ultrapassando as bainhas foliares,
F6, F7, G6: mata de restinga e mata atlântica. Coletada chegando a alcançar a altura das folhas, glabro; brácteas
com Áores em fevereiro, março e junho, com frutos em alaranjadas a vermelhas, 3-8×1,8-2,1cm, ovais, ápice
julho, outubro e novembro. agudo, mucronado, margem serrilhada, pálido-lepidotas.
Material selecionado: Barra do Turvo, II.1994, H.F. Leitão Inflorescência subcorimbosa, 7-9cm compr. Brácteas
Filho et al. s.n. (UEC 90273). Cananéia, II.1983, J.R. Pirani & involucrais laranja-rosadas a vermelhas, 4-8×2,2-2,9cm,
O. Yano 563 (SP). Caraguatatuba-Ubatuba, II.1968, L.B. Smith
estreito-elípticas a oblongas, ápice ereto, agudo a
& E.L. McWilliams 15406 (R). Iguape, IX.1994, S.A. Nicolau
& H.G. Souza 836 (SP). São Miguel Arcanjo, 24°04’453”S acuminado, margem serrilhada a espinescente, pálido-
47°57’604”W, X.1999, G. Martinelli et al. 15793 (RB, SP). São lepidotas; brácteas primárias semelhantes às brácteas
Paulo, II.1994, H.F. Leitão Filho et al. s.n. (UEC 90273). involucrais, porém menores; fascículos com ca. 3 Áores,
Material adicional examinado: SÃO PAULO, Bertioga, curto-pedunculados, pedúnculo ca. 6mm, glabro;
III.2006, S.E. Martins 922 (Áorida em cultivo) (SP). brácteas Áorais laranja-rosadas a vermelhas, 3,5-4cm,
Segundo Smith & Downs (1979), esta espécie igualando às sépalas, liguladas, ápice acuminado, margem
apresenta três variedades com duas formas cada, que se inconspicuamente serrilhada, glabras. Flores ca. 4cm,
distinguem pelo comprimento do escapo e coloração das subsésseis; sépalas esverdeadas a alvas, subsimétricas,
brácteas involucrais, primárias e Áorais. Entretanto, no 2,5-3,2cm, conatas na base ca. 1mm, lanceoladas, ápice
presente trabalho, as mesmas não foram adotadas, uma longo-acuminado, glabras; pétalas amarelas, eretas,
vez que estas variações são, provavelmente, resultado das 2,3-3cm, livres, oblanceoladas, ápice agudo, subereto,
condições ambientais. Diferenças no tamanho do escapo apêndices petalinos com ápice denteado, calosidades
e na cor das brácteas são observadas constantemente na ausentes; Àletes internos adnatos ca. 2mm à base das pétalas;
família Bromeliaceae. tubo epígino 1-2,5mm, ovário alvo, elipsóide, glabro.
Leme (1997), no estudo do gênero Canistrum, São Paulo. E8, D9: em sub-bosque de mata atlântica,
separou algumas espécies deste gênero, principalmente acima de 1.000m de altitude. Coletada com Áores em
pela densa lanugem da inÁorescência, criando um março e maio e com frutos imaturos em maio e junho.
novo gênero, Edmundoa, com três espécies, dentre elas Material selecionado: Cunha (Parque Estadual da Serra
Canistrum lindenii. O autor propôs a nova combinação do Mar), 23°13’28”-23°16’10”S 45°02’53”-45°05’15”W,

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

III.1996, C.B. Costa et al. 189 (SP). São José do Barreiro (Serra Material adicional examinado: S.mun. (cultivado no
da Bocaina), V.2007, S. Aragaki & W. Ribeiro 1091 (SP). Jardim Botânico de São Paulo), II.1934, F.C. Hoehne s.n. (SP
Leme (2000) descreveu essa espécie no gênero 31550, isótipo).
Wittrockia, entretanto conforme comentários já apresentados Além dos materiais depositados em herbários, foi
no gênero Canistrum, a mesma enquadra-se na circunscrição utilizada a Coleção viva IBt 1021, Áorida em cultivo em
deste gênero, sendo aqui proposta a nova combinação. março de 2007.
Canistrum paulistanum apresenta aÀnidade com A coleção J.C. Silva HBR 77845, referente ao
C. cyathiformis diferindo, entretanto, pelo hábito mais material cultivado Leme 2956, apresenta características
delicado, pelas brácteas involucrais mais curtas e eretas e morfológicas intermediárias entre Canistrum perplexum
pelo tubo epígino presente. e C. ambiguum. Entretanto, as características Áorais
desse exemplar, como os Àletes internos adnatos ca.
7.6. Canistrum perplexum L.B. Sm., Proc. Amer. Acad. 4mm à base da pétalas e dobrados em arco na região
Arts 70: 148. 1935. central, foram determinantes para sua classiÀcação como
Edmundoa perplexa (L.B. Sm.) Leme, Canistrum C. ambiguum.
Bromél. Mata Atl.: 54. 1997. Na descrição de C. perplexum, Leme (1997)
Epífita, 27-39cm. Roseta infundibuliforme. Folhas teve como base Áores frescas do exemplar cultivado
23-65cm; bainha 7-11,5cm larg., largo-elíptica, margem citado acima (Leme 2956) e cita o Àlete dobrado
inteira, castanho-lepidota; lâmina 3,5-7cm larg., ligulada, às como característica comum entre C. ambiguum e
vezes estreitada próximo à base, ápice arredondado a agudo, C. perplexum. Comenta que esta característica não foi
mucronado, margem serrilhada. Escapo vináceo, delicado, observada pelo autor da espécie (L.B. Smith) devido
21,5-30cm, 0,4-0,7cm diâm., sempre ultrapassando as provavelmente ao estado de conservação do material
bainhas foliares, chegando a alcançar a altura das folhas, analisado. Entretanto, para a Flora de São Paulo, houve
densamente castanho-lanuginoso; brácteas róseas a acesso a exemplares vivos da espécie em questão e
rosa-esverdeadas, (3-)5,2-7,5×1,8-3,4cm, lanceoladas observou-se que os Àletes são retos, sem dobra na região
a elípticas, ápice arredondado a agudo, mucronado, central, conforme a descrição e ilustrações originais.
margem serrilhada, castanho-lanuginosas na face interna,
castanho-lepidotas. Inflorescência subcorimbosa, 5-7cm 7.7. Canistrum superbum (Lindm.) Mez in Mart.,
compr. Brácteas involucrais róseas a rosa-esverdeadas, Eichler & Urb., Fl. bras. 3(3): 620. 1894.
4-8,5×2,5-4cm, ovais, elípticas ou obovais, ápice patente Wittrockia superba Lindm., Kongl. Svenska Vetensk.
a reÁexo, arredondado a agudo, mucronado, margem Acad. Handl. 24(8): 20, pl. 2, Àg. 13-21. 1891.
serrilhada, castanho-lanuginosas, castanho-lepidotas; Epífita ou terrestre. Roseta largamente infundibuliforme.
brácteas primárias semelhantes às brácteas involucrais, Folhas 41-140cm; bainha rósea, 10-11,5cm larg.,
porém menores; fascículos pedunculados, pedúnculo oboval a largo-elíptica, margem inteira a espinescente
até ca. 2cm, densamente castanho-lanuginoso; brácteas no ápice, castanho-lepidota; lâmina verde com máculas
Áorais paleáceas, 1,8-2,7cm, mais curtas que as sépalas, verde-escuras e com ápice vermelho, 3,5-6,5cm larg.,
lanceoladas ou ovais, ápice acuminado, mucronado, ligulada, estreitada próximo à base, ápice acuminado,
margem inteira, castanho-lanuginosas. Flores ca. 2,5cm,
pungente, margem espinescente na base a serrilhada
sésseis; sépalas alvas, subsimétricas, 1,8-2,1cm, livres,
no ápice, espinhos castanhos, 1-4mm, antrorsos ou
lanceoladas, ápice longo-acuminado, mucronado, glabras
retrorsos. Escapo 4-7cm, não ultrapassando as bainhas
no ápice e castanho-lanuginosas próximo ao ovário;
foliares, glabro; brácteas ca. 8×3cm, lanceoladas,
pétalas alvas, eretas, ca. 2cm, livres, oblanceoladas, ápice
ápice atenuado, acuminado, pungente, margem inteira,
acuminado, apêndices petalinos ausentes, calosidades
castanho-lepidotas. Inflorescência subcorimbosa,
inconspícuas; Àletes internos adnatos ca. 1mm à base das
ca. 10cm compr. Brácteas involucrais vermelhas,
pétalas; tubo epígino 2-2,5mm, ovário alvo, globoso a
8-10,5×2,5-3cm, lanceoladas, ápice subereto,
obcônico, castanho lanuginoso.
atenuado, acuminado, pungente, margem inteira a
São Paulo. E7, E8: mata atlântica de encosta e
inconspicuamente serrilhada, castanho-lepidotas;
restinga. Coletada com Áores de fevereiro a abril e com
brácteas primárias semelhantes às brácteas involucrais,
frutos em abril, agosto e novembro.
Material selecionado: Bertioga, II.2005, F.F.A. Aguiar & porém menores; fascículos pedunculados, pedúnculos
A.R. Tavares s.n. (SP 374426). São Sebastião (Parque Estadual ca. 3cm, levemente pálido-lanuginoso; brácteas Áorais
da Serra do Mar), 23°42’43”S 45°42’29”W, IV.2000, W. Forster vermelhas, 5-7cm, igualando até ultrapassando a altura
et al. 472 (ESA, SP). das sépalas, lanceoladas a liguladas, ápice acuminado,

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

CATOPSIS

pungente, margem inteira, levemente pálido-lanuginosas são pouco consistentes justiÀcando o restabelecimento
a glabras. Flores 4,5-5,8cm, pediceladas, pedicelo ca. da espécie em Canistrum.
8mm; sépalas alvas, subsimétricas, 2,5-3,1cm, conatas
na base 3-5mm, elípticas, ápice acuminado, mucronado,
levemente pálido-lanuginosas a glabrescentes; pétalas
alvas, eretas, ca. 2,7cm, conatas ca. 5mm, oblanceoladas,
ápice agudo, subereto apêndices petalinos com ápice
Àmbriado, calosidades ao longo dos Àletes internos;
Àletes internos adnatos ca. 10mm à base das pétalas;
tubo epígino ca. 2mm, ovário obovóide, levemente
pálido-lanuginoso a glabrescente.
Ocorre do Rio de Janeiro até Santa Catarina. E7,
E8, F6: mata atlântica. Coletada com Áores em março e
com frutos em julho.
Material selecionado: Iguape (Estação Ecológica Juréia-
Itatins), VII.1992, S.A. Nicolau et al. 395 (SP). Santo André
(Paranapiacaba), VIII.1939, M. & R. Foster 359 (R). Ubatuba
(Maranduba), III.1964, M. Mee s.n. (SP 78691).
Considerando a proposta do presente trabalho de
sinonimização de Wittrockia sob Canistrum, Wittrockia
superba, espécie-tipo deste gênero, passa para Canistrum
superbum revalidando a classiÀcação de Mez (1894).
Canistrum superbum apresenta lobo da corola
agudo e patente e pétalas concrescidas apenas na base.
Estas características não são exclusivas de Wittrockia, Prancha 10. A-C. Canistrum lindenii, A. inÁorescência; B.
sendo presentes também em outras espécies incluídas em corte longitudinal da inÁorescência; C. corte longitudinal da
Canistrum e Neoregelia. As características utilizadas Áor. (A-C, Martins 922).

8. CATOPSIS Griseb.
Viviene da Silveira Oliveira & Thaís Trindade Lima

Epífitas; caule recoberto pelas bainhas foliares, propagando-se por brotos laterais. Roseta
infundibuliforme a tubular, formando tanque. Folhas geralmente pouco numerosas; bainha gradativamente
mas longa que a lâmina; lâmina linear a triangular-lanceolada, ápice arredondado a agudo, mucronado a
acuminado, margem inteira, lepidota, face abaxial geralmente revestida com cera esbranquiçada. Escapo
bem desenvolvido, geralmente ultrapassando a roseta. Inflorescência simples a composta. Brácteas Áorais
excedendo as sépalas. Flores pouco vistosas, sésseis, raramente pediceladas; sépalas livres, fortemente
assimétricas, ápice arredondado, glabras; pétalas amareladas a alvas, livres, apêndices petalinos ausentes;
estames inclusos, dispostos em duas séries geralmente distintas, anteras ovais ou elípticas; ovário súpero,
ovóide ou elipsóide, estilete curto ou nulo. Cápsula septicida; sementes com coma apical, apêndices longos
e sedosos.
Catopsis é o único gênero da subfamília Tillandsioideae que apresenta apêndices apenas no ápice das
sementes, característica considerada uma sinapomorÀa do gênero (Barfuss et al. 2005).
Gênero com 18 espécies (Luther 2006), apresenta ampla distribuição geográÀca, ocorrendo nas três
Américas. No Brasil ocorrem apenas duas espécies, ambas representadas no estado de São Paulo.

Barfuss, M.H., Samuel, R., Till, W., Stuessy, T.F. 2005. Phylogenetic relationships in subfamily Tillandsioideae
(Bromeliaceae) based on DNA sequence data from seven plastid regions. Amer. J. Bot. 92 (2): 337-351.

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

Chave para as espécies de Catopsis


1. Plantas com 70-90cm alt.; inÁorescência composta, raramente simples; brácteas do escapo imbricadas,
mais longas que os entrenós; folhas estreito-triangulares, ápice acuminado .................. 1. C. berteroniana
1. Plantas com 27-35cm alt.; inÁorescência simples, raramente ramiÀcada, com poucos ramos basais; brácteas
do escapo laxas, mais curtas que os entrenós; folhas liguladas, ápice arredondado a obtuso, mucronado
................................................................................................................................................ 2. C. sessiliflora

8.1. Catopsis berteroniana (Schult. & Schult. f.) Mez in Flores ca. 13mm; sépalas amarelo-esbranquiçadas, ca.
C. DC., Monogr. phan. 9: 621. 1896. 11×8mm, ovais, imbricadas, coriáceas; pétalas alvas, ca.
Prancha 11, Àg. B. 12×9mm, subigualando às sépalas, elípticas, membranáceas;
Epífita 70-90cm. Roseta utriculosa ou infundibuliforme. estilete curto, ca. 1mm. Cápsula elipsóide, com sépalas
Folhas 8-15, 20-40×3-5,5cm; bainha esverdeada, elíptica, persistentes.
pouco distinta da lâmina; lâmina membranácea, estreito- Espécie de ampla distribuição, ocorre no sul da
triangular, ápice acuminado, esparsamente lepidota em ambas Flórida, nas Antilhas, do sul do México à Venezuela e no
Brasil, nos estados da Bahia, São Paulo, Paraná e Santa
as faces. Escapo ereto, 70-90×0,3cm, glabro; brácteas eretas,
Catarina. E8, E9, F6, G6: mata de restinga e manguezais.
foliáceas, 4,5-9,5×0,8-1,5cm, geralmente ultrapassando
Coletada com Áores em março, abril e com frutos em
os entrenós, oval-lanceoladas, ápice acuminado, as basais
junho, julho, setembro, outubro
densamente imbricadas, as superiores mais laxas e menores, Material selecionado: Cananéia, VII.1986, T.M. Cerati &
margem inteira. Inflorescência composta, raramente S.A. Chiea 355 (SP). Iguape, IX.1994, P.H. Miyagi et al. 123
simples, 13-20×7-9,5cm, glabra; ramos ca. 8, cada ramo (SP). Salesópolis (Estação Ecológica de Boracéia), III.1999,
com até 10 Áores; brácteas primárias, 1-3×0,5-1cm, ovais, A.N. Neger s.n. (SP 335725). Ubatuba, V.1995, M.A. Assis &
acuminadas. Brácteas Áorais verdes, 5-8×3-5mm, ovais. V.T. Rampin 549 (HRCB).

Prancha 11. A. Catopsis sessiliflora, hábito. B. Catopsis berteroniana, hábito. (A, Martinelli 15862; B, Miyagi 123).

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

DYCKIA

Considerada por alguns autores uma planta mais curtas que os entrenós, elípticas, ápice apiculado,
carnívora, esta espécie parece ter desenvolvido um margem inteira. Inflorescência geralmente simples,
mecanismo eÀciente para a captura e aproveitamento de quando ramiÀcada com poucos ramos basais, 5-12×
nutrientes, principalmente de insetos. O formato da roseta 3-7cm, glabra; brácteas primárias semelhantes às brácteas
em tanque e o reÁexo produzido por suas folhas, coberta Áorais. Brácteas Áorais 2-5×2-3mm, ovais, geralmente
por uma cerosidade branca, confundem insetos voadores, mais curtas que as sépalas, ápice agudo a obtuso, verdes,
que, por não perceberem a planta, caem em seus tanques. nervadas. Flores ca. 10mm; sépalas verdes, ca. 7×8mm,
A inclinação e a presença de ceras diÀcultam a fuga dos elípticas, coriáceas, nervadas; pétalas alvas, ca. 10×8mm,
insetos (Benzing 2000). subigualando às sépalas, oval-lanceoladas, membranáceas.
Cápsula ca. 1,2cm, ovóide, ápice apiculado.
8.2. Catopsis sessiliflora (Ruiz & Pav.) Mez in C. DC., Do sul do México até o Peru e no Brasil distribui-
Monogr. phan. 9: 625. 1896. se pelos estados do Amazonas, Amapá, Pará, Bahia, São
Prancha 11, Àg. A. Paulo, Paraná e Santa Catarina. E8, F6, G6: mata de
Epífita 27-35cm. Roseta utriculosa. Folhas 6-9, restinga. Coletada com Áores e frutos em setembro.
20-25×2,5-3,5cm; bainha esverdeada, elíptica, pouco Material selecionado: Cananéia, VII.1986, T.M. Cerati &
S.A Chiea 354 (SP). Ilha Comprida, 25°01’13”S 47°54’59”W,
distinta da lâmina; lâmina verde, membranácea, ligulada,
II.1995, H.F. Leitão Filho et al. 33224 (UEC). Ubatuba,
ápice arredondado a obtuso, mucronado, esparsamente V.1989, F.C.P. Garcia et al. 369 (HRCB).
lepidota em ambas as faces. Escapo ereto a recurvo, 27-35cm, Material adicional examinado: Pariquera-Açu, X.1999,
glabro; brácteas eretas, foliáceas, 0,8-2×0,3-0,5cm, muito G. Martinelli et al. 15862 (SP).

9. DYCKIA Schult. & Schult. f.


Rafaela Campostrini Forzza

Ervas rupícolas ou terrestres; caule compacto, robusto, envolvido pelas bainhas foliares. Folhas
rosuladas, muito raramente dísticas; bainha oval, coriácea, inerme ou espinescente, não formando tanque;
lâmina linear-lanceolada a triangular, ápice pungente, margem espinescente, raramente inerme, lepidota,
indumento em geral cinéreo. Escapo ereto, axilar; brácteas menores até maiores que os entrenós, em
geral estramíneas, pouco vistosas. Inflorescência simples ou composta, laxa a congesta. Brácteas Áorais
desenvolvidas ou diminutas, em geral estramíneas, pouco vistosas, semelhantes às brácteas do escapo. Flores
pediceladas até sésseis, patentes a levemente reÁexas, actinomorfas; sépalas menores que as pétalas, livres
ou conatas na base; pétalas amarelas, alaranjadas ou vermelhas, imbricadas, apêndices petalinos ausentes;
estames inclusos, mais raramente exsertos, Àletes carnosos, conatos na base formando um tubo pétalo-
estamínico, anteras dorsiÀxas, ocasionalmente basiÀxas, sagitiformes ou lineares; ovário súpero, trilobado,
piramidal ou clavado, estilete curto, trilobado, estigma conduplicado-espiralado com lóbulos compactos,
raramente laminares, placentação axial, óvulos numerosos, alados. Fruto cápsula, deiscência septicida até
a base, loculicida na porção apical, castanho a nigrescente, brilhante ou opaco, elipsóide a globoso, ereto,
com perianto persistente; sementes numerosas, achatadas, com superfície celular homogênea.
Segundo Smith & Downs (1974) o gênero é constituído de 103 espécies. Atualmente este número
aproxima-se de 150 táxons com sérios problemas de delimitação, carecendo de uma ampla revisão
taxonômica. Dyckia ocorre exclusivamente na América do Sul e suas espécies estão concentradas na
Bolívia, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, com maior diversidade no cerrado e campo rupestre de
Minas Gerais, Bahia e Goiás. Outra região de expressiva diversidade é o Sul do Brasil. Em São Paulo o
gênero está representado por quatro espécies.
Smith & Downs (1974) citaram como procedente do estado de São Paulo o material-tipo de Dyckia
vaginosa Mez (Glaziou 15497) (=D. remotiflora Otto & A. Dietr.). Porém, examinando o referido
exemplar, nota-se que existe um equívoco na citação dos autores, pois o espécime foi coletado em
Minas Gerais. Smith & Downs (1974) também referiram a ocorrência D. brevifolia Baker no estado

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

com base no material Glaziou 15496 depositado no herbário de Paris (P). Porém, a duplicata do
material depositado em Kew (K) indica como procedência “environs de Rio Janeiro et D’Ouro Preto”.
Aparentemente, existe um equívoco para a citação da localidade de coleta de ambos os materiais,
visto que nenhuma destas espécies foi registrada novamente nem em São Paulo nem em Minas Gerais,
ocorrendo apenas no sul do Brasil.

Chave para as espécies de Dyckia

1. Brácteas do escapo conspicuamente maiores que os entrenós em todo comprimento do escapo; brácteas
Áorais excedendo as Áores ...................................................................................................... 3. D. minarum
1. Brácteas do escapo menores ou igualando aos entrenós no terço médio e superior; brácteas Áorais menores
que as Áores.
2. Planta 1-2m alt.; inÁorescência em geral paniculada; raque ferrugíneo-lanuginosa; pétalas amarelas ......
..................................................................................................................................... 1. D. encholirioides
2. Planta com até 1m alt.; inÁorescência em geral simples, glabra ou cinéreo-lepidota; pétalas alaranjadas.
3. Lâmina linear-lanceolada a linear, espinhos 1-2mm compr.; pétalas rômbicas ....... 2. D. linearifolia
3. Lâmina triangular-lanceolada, espinhos 3-4mm compr.; pétalas obtruladas ............... 4. D. tuberosa

9.1. Dyckia encholirioides (Gaudich.) Mez in C. DC., Dyckia encholirioides ocorre no litoral sul do Brasil
Monogr. phan. 9: 507. 1896. principalmente sobre rochas. Em São Paulo o único
Prancha 12, Àg. A. registro é para a Ilha do Cardoso, onde forma grandes
Terrestre, 1-2m; rizoma muito desenvolvido. Folhas populações na restinga, sendo este o limite norte de
com bainha alva na base, castanho-escura no terço ocorrência para a espécie. G6. Floresce principalmente
superior, 4-7cm larg., margem com diminutos espinhos, de outubro a fevereiro.
lepidota apenas próximo a transição com a lâmina; Material selecionado: Cananéia (Ilha do Cardoso),
lâmina verde na face adaxial, argêntea na face abaxial, X.1980, M.G.L. Wanderley 238 (SP).
Material adicional examinado: SANTA CATARINA, Ilha
30-80×1-4cm, lanceolada, margem densamente
de Santa Catarina, 1831-33, M. Gaudichaud 130 (P, holótipo;
espinescente, espinhos 0,4-1cm. Escapo verde, verde- B, isótipo). SÃO PAULO, Cananéia (Ilha do Cardoso), X.1981,
avermelhado até castanho, 0,6-1,2m, pubescente; M. Fonseca 493 (SP).
brácteas estramíneas, verdes até vermelhas, excedendo Dyckia encholirioides e D. pseudococcinea L.B.
os entrenós no terço inferior, menores ou igualando aos Sm. (endêmica do Rio de Janeiro) são as únicas espécies
entrenós no terço superior, triangular-lanceoladas, ápice do gênero que ocorrem em áreas de restinga na região
agudo, margem serrilhada, pubescentes. Inflorescência Sudeste do Brasil.
paniculada, raramente simples, laxa a congesta,
35-70cm; raque verde com indumento ferrugíneo- 9.2. Dyckia linearifolia Baker, Handb. Bromel.: 131.
lanuginoso; brácteas primárias estramíneas, verdes ou 1889.
vermelhas, semelhantes às brácteas do escapo, muito Terrestre, 0,4-1m; caule compacto, não formando
mais curtas que os ramos, lanceoladas. Brácteas rizoma. Folhas com bainha alva na base, castanha no
Áorais estramíneas, 1,1-1,4×0,2-0,4cm, menores que as terço superior, 2,5-5,2cm larg., margem com diminutos
Áores, igualando ou excedendo o cálice, lanceoladas, espinhos, lepidota apenas próximo a transição com
ápice atenuado, margem inconspicuamente serrilhada, a lâmina; lâmina verde, 35-57×0,6-1,3cm, linear-
indumento ferrugíneo. Flores patentes, sésseis a curto- lanceolada a linear, margem espinescente até quase
pediceladas; sépalas amarelas, 0,8-1,2×0,5cm, ovais, inerme, espinhos diminutos, 1-2mm. Escapo verde,
indumento ferrugíneo, glabrescentes; pétalas amarelas, verde-avermelhado até castanho, 50-84cm, glabro;
1,2-1,5×0,7cm, fortemente ungüiculadas; estilete brácteas estramíneas, excedendo os entrenós no terço
igualando aos estames; gineceu e estames amarelos. inferior, menores que os entrenós no terço médio e
Fruto 1,4-1,8cm. superior, triangular-lanceoladas, ápice agudo, margem

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

DYCKIA

inteira, glabras a levemente lepidotas. Inflorescência Dyckia minarum é freqüente nos campos rupestres
simples ou raramente ramiÀcada apenas na base, laxa, de Minas Gerais. Esta é a primeira referência da espécie
35-50cm; raque glabra. Brácteas Áorais estramíneas, para São Paulo, onde foi encontrada em campos
0,4-1,1×0,2-0,4cm, muito menores que o cálice, pedregosos, próximo a divisa com Minas Gerais. B6.
triangular-lanceoladas, ápice atenuado, margem Coletada com Áores em setembro, novembro e janeiro.
inteira, glabras. Flores ereto-patentes, pediceladas; Material selecionado: Pedregulho, IX.2002, R. Mello-
pedicelos 3-6mm; sépalas vermelho-alaranjadas, Silva et al. 1950 (RB, SPF).
0,8-1,2×0,4-0,5cm, ovais, glabras; pétalas alaranjadas, Material adicional examinado: MINAS GERAIS, Caldas,
A.F. Regnell II.283 (P, isolectótipo). SÃO PAULO, Pedregulho,
1,8-2,2×0,4-0,6cm, rômbicas; estilete menor ou
XI.1997, W. Marcondes-Ferreira et al. 1502 (RB, SP).
igualando aos estames; gineceu e estames amarelos.
Dyckia minarum distingue-se facilmente das
Fruto 1,5-1,7cm.
demais espécies de São Paulo pelas brácteas do escapo
Dyckia linearifolia é registrada apenas para Minas
amplas e longas que superam em muito os entrenós e
Gerais e São Paulo, ocorrendo sempre em áreas de
pelas brácteas Áorais muito desenvolvidas superando as
cerrado. C6, D4, D5, D6, D7. Coletada com Áores e
Áores.
frutos predominantemente entre setembro e dezembro.
Material selecionado: Agudos, XI.1994, A.P. Bertocini &
O. Cavassan 467 (BOTU). Botucatu, IX.1972, E.L. Souza 13
9.4. Dyckia tuberosa (Vell.) Beer, Fam. Brom.: 157.
(BOTU). Itirapina, VII.1994, R. Goldenberg 2 (UEC). Moji- 1857.
Guaçu, IX.1955, M. Kuhlmann 3736 (SP). Pirassununga, Prancha 12, Àg. B.
IX.1980, E. Forero 8311 (RB, SP). Terrestre, 0,45-1m; caule compacto, não formando
Material adicional examinado: MINAS GERAIS, s.mun., rizoma. Folhas com bainha castanha, 1,5-6,5cm larg.,
s.d., A. Saint-Hilaire 1010 (P, holótipo). marcescente, envolvendo o caule, margem inerme,
Dyckia linearifolia caracteriza-se pelas folhas glabras a esparsamente lepidotas; lâmina cinérea,
estreitas, lineares, com espinhos reduzidos, em alguns 12-42×0,5-1,7cm, triangular-lanceolada, margem
exemplares quase ausentes, e pela forma rômbica de espinescente, espinhos 3-4mm. Escapo vermelho,
suas pétalas. É semelhante a D. leptostachya Baker, que 20-67cm, glabrescente; brácteas estramíneas, no
juntamente com outras espécies registradas para o Sul do terço superior menores que os entrenós, triangular-
Brasil, Paraguai e Argentina merecem ser revisadas. lanceoladas, ápice agudo a acuminado, margem
levemente serrilhada, lepidotas a glabrescentes.
9.3. Dyckia minarum Mez in Mart., Eichler & Urb., Fl. Inflorescência simples, laxa, com poucas a muitas
bras. 3(3): 483. 1894. Áores, 12-25cm; raque cinéreo-lepidota a glabra.
Rupícola, 70-90cm; caule compacto, não formando Brácteas Áorais estramíneas, 0,5-1,2×0,3-0,5cm,
rizoma. Folhas com bainha castanho-clara, 2,4-2,7cm menores que as Áores, menores ou igualando ao
larg., margem inerme ou com diminutos espinhos cálice, lanceoladas, ápice agudo a acuminado, margem
próximo da transição com lâmina, lepidota; lâmina inconspicuamente serrilhada a inteira, glabrescentes.
cinérea, 30-45×1-1,5cm, triangular-lanceolada, margem Flores patentes a reÁexas, curto-pediceladas; sépalas
espinescente, espinhos ca. 1mm. Escapo verde a vermelho-alaranjadas, 0,6-0,9×0,3-0,4cm, ovais,
castanho-avermelhado, 30-80cm, glabro ou lepidoto; esparsamente lepidotas; pétalas alaranjadas, 1-1,3×
brácteas estramíneas a levemente arroxeadas, excedendo 0,6-0,8cm, obtruladas; estilete menor ou igualando aos
os entrenós em todo comprimento do escapo, lanceoladas, estames; gineceu creme-esverdeado, estames amarelos.
ápice longo-acuminado, margem serrilhada, lepidotas. Fruto 1,2-1,5cm.
Inflorescência simples, laxa, ca. 30cm; raque glabra Dyckia tuberosa ocorre nos estados de Minas
ou lepidota. Brácteas Áorais estramíneas, 2,5-3,2× Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. D6, D8, D9,
0,9-1,4cm, excedendo em muito as Áores, lanceoladas E7, E8, F4: freqüente nas áreas de cerrado, inselbergs
a oval-lanceoladas, ápice longo-atenuado, margem e campos de altitude. Coletada com Áores e frutos
levemente serrilhada, glabras ou esparsamente lepidotas. predominantemente entre setembro e janeiro.
Material selecionado: Atibaia, VIII.1985, P.C.
Flores ereto-patentes, pediceladas; pedicelo 0,3-0,4cm;
Hutchison & J.L. Páffaro 8948 (UEC). Campinas, X.1939,
sépalas alaranjadas, 1-1,2×0,4-0,5cm, ovais, glabras ou A.P. Viegas s.n. (SP 5190). Campos do Jordão, VI.1995,
esparsamente lepidotas na base; pétalas alaranjadas, 1,1-1,3× A.M. Giulietti et al. 1119 (SPF). Itararé, XI.1994, V.C. Souza
0,5-0,6cm, obtruladas com base atenuada, levemente et al. 4139 (ESA, SP). São José do Barreiro, XII.1998,
carenadas; estilete menor que os estames; gineceu e L. Freitas 495 (UEC). São José dos Campos, XI.1962,
estames amarelos. Fruto não visto. I. Mimura 556 (SP).

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Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

Material adicional examinado: SÃO PAULO, São Paulo, apenas com a melhor circunscrição de D. tuberosa é que
I.1922, F.C. Hoehne s.n. (SP 7513). S.mun., X.1827, F. Sellow poder-se-á ter certeza se tal sinonimização está correta.
E-23 (B, lectótipo de D. coccinea). Os mesmos autores também referiram a presença de
Dyckia tuberosa foi tipiÀcada pela prancha e D. pseudococcinea L.B. Sm. no estado de São Paulo.
descrição original de Vellozo (1825, 1827) que não traz Entretanto, os materiais examinados por estes autores
muitos caracteres que ajudem na deÀnição precisa do fazem parte da variação encontrada em D. tuberosa.
táxon. Além disto, o nome vem sendo utilizado vastamente D. pseudococcinea é registrada apenas para as restingas
nos herbários para deÀnir, aparentemente, táxons muito do Rio de Janeiro (Forzza & Silva 2004).
distintos. Os materiais coletados no estado de São Paulo
apresentam ampla variação morfológica, porém a maioria
parece estar de acordo com a ilustração apresentada por BibliograÀa adicional
Vellozo. Smith & Downs (1974) colocaram D. coccinea Forzza, R.C. & Silva, B.R. 2004. A new species of Dyckia
Mez como sinônimo de D. tuberosa. No presente estudo (Bromeliaceae) from Rio de Janeiro State, Brazil.
aceita-se tal posicionamento, porém acreditando-se que Novon 14(20): 168-170.

Prancha 12. A. Dyckia encholirioides, hábito. B. Dyckia tuberosa, hábito. (A, Fonseca 493; B, Mimura 556).

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

FERNSEEA

10. FERNSEEA Baker


Suzana Lúcia Proença & Maria das Graças Lapa Wanderley

Epífitas, terrestres ou rupícolas. Roseta tubulosa na base, formando tanque. Folhas coriáceas; bainha
curta; lâmina linear, fortemente canaliculada, lepidota na face abaxial. Escapo desenvolvido, ereto,
alvo-lanuginoso; brácteas eretas, excedendo os entrenós, amplectivas, alvo-lepidotas em ambas as faces.
Brácteas Áorais carenadas na base ou não. Inflorescência simples, racemosa, alvo-lanuginosa, exceto as
pétalas. Flores curto-pediceladas; apêndices petalinos ausentes; sépalas livres; estames inclusos; ovário
ínfero, anguloso, com hipanto formando tubo. Fruto baga.
Gênero com apenas duas espécies (Luther 2006), ambas ocorrentes no estado de São Paulo.
Pereira, E. & Moutinho Neto, J.L. 1983. Species novae in Brasilia Bromeliacearum-XX. Bradea 3(11): 339-348.

Prancha 13. A. Fernseea bocainensis, hábito. (A, Catharino 2064).

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Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

Chave para as espécies de Fernseea

1. Eixo da inÁorescência encoberto pelas brácteas Áorais; brácteas Áorais ovais, cobrindo o pedicelo e o
ovário, carenadas na base; pétalas roxo-azuladas ............................................................... 1. F. bocainensis
1. Eixo da inÁorescência visível; brácteas Áorais elípticas, pedicelo e ovário visíveis, não carenadas; pétalas
castanhas .................................................................................................................................... 2. F. itatiaiae

10.1. Fernseea bocainensis E. Pereira & Moutinho, 10.2. Fernseea itatiaiae (Wawra) Baker, Handb. Bromel.
Bradea 3: 344. 1983. 20. 1889.
Prancha 13, Àg. A. Bromelia itatiaiae Wawra, Oesterr. Bot. Z. 30: 114.
Epífita ou terrestre, 21-60cm. Folhas 24-65cm; bainha 1880.
creme na base e castanha na porção superior, 1-2cm larg., Rupícola, ca. 42cm. Folhas 20-37cm; bainha castanho-
triangular, carenada, margem serrilhada; lâmina 5-7mm larg., escura, 15mm larg., triangular, margem serrilhada; lâmina
linear, estreita em direção à base, com distinção da bainha, 5-6mm larg., não estreitada em direção à base, ápice
ápice longo-atenuado, margem densamente serrilhada na atenuado, margem espinescente, espinhos castanho-
base e esparsamente para o ápice, revoluta. Escapo 17-46cm; escuros, até 1mm, geralmente retrorsos na base e antrorsos
brácteas inferiores foliáceas, as superiores róseas, obovais, em direção ao ápice. Escapo verde, ca. 34cm; brácteas
imbricadas, envolvendo o escapo, margem inteira, ápice avermelhadas, papiráceas na base e coriáceas para o
acuminado, papiráceas. Inflorescência simples, racemosa, ápice, ca. 4-12×1cm, elípticas na base, as inferiores com
densa, rósea, 3,5-7×1,2-1,5cm, cilíndrica, alvo-lanuginosa ápice longo-atenuado, margem esparsamente serrilhada,
(exceto as pétalas); eixo da inÁorescência encoberto pelas as superiores com ápice atenuado, margem inteira.
brácteas Áorais. Brácteas Áorais róseas, amplas, 0,7-1,7cm, Inflorescência simples, racemosa, laxa, vermelha, ca.
ovais, côncavas, cobrindo totalmente o ovário, carenadas na 8×2,5cm, cilíndrica, alvo-lanuginosa (exceto as pétalas);
base, não excedendo as sépalas, ápice agudo, margem inteira. eixo da inÁorescência visível. Brácteas Áorais vermelhas,
Flores 2-2,4cm; pedicelo ca. 1-3mm, coberto pelas brácteas 1-2,5cm, elípticas, igualando ou ultrapassando as sépalas,
Áorais; sépalas róseas, 0,9-1,2cm, ovais, ápice agudo, ápice acuminado, margem inteira. Flores 2,2-2,4cm;
carenadas; pétalas roxo-azuladas, 1,3-1,5cm, obovais, ápice pedicelo 2-4mm, visível; sépalas róseas, 0,6-0,9cm,
agudo; Àletes internos adnatos ca. 1mm à base das pétalas; elípticas, ápice agudo; pétalas castanho-escuras, ca. 1cm,
tubo epígino conspícuo, placenta com óvulos em quase toda obovais, ápice arredondado; Àletes soldados entre si e às
sua extensão. Fruto trígono. pétalas em 1mm na base; tubo epígino conspícuo, placenta
Rio de Janeiro e São Paulo, na Serra da Bocaina. com óvulos em quase toda sua extensão. Fruto globoso.
D9: Áoresta baixa de altitude. Coletada com Áores em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. D9:
agosto e novembro e com frutos imaturos em novembro. campo rupestre. Coletada com Áores em junho.
Material examinado: Bananal, XI.1993, E.L.M. Catharino Material selecionado: Cruzeiro, VI.1995, A.M. Giulietti
2064 (SP). et al. s.n. (SP 290455, SPF 1093).
Material adicional examinado: S.mun. (Serra da Bocaina), Em São Paulo, esta espécie ocorre em áreas restritas
VIII.1980, S. Gurken 13 (HB). da Serra da Mantiqueira, próximo à divisa com Minas
Espécie ameaçada de extinção, na categoria Gerais, sendo, portanto, considerada ameaçada de
Vulnerável, por sua distribuição restrita no estado de São extinção, na categoria Vulnerável.
Paulo.

11. HOHENBERGIA Schult. & Schult. f.


Suzana Lúcia Proença, Suzana Ehlin Martins & Maria das Graças Lapa Wanderley

Terrestres ou epíÀtas. Roseta infundibuliforme ou tubular, formando tanque. Folhas cobertas em ambas
as faces com escamas marrons, margem inconspicuamente serrilhada a espinescente. Escapo conspícuo,
ereto ou recurvo. Inflorescência composta, com ramiÀcações de primeira a quarta ordem, raramente
simples, piramidal; brácteas primárias muito mais curtas que os ramos; ramos patentes a eretos; espigas
estrobiliformes, globosas até cilíndricas, pauci a multiÁoras. Brácteas Áorais convexas, ápice mucronulado
a pungente. Flores sésseis; sépalas assimétricas, livres ou curto-conatas na base; pétalas alvas, violáceas,

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

HOHENBERGIA

azuis ou verdes, com 2 apêndices petalinos; estames inclusos ou levemente exsertos, Àletes internos adnatos
às pétalas, os externos livres; ovário ínfero, com hipanto formando tubo inconspícuo. Fruto baga.
O gênero conta com 56 espécies (Luther 2006) e está dividido em dois subgêneros que se diferenciam
pelo formato dos óvulos e coloração das pétalas (Smith & Downs 1979). O subgênero Hohenbergia tem
distribuição em Trinidad e Tobago, Venezuela, Colômbia e Brasil e Wittmackiopsis Mez ocorre no Caribe.
No Brasil ocorrem 33 espécies, distribuídas nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul.
Baracho, G.S. inéd. Revisão taxonômica de Hohenbergia Schult. & Schult. f. subg. Hohenbergia (Bromeliaceae).
Tese de Doutorado, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2003.

Chave para as espécies de Hohenbergia

1. InÁorescência com ramiÀcações até de terceira ordem; espinhos da porção basal da margem da lâmina até
2mm; espigas globosas a ovóides; brácteas Áorais suborbiculares, levemente nervadas ....... 1. H. augusta
1. InÁorescência com ramiÀcações até de quarta ordem; espinhos da porção basal da margem da lâmina
2-4mm; espigas ovóides a cilíndricas; brácteas Áorais muito largo-ovais, estriadas, carenadas no centro ....
....................................................................................................................................................... 2. H. ridleyi

11.1. Hohenbergia augusta (Vell.) E. Morren, Cat. Material selecionado: Caraguatatuba (Parque Estadual da
Bromel.: 9. 1873. Serra do Mar), 23°42’484”S 45°29’511”W, X.1999, G. Martinelli
Prancha 14, Àg. A. et al. 15892 (RB, SP). Iguape, X.1894, A. Loefgren & G. Edwall
Tillandsia augusta Vell., Fl. Áumin. 135. 1825 in CGG 2695 (SP). Iporanga, VI.2005, S.E. Martins & S.L.
(1829); Icon. 3: tab. 135. 1927 (1831). Pompéia 894 (SP). Santos, IX.1939, A. Gehrt s.n. (SP 41658).
Material adicional examinado: PARANÁ, Caiobá,
Epífita ou terrestre, 0,7-1,3m. Roseta infundibuliforme.
VIII.1939, M. Kuhlmann s.n. (SP 41593).
Folhas 0,34-1m; bainha 10,5-15cm larg., elíptica; lâmina
verde, muitas vezes com manchas verde-escuras, 7-12cm
11.2. Hohenbergia ridleyi (Baker) Mez in Mart., Eichler
larg., ligulada, ápice arredondado a agudo, mucronado,
& Urb., Fl. bras. 3(3): 266. 1891.
margem esparsamente serrilhada até inteira no ápice e
Prancha 14, Àg. B.
densamente serrilhada a espinescente na base, espinhos até
Hohenbergia ramageana Mez in C. DC., Monogr.
2mm, antrorsos, patentes ou retrorsos. Escapo verde, 50-
phan. 9: 127. 1896.
70cm, ereto, ferrugíneo-lanuginoso; brácteas verdes com
base arroxeada, membranáceas, 5-10×2,5-6cm, oblongas Epífita ca. 1m. Roseta infundibuliforme. Folhas
a lanceoladas, ápice agudo, margem inteira, levemente 58-83,5cm; bainha castanho-escura, 12-18cm larg., elíptica
lanuginosas. Inflorescência composta com ramiÀcações de ou oblonga; lâmina 9-10,5cm larg., estreito-triangular,
terceira ordem, 28-55cm, laxamente piramidal, ferrugíneo- ápice agudo, mucronado, margem espinescente, espinhos
lanuginosa; brácteas primárias membranáceas, 2-7× castanho-escuros, retrorsos, no ápice com ca. 1mm, em
1-2,2cm, triangulares a lanceoladas, margem inteira, direção a base com 2-4mm. Escapo pálido-lanuginoso.
levemente lanuginosas; ramos patente a suberetos; Inflorescência composta, com ramiÀcações de quarta
brácteas secundárias membranáceas, mais curtas até ordem, ca. 43cm, laxamente piramidal, pálido-lanuginosa;
igualando às espigas, triangulares, margem inteira; espigas brácteas primárias membranáceas 2,5-12×0,5-2cm,
subsésseis, globosas a ovóides. Brácteas Áorais ca. 8mm, estreito-triangulares, margem inteira; ramos patentes a
suborbiculares, levemente nervadas, ápice arredondado, suberetos; brácteas secundárias membranáceas, mais curtas
apiculado, margem inteira. Flores ca. 9mm; sépalas verdes, que as espigas, triangulares, ápice mucronado, margem
ca. 4,5mm, assimétricas, conatas ca. 0,5mm, ápice apiculado, inteira; espigas subsésseis, ovóides a cilíndricas. Brácteas
margem inteira; pétalas verdes com base arroxeada, ca. Áorais 6-8mm, muito largo-ovais, estriadas, carenadas no
7mm, liguladas; estames inclusos; tubo epígino inconspícuo; centro, ápice agudo a arredondado, apiculado, margem
ovário obcônico. Fruto não visto. inteira. Flores ca. 1,3cm; sépalas esverdeadas, ca. 5mm,
Espírito Santo até Santa Catarina. E7, E8, F5, assimétricas, conatas ca. 1mm, ápice apiculado, margem
F6: atlântica. Coletada com Áores em junho, agosto e inteira; pétalas azuladas, ca. 1cm, liguladas; estames
setembro e com frutos imaturos em outubro. inclusos; tubo epígino inconspícuo.

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

Regiões Nordeste e Sudeste do Brasil, em mata Esta espécie é comum na região Nordeste,
atlântica e em restinga. E7: mata atlântica. Coletada com ocorrendo em todos os estados, entretanto, em São Paulo
Áores em janeiro. é conhecida por apenas uma coleta efetuada há mais de
Material examinado: Itapecerica da Serra, I.1954, 50 anos, podendo ser considerada muito rara.
O. Handro 384 (SP).

B
Prancha 14. A. Hohenbergia augusta, ramo da inÁorescência. B. Hohenbergia ridleyi, ramo da inÁorescência. (A, Martins 894;
B, Handro 384).

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Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

NEOREGELIA

12. NEOREGELIA L.B. Sm.


Maria das Graças Lapa Wanderley & Gardene Maria de Sousa

Epífitas, rupícolas ou terrestres, rizomatosas. Roseta tubular ou infundibuliforme, formando tanque.


Folhas papiráceas ou coriáceas, lepidotas em ambas as faces; bainha desenvolvida, algumas vezes do
mesmo comprimento da lâmina, ovada a largo-ovada, margem inteira; lâmina verde ou muitas vezes as
internas vistosas de cores diversas, especialmente vermelhas, roxas ou vináceas, apresentando algumas
vezes máculas ou faixas, ápice arredondado ou agudo, em geral mucronado a mucronulado, margens
espinescentes a serrilhadas, algumas vezes com espinhos esparsos. Escapo ereto, curto, completamente
incluso na roseta; brácteas amplectivas, eretas, lepidotas, geralmente imbricadas. Inflorescência simples,
capituliforme ou umbelada, raramente composta, subcorimbosa, envolvida por brácteas pouco vistosas,
semelhantes ou não às brácteas do escapo, não ultrapassando a inÁorescência. Brácteas Áorais desde mais
curtas até pouco mais longas que as sépalas, eretas, margens inteiras ou serrilhadas em direção ao ápice.
Flores longo a curto-pediceladas, raramente sésseis; sépalas assimétricas a subsimétricas, conatas apenas
na base; pétalas livres ou conatas na base ou até cerca da metade, alvas ou de diferentes cores e vistosas,
lineares ou liguladas, com ápice agudo, algumas vezes atenuado, lobos recurvos ou cuculados, algumas
vezes espiraladas após a antese, apêndices petalinos em geral ausentes, geralmente com 2 calosidades ao
longo dos Àletes internos; estames inclusos, os do ciclo interno adnatos às pétalas em quase toda a extensão;
ovário ínfero, globoso-elipsóide, hipanto formando ou não tubo epígino. Fruto baga, sépalas persistentes.
Gênero com aproximadamente 110 espécies (Luther 2006), distribuídas na Colômbia, Venezuela,
Equador, Peru e Brasil. Na listagem das “Plants of the World”, são citadas 105 espécies para o Brasil, que
habitam ambientes Áorestais e campestres, em diferentes altitudes.
O gênero está dividido em quatro subgêneros que se distinguem pelo grau de concrescimento e tamanho
das pétalas (Leme 1998). No presente trabalho não foi adotada a subdivisão genérica, considerando que são
necessários estudos de revisão neste grupo para melhor deÀnição do conceito genérico e infragenérico.
Para São Paulo, foram referidas até o momento 15 espécies de Neoregelia, sendo que cinco apresentaram
apenas o registro do material-tipo: N. doeringiana L.B. Sm. e N. binotti (Antoine) L.B. Sm., ambas
com ocorrência para São Vicente (E7); N. nivea Leme, sem localidade deÀnida; N. pontualii Leme com
ocorrência para Bananal (E9) e N. odorata Leme, ocorrente em Bertioga (E7). Destas espécies, apenas
N. odorata foi incluída na monograÀa, pelo acesso a um exemplar vivo da mesma coleção do material-tipo.
As demais não foram descritas por insuÀciência de dados.
Apesar das novas amostragens, obtidas durante o desenvolvimento do presente trabalho, destaca-se
a necessidade de maior esforço de coleta, especialmente nas regiões limítrofes entre São Paulo e Rio de
Janeiro, onde há a possibilidade da ocorrência de novos táxons para São Paulo. Além disso, as novas coletas
permitirão o estudo mais completo do gênero Neoregelia, cuja revisão se faz necessária, juntamente com
Canistrum, gênero com o qual apresenta grande aÀnidade morfológica.

Chave para as espécies de Neoregelia


1. Plantas até 25cm alt.; roseta tubular.
2. Flores até 3cm compr.; pedicelo até ca. 0,7cm; pétalas alvas a azuladas.
3. Folhas verdes com faixas negras; Áores ca. 1,5cm compr.; pedicelo ca. 0,3cm; pétalas alvas
.................................................................................................................................... 5. N. hoehneana
3. Folhas verdes com máculas vináceas; Áores ca. 3cm compr.; pedicelo ca. 0,7cm; pétalas azul-
violáceas ................................................................................................................... 2. N. chlorosticta

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Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

2. Flores 5-9cm compr.; pedicelo ca. 1,2-2,5cm; pétalas roxo-azuladas ou violáceas.


4. Folhas verdes com ápice avermelhado; escapo 7-9cm; pedicelo 1,5-2,5cm; pétalas roxo-azuladas
......................................................................................................................................... 1. N. bahiana
4. Folhas verdes com máculas irregulares avermelhadas; escapo 3cm; pedicelo ca. 1,2cm; pétalas
violáceas ................................................................................................................... 10. N. paulistana
1. Plantas acima de 25cm alt.; roseta infundibuliforme.
5. Flores curto-pediceladas (até 0,5cm); pétalas alvas com região central verde ou creme-amarelada com
terço superior purpúreo-avermelhado.
6. Folhas verdes com pontuações vermelhas; escapo 5-8cm; pétalas alvas com região central verde .....
............................................................................................................................................. 7. N. laevis
6. Folhas verdes, às vezes com pontuações verde-escuras; escapo 4cm; pétalas creme-amareladas com
ápice purpúreo-avermelhado ............................................................................... 11. N. spiralipetala
5. Flores longo-pediceladas (ca. 1cm ou mais); pétalas alvas, róseas, avermelhadas, lilases, azuladas,
vináceas ou purpúreas.
7. Folhas vináceas com máculas verdes; pedicelo ca. 4cm; pétalas alvas ................. 8. N. marmorata
7. Folhas totalmente verdes a verde-amareladas ou com máculas rosadas a vináceas, distribuídas por
toda lâmina, ou apenas com ápice e/ou margens vináceas ou purpúreas; pedicelo até 3cm; pétalas
alvas, alvas com ápice purpúreo, róseo-avermelhadas ou lilases a azuladas.
8. Flores 5-7cm compr.; pétalas totalmente alvas ou alvas com ápice purpúreo.
9. Flores ca. 5cm compr.; pétalas alvas com ápice purpúreo .................................. 9. N. odorata
9. Flores 6-7cm compr.; pétalas totalmente alvas ................................................. 6. N. johannis
8. Flores ca. 3-4,5cm compr.; pétalas róseas a avermelhadas ou lilases a azuladas.
10. Lâmina verde a verde-amarelada com manchas purpúreas no ápice; brácteas Áorais oblongas;
pétalas róseas a avermelhadas ............................................................................ 4. N. cruenta
10. Lâmina verde com máculas vináceas; brácteas Áorais liguladas; pétalas lilases a azuladas .....
....................................................................................................................... 3. N. concentrica

12.1. Neoregelia bahiana (Ule) L.B. Sm., Proc. Am. Material examinado: Santo André (Paranapiacaba),
Acad. Arts 70: 152. 1935. XI.1933, F.C. Hoehne s.n. (SP 31170).
Epífita ou rupícola, 15-25cm. Roseta tubular. Folhas Essa espécie está representada por apenas uma
coriáceas 8-13cm; bainha castanhas, 3,5-4,5cm larg., coleta, realizada em 1933, no município de Santo André,
elípticas a estreito-ovadas margem inteira; lâmina verde sendo portanto considerada Extinta na listagem de
com ápice avermelhado, 1,5-3cm larg., ligulada, ápice espécies ameaçadas do estado de São Paulo. Comparando
arredondado, apiculado, margem serrilhada. Escapo este material com as coleções procedentes da Cadeia do
7-9cm, lepidoto; brácteas esverdeadas, 1,5-3cm, ovais ou Espinhaço, nos estados da Bahia e de Minas Gerais,
mais oblongas em direção ao ápice, apiculadas, margem observa-se certas semelhanças, apesar do estudo não ter
inteira, lepidotas. Inflorescência simples, umbeliforme, sido aprofundado pelo único registro para São Paulo.
4,5-7cm. Brácteas Áorais verde-claras, 2-5cm, quase tão A despeito das semelhanças morfológicas entre os
longas quanto o pedicelo, oblongas, apiculadas, margem materiais de São Paulo e da Cadeia do Espinhaço chama-
inteira, lepidota. Flores 6-9cm; pedicelo 1,5-2,5cm; se a atenção para a disjunção da espécie.
sépalas com porção basal alva e porção apical rósea
a avermelhada, 3-3,8cm, ápice agudo; pétalas roxo- 12.2. Neoregelia chlorosticta (Baker) L.B. Sm.,
azuladas com porção basal alva, 4-5,5cm, apêndices Phytologia 10: 486. 1964.
petalinos ausentes. Epífita ou terrestre, 15-25cm. Roseta tubular. Folhas
Bahia, Minas Gerais e São Paulo. E7. Coletada com coriáceas, 9-17cm; bainha verde com máculas vinácea,
Áores em novembro. 3,5-5cm larg., elíptica, margem inteira; lâmina verde

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

NEOREGELIA

com máculas vináceas, 2,5-3cm larg., ligulada, ápice Apresenta certa semelhança com N. johannis pelo
agudo a arredondado, mucronado, margem esparsamante porte robusto, com folhas espinescentes e com máculas
serrilhada. Escapo 4cm; brácteas hialinas, 1,5cm, vináceas a róseas. Entretanto, N. johannis possui
oblongas, ápice arredondado, mucronado, margem Áores completamente alvas e N. concentrica as Áores
levemente serrilhada, lepidotas. Inflorescência simples, apresentam ápice lilás a azulado e as folhas internas são
umbeliforme, 3cm, incluindo as pétalas; brácteas fortemente arroxeadas.
primárias 2,8-3cm, oval, ápice obtuso, mucronulado,
margem inteiras, lepidotas. Brácteas Áorais verde- 12.4. Neoregelia cruenta (Graham) L.B. Sm., Contr.
hialinas, 2,3-2,4cm,espatulada, oblonga, ápice obtuso, Gray Herb. 124: 9. 1939.
mucronulado, margem inteira, lepidota. Flores ca. Terrestre ou rupícola, 35-40cm. Roseta infundibuliforme.
3cm; pedicelo 0,7cm; sépalas vermelhas, 1,4cm, ápice Folhas coriáceas, 35-41cm; bainha roxa, 18-17cm larg.,
acuminado; pétalas azul-violáceas, 3,2cm, espatuladas, oval, margem inteira; lâmina verde a verde-amarelada
apêndices petalinos ausentes. com máculas purpúreas no ápice, 7-7,5cm larg., ligulada,
Com distribuição para os estados do Rio de Janeiro, ápice arredondado, mucronado, margem serrilhada.
São Paulo e Paraná. E7. Coletada com Áores em abril. Escapo 7cm; brácteas verdes, 4-5cm, triangulares, ápice
Material selecionado: Cubatão, IV.1999, S. Kanashiro mucronado, margem inteira, lepidotas. Inflorescência
s.n. (SP 367797). simples, umbeliforme, 7cm; brácteas primárias 4-5cm,
Neorogelia chlorosticta apresenta porte pequeno, triangulares, lepidotas. Brácteas Áorais verde-hialinas,
roseta tubular, sendo fácil seu reconhecimento por ca. 4,5cm, oblongas, apiculadas, margem inteira, lepidota.
apresentar máculas vináceas nas suas folhas. Flores ca. 4,5cm; pedicelo ca. 1cm; sépalas esverdeadas
Para complementar a descrição foi utilizada a com porção basal alva, ca. 2,5cm, ápice agudo; pétalas
Coleção viva IBt 1014, Áorida em cultivo. róseas a avermelhadas, ca. 2,5cm, espatuladas, ápice
agudo, apêndices petalinos ausentes.
12.3. Neoregelia concentrica (Vell.) L.B. Sm., Contr. Rio de Janeiro e São Paulo. E8. Coletada com Áores
Gray Herb. 104: 78. 1934. em dezembro, fevereiro e julho.
Nidularium concentricum (Vell.) Mez in Mart., Material selecionado: Ubatuba, XII.1977, Clara 11
Eichler & Urb., Fl. bras. 3(3): 239. 1891. (RB).
Epífita ou terrestre, 27-30cm. Roseta infundibuliforme. Espécie bastante comum em vegetação de restinga
Folhas coriáceas, 22-62cm; bainha roxa a castanha, no estado do Rio de Janeiro, com menor ocorrência em
8-12cm larg., elíptica, margem inteira; lâmina discolor, São Paulo. Apresenta grande variação quanto ao tamanho
verde com máculas vináceas, folhas do centro da roseta e cor das folhas, ocorrendo alguns indivíduos com folhas
arroxeadas, 4,2-4,5cm larg., oblonga, ápice arredondado, providas de poucos espinhos.
mucronado, vermelho, margem espinescente. Escapo ca.
5cm, lepidoto; brácteas alvas, 2,5-3cm, triangulares em 12.5. Neoregelia hoehneana L.B. Sm., Smithsonian
direção ao ápice, ápice apiculado, mucronado, margem Misc. Collect. 126: 28, Àg. 56. 1955.
levemente serrilhada, lepidotas. Inflorescência simples, Prancha 15, Àg. A.
umbeliforme, 6,5cm; brácteas primárias na base da Epífita, até 25cm. Roseta tubular. Folhas coriáceas,
inÁorescência verdes, ca. 4,2cm, ovais. Brácteas Áorais 12-20cm; bainha roxa com máculas verdes, 4-5cm
verdes, ca. 4cm, liguladas, agudas. Flores 3,5-4cm; larg., elíptica, margem inteira; lâmina verde com
pedicelo 1-1,5cm; sépalas verdes, 2-2,3cm; pétalas lilases faixas irregulares negras, 2-2,3cm larg., linear, ápice
a azuladas, ca. 2,2cm, liguladas, apêndices petalinos arredondado, apiculado, margem serrilhada. Escapo
ausentes. ca. 4cm; brácteas verdes, 2-3cm, triangulares, ápice
Rio de Janeiro e São Paulo. E7, E8. Coletada com mucronado, margem levemente serrilhada. Inflorescência
Áores em janeiro e junho. simples, umbeliforme, 6,5cm. Brácteas Áorais verdes,
Material selecionado: São Paulo, I.1934, R. Ostermeyer ca. 2,5cm, assimétricas. Flores ca. 1,5cm; pedicelo
s.n. (SP 31515). São Sebastião, VI.1956, M. Kuhlmann 3847 ca. 0,3cm; sépalas verdes, ca. 1,5cm; pétalas alvas, ca.
(SP). 2,5cm, oblongas, apiculadas.
Material adicional examinado: SÃO PAULO, São Paulo, Com distribuição somente para o estado de São
X.2005, B.A. Moreira s.n. (Áorida em cultivo) (SP 382079). Paulo. E8, E9. Coletada com Áores em novembro.
Essa espécie é registrada pela primeira vez para Material selecionado: Cunha, XII.2004, S.E. Martins et
São Paulo, sendo conhecida anteriormente apenas para al. 883 (SP). São Luís do Paraitinga, X.1999, G. Martinelli et
o estado do Rio de Janeiro (Smith & Downs 1979). al. 15908 (R, SP).

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

Material adicional examinado: SÃO PAULO, Caragua- lâmina verde, algumas vezes com pequenos pontos
tatuba, XI.1940, A. Gehrt s.n. (SP 44469, holótipo). S.mun., s.d., vermelhos, 2,2-3cm larg., linear, ápice arredondado,
Coleção viva IBt 1474 (Áorida em cultivo em XI.2006) (SP). mucronado, margem levemente serrilhada em direção
Até recentemente, Neoregelia hoehneana era ao ápice. Escapo 5-8cm, escamoso-tomentoso;
registrada apenas pelo material-tipo. É uma espécie de brácteas alvas, 1,5-3cm, triangulares, ápice apiculado,
fácil reconhecimento na mata pelo seu pequeno porte e margem levemente serrilhada, lepidotas, imbricadas.
pelas folhas com faixas estreitas, irregulares e negras, Inflorescência simples, umbeliforme, 4,5cm; brácteas
além de formar populações em forma de “candelabro”, primárias 4-5cm, triangulares, lepidotas. Brácteas
com rosetas tubulares e estreitas ligadas por longos Áorais verde-hialinas, ca. 2,8cm, oblongas, ápice
estolões. Apresenta poucas Áores inseridas na base da mucronulado, margem inteira a levemente erosas no
roseta, sendo as pétalas alvas. ápice, escamoso-tomentosas. Flores ca. 3cm; pedicelo
A ilustração da espécie foi baseada na Coleção viva ca. 0,5cm; sépalas verdes, ca. 1,8cm; pétalas alvas com
IBt 1474. região central verde, ca. 2,7cm, liguladas, ápice agudo,
apêndices petalinos ausentes.
12.6. Neoregelia johannis (Carrière) L.B. Sm., Sudeste e Sul do Brasil. E6, E7, E8, E9, F6, G6.
Smithsonian Misc. Collect. 126: 28. 1955. Coletada com Áores em outubro e novembro.
Prancha 15, Àg. B-C. Material selecionado: Cananéia, 25º05’79”S 47º55’58”,
Terrestre ou epíÀta, 50cm. Roseta infundibuliforme. X.1999, G. Martinelli et al. 15873 (RB, SP). Bertioga, X.1998,
Folhas coriáceas, 28-75cm; bainha arroxeada, 12-15,5cm S.E. Martins et al. 302 (SP). Ilhabela, X.1998, L. Suker 28
larg., elíptica, margem inteira; lâmina verde com máculas (HB). Pariquera-Açu, 24º37’55”S 47º45’59”W, X.1999,
rosadas a vináceas, 6-8cm larg., linear, ápice vermelho, G. Martinelli et al. 15859 (RB, SP). São Miguel Arcanjo,
23º04’57”S 47º55’54”W, X.1999, G. Martinelli et al. 15781
arredondado, mucronado, margem serrilhada. Escapo
(RB, SP). Ubatuba, X.1999, B.C. Matteo et al. 525 (ESA).
6-7cm; brácteas verdes, 2,4-4,5cm, triangulares, ápice Ubatuba, 23º21’S 44º58’W, XI.1993. P.C. Gordolinsk et al.
mucronado, margem levemente serrilhada. Inflorescência 29841 (SP).
simples, umbeliforme, 4,5cm. Brácteas Áorais verde- Material adicional examinado: SANTA CATARINA,
hialinas, 4-5,2cm, espatuladas, ápice mucronulado. s.mun., s.d., F. Muller s.n. (B, holótipo). SÃO PAULO, X.1999,
Flores 6-7cm; pedicelo ca. 2,5cm; sépalas verdes, ca. B.C. Matteo et al. 526 (ESA).
2,5cm; pétalas totalmente alvas, 2,5-3cm, apêndices Neoregelia laevis é uma espécie bastante
petalinos ausentes. freqüente nas matas litorâneas de São Paulo. É de fácil
Provavelmente leste do Brasil (Smith & Downs reconhecimento pelas pétalas alvas com parte central
1979). E7, E8, E9. Coletada com Áores em agosto. geralmente verde. Apresenta grande variação de tamanho,
Material selecionado: São Sebastião, IV.2000, W. Foster ocorrendo como epíÀta ou terrestre.
et al. 511 (SP). São Vicente, IX.2007, R.B. Louzada et al. 68
(SP). Ubatuba (Picinguaba), VIII.2004, B. Moreira 260 (SP). 12.8. Neoregelia marmorata (Baker) L.B. Sm., Contr.
Material adicional examinado: SÃO PAULO, Ubatuba Gray Herb. 124: 10. 1939.
(Picinguaba), VIII.2004, M.G.L. Wanderley et al. 2448 (SP). Terrestre, raro epíÀta, 30-40cm. Roseta infundibuli-
Segundo Smith & Downs (1979), a espécie apresenta forme. Folhas coriáceas, 49-70cm; bainha castanha,
distribuição duvidosa, sendo referida para o leste do 11-15cm larg., elíptica, margem inteira, lepidota; lâmina
Brasil, com primeira citação para São Paulo no presente vinácea com máculas verdes, 8-9cm larg., ligulada,
trabalho. A identiÀcação da espécie foi diÀcultada, uma ápice arredondado, mucronado, porção terminal rosada,
vez que o material-tipo não foi preservado, além da falta margem espinescente. Escapo 7cm; brácteas verdes,
de precisão do local de ocorrência. Entretanto, por ser ca. 2,5cm, triangulares, ápice acuminado, margem
abundante no litoral de São Paulo e pelas características levemente serrilhada, imbricadas. Inflorescência
referidas na Flora Neotropica (Smith & Downs 1979) é simples, umbeliforme, 17cm; brácteas primárias verdes,
provável que o material examinado no presente trabalho ca. 4,8cm, oblongas, lepidotas. Brácteas Áorais verdes,
trate-se de Neoregelia johannis. ca. 6cm, oblongas, ápice longo-acuminado. Flores ca.
4,5cm; pedicelo ca. 4cm; sépalas verdes, ca. 2cm; pétalas
12.7. Neoregelia laevis (Mez) L.B. Sm., Contr. Gray alvas, ca. 3cm, liguladas, apêndices petalinos ausentes.
Herb. 104: 78. 1934. Rio de Janeiro e São Paulo. E7, E8, F5, E9. Coletada
Terrestre ou epíÀta, 35-40cm. Roseta infundibuliforme. com Áores de outubro a janeiro.
Folhas coriáceas 35-40cm; bainha castanho-arroxeada, Material selecionado: Bertioga, VIII.1999, S.E. Martins
4,7-7cm larg., oval, margem inteira, lepidota; & P.S.P. Sampaio 638 (SP). Guapiara, VIII, M. Kuhlmann s.n.

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

NEOREGELIA

(SP 41481). Salesópolis, I.1949, M. Kuhlmann & E. Kuehn serrilhada, imbricadas.Inflorescência simples, umbeliforme,
1781 (SP). Ubatuba, II.1996, H.F. Leitão et al. 34286 (SP). 5,5-6,5cm; brácteas primárias alvo-esverdeadas, ca. 2cm,
Espécie muito ornamental e de fácil reconhecimento as basais oval-lanceoladas, lepidotas. Brácteas Áorais
pelas folhas vináceas com máculas verdes, tornando-a verde-hialinas, 1,3-1,8cm, oblongas a liguladas, ápice
bastante atrativa para decoração de praças e jardins. agudo. Flores 5,6-6,5cm; pedicelo ca. 1,2cm; sépalas alvas
com o terço superior vermelho, 3-3,5cm; pétalas violáceas,
12.9. Neoregelia odorata Leme, Harvard Pap. Bot. 4(1): 6-7,5cm, lanceoladas, apêndices petalinos ausentes.
140-141. 1999. Sudeste do Brasil. E8. Coletada com Áores em
Epífita ou terrestre, 27-30cm alt. Roseta infundibuliforme. setembro.
Folhas coriáceas, 22-34cm; bainha vinácea, 8,5-9,5cm Material selecionado: São Sebastião, IX.1973, A. Seidel
larg., elíptica, margem inteira, lepidota; lâmina verde 663 (HB, holótipo).
com margens e ápice vináceos na superfície adaxial e Material adicional examinado: RIO DE JANEIRO, Santa
vinácea com faixas acizentadas-lepidotas na superfície Maria Madalena, IX.2006, E. Leme 1188 (SP).
abaxial, 4,5-5,5cm larg., ligulada, ápice arredondado, Neoregelia paulistana, até recentemente, só era
mucronado, margem espinescente. Escapo 2-2,5cm; conhecida pelo material-tipo, sendo referida também
brácteas hialinas, ca. 2,5cm, ovais, ápice mucronado, para o Rio de Janeiro, em Santa Maria Madalena.
margem inteira, imbricadas. Inflorescência simples, Entretanto, Leme (1997) destacou a possibilidade de
umbeliforme, ca. 4cm. Brácteas Áorais verde-hialinas, equívoco quanto ao local de origem e o número de
ca. 3cm, oblongas a liguladas, ápice emarginado a agudo. coleta do Seidel. Segundo este autor o número 1078 é
Flores ca. 5cm; pedicelo ca. 1cm; sépalas verdes, ca. possivelmente 1087. Apesar dos esforços de coleta na
2,5cm; pétalas alvas com margem e ápice violáceos, ca. localidade do tipo, a mesma não foi mais encontrada no
4cm, espatuladas, ápice acuminado, apêndices petalinos estado de São Paulo.
ausentes. Esta espécie de porte delicado apresenta Áores com
São Paulo. E7. Coletada com Áores de agosto a pétalas violáceas e muito longas.
outubro. Com Áores em cultivo nos meses de setembro O material adicional examinado é procedente
e outubro. da coleção viva de Elton Leme, sendo descendente da
Material examinado: Bertioga, IX.2007, E. Leme 3204 coleção Leme 1188, depositada em HB, com Áoração em
(Áorido em cultivo)(SP). cultivo em outubro de 1987.
Material adicional examinado: Bertioga, VIII.1995, J.C.
Silva s.n. (Áorido em cultivo, X.1995, E. Leme 3204) (HB, 12.11. Neoregelia spiralipetala (Leme) Wanderley &
holótipo). S.E. Martins, comb. nov.
Espécie conhecida apenas pela localidade-tipo, Wittrockia spiralipetala Leme, Bradea 5: 171. 1989.
sendo mantida em cultivo na coleção particular de Rupícola, 40cm. Roseta infundibuliforme. Folhas
Elton Leme. Um exemplar desta coleção, que, segundo coriáceas, ca. 40cm; bainha 10cm larg., elíptica, margem
Leme (com. pess.), é procedente do material-tipo, foi inteira a espinescente no ápice, lepidota; lâmina verde,
incorporado ao Herbário SP, servindo de base para a algumas vezes com pontuações verde-escuras, ca. 6cm
descrição no presente trabalho. larg., ligulada, ápice arredondado, mucronado, margem
A espécie destaca-se pela folhagem vistosa, com espinescente. Escapo 4cm; brácteas alvas com ápice
folhas largas, brilhantes, providas de faixas transversais vináceo, ca. 5,5cm, triangulares, membranáceas.
acinzentadas. Relaciona-se morfologicamente a Inflorescência composta, subcorimbosa, 8cm; fascículos
N. binotii Leme, ambas com Áores perfumadas. curto-pedunculados, com ca. 3 Áores; brácteas primárias
hialinas com ápice vináceo, ca. 7cm, triangulares.
12.10. Neoregelia paulistana E. Pereira, Sellowia 26: Brácteas Áorais hialinas com ápice vináceo, 5,5cm,
76, pl. 1, 2. 1975. estreito-triangulares, ápice acuminado, margem inteira.
Epífita, até 25cm. Roseta tubular. Folhas coriáceas, Flores ca. 8cm, sésseis; sépalas hialinas com ápice
19-23cm; bainha verde-vinácea, 4-5cm larg., oval, margem purpúreo-avermelhado, 3,7cm, ápice longo-acuminado;
inteira, lepidota; lâmina verde com máculas irregulares pétalas creme-amareladas, com ápice purpúreo-
avermelhadas, 2-3cm larg., ligulado-lanceolado, ápice avermelhado no terço superior, ca. 5cm, lanceoladas,
agudo a arredondado, mucronado, margem esparsamente ápice acuminado, apêndices petalinos a ca. 2,5cm da
serrilhada. Escapo 3cm; brácteas 2-4cm, as basais alvas, base, ápice lacerado.
as apicais alvo-esverdeadas com ápice avermelhado, Rio de Janeiro e São Paulo. E9: Áoresta ombróÀla
oval-lanceoladas, ápice mucronado, margem levemente mista. Coletada com Áores em junho.

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

Material examinado: Cunha (Pico da Macela), VI.2006, no gênero Wittrockia devido às suas características
S.E. Martins et al. 953 (SP). morfológicas semelhantes às do gênero Neoregelia
Espécie rara com ocorrência registrada apenas para a s. lato, como presença de pétalas longas, inÁorescência
região da Serra da Bocaina, na divisa entre Rio de Janeiro umbelada e posicionada no fundo do tanque. Com base
e São Paulo, em altitudes superiores a 1.100m. Este é o nos estudos de material desta espécie, coletado em
primeiro registro da espécie para o estado de São Paulo. 2006, em Cunha, no estado de São Paulo por Martins
Wittrockia juntamente com Neoregelia e et al. 953, do material-tipo e a descrição original desta
Nidularium formam um complexo de táxons de espécie, veriÀca-se que a mesma se enquadra no gênero
circunscrição polêmica. Mez (1891-1894) considerou Neoregelia. Apesar da inÁorescência nesta espécie
esses três táxons no gênero Nidularium, constituído ser ramiÀcada, com ramos de até segunda ordem,
de três subgêneros, Regelia (=Neoregelia), Wittrockia característica pouco observada no gênero Neoregelia
e Eunidularium. Tradicionalmente estes três táxons e a presença de apêndices petalinos, a mesma possui
são considerados como gêneros distintos: Neoregelia, Áores pediceladas e pétalas muito alongadas como em
Wittrockia e Nidularium (Smith & Downs 1979). Neoregelia. A morfologia do grão de pólen com exina
Leme (1997) apresentou uma nova circunscrição foveolada em N. spiralipetala (B.A. Moreira com. pess.),
para os gêneros Wittrockia, Canistrum e Neoregelia, semelhante a Neoregelia ibitipocensis (Leme) Leme e
retirando do gênero Wittrockia todas as espécies que N. leucophoea (Baker) L.B. Sm. (Halbitter & Till 1998),
não se relacionam morfologicamente com W. superba. ambas do mesmo subgênero longipetalopsis, corrobora a
Dessa forma, além de W. superba, foram incorporadas inclusão da espécie em Neoregelia, sendo aqui proposta
ao gênero duas espécies de Canistrum, resultando nas a nova combinação: Neoregelia spiralipetala (Leme)
novas combinações: W. cyathiformis (Vell.) Leme e W. Wanderley & S.E. Martins. Contudo, observa-se que a
gigantea (Baker) Leme (Leme 1997). Além disso, nesta circunscrição do complexo Neoregelia e Canistrum
mesma obra, o autor cita W. spiralipetala Leme, espécie (incluindo Wittrockia) ainda não está completamente
descrita em 1989, com base no material proveniente de resolvida, situação que só será melhor esclarecida com a
Parati (estrada Parati-Cunha), coletado em 1986. Leme revisão destes táxons, incluindo o estudo molecular dos
(1997) referiu a posição problemática de W. spiralipetala mesmos.

Prancha 15. A. Neoregelia hoehneana, hábito. B-C. Neoregelia johannis, B. hábito; C. Áor. (A, Coleção viva IBt 1474; B-C,
Wanderley 2448).

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

NIDULARIUM

13. NIDULARIUM Lem.


Bianca Alsina Moreira, Maria das Graças Lapa Wanderley & Gustavo Martinelli

Ervas epíÀtas, rupícolas ou terrestres, rizomatosas, algumas vezes estoloníferas. Roseta infundibuli-
forme, formando tanque. Folhas papiráceas ou subcoriáceas; bainha mais larga que a lâmina, elíptica,
oval ou oblonga; lâmina ligulada, lanceolada ou linear-lanceolada, às vezes canaliculada, em geral mais
estreita na base, com forte distinção da bainha, margem serrilhada a espinescente, lepidotas a glabrescentes.
Escapo ereto, desde muito curto até mais longo que as bainhas foliares; brácteas poucas a numerosas,
em geral foliáceas, envolvendo ou não o escapo. Inflorescência capituliforme, globosa, subglobosa ou
raramente subcilíndrica, com ramiÀcações de primeira ordem, raramente de segunda, eixo principal e
ramos geralmente curtos e espessados; brácteas involucrais presentes ou não. Brácteas primárias poucas
a numerosas, imbricadas, envolvendo os fascículos, geralmente formando um reservatório de água e de
detritos, geralmente amplas, vistosas e coloridas, verdes na base e vermelhas, púrpuras, vináceas, amarelas ou
alaranjadas em direção ao ápice, raramente verdes, geralmente lepidotas e de margem serrilhada; fascículos
1-9-Áores, complanados, subsésseis a curto-pedicelados, quase completamente encobertos pela brácteas
primárias; brácteas Áorais pouco maiores que o ovário até muito maiores atingindo o comprimento das
sépalas, margem inteira ou serrilhada apenas no ápice, carenadas ou não. Flores sésseis ou curto-pediceladas;
sépalas simétricas a assimétricas, conatas apenas na base, carenadas ou não; pétalas geralmente conatas cerca
da metade do comprimento ou apenas na base, desde completamente alvas a coloridas (verdes, alaranjadas,
róseas, roxas, avermelhadas ou azuis), algumas vezes com base e/ou margens alvas, ápice arredondado a
agudo, cuculado, patente ou ereto, apêndices petalinos presentes ou ausentes, calosidades presentes ou não
ao longo dos Àletes internos; estames inclusos na corola, Àletes internos adnatos às pétalas e Àletes externos
livres; ovário ínfero, trígono, com hipanto formando tubo. Fruto baga; sépalas persistentes.
Nidularium possui aproximadamente 56 espécies, quase exclusivas da mata atlântica brasileira, na
faixa compreendida entre a Bahia e o Rio Grande do Sul. Algumas espécies também ocorrem em matas
de galeria junto aos campos rupestres, em Minas Gerais, no domínio do cerrado. Em São Paulo foram
encontradas 22 espécies, todas dentro do domínio de mata atlântica. No presente trabalho foi adotada a
classiÀcação sensu Pereira & Leme (1986) e Wanderley & Moreira (2000), na qual Canistropsis (Mez)
Leme é tratado como subgênero de Nidularium.

Leme, E.M.C. 1998. Canistropsis - Bromélias da Mata Atlântica. Rio de Janeiro, Salamandra, 143p.
Leme, E.M.C. 2000. Nidularium - Bromélias da Mata Atlântica. Rio de Janeiro, GMT, 263p.
Pereira, E. & Leme, E.M.C. 1986. Contribuição ao estudo do gênero Nidularium (Bromeliaceae) – Parte I
– Subgênero Canistropsis. Bradea 4(32): 219-254.
Wanderley, M.G.L. & Moreira, B.A. 2000. Notas taxonômicas de Nidularium Lem. e Wittrockia Lindm.
(Bromelioideae - Bromeliaceae). Acta Bot. Bras. 14(1): 1-9.

Chave para as espécies de Nidularium

1. Pétalas com ápice cuculado, arredondado.


2. Escapo ultrapassando as bainhas foliares.
3. Pétalas com lobos totalmente alvos ou verdes e margem alva.
4. Folhas com estrias transversais; pétalas com lobos verdes e margem alva .... 2. N. amazonicum
4. Folhas sem estrias transversais; pétalas com lobos alvos.
5. InÁorescência com ramiÀcações de segunda ordem, cada ramo com 1-3 fascículos ................
.......................................................................................................................... 11. N. inocenttii
5. InÁorescência com ramiÀcações de primeira ordem.

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

6. Folhas com face abaxial em geral arroxeada, canalículo evidente e constritas na base
......................................................................................................................... 20. N. rubens
6. Folhas em geral verdes, canalículo não evidente e sem constrição evidente na base.
7. Escapo ca. 7cm; brácteas primárias ovais, ca. 3,5cm larg. ............. 14. N. longiflorum
7. Escapo ca. 11,5cm; brácteas primárias lanceoladas, ca. 2cm larg. ..... 17. N. minutum
3. Pétalas azuis, roxas ou róseas.
8. Escapo totalmente recoberto por brácteas.
9. Pétalas conatas somente na base ....................................................................... 16. N. marigoi
9. Pétalas conatas por 2-3cm.
10. Folhas papiráceas; brácteas primárias verdes, algumas vezes com máculas vermelhas no
ápice, levemente serrilhadas ................................................................... 6. N. bocainense
10. Folhas subcoriáceas, raro papiráceas; brácteas primárias vermelhas em direção ao ápice,
densamente serrilhadas.
11. Escapo com 4-6 brácteas ............................................................. 4. N. antoineanum
11. Escapo com 2-3 brácteas.
12. Folhas lanceoladas ou liguladas, ápice agudo; bainha elíptica ou oval; sépalas
com ápice agudo ......................................................... 3. N. angustibracteatum
12. Folhas estreito-triangulares, ápice longo-acuminado; bainha suboblonga; sépalas
com ápice acuminado ............................................................... 19. N. procerum
8. Escapo na maior parte não recoberto por brácteas.
13. Fascículos com 2-3 Áores; apêndices petalinos presentes ........................... 9. N. corallinum
13. Fascículos com 5 Áores; apêndices petalinos ausentes ................................... 21. N. rutilans
2. Escapo não ultrapassando as bainhas foliares.
14. Folhas com face abaxial freqüentemente vinácea a esverdeado-vinácea.
15. Pétalas com ápice amarelo ou alaranjado; brácteas primárias amarelo-avermelhadas em direção
ao ápice, lanceoladas .................................................................................. 8. N. campos-portoi
15. Pétalas com ápice alvo ou azul; brácteas primárias vermelhas em direção ao ápice, ovais a oval-
lanceoladas.
16. Pétalas alvas.
17. Brácteas Áorais 2,5-3,5cm; sépalas ca. 2,8cm .................................. 11. N. innocentii
17. Brácteas Áorais e sépalas iguais ou inferiores a 2cm.
18. Folhas 46,5-78cm, canalículo evidente; brácteas Áorais ca. 2cm, obovais; sépalas
ca. 2cm, obovais ............................................................................... 20. N. rubens
18. Folhas até 36cm, canalículo inconspícuo; brácteas Áorais ca. 1,5cm, oval-
lanceoladas; sépalas ca. 1,5cm, lanceoladas ................................ 1. N. albiflorum
16. Pétalas azuis.
19. Folhas lanceoladas ou liguladas, ápice agudo; bainha elíptica ou oval; sépalas com
ápice agudo .......................................................................... 3. N. angustibracteatum
19. Folhas estreito-triangulares, ápice longo-acuminado; bainha suboblonga; sépalas com
ápice acuminado ................................................................................ 19. N. procerum
14. Folhas sempre verdes em ambas as faces ou com manchas vináceas nas folhas mais internas.
20. Pétalas com ápice coral a róseo, azul ou roxo.
21. Pétalas com ápice azul-escuro ou roxo; brácteas Áorais com margem inteira......................
................................................................................................................... 13. N. jonesianum
21. Pétalas com ápice coral a róseo; brácteas Áorais com margem serrilhada em direção ao
ápice.

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

NIDULARIUM

22. Brácteas do escapo 4, elípticas a triangulares; folhas próximas à inÁorescência e


brácteas primárias com máculas vináceas ............................................ 21. N. rutilans
22. Brácteas do escapo 2-3, oval-lanceoladas; folhas próximas à inÁorescência e brácteas
primárias sem máculas vináceas .......................................................... 12. N. itatiaiae
20. Pétalas com ápice alvo.
23. Brácteas do escapo ultrapassando as brácteas primárias; pétalas alvas ...............................
............................................................................................................. 18. N. picinguabense
23. Brácteas do escapo não ultrapassando as brácteas primárias; pétalas com tubo verde e
ápice alvo.
24. Presença de estolões; bainha elíptica; brácteas Áorais serrilhadas em direção ao ápice
.......................................................................................................... 14. N. longiflorum
24. Estolões ausentes; bainha oblonga; brácteas Áorais inteiras ............... 11. N. inocentii
1. Pétalas com ápice ereto ou patente, agudo, acuminado ou apiculado.
25. Escapo curto, 6,5-7cm, igualando ao comprimento das bainhas foliares; pétalas com ápice patente.
26. Brácteas primárias vermelhas, ca. 4,5×2,1cm, ultrapassando a altura das sépalas, envolvendo a
inÁorescência; brácteas Áorais com margem inteira .............................................. 16. N. microps
26. Brácteas primárias verdes, ca. 2,8×0,9cm, não ultrapassando a altura das sépalas, expondo a
inÁorescência; brácteas Áorais com margem serrilhada ........................................ 7. N. burchellii
25. Escapo longo, 14-35cm, sempre ultrapassando as bainhas foliares; pétalas com ápice ereto.
27. InÁorescência com brácteas involucrais e primárias vermelhas, 3,5-5cm; fascículos com 2-4 Áores;
pétalas livres, apêndices petalinos presentes ......................................................... 10. N. exiguum
27. InÁorescência com brácteas primárias amarelas, 6,5-13cm; fascículos com 5-15 Áores; pétalas
conatas na base, apêndices petalinos ausentes.
28. InÁorescência alongada, ca. 13cm; brácteas primárias deltóides ..................... 22. N. seidelli
28. InÁorescência mais curta, 6,5-7cm; brácteas primárias oval-orbiculares na base e triangular-
atenuadas no ápice .................................................................................... 5. N. billbergioides

13.1. Nidularium albiflorum (L.B. Sm.) Leme, Nidularium São Paulo. E6, E7: mata atlântica de encosta.
Bromél. Mata Atl.: 140-142. 2000. Coletada com Áores em fevereiro e abril.
Epífita ou terrestre, ca. 45cm, estolonífera. Folhas com Material selecionado: Cubatão, IV.1991, E. Leme et al.
bainha vinácea, 7,5-12,5×3,5-6cm, elíptica; lâmina verde 1740 (RB). Juquitiba, VII.1998, R. Menescal & H. Mercier s.n.
na face adaxial e vinácea na face abaxial, papirácea, (HB 73861).
14-36×(2)4,6-8cm, ligulada, canalículo inconspícuo, ápice Material adicional examinado: SÃO PAULO, s.mun.,
II.1938, R. Doering s.n. (SP 39201, holótipo).
acuminado, margem serrilhada. Escapo verde, curto,
2,7-6cm, não ultrapassando as bainhas foliares; brácteas Espécie de circunscrição polêmica, considerada
3-4, verdes, 4,8-16,2×1,3-3,5cm, lanceoladas, ápice anteriormente como uma variedade de Nidularium
acuminado, margem serrilhada, encobrindo completamente purpureum (Smith 1955). Entretanto, Leme (2000)
o escapo. Inflorescência ca. 7,5×8cm, capituliforme. elevou a variedade à categoria de espécie, o que foi aceito
Brácteas primárias verdes, vermelhas em direção ao no presente trabalho. O holótipo de N. albiflorum não
ápice, ca. 6,5×2,5cm, ovais, ápice acuminado, margem apresenta localidade precisa, sendo referida apenas para São
inteira com metade superior serrilhada; fascículos com Paulo. Nidularium albiflorum e N. rubens são simpátricas,
2-3 Áores; brácteas Áorais alvo-hialinas, ca. 1,5cm, oval- ocorrendo na Reserva Biológica de Paranapiacaba, no
lanceoladas, ápice obtuso-acuminado, margem inteira. município de Santo André. N. rubens é muito semelhante
Flores ca. 4,5cm, sésseis; sépalas alvas, assimétricas, a N. albiflorum pelas folhas discolores, brácteas primárias
ca. 1,5cm, conatas ca. 0,6cm, lanceoladas, ápice agudo, vermelhas e Áores alvas. As duas espécies distinguem-se
carenadas; pétalas com tubo e lobos alvos, ca. 4cm, conatas pelo porte menor, folhas menores com canalículos pouco
ca. 3cm, ápice cuculado, arredondado, apêndices petalinos aparentes, menores dimensões no comprimento das bainhas,
ausentes, calosidades ausentes; ovário ca. 0,7cm. das brácteas Áorais e das sépalas em N. albiflorum.

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

13.2. Nidularium amazonicum (Baker) Linden & E. O escapo pode variar de muito curto até mais longo que as
Morren ex Lindm., Öfvers. Förh. Kongl. Svenska bainhas foliares, as brácteas primárias podem ter o ápice
Vetensk.-Akad. 47: 541. 1890. recurvo a ereto e a inÁorescência apresenta fascículos
Prancha 16, Àg. A. com 3-5 Áores. Estas variações serviram de base para
Nidularium amazonicum var. paulistanum Wand. & a proposta de uma nova variedade: N. amazonicum
B.A. Moreira, Acta Bot. Bras. 14(1): 6-8. 2000, var. paulistanum proposta por Wanderley & Moreira
syn. nov. (2000). Leme (2000) publicou posteriormente uma nova
Nidularium krisgreeniae Leme, Nidularium Bromél. espécie com as mesmas características denominando-a
Mata Atl.: 171-173. 2000, syn. nov. N. krisgreeniae. Entretanto, após o exame cuidadoso das
Epífita ou terrestre, 30-50cm, rizomatosa. Folhas com coleções vivas dos estados do Paraná e de São Paulo e das
bainha castanho-lepidota em ambas as faces, 8-20× coleções dos Herbários SP, RB e HB, foram observadas
4,5-6cm, elíptica; lâmina verde, papirácea, 35-60× continuidade nas variações quanto ao tamanho do
3-4,5cm, ligulada, estreitada próximo à base, canaliculada, escapo, ápice das brácteas primárias, desde recurvas
ápice acuminado, apiculado, margem serrilhada, lepidota até eretas, fascículos com 3 a 9 Áores, desde sésseis a
em ambas as faces. Escapo curto a longo, 12,6-23cm, curto-pediceladas, concluindo-se que se trata de um
ultrapassando as bainhas foliares; brácteas 3-4, verdes, mesmo táxon. Desta forma são propostos dois sinônimos
3,5-5,3×1,5-3,5cm, lâmina ligulada, oval na base, ápice para N. amazonicum, sendo eles N. amazonicum var.
agudo, encobrindo quase completamente o escapo. paulistanum e N. krisgreeniae.
Inflorescência 5-8cm, capituliforme, com ramiÀcações
de segunda ordem. Brácteas primárias esverdeadas na 13.3. Nidularium angustibracteatum Leme, Bradea
base e avermelhadas para o ápice, 6,5-9,7×3,6-5,5cm, 4(34): 271-272. 1986.
oval-lanceoladas, ápice acuminado, apiculado, recurvo, Epífita ou terrestre, 35-40cm, rizomatosa. Folhas
margem serrilhada, castanho-lepidotas em ambas as faces; com bainha esverdeada, papirácea, 6-11×3-4,2cm,
fascículos com 3-9 Áores; brácteas Áorais verdes a alvas, oval-lanceolada; lâmina verde, subcoriácea, 24-70,5×
ca. 2,3cm, excedendo ou não as sépalas, largo-ovais, ápice 0,8-1,5cm, estreito-lanceolada, ápice acuminado,
agudo, mucronado, margem inteira, levemente carenadas. margem serrilhada. Escapo esverdeado, ca. 6cm,
Flores 4-5cm, curto-pediceladas; sépalas esverdeadas, ultrapassando ou não as bainhas foliares, esparsamente
subsimétricas, 0,7-3cm, conatas 0,3-0,7cm, elípticas ou lepidoto; brácteas 2, esverdeadas, foliáceas, 29,5-41,5×
oblongas, ápice agudo, mucronulado, carenadas; pétalas 3cm, oval-lanceoladas, ápice acuminado, margem
verdes com margem alva, 3,1-3,7cm, conatas até 1cm, ápice serrilhada, amplectivas, lepidotas em ambas as faces.
cuculado, arredondado, apêndices petalinos Àmbriados a Inflorescência ca. 10×15cm, capituliforme. Brácteas
ca. 1cm da base, calosidades presentes; ovário ca. 1cm. primárias arroxeadas, membranáceas, 10,5-16×4,5-8cm,
Ocorre desde São Paulo até o Rio Grande do Sul. oval-lanceoladas, ápice acuminado-caudado, margem
E6, E7, F5, F6: mata atlântica de encosta. Coletada com densamente serrilhada; fascículos com 3-4 Áores;
brácteas Áorais arroxeadas, 2,8-3,3cm, pouco menores
Áores em janeiro, fevereiro, maio, agosto e outubro e
que as sépalas, lanceoladas, ápice vermelho, agudo,
com frutos em janeiro, maio e junho.
Material selecionado: Ribeirão Grande, VIII.1992, margem inteira na metade inferior, serrilhada em direção
M.G.L. Wanderley et al. 2000 (SP). São Paulo, VI.1930, A. ao ápice, carenadas. Flores ca. 6,2cm, sésseis; sépalas
Gehrt s.n. (SP 25315). Sete Barras, II.1995, R.J. Almeida- alvas com margem arroxeada, levemente simétricas, ca.
Scabbia s.n. (HRCB 21369). Tapiraí, V.1994, R. Mello-Silva et 2,6cm, conatas 0,8cm, lanceoladas, ápice acuminado;
al. 899 (SP, SPF, UEC). pétalas com tubo alvo, lobos azuis, ca. 4,5cm, conatas ca.
Material adicional examinado: PARANÁ, s.mun. (Serra 3cm, ápice cuculado, arredondado, apêndices petalinos
da Graciosa), IX.1990, R. Menescal s.n. (HB 77897). RIO ausentes, calosidades presentes; ovário ca. 1cm,
GRANDE DO SUL, s.mun., I.1996, J.C. Silva s.n. (HB obovóide.
77856). Três Forquilhas, XI.1998, E.M.C. Leme et al. 4447 São Paulo. E7, E8, E9, F6: mata atlântica, proximidades
(HB 84172).
do litoral. Coletada com Áores de abril a novembro.
Nidularium amazonicum foi referida anteriormente Material selecionado: Bertioga, X.1961, L. Seidel 254
para São Paulo apenas pela coleção Gehrt SP 253315. Os (HBR). Cunha, IV.1993, S. Buzato & M. Sazima 28714 (UEC).
novos espécimes desta espécie, coletados para o estado, Pariquera-Açu, IX.2000, B.A. Moreira 219 (SP). Ubatuba,
apresentaram algumas características distintas desta s.d., L.K.C. Araújo s.n. (HB 77815, holótipo).
coleção, especialmente em relação ao comprimento do Nidularium angustibracteatum é uma espécie
escapo e morfologia e coloração das brácteas primárias. com grande aÀnidade com N. procerum. Estes táxons se

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

NIDULARIUM

distinguem essencialmente pela largura das folhas e das lepidoto; brácteas 2-3, amarelo-esverdeadas, ca. 7,1×1,2cm,
brácteas primárias, altura das plantas e número de Áores. estreito-triangulares, ápice acuminado, margem serrilhada,
Entretanto optou-se pela manutenção da duas espécies lepidotas em ambas as faces. Inflorescência 6,5-7×8-8,5cm,
distintas. capituliforme. Brácteas primárias amarelas a vermelhas, ca.
5,5×2,2cm, oval-orbiculares na base e triangular-atenuadas
13.4. Nidularium antoineanum Wawra, Oesterr. Bot. Z. no ápice, ápice acuminado, margem serrilhada; fascículos
30: 113. 1880. com 5-7 Áores; brácteas Áorais alvas com ápice amarelo,
Prancha 16, Àg. B-C. ca. 1×0,4cm, mais curtas até do mesmo comprimento das
Epífita, 25-30cm, rizomatosa. Folhas ca. 14; bainha sépalas, ovais, ápice agudo, margem inteira, carenadas.
castanha, subcoriácea, 10-15×4-6cm, elíptica; lâmina verde, Flores 2-2,5cm, sésseis; sépalas esverdeadas com ápice
papirácea, 12-37×3,5-2cm, ligulada, ápice mucronado, amarelo, levemente assimétricas, ca. 1,5cm, conatas na base
margem geralmente serrilhada. Escapo verde, longo, ca. 0,3cm, ápice acuminado; pétalas alvas, ca. 2cm, conatas
18-25,5cm, ultrapassando as bainhas foliares; brácteas ca. 1cm, liguladas, ápice ereto, agudo a apiculado, quase
4-6, verdes, foliáceas, 3,5-14,5×1,5-5cm, liguladas, arredondado, apêndices petalinos ausentes, calosidade
ápice vermelho, agudo, mucronado, margem serrilhada, ausente; ovário ca. 0,6cm, obovóide.
encobrindo completamente o escapo. Inflorescência Ocorre desde a Bahia até Santa Catarina. D8, E6,
11×8cm, capituliforme. Brácteas primárias avermelhadas, E7, E8, F5, F6, G6: mata atlântica de encosta e mata
foliáceas, membranáceas, ca. 8×4,5cm, ovais, ápice ciliar. Coletada com Áores o ano todo.
apiculado, margem serrilhada no terço superior; fascículos Material selecionado: Bertioga, VIII.1995, S.L. Proença
et al. 64 (SP). Cananéia, E.A. Anunciação & S.J.G. Silva 5
com 3-5 Áores; brácteas Áorais alvas, ca. 3cm, menores que
(SP). Iporanga, V.1996, G.A.D.C. Franco & J.A. Pastore 1388
as sépalas, oblongas, ápice agudo, margem serrilhada, curto- (SP). Sete Barras, I.1994, L.P.C. Morelato et al. s.n. (HRCB
carenadas, densamente lepidotas. Flores ca. 5,5cm, sésseis; 21637). Tapiraí, II.1997, S.L. Proença 173 (SP). Tremembé,
sépalas alvas, assimétricas, ca. 1,5cm, conatas ca. 0,5cm, V.1938, R. Doering s.n. (SP 39455). Ubatuba, IX.1996, M.J.
estreito-ovais, ápice acuminado, carenadas; pétalas com Robim 900 (SPSF).
tubo alvo, lobos roxo-azulados com margem alva, ca. 3,5cm, Espécie de pequeno porte, estolonífera, freqüente na
conatas ca. 2,8cm, ápice cuculado, arredondado, apêndices mata atlântica de São Paulo. Como Nidularium seidelii,
petalinos ausentes, calosidades presentes; ovário ca. 1cm. apresenta escapo alongado e não recoberto pelas brácteas.
Rio de Janeiro e São Paulo. E8, D9: mata atlântica Entretanto, N. billbergioides é facilmente reconhecida
de encosta e de altitude. Coletada com Áores em maio. pelas brácteas primárias mais delicadas e inÁorescência
Material examinado: Bananal, V.1995, E.L.M. Catharino menor, com eixo Áoral mais curto. Smith & Downs (1979)
s.n. (SP 357446). Ubatuba, I.1996, H.F. Leitão Filho et al. consideraram N. billbergioides juntamente com N. seidelii
34291 (SP). pertencentes ao subgênero Nidularium. No estudo sobre
Nidularium antoineanum caracteriza-se por possuir o gênero Nidularium, Leme (1998) elevou o subgênero
escapo alongado recoberto de brácteas foliáceas, Áores Canistropsis Mez ao status de gênero, considerando N.
com pétalas roxo-azuladas no ápice e brácteas primárias billbergioides e N. seidelii neste gênero, discordando de
avermelhadas. Possui aÀnidade com Nidularium marigoi Smith & Downs (1979) que incluíram estas duas espécies no
pelo escapo longo e recoberto por brácteas, diferindo pelas subgênero Nidularium, posição aceita por Pereira & Leme
brácteas do escapo não ultrapassando a inÁorescência e (1986). O gênero Canistropsis é caracterizado pelo ápice das
pétalas livres com margem rosa em N. marigoi. pétalas eretos e agudos, diferentemente das pétalas cuculadas
presentes no gênero Nidularium. No presente trabalho,
13.5. Nidularium billbergioides (Schult. & Schult. f.) Canistropsis foi mantido como subgênero de Nidularium,
L.B. Sm., Contr. Gray Herb. 95: 42. 1931. adotando a proposta de Smith & Downs (1979), uma vez que
Canistropsis billbergioides (Schult. & Schult. f.) não foram observadas características suÀcientes para manter
Leme, Canistropsis Bromél. Mata Atl.: 45-49. Canistropsis como gênero distinto, não se observando
1998. características exclusivas para este táxon.
Epífita, terrestre ou rupícola, 30-40cm, rizomatosa e
estolonífera. Folhas 8-18; bainha esverdeada, papirácea, 13.6. Nidularium bocainense Leme, Bradea 5(16): 169-
6,5×4cm, oval; lâmina verde, papirácea, 19,5-42,5× 170. 1989.
2-2,5cm, mais estreita na metade inferior, lanceolada, ápice Prancha 16, Àg. D.
agudo, atenuado, margem serrilhada. Escapo verde, longo, Epífita ou terrestre, 25-30cm, rizomatosa e estolonífera.
15-30cm, sempre ultrapassando as bainhas foliares, chegando Folhas 10-15; bainha arroxeada, papirácea, 8-13,5×
a atingir o comprimento total das folhas, esparsamente 3-4,5cm, elíptica; lâmina verde, papirácea, 12-29×

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Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

1-2,8cm, elíptica a lanceolada, ápice mucronado, margem faces. Inflorescência 2-5cm, globosa, ultrapassando
esparsamente serrilhada. Escapo longo, 18-25cm, pouco as bainhas foliares. Brácteas primárias verdes,
ultrapassando as bainhas foliares, esparsamente lepidoto; membranáceas, não ultrapassando a altura das sépalas,
brácteas 3-4, verdes, foliáceas, 8,5-21×1-2,5cm, estreito- deixando a inÁorescência exposta, ca. 2,8×0,9cm, ovais,
elípticas a lanceoladas, ápice apiculado, margem ápice acuminado, caudado, margem serrilhada; fascículos
esparsamente serrilhada, encobrindo completamente com 2-8 Áores; brácteas Áorais alvas, 1-2,5cm, mais curtas
o escapo, lepidotas em ambas as faces. Inflorescência que as sépalas, lanceoladas, ápice agudo, margem serrilhada.
ca. 10,5×7,5cm, capituliforme. Brácteas primárias Flores 1,5-2cm, sésseis; sépalas verdes, assimétricas,
verdes, vermelhas no ápice, foliáceas, 5,5-7×2-3,5cm, ca. 2cm, conatas 0,3cm, ápice acuminado, carenadas;
triangulares, ápice apiculado, margem com levemente pétalas alvas, ca. 1,5cm, conatas ca. 0,2cm, liguladas, ápice
serrilhada no ápice; fascículos com 3-4 Áores; brácteas patente, agudo, apêndices petalinos ausentes, calosidade
Áorais ca. 1,8cm, mais curtas que as sépalas, elípticas, incospícua; ovário ca. 0,5cm, elipsóide.
ápice agudo, margem inteira, carenadas. Flores ca. 3,5cm, Rio de Janeiro e São Paulo. E6, E7, E8, F6: mata
sésseis; sépalas esverdeadas, levemente assimétricas, ca. atlântica de encosta. Coletada com Áores de novembro a
2cm, conatas ca. 0,4cm, oblanceoladas, ápice agudo, janeiro e julho.
carenadas; pétalas com tubo alvo, lobos azuis com Material selecionado: Guarujá, XI.1986, R. Bello s.n.
margem alva, ca. 3cm, conatas ca. 2cm, ápice cuculado, (HB 77866). Juquitiba, XII.1988, R. Menescal et al. s.n. (HB
arredondado, apêndices petalinos ausentes, calosidade 77890). Peruíbe, I.1989, V.C. Souza 494 (ESA). Ubatuba,
presentes; ovário ca. 0,9cm. II.1996, H.F. Leitão Filho 34298 (ESA).
Material adicional examinado: Peruíbe, IX.2000, B.A.
Espécie endêmica da Serra da Bocaina nos limites
Moreira 210 (SP).
de São Paulo e Rio de Janeiro. D9: mata atlântica de
Caracteriza-se pelas brácteas primárias curtas não
encosta. Coletada com Áores em fevereiro.
ultrapassando os fascículos das Áores e as brácteas Áorais
Material selecionado: Bananal, IX.1994, E.L.M.
Catharino s.n. (SP 340275). serrilhadas. Neste aspecto, difere de Nidularium microps,
Material adicional examinado: RIO DE JANEIRO, cujas brácteas primárias ultrapassam o fascículo de Áores.
s.mun. (Serra da Bocaina), L.C. Gurken et al. s.n. (HB 77813, Nidularium burchellii ocorre com exclusividade no
holótipo). estado de São Paulo, com maior ocorrência no litoral sul.
Nidularium bocainense caracteriza-se por No presente trabalho a espécie foi considerada
apresentar escapo longo, com inÁorescência no subgênero Canistropsis seguindo Smith & Downs
excedendo a roseta, brácteas do escapo e primárias (1979).
levemente serrilhadas. Esta espécie é relacionada
morfologicamente com N. antoineanum, entretanto 13.8. Nidularium campos-portoi (L.B. Sm.) Wand. &
apresenta a margem das folhas e das brácteas primárias B.A. Moreira, Acta Bot. Bras. 14(1): 6. 2000.
densamente serrilhadas. Wittrockia campos-portoi L.B. Sm., Smithsonian
É considerada Vulnerável pelos critérios da Áora Misc. Collect. 126(1): 36. 1955.
ameaçada de extinção do estado de São Paulo. Epífita, 25-50cm, rizomatosa. Folhas ca. 6; bainha
esbranquiçada, ca. 13×4-6,7cm, elíptica, papirácea;
13.7. Nidularium burchellii (Baker) Mez in C. DC., lâmina verde, frequentemente vináceas na face adaxial,
Monogr. phan. 9: 101. 1896. papirácea, 20-25×1-2,5cm, ligulado-lanceolada, ápice
Prancha 16, Àg. E-F. mucronado, margem serrilhada. Escapo curto, 7-11cm,
Canistropsis burchellii (Baker) Leme, Canistropsis aproximadamente do mesmo comprimento das bainhas
Bromél. Mata Atl.: 26-28. 1998. foliares; brácteas 2, esverdeadas, 6,5×41,5×2,5-3cm,
Canistropsis simulans (E. Pereira & Leme) Leme, oval-lanceoladas, ápice acuminado, margem serrilhada,
Canistropsis Bromél. Mata Atl.: 29-30. 1998. encobrindo completamente o escapo, lepidotas em
Epífita ou rupícola, 26-40cm, estolonífera. Folhas ca. 8; ambas as faces. Inflorescência 9,5-20×4,5cm,
bainha esverdeada, papirácea, 6-9,5×3,5-7cm, elíptica; capituliforme. Brácteas primárias verdes, com ápice
lâmina verde, face abaxial vinácea, papirácea, 13-42,5× amarelo-avermelhado, foliáceas, membranáceas, 6,2-11,2×
2-3,5cm, oblanceolada, ápice acuminado, margem 2,2-3cm, lanceoladas, ápice acuminado, margem
serrilhada. Escapo verde-claro, curto, ca. 7cm, sempre serrilhada em direção ao ápice; fascículos com 1-5 Áores;
imerso na roseta, esparsamente lepidoto; brácteas brácteas Áorais alvas, ca. 1,7cm, menores que as sépalas,
2-4, esverdeadas, 3,2-6×0,5-2cm, lanceoladas, ápice ovais, ápice acuminado, margem inconspicuamente
acuminado, margem serrilhada, lepidotas em ambas as serrilhada, brevemente carenadas. Flores ca. 7cm, curto-

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

NIDULARIUM

pediceladas; sépalas alvo-esverdeadas, assimétricas, ca. 13.9. Nidularium corallinum (Leme) Leme, Nidularium
2,5cm, conatas ca. 0,5cm, ligeiramente obtruladas, ápice Bromél. Mata Atl.: 121. 2000.
agudo, carenadas; pétalas com tubo verde, lobos amarelos Prancha 17, Àg. A-C.
a alaranjados, ca. 5cm, conatas ca. 3,8cm, lanceoladas, Wittrockia corallina Leme, J. Bromeliad Soc. 42(2):
ápice cuculado, arredondado, apêndices petalinos 51, Àg. 1, 2. 1992.
ausentes, calosidade inconspícua; ovário ca. 0,9cm. Nidularium longiscapum B.A. Moreira & Wand.,
Acta Bot. Bras. 14(1): 121-123. 2000.
CHAVE PARA AS VARIEDADES Epífita, 30-42,5cm, rizomatosa. Folhas ca. 12; bainha
verde a levemente arroxeada, papirácea, 7,5-12,5×
1. Planta delicada, ca. 25cm; inÁorescência ca. 9,5cm 3,2-5cm, elíptica, esparsamente lepidota em ambas
compr., fascículos com 1-2 Áores .............................. as faces; lâmina verde, papirácea, 24,5-37×2,2-3,5,
.................................................... var. campos-portoi ligulada a lanceolada, ápice acuminado, margem
1. Planta robusta, 50cm; inÁorescência ca. 20cm compr., serrilhada. Escapo verde, longo, 14-35cm, ultrapassando
fascículos com 3-5 Áores ................... var. robustum as bainhas foliares; brácteas 4-5, verdes, foliáceas,
4-16cm, as superiores ovais, as inferiores lanceoladas,
13.8.1. Nidularium campos-portoi var. campos-portoi ápice acuminado, margem serrilhada, esparsamente
Prancha 17, Àg. F-G. lepidotas em ambas as faces. Inflorescência 5,5-6,5×
9-11cm, capituliforme. Brácteas primárias verdes com
Ocorre no Rio de Janeiro e São Paulo. D9, E8: mata
ápice róseo a purpúreo, raramente verde, 4-8×1,5-3,5cm,
atlântica de encosta. Coletada com Áores em janeiro e
ovais, ápice acuminado e recurvo, margem serrilhada da
fevereiro.
metade até o ápice; fascículos com 3 Áores; brácteas
Material selecionado: Bananal, IX.1989, E.M.C. Leme
s.n. (HB 79228). Ubatuba, I.1996, H.F. Leitão Filho et al.
Áorais alvas com ápice purpúreo, 1,3-2,5cm, mais
34296 (SP). curtas que as sépalas, ovais, ápice longo-atenuado e
Material adicional examinado: S.mun., s.d., B.A. Moreira apiculado, patente, margem serrilhada em direção ao
209 (SP). ápice, carenadas. Flores 2,2-2,9cm, sésseis; sépalas
Nidularium campos-portoi (L.B. Sm.) Wand. & alvo-esverdeadas com ápice purpúreo, assimétricas,
B.A. Moreira possui morfologia facilmente reconhecível ca. 1,8cm, conatas ca. 0,1cm, lanceoladas, carenadas;
dentro do gênero Nidularium apesar de ter sido descrita pétalas róseas, ca. 2cm, conatas 0,3cm, ápice cuculado,
no gênero Wittrockia. Suas principais características são arredondado, apêndices petalinos basais caliciformes
número pequeno de Áores, com ápice alaranjado e corola e com ápice lacerado, ca. 0,4cm, calosidade presente,
muito longa, caráter este que se assemelha ao táxon N. intumescidos no ápice; ovário ca. 0,4cm.
Minas Gerais e São Paulo. D9, E7: mata atlântica
longiflorum.
de encosta.
Material selecionado: Bananal, VI.1995, E.M.C. Leme
13.8.2. Nidularium campos-portoi var. robustum 1427 (HB 77807, holótipo de N. corallinum). Biritiba Mirim,
(E. Pereira & I.A. Penna) Leme, Nidularium Bromél. VI.1984, A. Custodio Filho 2399 (SPSF).
Mata Atl.: 166-167. 2000. Material adicional examinado: Bananal, V.1995, E.L.M.
Ocorre no Rio de Janeiro e São Paulo. D9: mata Catharino s.n. (SP 345834).
atlântica de encosta. Coletada com Áores em junho. Nidularium corallinum foi descrita no gênero
Material examinado: Bananal, VI.1978, G. Martinelli Wittrockia por Leme (1992) devido à presença de
4683 (RB). apêndices petalinos na face interna das pétalas,
Material adicional examinado: RIO DE JANEIRO, Angra característica anteriormente considerada não presente em
dos Reis, I.1983, L.K.C. Araújo 51 (HB 71947, holótipo). Nidularium. Leme (2000) propôs nova combinação para
Parati, II.1995, E.M.C. Leme 2920 (HB). este táxon, passando-o para Nidularium, justiÀcando que
Leme (2000) propôs a variedade robusta pelo maior a presença de apêndices petalinos não era suÀciente para
porte da planta em relação à variedade típica. Entretanto, excluir o mesmo deste gênero. Moreira & Wanderley
analisando o material Martinelli 4683, procedente de (2000) descreveram Nidularium longiscapum, procedente
São Paulo, veriÀcou-se uma grande aÀnidade com N. da Serra da Bocaina em São Paulo, onde desconheciam
longiflorum, devido às brácteas primárias com coloração a espécie aqui tratada, sendo então um sinônimo já
vermelhas e dimensões próximas e Áores longas, ca. publicado por Leme (2002). O material designado como
7,5cm. Dessa forma para melhor delimitação deste táxon, parátipo de N. longiscapum no trabalho de Wanderley
é necessário um estudo de suas populações no campo. & Moreira (2000) no município de Biritiba-Mirim é

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

na realidade também um sinônimo de N. corallinum, petalinos (Pereira & Leme, 1985). Posteriormente,
ampliando então os limites de ocorrência desta espécie. Leme (1998) ao propor o novo gênero Canistropsis,
considerado por Smith & Downs (1979) subgênero de
BibliograÀa adicional Nidularium, apresentou a nova combinação: Canistropsis
Leme, E.M.C. 1992. A new brazilian Wittrockia species. exigua (E. Pereira & Leme) Leme. Entretanto, como não
J. Bromeliad Soc. 42(2): 51, Àg. 1, 2. foi adotado Canistropsis como um gênero, e sim como
Leme, E.M.C. 2002. Two Nidularium species from São subgênero de Nidularium, foi proposta no presente
Paulo state, Brazil: synonyms and further coments. trabalho a nova combinação: Nidularium exiguum
J. Bromeliad Soc. 52(5): 195-201.
(E. Pereira & Leme) B.A. Moreira, Wand. & Martinelli.
Esta espécie é endêmica do litoral norte e caracteriza-
13.10. Nidularium exiguum (E. Pereira & Leme) B.A.
se pelas folhas canaliculadas, escapo vermelho e longo,
Moreira, Wand. & Martinelli, comb. nov.
brácteas involucrais e primárias vermelhas e pétalas
Canistrum exiguum E. Pereira & Leme, Bradea
alvas na antese, tornando-se amareladas. As pétalas são
4(25): 165-166, Àg. 1. 1985.
lanceoladas com ápice ereto e dois apêndices petalinos
Canistropsis exigua (E. Pereira & Leme) Leme,
na face interna. Assemelha-se a N. billbergioides em
Canistropsis Bromél. Mata Atl.: 53-55. 1998. relação ao comprimento do escapo e à morfologia da
Rupícola, terrestre ou epíÀta, 45,5-76cm. Folhas com inÁorescência (Leme 1998).
bainha 6,2-9,5×2,8-3,7cm, elíptica a oboval, castanho- Nidularium exiguum tem características interme-
lepidota; lâmina verde, papirácea, 29-71,5×1,5-3,2cm, diárias entre Canistrum e Nidularium, entretanto a
ligulada, base muito estreita com distinção da bainha, mesma está melhor inserida no gênero Nidularium,
canaliculada, canal pálido e rígido, ápice longo- tanto pelas características externas da planta, conforme
acuminado, apiculado, margem serrilhada. Escapo longo, detalhado anteriormente, como pela morfologia polínica.
28,6-37cm, ultrapassando as bainhas foliares, castanho- O grão de pólen apresenta aberturas semelhantes ao
lanuginoso; brácteas 2-4, vermelho-esverdeadas, padrão predominante de Nidularium, entretanto a
foliáceas, 5-15,3×1-1,8cm, geralmente mais curtas escultura da exina apresenta características semelhantes
que os entrenós. Inflorescência 3,5-5cm, subglobosa. às de Canistrum (Moreira inéd.).
Brácteas involucrais vermelhas, 4,5-11,5×1,8cm,
lanceoladas, ápice longo-acuminado, margem serrilhada, BibliograÀa adicional
castanho-lanuginosas na face abaxial; brácteas primárias Pereira, E. & Leme, E.M.C. 1985. Species novae in
vermelhas, ca. 2,2-3×1cm, ovais a elípticas, ápice longo- Brasilia Bromeliacearum XXVIII. Bradea 4(25): 165-
acuminado, margem serrilhada, levemente castanho- 166. 1985.
lanuginosas na face abaxial; fascículos com 2-5 Áores;
brácteas Áorais 1,2-1,9cm, mais curtas que as sépalas, 13.11. Nidularium innocentii Lem., Ill. Hort. 2(Misc.):
ápice agudo, apiculado, semelhante às brácteas primárias, 13. 1855.
porém menores. Flores 2,5-2,6cm, sésseis; sépalas alvas, Prancha 16, Àg. G-I.
assimétricas, 1,2-2,4cm, conatas 0,1-0,2cm, estreito- Epífita, terrestre ou rupícola, ca. 34cm. Folhas ca. 25;
elípticas, ápice agudo, apiculado; pétalas alvas, 2-2,7cm, bainha esverdeada, subcoriácea, 8-14×5,5-8,5cm, oblonga;
livres, lanceoladas, ápice ereto, agudo, apêndices lâmina verde em ambas as faces ou vinosa na face abaxial,
petalinos Àmbriados, calosidades presentes; ovário ca. papirácea, 22-58,3×4,5-8cm, oblonga, ápice agudo,
0,6cm, castanho-lanuginoso. margem serrilhada. Escapo curto, 5,5-8,5cm, podendo ou
não ultrapassar as bainhas foliares; brácteas 2-3, 3,5-15×
São Paulo. E8: mata atlântica de encosta. Coletada
1,5-2cm, oval-lanceoladas, ápice apiculado, margem
com Áores em julho a agosto e com frutos de fevereiro a
serrilhada, lepidotas em ambas as faces. Inflorescência ca.
setembro.
Material selecionado: São Sebastião, VII.2004, B.A.
10cm, capituliforme, com ramiÀcações de segunda ordem,
Moreira et al. 227 (SP). cada ramo com 1-3 fascículos. Brácteas primárias vistosas,
Material adicional examinado: SÃO PAULO, Salesópolis completamente vermelhas ou verdes com ápice vermelho,
(Boracéia), I.1949, M. Kuhlmann & E. Kuehn 1765 (SP 54212, 6-11×4,5-10cm, oval-lanceoladas, ápice apiculado, margem
holótipo). Salesópolis (Boracéia), II.1950, M. Kuhlmann & E. serrilhada; fascículos com 4-9 Áores; brácteas Áorais alvas,
Kuehn 2343 (SP 54455, parátipo). 2,5-3,5cm, menores que as sépalas, ovais, ápice agudo,
Nidularium exiguum é uma espécie de difícil margem inteira, carenadas. Flores 5-7cm, sésseis; sépalas
posicionamento, sendo publicada sob o gênero alvas com ápice vermelho, assimétricas, ca. 2,8×0,7cm,
Canistrum por apresentar pétalas livres e apêndices conatas ca. 1,2cm, estreito-truladas, lanceoladas, ápice

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

NIDULARIUM

agudo, carenadas; pétalas com tubo esverdeado, lobos alvos, pétalas com tubo alvo-esverdeado, lobos róseos, ca.
ca. 5cm, conatas ca. 4cm, lanceoladas, ápice cuculado, 4cm conatas ca. 2,8cm, ápice cuculado, arredondado,
arredondado, apêndices petalinos ausentes, calosidade calosidades inconspícuas, ovário ca. 1,5cm.
ausente; ovário ca. 0,7cm, ovóide. Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. D8: mata
Ocorre da Bahia até o Rio Grande do Sul, exceto atlântica e campos de altitude. Coletada com Áores em
Espírito Santo. E6, E7, E8, E9, F5, F6, G6: mata junho.
atlântica de encosta, de planalto, de planície e de altitude. Material adicional examinado: RIO DE JANEIRO,
Coletada com Áores o ano todo. Itatiaia, VI.1939, Foster 122 (R, isótipo). Rezende,
Material selecionado: Cananéia, VII.1990, M.G.L. V.1985, G. Martinelli et al. 10808 (RB). Maromba,
Wanderley & M. Sugiyama 1958 (SP). Cunha, XII.1996, J.P. VIII.1989, E.M.C. Leme et al. 1415 (RB).
Souza 750 (SPF). Iporanga IV.1994, V.C. Souza et al. 5950 Nidularium itatiaiae é típica de altitudes
(SP). Pariquera-Açu, I.1995, L.C. Bernacci et al. 1154 (SP). elevadas, ocorrendo entre São Paulo e Rio de Janeiro
Ribeirão Grande, V.1997, M.G.L. Wanderley et al. 2236
exclusivamente na Serra da Mantiqueira. Duas coletas
(SP). São Paulo, XII.1996, R.J.F. Garcia et al. 951pp. (UEC).
Tapiraí, II.1997, S.L. Proença et al. 172 (SP). Ubatuba, I.1996,
desta espécie foram citadas na Flora Neotropica (Smith &
H.F. Leitão Filho et al. 34290 (ESA). Downs 1979), uma em Campos de Jordão por Kuhlmann
Nidularium innocentii apresenta grande s.n. (SP) e outra por Eugenio 3371 (GH), entretanto as
variabilidade morfológica, tanto quanto à coloração mesmas não foram localizadas. Apesar de não ter sido
das folhas e brácteas primárias, como no tamanho da examinado material de herbário para esta espécie, optou-
planta. Em função destas variações, foram propostas se no presente trabalho pela inclusão da mesma, pela
cinco variedades para esta espécie, das quais três, foram forte evidência de sua ocorrência em São Paulo.
referidas por Smith & Downs (1979) para São Paulo sendo Considerada Presumivelmente Extinta no estado
elas: var. innocentii, var. paxianum (Mez) L.B. Smith e de São Paulo, por não haver coletas nos últimos 50
var. wittmackianum (Harms) L.B. Smith. Leme (2000) anos.
não considerou a variedade paxianum e a variedade
13.13. Nidularium jonesianum Leme, Pabstia 6(2): 1-5.
wittmackianum foi sinonimizada em N. longiflorum
1995.
como um novo sinônimo desta espécie. A variedade-
Rupícola, 20cm, rizomatosa. Folhas (5)15-20; bainha
tipo é bastante característica pela presença de folhas
verde, papirácea, ca. 11,5×5,3cm, elíptica; lâmina
discolores ou concolores, com a face adaxial verde e a
verde, papirácea, 14,5×3,5cm, ligulada, ápice agudo,
abaxial vinosa ou ambas as faces verdes. Sua ocorrência
margem fortemente serrilhada. Escapo curto, 5,5cm,
no estado de São Paulo é freqüente, sendo facilmente
não ultrapassando as bainhas foliares; brácteas 3, ca.
reconhecida no campo e no material de herbário.
4,5×1,3cm, lanceoladas, ápice acuminado, margem
fortemente serrilhada, lepidotas em ambas as faces.
13.12. Nidularium itatiaiae L.B. Sm., Smithsonian
Inflorescência 10cm, capituliforme. Brácteas primárias
Misc. Collect. 126: 32, 169, Àg. 76. 1955.
vermelhas a rosadas, ca. 10×4,5cm, ovais, ápice
Epífita ou rupícola, ca. 40cm. Folhas com bainha
acuminado, margem fortemente serrilhada; fascículos
papirácea, ca. 12×5cm, elíptica; lâmina verde com ápice
com 2-3 Áores; brácteas Áorais ca. 2,8×0,9cm, menores
verde ou avermelhado, papirácea, ca. 25×3cm, ligulada,
que as sépalas, lanceoladas, ápice agudo, margem inteira,
ápice agudo a apiculado, margem serrilhada. Escapo ca.
carenadas. Flores ca. 5cm, sésseis; sépalas vermelhas
12cm, não ultrapassando as bainhas foliares; brácteas
em direção ao ápice, 2-2,4cm, conatas ca. 0,5cm,
2-3, 3,5-8,5×1,5cm, oval-lanceoladas, ápice apiculado,
lanceoladas, ápice agudo, carenadas; pétalas com tubo
margem serrilhada no ápice, encobrindo completamente
alvo, lobos azul-escuros a roxos com margem alva, ca.
o escapo, lepidotas na base em ambas as faces.
3,5cm, conatas ca. 2,5cm, ápice cuculado, arredondado,
Inflorescência ca. 13×15m, capituliforme. Brácteas
apêndices petalinos ausentes, calosidades presentes;
primárias vermelhas, membranáceas, ca. 10×15cm,
ovário ca. 1cm, elipsóide.
capituliforme, ápice apiculado, margem serrilhada da
São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
metade superior até o ápice; fascículos com 4-6 Áores;
F5: mata atlântica montana. Coletada com Áores em
brácteas Áorais ca. 1,5cm, menores que as sépalas,
setembro.
elípticas, ápice agudo, margem esparsamente serrilhada Material examinado: Ribeira, IX.1939, M. Kuhlmann s.n.
em direção ao ápice, curto-carenadas. Flores ca. 5cm, (SP 41638).
sésseis; sépalas assimétricas, ca. 1,7cm, conatas ca. Material adicional examinado: RIO GRANDE DO
0,8cm, estreito-obtruladas, ápice acuminado, carenadas; SUL, Três Forquilhas, I.1990, J.C. da Silva 404 (RB 324434,

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

parátipo). Três Forquilhas, IX.1998, E.M.C. Leme et al. Material adicional examinado: RIO DE JANEIRO, Rio de
4452 (HB). Três Forquilhas, IX.1998, E.M.C. Leme et al. Janeiro (Floresta da Tijuca), IV.1986, E. Ule 4036 (B, holótipo).
4448 (HB). Nidularium longiflorum apresenta grande
Considerada “presumivelmente extinta”, pela Áora polimorÀsmo, principalmente em relação ao
ameaçada de extinção no estado de São Paulo, já que sua comprimento das brácteas do escapo e primárias. No
única coleta foi feita por Kuhlmann em 1939. material examinado de Caraguatatuba (Leme 3183)
A espécie apresenta grande valor ornamental, sendo foram veriÀcadas brácteas do escapo ultrapassando a
caracterizada por lâminas e brácteas primárias fortemente altura das brácteas primárias como no material-tipo
serrilhadas; Áores com pétalas azul-escuras a arroxeadas, de N. picinguabense e, nos materiais de Ubatuba, as
ápice com margem alva, sépalas vermelhas em direção ao brácteas do escapo vão desde menores, igualando até
ápice. Apresenta aÀnidade com o grupo de espécies aÀns ultrapassando a altura das brácteas primárias dentro de
a Nidularium procerum. É conhecida apenas por uma uma mesma população. O comprimento das brácteas do
coleta para São Paulo com maior distribuição no estado escapo em relação às brácteas primárias é o principal
de Santa Catarina. A localização no estado de São Paulo caráter que separa estes dois táxons, sendo possível que
é incerta, podendo ter sido encontrada nos municípios de os mesmos constituam uma única espécie, uma vez que
Ribeira e Apiaí onde Àca o Rio Tijuco. estas variações são pouco consistentes. Novos estudos
são necessários para comprovar esta hipótese.
13.14. Nidularium longiflorum Ule, Ber. Deutsch. Bot.
Ges. 14: 408. 1896. 13.15. Nidularium marigoi Leme, J. Bromeliad Soc. 41:
Nidularium inocentii Lem. Var. wittmackianum 112, Àg. 7, 10, 11. 1991.
(Harms) L.B. Sm., in Reitz, Anais Bot. Herb. Terrestre ou epíÀta, ca. 35cm. Folhas ca. 30; bainha
Barbosa Rodrigues 4:34. 1952. papirácea, 16-15×6,5-7,5cm, oval; lâmina verde,
Terrestre, rupícola ou epíÀta, ca. 35cm, estolonífera. avermelhadas na margem e vermelho-escura em direção
Folhas ca. 15; bainha verde-clara a vinácea, papirácea, ao ápice, papirácea, 16-24,5×2-3cm, lanceolada, ápice
7-13×3-4cm, elíptica, face abaxial esparsamente mucronado, margem serrilhada. Escapo ca. 15cm,
lepidota e adaxial lepidota; lâmina verde, papirácea, ultrapassando as bainhas foliares; brácteas ca. 10, vermelhas
27,5-51×2,5-3,8cm, ligulada, ápice acuminado, margem ou verdes, foliáceas, 5,5-8×1,5-4cm, lanceoladas, ápice
serrilhada. Escapo curto, ca. 7cm, ultrapassando ou não mucronado, margem serreada a serrilhada, encobrindo
as bainhas foliares, esparsamente lepidoto; brácteas 2-4, completamente o escapo, lepidotas. Inflorescência 9,5-
foliáceas, 12-21,5×1,8-2cm, lanceoladas a ovais, ápice 12,5×7,5-10,5cm, capituliforme. Brácteas primárias
acuminado, amplectivas, margem serrilhada na metade vermelhas com base esverdeada, papiráceas, 7,5-
superior, lepidotas em ambas as faces. Inflorescência 10,5×4,5-6,5cm, ovais, ápice acuminado, esparsamente
ca. 10,5×6cm, capituliforme. Brácteas primárias serrilhada; fascículos com 2-4 Áores; brácteas Áorais
alaranjadas a vermelhas, membranáceas, ca. 10,5×3,5cm, alvo-esverdeadas, 2,2-2,9cm, mais curtas que as sépalas,
ovais, ápice acuminado a agudo, margem serrilhada em oblanceoladas, ápice acuminado, serrilhado, carenadas.
direção ao ápice; fascículos com 3 a 5 Áores; brácteas Flores 4,5-6cm, pediceladas; pedicelo ca. 1cm; sépalas
Áorais alvas, membranáceas, 1,5-3cm, menores que as alvas, de simétricas a assimétricas, ca. 1,5-2,5cm, conatas
sépalas, ultrapassando o ovário, ovais a elípticas, ápice 0,3-0,5cm, elípticas, ápice agudo, carenadas; pétalas com
agudo a acuminado, margem inteira a serrilhada em base alva e ápice azul com margem rósea, ca. 4,8cm,
direção ao ápice, curto-carenadas. Flores 4,5-7,5cm, conatas apenas na base, ápice cuculado, arredondado,
sésseis; sépalas verdes, assimétricas, 2,5-3cm, conatas apêndices petalinos ausentes, calosidades presentes;
ca. 0,6cm, estreito-elípticas ou lanceoladas, ápice agudo ovário ca. 0,7-1,3cm, trígono.
a acuminado, carenadas; pétalas com tubo verde, lobos Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. D8: mata
alvos, ca. 6,5cm, conatas ca. 2,7cm, ápice cuculado, atlântica de altitude. Coletada com Áores em janeiro,
arredondado, apêndices petalinos ausentes, calosidade fevereiro e agosto.
ausentes; ovário ca. 1cm. Material selecionado: Piquete, XII.2004, B.A. Moreira &
Rio de Janeiro e São Paulo. E8, F5, F6: mata S.E. Martins 251 (SP).
atlântica de encosta. Coletada com Áores em fevereiro, Material adicional examinado: RIO DE JANEIRO,
de maio a agosto e de outubro s.mun. (Parque Nacional de Itatiaia), VIII.1986, E.M.C. Leme
Material selecionado: Capão Bonito, II.1990, L.C. Passos et al. 937 (HB 77810, holótipo).
23117 (UEC). Caraguatatuba, VIII.1995, E.M.C. Leme et al. Nidularium marigoi caracteriza-se pelo grande
3183 (HB). Juquiá, II.1995, J.P. Souza et al. 112 (ESA, SP). número de brácteas (ca. 10) cobrindo o escapo; Áores azuis

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

NIDULARIUM

na antese e róseas após antese; pétalas quase totalmente Terrestre, 30-40cm, rizomatosa. Folhas ca. 15;
livres, conatas apenas na base. Possui aÀnidade com N. bainha verde-clara, papirácea, 6,5-8,5×4-4,5cm, oval,
antoineanum, diferindo pela quantidade de brácteas do esparsamente lepidota; lâmina verde, papirácea,
escapo (4-6). N. marigoi é típica de altitudes elevadas, 19,5-30,5×2-2,5cm, lanceolada, ápice mucronado
ocorrendo na Serra da Mantiqueira, simpatricamente com a apiculado, margem serrilhada. Escapo longo,
N. itatiaiae, e no Parque Estadual de Campos de Jordão. ca. 11,5cm, ultrapassando as bainhas foliares; brácteas
Pela listagem da Áora ameaçada de extinção no 4, verdes, foliáceas, 16-34,5×3-4cm, lâmina lanceolada,
estado de São Paulo é considerada Vulnerável pela sua ápice apiculado, margem serrilhada no ápice, cobrindo
distribuição restrita. completamente o escapo, esparsamente lepidota.
Inflorescência 6,5-7×8-10cm, capituliforme. Brácteas
13.16. Nidularium microps E. Morren ex Mez in Mart., primárias vistosas, verdes com ápice vermelho, foliáceas,
Eichler & Urb., Fl. bras. 3(3): 218. 1891. membranáceas, ca. 13,5-16×2cm, lanceoladas, ápice
Canistropsis microps (E. Morren ex Mez) Leme, apiculado, margem serrilhada no ápice; fascículos com
Canistropsis Bromél. Mata Atl.: 35-38. 1998. 2-3 Áores; brácteas Áorais alvo-esverdeadas, ca. 2cm,
Epífita, terrestre ou rupícola, 32-36,5cm, estolonífera. menores que as sépalas, elípticas, ápice acuminado,
Folhas ca. 8; bainha esverdeada, papirácea, ca. 3,5×6,5cm, margem inteira, carenadas. Flores ca. 5,5cm, curto-
elíptica; lâmina verde, papirácea, ca. 25×2cm, lanceolada, pediceladas; sépalas esverdeadas, quase simétricas,
ápice acuminado, margem serrilhada. Escapo verde-claro, ca. 1,9cm, conatas ca. 0,3cm, oblanceoladas, ápice
curto, ca. 6,5cm, igualando ao comprimento das bainhas agudo, carenadas; pétalas com tubo verde, lobos alvos,
foliares, esparsamente lepidoto; brácteas 2, esverdeadas, ca. 4,5cm, conatas ca. 2,8cm, lanceoladas, ápice cuculado,
ca. 4,5×1cm, lanceoladas, ápice acuminado, margem arredondado, apêndices petalinos Àmbriados, calosidades
serrilhada. Inflorescência 5cm, capituliforme. Brácteas presentes; ovário ca. 0,9cm.
involucrais vermelhas, papiráceas, ca. 4,5×2,1cm, ovais, São Paulo. E7: mata atlântica de encosta. Coletada
ápice acuminado, caudado, margem serrilhada; brácteas com Áores em janeiro e fevereiro.
primárias ultrapassando a altura das sépalas, envolvendo a Material selecionado: Santo André, I.2000, M.G.L.
inÁorescência; fascículos com 5-10 Áores; brácteas Áorais Wanderley 2323 (SP).
alvas, ca. 1cm, menores que as sépalas, elípticas, ápice agudo, Material adicional examinado: Santo André
margem inteira. Flores 1,5-3cm, sésseis; sépalas alvas, (Paranapiacaba), II.2004, B.A. Moreira 243 (SP).
assimétricas, ca. 1,5cm, conatas 0,5cm, ápice acuminado, Nidularium minutum foi transferida por Smith
carenadas; pétalas alvas, ca. 2cm, conatas 0,8cm, liguladas, (1952) para o gênero Wittrockia, sendo revalidada por
ápice patente, agudo, apêndices petalinos ausentes, Leme (2000) no gênero Nidularium, o que foi aceito no
calosidades presentes; ovário ca. 0,8cm, elipsóide. presente trabalho. A espécie caracteriza-se por apresentar
Rio de Janeiro e São Paulo. E8: mata atlântica de escapo longo com brácteas foliáceas e lanceoladas,
encosta. Coletada com Áores de novembro a janeiro. envolvendo totalmente o escapo. As brácteas primárias
Material examinado: Ubatuba, XI.1993, F. Barros são lanceoladas com ápice vermelho, as Áores são alvas
29825 (SP) e as pétalas apresentam apêndice petalino. Possui, como
Nidularium microps caracteriza-se pelas pétalas N. amazonicum, apêndices petalinos Àmbriados. A
patentes e agudas e difere de N. burchellii pela presença espécie é endêmica da Reserva Biológica da Serra de
de brácteas involucrais vistosas e vermelhas. São referidas Paranapiacaba, freqüente no solo da mata.
três variedades para esta espécie sensu Smith & Downs É considerada espécie ameaçada de extinção, na
(1979), distintas entre si pela coloração das folhas e brácteas categoria Vulnerável, por sua distribuição restrita no
involucrais. Em São Paulo ocorre apenas a variedade tipo. estado de São Paulo.
A espécie foi encontrada apenas em Ubatuba, na Serra do
Mar, estando assim nas proximidades do estado do Rio de 13.18. Nidularium picinguabense Leme, Pabstia 4(3):
Janeiro, onde é freqüente. 3, Àg. 2. 1993.
Pela sua distribuição restrita no estado de São Paulo é Epífita, ca. 30cm, estolonífera. Folhas ca. 15; bainha
considerada Vulnerável, na Áora ameaçada de extinção. verde-clara, papirácea, 7-9,5×3,5-4cm, elíptica, quase
glabra em ambas as faces; lâmina verde, papirácea,
13.17. Nidularium minutum Mez, Repert. Spec. Nov. 27,5-34,5×2,8-3,8cm, ligulada, ápice acuminado, margem
Regni Veg. 16: 4. 1919. serrilhada. Escapo curto, ca. 5cm, não ultrapassando as
Prancha 17, Àg. D-E. bainhas foliares; brácteas 2, foliáceas, 12,5-21,5×1,8-2cm,
Wittrockia minuta (Mez) L.B. Sm., Arq. Bot. Estado ultrapassando a altura das brácteas primárias, ovais, ápice
São Paulo 2: 197. 1952. acuminado, amplectivas, margem serrilhada em direção

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

ao ápice. Inflorescência ca. 10×8cm, capituliforme. lanceoladas, ápice agudo, carenadas; pétalas com tubo
Brácteas primárias com ápice vermelho, foliáceas, alvo, lobos azuis, 3,3-4,5cm, conatas ca. 3cm, ápice
membranáceas, ca. 10,5×4cm, ovais, ápice caudado, cuculado, arredondado, apêndices petalinos ausentes,
margem com terço superior serrilhado; fascículos com calosidades presentes; ovário ca. 1cm, elíptico.
3-4 Áores; brácteas Áorais alvo-hialinas, 1,5-2,3cm, Bahia ao Rio Grande do Sul. D9, E6, E8, E9, F5,
menores que as sépalas, quase triangulares, ápice agudo F6, G6: mata atlântica de restinga e encosta. Coletada
ou acuminado, margem inteira, curto-carenadas. Flores com Áores o ano todo.
6-7,5cm, sésseis; sépalas alvas com ápice avermelhado, Material selecionado: Barra do Turvo, II.1995, J.P.
ca. 2,5cm, conatas ca. 0,4cm, elípticas a lanceoladas, Souza et al. 98 (SP). Cananéia, XI.2000, B.A. Moreira &
V.C.C. Oliveira 224 (SP). Cunha, IV.1993, S. Buzato & M.
ápice agudo, carenadas; pétalas com tubo e lobos alvos,
Sazima 28714 (UEC). Mairinque, X.1934, J. Lamber 11 (SP).
ca. 6,5cm, conatas ca. 5cm, ápice cuculado, arredondado, Iguape, IX.2000, B.A. Moreira 212 (SP). Ubatuba, 23º21’09”S
apêndices petalinos ausentes, calosidades presentes; 44º51’04”W, I.1996, H.F. Leitão Filho et al. 34292 (SP). S.mun.
ovário ca. 0,5cm. (Serra da Bocaina), III.1997, G. Martinelii 5759 (RB).
São Paulo. E8, E9. Coletada com Áores em agosto Material adicional examinado: Ribeirão Grande (Fazenda
e outubro. Intervales), VI.2004. M.G.L. Wanderley 2441 (SP).
Material selecionado: Ubatuba, VIII.2004, B.A. Moreira Nidularium procerum é provavelmente a espécie
257 (SP). Ubatuba (Picinguaba), 1984, L.C. Araújo s.n. (HB mais polimórÀca do gênero. Sua ampla área de distribuição,
78421). ocorrendo como terrestre ou epíÀta da Bahia ao Rio Grande
A espécie é considerada até o momento endêmica do Sul, possibilita o desenvolvimento de populações bem
para o estado. Apresenta aÀnidade morfológica com distintas quando examinadas separadamente, permitindo
N. longiflorum, diferindo nas brácteas do escapo que são interpretá-las como táxons separados. Provavelmente,
foliáceas, sendo as inferiores maiores que a inÁorescência em decorrência disto, diferentes nomes foram propostos;
e as brácteas primárias com ápice acuminado–caudado mas na verdade, tratam-se de variações morfológicas
(ver comentários em N. longiflorum). de uma mesma espécie. N. terminale Ule e N. insulare
E. Pereira & Leme, procedentes do Rio de Janeiro,
13.19. Nidularium procerum Lindm., Kongl. Svenska N. kermesianum F.J. Müll. ex Mez, de Santa Catarina,
Vetenskapsakad. Handl. 24(8): 16. 1891. e N. gracile Tardivo, do Paraná, foram devidamente
Prancha 16, Àg. K. sinonimizadas em N. procerum por Leme (2000). Os
Nidularium meeanum Leme, Wand. & Mollo, Fl. estudos realizados no presente trabalho, com base nas
Fanerog. Ilha do Cardoso 3: 108-109, Àg. 139. coleções procedentes do estado de São Paulo, mostraram
1992, syn. nov. a diÀculdade de identiÀcar N. procerum e diferenciá-la
Epífita, terrestre ou rupícola, 30-40cm. Folhas ca. 14-18; de espécies aÀns.
bainha esverdeada, subcoriácea a papirácea, 6-32,5× As diferenças utilizadas para manter N. meeanum
3-16,5cm, oval, oval-lanceolada ou elíptica; lâmina separada de N. procerum são pouco consistentes,
verde, raramente arroxeada na face abaxial, subcoriácea referindo-se essencialmente às larguras das folhas e
a papirácea, 24-70,5×0,8-11,5cm, lanceolada, ápice agudo das brácteas, diâmetro da inÁorescência e orientação
a acuminado, margem serrilhada a espinescente. Escapo das brácteas primárias (Leme 2000). Segundo Leme
longo, 6-24,5cm, ultrapassando ou igualando às bainhas (2000), N. meeanum é uma espécie intermediária entre
foliares; brácteas 2-3, verdes, 7-41,5×0,7-3cm, estreito- dois complexos de espécies, dos quais um deles inclui
triangulares, ápice acuminado, margem serrilhada, N. procerum. Os limites para manter estes táxons
encobrindo totalmente o escapo, lepidotas em ambas separados são muito frágeis, com indivíduos
as faces. Inflorescência ca. 12×15cm, capituliforme. intermediários entre eles. Além disso, o estudo da
Brácteas primárias esverdeadas na base e vermelhas morfologia polínica evidenciou, que apesar das
ou roxas em direção ao ápice, 7-18×4,3-7cm, oval- diferenças encontradas, os dados obtidos não separam
lanceoladas, ápice acuminado, margem densamente N. procerum de N. meeanum (Moreira et al. 2005).
serrilhada na porção superior; fascículos com 3-9 Áores;
BibliograÀa adicional:
brácteas Áorais alvas na base, esverdeadas em direção Moreira, B.A., Cruz-Barros, M.A.V. & Wanderley, M.G.L.
ao ápice, 2-4,5cm, menores que as sépalas, lanceoladas, 2005. Morfologia polínica de algumas espécies dos
ápice acuminado, margem serrilhada apenas no ápice, gêneros Neoregelia L.B.Sm. e Nidularium Lem.
carenadas. Flores 4,5-6,2cm, sésseis; sépalas verdes, (Bromeliaceae) do Estado de São Paulo, Brasil. Acta
quase simétricas, 1,7-3,5cm, conatas ca. 0,7cm, Bot. Bras. 19: 61-70.

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

NIDULARIUM

13.20. Nidularium rubens Mez in Mart., Eichler & Urb., serrilhada, lepidota em ambas as faces. Inflorescência
Fl. bras. 3(3): 220. 1891. 9-11,5×10-11cm, capituliforme. Brácteas primárias
Prancha 16, Àg. J. róseas com manchas vináceas, 7,8-9,5×4,5-5,5cm, ovais,
Terrestre, ca. 1m, rizomatosa. Folhas ca. 9; bainha ápice apiculado, margem serrilhada em direção ao ápice;
na base alva e vinácea em direção ao ápice, papirácea, fascículos com 5 Áores; brácteas Áorais coral a vináceas,
12,5-20,5×2,5-5cm, elíptica; lâmina verde-escura ca. 2cm, menores que as sépalas, ovais, ápice obtuso,
na face abaxial e esverdeado-vinosa na face adaxial, inconspicuamente serrilhada em direção ao ápice.
46,5-78×2,5-5cm, ligulada, canalículo evidente, ápice Flores 4,5-5cm, pediceladas; sépalas coral a vináceas,
acuminado, base estreita, margem serrilhada. Escapo simétricas, 1,4-2cm, conatas ca. 0,5cm, obovais, ápice
alvo-esverdeado, curto, 7,5-18cm, ultrapassando ou agudo, carenadas; pétalas com tubo alvo, lobos coral
igualando às bainhas foliares; brácteas 3, verde-vináceas a róseos, ca. 4cm, conatas ca. 3cm, ápice cuculado,
com ápice vermelho, 7-20,5×2-3cm, oval-lanceoladas, arredondado, apêndices petalinos ausentes, calosidades
ápice acuminado, margem serrilhada, encobrindo presentes; ovário alvo, ca. 1,5cm.
completamente o escapo, lepidotas em ambas as faces. Rio de Janeiro e São Paulo. D9, E6, E7, E8, E9:
Inflorescência ca. 7,5×8,5cm, capituliforme. Brácteas mata atlântica de encosta alto montana. Coletada com
primárias vermelhas em direção ao ápice e verdes na base, Áores em fevereiro, junho, setembro e novembro.
ca. 9,5×5cm, ovais, ápice acuminado, margem serrilhada Material selecionado: Bananal, IX.1989, E.M.C. Leme
no ápice, fascículos com 3-5 Áores; brácteas Áorais alvas, 1423 (HB). Caraguatatuba-Taubaté, IX.1990, J.C. da Silva
ca. 2cm, menores que as sépalas, obovais, ápice agudo, s.n. (HB 79231). Cunha, VI.1978, G. Martinelli 4626 (RB).
margem inteira, raramente serrilhada no ápice. Flores ca. São Paulo, 23º56’08”S 46º40’49”W, II.1995, S.A.P. Godoy et
4,5cm, sésseis; sépalas alvo-avermelhadas, assimétricas, al. 357 (SP). Tapiraí, II.1997, S.L. Proença et al. 162 (SP).
ca. 2cm, conatas ca. 0,8cm, obovais, ápice agudo; Na Flora Neotropica (Smith & Downs 1979), a
pétalas com tubo e lobos alvos, ca. 3,7cm, conatas ca. espécie foi citada apenas para o Rio de Janeiro ocorrendo
2,8cm, ápice cuculado, arredondado; apêndices petalinos como terrestre em altitudes entre 1.800 e 2.300m. Em
ausentes, calosidade incospícua; ovário ca. 0,7cm. São Paulo foi encontrada como epíÀta em altitudes entre
Rio de Janeiro e São Paulo. E7, E8, F5: mata 1.200 a 1.300m. É uma espécie facilmente reconhecível
atlântica. Coletada com Áores de fevereiro a julho. quando está em Áoração, quando suas brácteas primárias
Material selecionado: Capão Bonito, II.1990, L.C. Passos são róseas com manchas vináceas e Áores rosa.
23127 (UEC). Salesópolis, III.1976, M.G. Lima 10 (SP). Santo
André, II.2004, B.A. Moreira 242 (SP). 13.22. Nidularium seidelii L.B. Sm. & Reitz, Phytologia
Material adicional examinado: RIO DE JANEIRO, 9: 257, pl. 4, Àgs. 11-13. 1963.
s.mun., IX.1881, A. Glaziou 13248 (B, holótipo). Canistropsis seidelii (L.B. Sm. & Reitz) Leme,
A espécie é muito confundida em herbário com Canistropsis Bromél. Mata Atl.: 42-44. 1998.
Nidularium billbergioides pelas folhas canaliculadas e Epífita, ca. 1m, estolonífera. Folhas lepidotas em ambas
longas, mesma forma da inÁorescência; porém ocorre as faces; bainha esbranquiçada, subcoriácea, ca. 12×7cm,
predominantemente no solo das matas, enquanto a outra
lanceolada; lâmina verde, papirácea, 37-60×0,4-3,2cm,
espécie é predominantemente epíÀta. Em N. rubens
estreito-oblonga, ápice mucronado, margem serrilhada.
as folhas apresentam uma nítida constrição na base
Escapo verde, longo, 20-32cm, ultrapassando as
da lâmina, característica bem visível nos materiais de
bainhas foliares, lepidoto; brácteas 2-3, amarelas,
herbário, além das Áores alvas com ápice cuculado,
4-8,8×1,2-3,2cm, lanceoladas, ápice acuminado, margem
brácteas primárias vermelho-vináceas e escapo longo
encoberto pelas brácteas escapais. serrilhada, lepidota em ambas as faces. Inflorescência
ca. 13×8-8,5cm, subcilíndrica. Brácteas primárias
13.21. Nidularium rutilans E. Morren, Belgique Hort. amarelas, papiráceas, 6,5-7×3,5-4,9cm, deltóides, ápice
35: 81. 1885. agudo-acuminado, margem serrilhada; fascículos com
Epífita, ca. 30cm. Folhas ca. 10; bainha verde-clara, 8-15 Áores; brácteas Áorais alvas com ápice esverdeado,
11-14,5×6-7cm, elíptica, papirácea; lâmina verde, ca. 2cm, menores que as sépalas, estreito-triangulares,
com manchas vináceas quando próximo às brácteas da ápice agudo, margem inteira, carenadas. Flores ca. 3,3cm,
inÁorescência, papirácea, 11-24,5×3-3,8cm, ligulada, sésseis; sépalas esverdeadas, levemente assimétricas, ca.
ápice acuminado, margem serrilhada. Escapo alvo- 0,9cm, conatas ca. 0,3cm, obovais, ápice acuminado;
esverdeado, curto, 9-11cm, não ultrapassando as bainhas pétalas alvas, ca. 1,3cm, conatas ca. 1cm, elípticas,
foliares; brácteas 4, verdes, 5,5-15×3-4cm, elípticas ápice ereto, acuminado, apêndices petalinos ausentes,
a triangulares, ápice apiculado, margem largamente calosidades inconspícuas; ovário elipsóide.

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

Rio de Janeiro e nordeste de São Paulo E7, E8, E9: A espécie é caracterizada pelas brácteas primárias
mata atlântica de encosta, planície e restinga. deltóides com inÁorescência muito vistosa e extensa. Foi
Material selecionado: Cubatão, III.1988, A. Seidel citada por Smith & Downs (1979) como endêmica para
1104 (HB). Ubatuba, V.1962, A. Seidel 6-20 (HB, holótipo). São Paulo, mas ocorre em quase toda extensão da Serra
Ubatuba (Picinguaba), III.1989, A. Furlan et al. 797 (HRCB). do Mar, sendo também encontrada em Parati (RJ).

Prancha 16. A. Nidularium amazonicum, apêndices petalinos. B-C. Nidularium antoineanum, B. hábito; C. Áor. D. Nidularium
bocainense, inÁorescência. E-F. Nidularium burchellii, E. hábito; F. fascículo da inÁorescência; G-I. Nidularium innocentii,
G. hábito; H. fascículo da inÁorescência; I. Áor com bráctea Áoral. J. Nidularium rubens, hábito. K. Nidularium procerum,
hábito. (A, Wanderley 2000; B-C, Catharino SP 357446; D, Catharino SP 340275; E-F, Moreira 210; G-I, Wanderley 2236;
J, Moreira 242; K, Wanderley 2441).

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

PITCAIRNIA

Prancha 17. A-C. Nidularium coralinum, A. hábito; B. fascículo da inÁorescência; C. corola com pétalas rebatidas, mostrando
estames e apêndices petalinos caliciformes com ápice lacerado. D-E. Nidularium minutum, D. inÁorescência; E. apêndices
petalinos Àmbriados. F-G. Nidularium campos-portoi, F. hábito; G. fascículo da inÁorescência. (A-C, Catharino SP 345834;
D-E, Moreira 243; F-G, Moreira 209).

14. PITCAIRNIA L’Hér., nom. cons.


Rafaela Campostrini Forzza

Ervas rupícolas, terrestres ou muito raramente epíÀtas; caule reduzido ou com longo rizoma. Folhas
rosuladas ou mais raramente dísticas, algumas vezes pecioladas, monomórÀcas ou dimórÀcas, inteiras ou
espinescentes, algumas vezes decíduas; lâmina papirácea, ligulada, lanceolada a largo-lanceolada, ápice em
geral longo-atenuado, margem inteira, raramente espinescente. Escapo em geral evidente, terminal; brácteas
conspícuas ou reduzidas. Inflorescência simples ou composta. Brácteas Áorais conspícuas ou reduzidas,
semelhantes às do escapo. Flores vermelhas, amarelas, alvas ou verdes, actinomorfas ou zigomorfas pela
torção das pétalas, pediceladas; sépalas livres, sinistrorsas, convolutas, simétricas ou subsimétricas; pétalas
espatuladas, dextrorsas, convolutas, livres, apêndices petalinos em geral ausentes; Àletes lineares, todos
livres ou às vezes os internos adnatos à base das pétalas, anteras lineares, inclusas ou exsertas pela torção da
corola; ovário súpero ou semi-ínfero, piramidal, glabro, estilete Àliforme, estigma conduplicado-espiralado,
placentação axial. Fruto cápsula, com perianto persistente; sementes numerosas, lineares ou fusiformes,
com superfície celular heterogênea, aladas em ambos os pólos ou com ala lateral única.
Pitcairnia (lato sensu) é o maior gênero da subfamília Pitcairnioideae, com cerca de 350 espécies.
Ocorre no México, América Central, Antilhas e por quase toda a América do Sul, com a maior riqueza de
espécies na região andina, e uma espécie na África (Smith & Downs 1974, Luther 2004). No Brasil são
registradas 43 espécies, sendo que a grande maioria se encontra distribuída dentro dos domínios da Áoresta
atlântica e amazônica (Martinelli & Forzza 2006). Em São Paulo pode ser encontrada apenas uma espécie.

Martinelli, G. & Forzza, R.C. 2006. Pitcairnia L’Hér.: uma nova espécie, P. azouryi Martinelli & Forzza, e
observações sobre P. encholirioides L.B. Sm. Revista Brasil. Bot. 29(4): 603-607.

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

14.1. Pitcairnia flammea Lindl., Bot. Reg. 13: pl. 1092. variedades, que não foram tratadas no presente trabalho
1827. por acreditar-se que apenas um estudo mais aprofundado
Prancha 18, Àg. A. sobre toda a variação da espécie poderá esclarecer a
Rupícola; caule geralmente reduzido ou formando verdadeira identidade dos táxons.
estolões alongados. Folha delicadas, monomorfas,
arqueadas, poucas a muitas; pecíolo ausente; bainha
castanha, marcescente, 3,2-5×1,5-2,7cm, margem inteira;
lâmina verde com pálido canal mediano na face adaxial,
papirácea, 34-90×1,2-2cm, ligulada a estreito-elíptica,
algumas vezes decíduas, ápice atenuado a longo atenuado,
margem inteira, glabra até lanosa na face abaxial. Escapo
verde a vermelho, 35-70cm, lanoso a glabrescente;
brácteas verdes até estramíneas, maiores que os entrenós,
lanceoladas, ápice atenuado, margem inteira, glabrescentes.
Inflorescência simples, ereta, pauci a multiÁora, laxa,
16-25cm; raque verde até vermelha, glabrescente;
brácteas Áorais vermelhas, verdes ou estramíneas, 1,5-3×
0,2-0,5cm, menores ou igualando aos pedicelos, semelhantes
às do escapo, lanceoladas, lanosas a glabrescentes. Flores
eretas, pediceladas; pedicelo 0,5-1,2cm, glabro a lanoso;
sépalas verdes a castanho-avermelhadas, 1,3-2,5×0,3cm,
lanceoladas, lanosas a glabrescentes; pétalas vermelhas,
4,5-5,5×0,6cm, espatuladas, glabras; Àletes Àliformes,
anteras lineares, excedendo a corola; estilete igualando às
anteras. Fruto 1,5-2,3cm.
Pitcairnia flammea possui ampla distribuição,
ocorrendo do sul da Bahia até Santa Catarina,
freqüentemente sobre rochas em locais úmidos da mata
atlântica. C6, D7, E8, F4, F7, F6, G6. Coletada em Áor
em várias épocas do ano com predomínio entre dezembro
e fevereiro.
Material selecionado: Altinópolis, III.1993, W. Marcondes
et al. 579 (SPFR). Bragança Paulista, II.1957, O. Handro 684
(SP). Cananéia, I.1991, F. Barros & J.E.L.S. Ribeiro 2076
(SP). Iguape, X.1995, S.L. Proença et al. 110 (SP). Itararé,
XI.1994, K.D. Barreto et al. 3266 (ESA, SP). Praia Grande,
V.1982, M. Kawall 182 (SP). Ubatuba, I.2000, R.C. Forzza &
R. Mello-Silva 1463 (SPF).
Pitcairnia flammea apresenta ampla distribuição
geográÀca na costa leste do Brasil e uma grande variação
morfológica, levando alguns autores a reconhecer sete
variedades para a espécie. Segundo Smith & Downs
(1974), no estado de São Paulo ocorreriam três das sete Prancha 18. A. Pitcairnia flammea, hábito. (A, Marcondes 579).

15. QUESNELIA Gaudich.


Suzana Lúcia Proença, Suzana Ehlin Martins & Maria das Graças Lapa Wanderley

Epífitas, terrestres ou rupícolas. Roseta infundibuliforme ou tubular, formando tanque. Folhas


papiráceas a coriáceas, lepidotas em ambas as faces; bainha com margem inteira; lâmina com margem
serrilhada a espinescente. Escapo ereto a recurvo, desenvolvido; brácteas espiraladas, laxas a imbricadas.

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

QUESNELIA

Inflorescência simples ou com ramiÀcações apenas na base, ereta ou pêndula. Brácteas Áorais geralmente
conspícuas e vistosas. Flores sésseis; sépalas assimétricas ou subsimétricas, livres ou conatas na base;
pétalas livres, eretas, com 2 apêndices petalinos, basais, serreados a Àmbriados, 2 calosidades ao longo dos
Àletes internos; estames inclusos, Àletes internos adnatos à base das pétalas; ovário ínfero, com hipanto
formando tubo. Fruto baga.
O gênero é exclusivamente brasileiro e representado por 17 espécies (Luther 2006), distribuídas na
costa leste, da Bahia até Santa Catarina. No presente trabalho é referida mais uma espécie para o gênero,
Quesnelia violacea, recentemente descrita.
É dividido em dois subgêneros, Quesnelia e Billbergiopsis Mez, ambos ocorrentes no estado de São
Paulo.

Vieira, C.M. 2006. Quesnelia Gaudich. (Bromelioideae: Bromeliaceae) do estado do Rio de Janeiro, Brasil.
Pesquisas, Bot. 57: 7-102.

Chave para as espécies de Quesnelia

1. InÁorescência composta; folhas em geral disticamente dispostas ..................................... 3. Q. marmorata


1. InÁorescência simples; folhas em geral polisticamente dispostas.
2. InÁorescência estrobiliforme.
3. Brácteas Áorais com bainha 1,5-2cm larg., suborbicular, e lâmina 0,6-1,1cm larg., oblonga, ápice
agudo a arredondado, mucronado, margem pouco a densamente serrilhada ............... 1. Q. arvensis
3. Brácteas Áorais 1,2-2cm larg., oblongas, sem distinção entre bainha e lâmina, ápice arredondado a
retuso, às vezes apiculado, margem inteira ou inconspicuamente serrilhada ................ 4. Q. testudo
2. InÁorescência corimbiforme.
4. InÁorescência esparsamente lanuginosa; brácteas Áorais dimórÀcas, as inferiores 2,5-6,6×0,4-1cm,
estreitamente oblongo-elípticas, as superiores 0,3-2,6×0,1-0,2cm, estreito-triangulares, inconspícuas,
em geral muito mais curtas que o ovário; pétalas róseo-escuras; ovário creme-avermelhado .............
............................................................................................................................................2. Q. humilis
4. InÁorescência densamente lanuginosa; brácteas Áorais 4-6×1-1,5cm, oblongas, excedendo as sépalas
por ca. 1cm; pétalas violeta; ovário alvo ....................................................................... 5. Q. violacea

15.1. Quesnelia arvensis (Vell.) Mez in Mart., Eichler & ápice, alvo-lepidotas na face abaxial. Inflorescência
Urb., Fl. bras. 3(3): 381. 1892. simples, estrobiliforme, ereta, 6-13,5×3,5-8cm, cilíndrica
Prancha 19, Àg. D. ou elipsóide. Brácteas Áorais róseas, eretas, imbricadas,
Bromelia arvensis Vell., Fl. Áumin. 130. 1825 3-4,7cm, com bainha 1,5-2cm larg., suborbicular, lâmina
(1829); Icon. 3: tab. 114. 1927 (1831). 0,6-1,1cm larg., oblonga, ápice agudo a arredondado,
Terrestre ou epíÀta, 36,5-50cm. Roseta infundibuliforme. mucronado, margem pouco a densamente serrilhada,
Folhas 36,5-50cm; bainha castanho-escura, 6-9,5cm ondulada ou plana, lepidotas. Flores 3,2-3,4cm; sépalas
larg., oblonga ou elíptica, margem inteira; lâmina alvas, assimétricas, ca. 10×5-6mm, conatas na base ca.
2,5-4,5cm larg., estreito-triangular a lanceolada, ápice 1mm, ápice mucronulado, lepidotas; pétalas alvas com
com mancha castanho-escura, agudo a obtuso, pungente, ápice lilás ou roxo, 2,2-2,6cm, obovais; ovário róseo,
margem serrilhada a espinescente, espinhos ca. 1mm. subcilíndrico, alvo-lanuginoso.
Escapo alvacento, 20-41cm, alvo-lanuginoso; brácteas Rio de Janeiro e São Paulo. Muito freqüente na
alvas com margem avermelhada, papiráceas, eretas, vegetação de restinga formando densas populações em
densamente imbricadas, envolvendo completamente o todo litoral de São Paulo. E7, E8, F6, F7, G6: mata
escapo, estreito-elípticas, ápice castanho-escuro, agudo atlântica, restinga, dunas e manguezal. Coletada com
e pungente, margem inteira ou serrilhada próximo ao Áores de março a outubro.

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

Material selecionado: Bertioga, II.1968, L.B. Smith & E.L. Quesnelia imbricata, espécie que ocorre no Sul do
McWilliams 15387 (R). Cananéia, 25°01’04”S 47°54’43”W, Brasil. Este material, proveniente de Itararé, está em
IX.1994, P.H. Miyagi et al. 196 (ESA, SP). Peruíbe, V.1996, fruto e pode representar Q. imbricata, entretanto não se
L.P. Queiroz et al. 4534 (SP, SPSF). Iguape, V.1918, F.C.
descarta a possibilidade de um sinônimo.
Hoehne s.n. (SP 1904). Ubatuba, VIII.2004, M.G.L. Wanderley
et al. 2443 (SP).
Pertencente ao subgênero Quesnelia, caracterizado
pela inÁorescência simples, estrobiliforme, elipsóide ou
cilíndrica.

15.2. Quesnelia humilis Mez in Mart., Eichler & Urb.,


Fl. bras. 3(3): 386. 1892.
Prancha 19, Àg. A-C.
Quesnelia hoehnei L.B. Sm., Contr. Gray Herb. 95:
43, pl. 10, Àg. 3-5. 1931.
Epífita ou terrestre, 30-68,5cm. Roseta infundibuliforme a
tubular. Folhas 23,5-68,5cm; bainha geralmente castanho-
escura na face adaxial, 5-5,8cm larg., elíptica, margem
inteira; lâmina 1,5-4,5cm larg., ligulada, ápice arredondado
a retuso, mucronado, margem serrilhada. Escapo
avermelhado, 19,5-38cm, alvo-lanuginoso; brácteas
vermelhas, membranáceas, as superiores imbricadas,
ultrapassando os entrenós, 4-7,5×0,7-2,1cm, estreitamente
C
oblongo-elípticas a lanceoladas, ápice agudo, mucronado,
margem inteira, esparsamente alvo-lanuginosas.
A
Inflorescência simples, corimbiforme, ereta, 4,5-8,5× B
4-6cm, esparsamente lanuginosa (exceto as pétalas).
Brácteas Áorais vermelhas, dimórÀcas, as inferiores
2,5-6,6×0,4-1cm, estreitamente oblongo-elípticas, as
superiores 0,3-2,6×0,1-0,2cm, estreito-triangulares, em
geral muito mais curtas que o ovário. Flores 4,5-6cm;
sépalas vermelhas, subsimétricas, 1,8-3,4cm, conatas
na base ca. 2mm, lanceoladas; pétalas róseo-escuras,
2-4,3cm, liguladas, ápice ; ovário creme-avermelhado,
ovóide, costelado, lanuginoso a glabrescente.
São Paulo. E7, F4, F5, F6, F7: mata atlântica e campo
rupestre. Coletada com Áores em fevereiro e de maio a
outubro, com frutos em fevereiro e de agosto a outubro.
Material selecionado: Iguape, V.1991, L. Rossi et al. 879
(SP, SPSF). Itararé, 24°18’01,6”S 49°12’46,3”W, VIII.1994,
K.D. Barreto 2952 (ESA, SP). Jacupiranga (Parque Estadual de
Jacupiranga), 24°57’44,5S 48°24’53,6W, II.1995, A.C. Araújo
& E.A. Fischer 33484 (UEC). Peruíbe, X.1988, V.C. Souza
et al. 207 (ESA). São Paulo (Colônia Capivari), 23°56’08”S
46°40’49”W, IX.1994, S.A.P. Godoy et al. 221 (PMSP, SP).
Material adicional examinado: SÃO PAULO, São
Paulo (Parque Estadual Fontes do Ipiranga), II.1979, M.G.L.
Wanderley 100 (SP).
Pertencente ao subgênero Billbergiopsis, esta
espécie é endêmica do estado de São Paulo, formando
D
densas touceiras na mata. Prancha 19. A-C. Quesnelia humilis. A. hábito; B. Áor; C.
A coleção Barreto 2952 difere do padrão da espécie corte transversal do ovário. D. Quesnelia arvensis, hábito (A-
por apresentar a inÁorescência alongada, lembrando C, Wanderley 100; D, Wanderley 2443).

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

QUESNELIA

15.3. Quesnelia marmorata (Lem.) Read, Bull. Bromeliad lepidotas; pétalas lilases com base alva, 2,6-3cm, obovais;
Soc. 15: 23. 1965. ovário alvo, ovóide, lanuginoso.
Billbergia marmorata Lem., Ill. Hort. 2: pl. 48. São Paulo. E7, E8: mata atlântica de encosta e
1855. restinga. Coletada com Áores em outubro, novembro e
Epífita, 53-74cm. Roseta tubular. Folhas em geral fevereiro.
disticamente dispostas, 39-64cm, face abaxial com faixas Material selecionado: Caraguatatuba (Parque Estadual da
transversais irregulares, alvas ou castanho-acinzentadas; Serra do Mar), X.1999, G. Martinelli et. al. 1589 (RB, SP). Santo
bainha 5-7,5cm larg., oblonga, margem inteira; lâmina André (Paranapiacaba), II.1921, F.C. Hoehne s.n. (SP 7542).
marmorada, 4,8-6,4cm larg., ligulada, ápice arredondado, Pertencente ao subgênero Quesnelia, apresenta
mucronado até pungente, margem espinescente, espinhos inÁorescência robusta e é bastante ornamental, devido à
castanhos 1-2mm. Escapo 36,5-51cm, glabrescente; coloração rósea das brácteas Áorais.
brácteas róseas a vermelhas, membranáceas, as superiores Esta espécie é muito semelhante à Quesnelia
excedendo os entrenós, 5-8×2-2,2cm, estreito-elípticas a arvensis, diferindo basicamente pelo formato da bráctea
elípticas, ápice agudo, mucronado a pungente, margem Áoral, oblonga em toda a extensão em Q. testudo
inteira, esparsamente lanuginosas. Inflorescência e oblonga com a base alargada em Q. arvensis. Há
composta, paniculada, ereta ou pêndula, 11-23cm, variações nas margens das brácteas do escapo e Áorais
piramidal, glabra; brácteas primárias róseas a vermelhas, com relação à densidade do serrilhado.
vistosas, semelhantes às do escapo, ultrapassando ou
não o comprimento dos ramos; ramos com 2-4 Áores. 15.5. Quesnelia violacea Wand. & S.L. Proença, Hoehnea
Brácteas Áorais inconspícuas, ca. 1mm, triangulares, 33(1): 111. 2006.
margem inteira. Flores 2,2-3cm; sépalas azul-arroxeadas, Epífita ou terrestre, 28-50cm. Roseta infundibuliforme
subsimétricas, 5-9×5-6mm, conatas na base ca. 1mm, ou subtubular. Folhas verdes em ambas as faces, 20-80cm,
obovais; pétalas azul-arroxeadas, 1,8-2,3cm, espatuladas, lepidotas; bainha castanho-clara a escura, 4-6cm larg.,
levemente cuculadas; ovário verde, cilíndrico, glabro. oval, margem inteira; lâmina 2-4cm larg., ligulada, ápice
Fruto alaranjado, cilíndrico. arredondado a agudo, mucronado, margem serrilhada.
Espírito Santo a São Paulo. E7, E8, E9: mata Escapo 23-43cm, alvo-lanuginoso; brácteas vermelhas,
atlântica de encosta e de restinga. Coletada com Áores de submembranáceas, imbricadas, muito mais longas que
outubro a fevereiro e com frutos em fevereiro. os entrenós, 5,5-8,5×1,5-2,6cm, liguladas, ápice agudo
Material selecionado: Bertioga, XII.1974, O. Handro a obtuso, mucronado, margem inteira, alvo-lanuginosas.
2267 (SP). Ubatuba (Reserva do IAC), II.1996, H.F. Leitão Inflorescência simples, corimbiforme, ereta, 5,5-7,5×
Filho et al. 34284 (UEC). Ubatuba, 23°20’56”S 44°55’37”W, 4-5cm, obovóide, lanuginosa (exceto as pétalas). Brácteas
XI.1993, K.D. Barreto et al. 1620 (ESA). Áorais vermelhas, semelhantes entre si e às brácteas do
Espécie pertencente ao subgênero Billbergiopsis, escapo, 4-6×1-1,5cm, excedendo as sépalas por ca. 1cm,
bastante vistosa tanto pela inÁorescência quanto pela liguladas, convexas, ápice obtuso, apiculado, margem
roseta foliar. inteira, alvo-lanuginosas, especialmente no ápice. Flores
3,5-6,5cm; sépalas róseo-avermelhadas, subsimétricas,
15.4. Quesnelia testudo Lindm., Kongl. Svenska Vetensk. 1,5-2cm, conatas na base ca. 1mm, oval-lanceoladas,
Acad. Handl. 24(8): 24, pl. 3, Àg. 9-19. 1891. alvo-lanuginosas, especialmente no ápice; pétalas violeta
Epífita ou terrestre, 40-80cm. Roseta infundibuliforme. com base alva, 2,7-5cm, liguladas; ovário alvo, ovóide,
Folhas 40-80cm; bainha 5-7cm larg., elíptica, margem inteira; 3-costelado, estriado.
lâmina 2,6-4,4cm larg., lanceolada a ligulada, ápice agudo a Sul do estado de São Paulo. F5, F6: mata atlântica.
acuminado, pungente, margem serrilhada. Escapo alvacento, Coletada com Áores de abril a junho e agosto e com frutos
19-33cm, alvo-lanuginoso; brácteas alvacentas, papiráceas, em outubro.
eretas, imbricadas, envolvendo completamente o escapo, Material selecionado: Ribeirão Grande (Parque Estadual
lanceoladas, ápice castanho-escuro, acuminado, pungente, Intervales), V.1997, M.G.L. Wanderley et al. 2240 (SP, holótipo;
margem inteira a serrilhada, lepidotas. Inflorescência UEC, isótipo). São Miguel Arcanjo (Parque Estadual Carlos
simples, estrobiliforme, ereta, 6,5-11×3,5-6,5cm, cilíndrica. Botelho), V.1994, P.L.R. Moraes & Diniz 1001 (ESA).
Brácteas Áorais róseas, eretas, imbricadas, 3,5-5×1,2-2cm, Pertencente ao subgênero Billbergiopsis, Quesnelia
oblongas, ápice obtuso a arredondado, às vezes apiculados, violacea apresenta, como os demais representantes do
margem inteira ou inconspicuamente serrilhada. Flores gênero, Áores grandes e vistosas. As brácteas vermelhas
3,5-4,5cm; sépalas alvas, assimétricas, ca. 13-14×5mm, e as pétalas de cor violeta tornam esta espécie de grande
conatas na base ca. 2mm, oblongas, ápice apiculado, alvo- valor ornamental.

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

16. RACINAEA (Baker) Spencer & L.B. Sm.


Luciana Fiorato & Maria das Graças Lapa Wanderley

Epífitas; caule curto; rizoma geralmente curto. Roseta utriculosa, formando tanque. Folhas em geral pouco
numerosas; bainha conspícua; lâmina verde a cinérea, ligulada a lanceolada ou estreito-triangular, margem inteira,
lepidota. Escapo ereto ou recurvo; brácteas lepidotas. Inflorescência simples ou composta, multiÁora. Brácteas
Áorais verdes, em geral pouco vistosas. Flores dísticas, sésseis a curto-pediceladas; sépalas livres ou conatas na
base, largo-elípticas, assimétricas; pétalas amarelas ou alvas, apêndices petalinos ausentes; androceu e gineceu
inclusos na corola; ovário súpero. Cápsula septicida; sementes delicadas com coma basal.
Spencer & Smith (1993) ao revisarem Tillandsia, subgênero Pseudo-Catopsis Baker, consideraram
que as características diferenciais deste táxon dos demais subgêneros de Tillandsia, especialmente as
sépalas livres ou conatas apenas na base e assimétricas, justiÀcavam a segregação desse táxon em um
gênero distinto. O nome proposto, Racinaea, foi dado em homenagem a Racine Foster, grande coletora
de Bromeliaceae. Racinaea compreende 58 espécies (Luther 2006), com distribuição predominante na
América Central, penetrando na América do Sul e chegando até o Brasil com três espécies, das quais
uma ocorre nos limites entre Brasil e Venezuela e as outras duas estão distribuídas pelo leste brasileiro,
estendendo-se pelo estado de São Paulo, chegando até o sul do Brasil.
Spencer, M.A. & Smith, L.B. 1993. Racinaea, a new genus of Bromeliaceae (Tillandsioideae). Phytologia 74(2):
151-160.

Chave para as espécies de Racinaea

1. Escapo recurvo; brácteas Áorais ca. 1/2 do comprimento das sépalas; bainha suborbicular, ca. 6-10 vezes
mais larga que a lâmina ....................................................................................................... 1. R. aeris-incola
1. Escapo ereto; brácteas Áorais igualando ou mais longas que as sépalas; bainha oval, ca. 2-3 vezes mais larga
que a lâmina ............................................................................................................................. 2. R. spiculosa

16.1. Racinaea aeris-incola (Mez) M.A. Spencer & L.B. Ocorre no Brasil, desde o Espírito Santo até Santa
Sm., Phytologia 74(2): 153. 1993. Catarina. E7, E8: mata atlântica. Coletada com Áores em
Prancha 20, Àg. B. junho e com frutos em outubro e novembro.
Tillandsia aeris-incola (Mez) Mez in C. DC., Material selecionado: Santo André, X.1936, F.C. Hoehne &
Monogr. phan. 9: 759. 1896. A. Gehrt s.n. (SP 36499). São Luiz do Paraitinga (Parque Estadual
Epífita, 30-35cm. Roseta utriculosa. Folhas 10-18cm; da Serra do Mar), X.1999, G. Martinelli et al. 15915 (R, SP).
bainha subpapirácea in sicco, ca. 3-5cm larg., suborbicular, Espécie ameaçada de extinção foi recoletada após
ca. 6-10 vezes mais larga que a lâmina; lâmina com manchas 63 anos. Muito característica pela roseta foliar utriculosa,
ou faixas purpúreas ou castanho-avermelhadas, ca. 0,5cm com bainhas muito mais largas que as lâminas, sendo
larg., estreito-triangular, ápice longo-atenuado. Escapo facilmente distinta de Racinaea spiculosa.
recurvo, delicado, 10-15cm; brácteas 1,5-3×0,6-0,8cm,
mais curtas que os entrenós, oval-lanceoladas, laxas, ápice 16.2. Racinaea spiculosa (Griseb.) M.A. Spencer & L.B.
agudo a aristado. Inflorescência em racemo de espigas, 5-7 Sm., Phytologia 74(2): 157. 1993.
espigas, cada uma com 8-14 Áores, recurva, 12-15cm, laxa, Prancha 20, Àg. A.
raque exposta, Áexuosa a geniculada; brácteas primárias ca. Tillandsia spiculosa Griseb., Nachr. Königl. Ges.
1cm, oval-lanceoladas, ápice agudo, semelhantes às brácteas Wiss. Georg-Augusts-Univ. 1864: 17 (1865).
do escapo, distintamente mais curtas que os ramos. Brácteas Epífita, 50-65cm. Roseta utriculosa. Folhas 20-35cm;
Áorais ca. 4mm, ovais, ca. 1/2 do comprimento das sépalas. bainha castanho-escura, ca. 6,5cm larg., oval, ca.
Flores sésseis; sépalas livres, 4-5mm, ovais, ápice agudo, 2-3 vezes mais larga que a lâmina; lâmina geralmente
sem carena, lepidotas; pétalas, gineceu e androceu não vistos. com máculas circulares castanhas a atro-purpúreas ou
Cápsula cilíndrica. formando faixas irregulares, 2-4cm larg., ligulada, ápice

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

RACINAEA

agudo ou arredondado, atenuado, lepidota. Escapo ereto, Áores em novembro, janeiro e fevereiro e com frutos em
16-30cm; brácteas 3-5×1cm, pouco mais longas que os abril, maio e setembro.
entrenós, oval-lanceoladas, as inferiores imbricadas e Material selecionado: Bertioga, XI.1999, S.E. Martins &
apiculadas, lepidotas. Inflorescência panícula de espigas, P.S.P. Sampaio 598 (SP). Cananéia, VII.1990, M.G.L. Wanderley
& M. Sugiyama 1960 (SP). Iguape (Subaúma), IX.1994, P.H.
laxa, ereta, 10-25cm, espigas 7-14, cada uma com 6-33 Miyagi et al. 132 (ESA, SP). Ribeirão Grande (Parque Estadual
Áores dísticas, eretas a patentes, laxas a congestas, raque Intervales), V.1997, M.G.L. Wanderley et al. 2221 (SP).
geniculada; brácteas primárias 1-1,5cm, mais curtas que Segundo Smith & Downs (1977) são reconhecidas
os ramos. Brácteas Áorais verdes, 0,6-3,5cm, igualando três variedades para a espécie, das quais, apenas a var.
ou mais longas que as sépalas, elípticas, ápice agudo, ustulata Reitz é registrada para São Paulo. A variedade-
lepidotas, as basais carenadas. Flores sésseis; sépalas tipo é referida apenas para o norte do Brasil e a var.
livres, ca. 0,8cm, elípticas, glabras; pétalas amareladas, micrantha Baker não ocorre no Brasil. No presente
ca. 0,7cm, elípticas, ápice agudo; estames igualando trabalho não foi utilizada a divisão infra-especíÀca, por
ao comprimento do gineceu, Àlete reto, antera basiÀxa; não terem sido examinados materiais de todas elas. Nos
ovário globoso. Cápsula cilíndrica, ca. 7,5mm. exemplares ocorrentes em São Paulo foram observadas
Distribui-se na América Central e do Sul (Smith & variações do padrão de distribuição das máculas nas folhas,
Downs 1977). No Brasil ocorre da Bahia a Santa Catarina. que vão de conspícuas até quase ausentes, sendo essa uma
E7, F5, F6, G6: mata atlântica e restinga. Coletada com das características utilizada para separação das mesmas.

Prancha 20. A. Racinaea spiculosa, hábito. B. Racinaea aeris-incola, hábito. (A, Wanderley 2221; B, Martinelli 15915).

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

17. TILLANDSIA L.
Maria das Graças Lapa Wanderley, Luciana Fiorato, Katia Ogawa & Rosângela Capuano Tardivo

Epífitas ou rupícolas; caule inconspícuo a alongado. Folhas em rosetas (não formando tanque nas
espécies de São Paulo) ou dispostas ao longo do caule, polísticas ou dísticas, poucas a numerosas, lepidotas;
bainha em geral pouco distinta; lâmina verde a cinérea, em geral densamente lepidota em ambas as faces,
margem inteira. Escapo geralmente conspícuo; brácteas imbricadas a laxas, numerosas a poucas, lepidotas
ou glabras. Inflorescência simples ou composta, multi a pauciÁora. Brácteas Áorais geralmente vistosas,
lepidotas ou glabras. Flores dísticas ou polísticas, sésseis ou pediceladas; sépalas simétricas a assimétricas,
livres ou conatas, lepidotas ou glabras; pétalas livres, apêndices petalinos ausentes; estames inclusos a
exsertos, livres ou os internos adnatos à base das pétalas, Àlete reto ou plicado; ovário súpero, estilete longo
a curto, estigma com lâminas pouco expandidas. Fruto cápsula; sementes eretas, estreitas, cilíndricas a
fusiformes, apêndices plumosos basais.
Tillandsia é o maior gênero de Bromeliaceae, abrigando 557 espécies (Luther 2006), distribuídas pela
América Tropical e Subtropical, correspondendo à distribuição geral da família. No Brasil está representado
por cerca de 70 espécies ocorrendo do Norte ao Sul do país.
Segundo Smith & Downs (1977), o gênero Tillandsia está dividido em sete subgêneros: Allardtia (A.
Dietr.) Baker, Anoplophytum (Beer) Baker, Phytarrhiza (Vis.) Baker, Diaphoranthema (Beer) Baker,
Tillandsia L., Pseudalcantarea Mez e Pseudo-Catopsis Baker. Apesar de ser uma classiÀcação atualmente
aceita, as circunscrições genérica e infragenérica em Tillandsioideae é ainda bastante discutível.
No estado de São Paulo são referidas 16 espécies, representantes dos subgêneros Allardtia,
Anoplophytum, Phytarrhiza e Diaphoranthema.

Chave para as espécies de Tillandsia

1. InÁorescência simples.
2. InÁorescência uniÁora; plantas pendentes nos ramos das árvores; raízes ausentes na fase adulta; escapo
inconspícuo, até 1cm ....................................................................................................... 16. T. usneoides
2. InÁorescência geralmente com mais de 2 Áores; plantas não pendentes nos ramos das árvores; raízes
presentes na fase adulta, algumas vezes reduzidas; escapo conspícuo, acima de 2cm.
3. Folhas dísticas a subdísticas, patentes a fortemente recurvas.
4. Pétalas amarelo-ouro; lâmina involuto-subulada ....................................................... 2. T. crocata
4. Pétalas azuladas a violeta; lâmina não involuto-subulada.
5. Pétalas liguladas, azul-claras ............................................................................. 11. T. recurvata
5. Pétalas espatuladas, azuis a violeta ................................................................ 9. T. mallemontii
3. Folhas polísticas, eretas, suberetas, secundas ou raro patentes, às vezes apenas o ápice fortemente
recurvo.
6. Folhas até 4cm compr.
7. Folhas rosuladas; raque fortemente geniculada ................................................... 8. T. loliacea
7. Folhas dispostas ao longo do caule; raque quase reta, levemente angulada .... 15. T. tricholepis
6. Folhas com mais de 6cm compr.
8. InÁorescência linear ou estreito-lanceolada, complanada.
9. Folhas fortemente cinéreo-lepidotas; lâmina subulada; sépalas livres ... 12. T. streptocarpa
9. Folhas verdes ou verde-acinzentadas; lâmina não subulada; sépalas conatas, ao menos as 2
posteriores.
10. Folhas estreito-triangulares; inÁorescência 12-20-Áora, 8-14cm compr.; pétalas
liguladas ......................................................................................................... 3. T. dura

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Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

TILLANDSIA

10. Folhas liguladas em quase toda extensão; inÁorescência 2-5-Áora, 3-4cm compr.;
pétalas espatuladas ..................................................................................... 7. T. linearis
8. InÁorescência globosa, subglobosa, cilíndrica ou ovóide.
11. Sépalas livres ou curto-conatas.
12. Brácteas Áorais longo-aristadas; sépalas curto-conatas, membranáceas; pétalas
purpúreas a róseas ................................................................................... 13. T. stricta
12. Brácteas Áorais apiculadas, apenas as basais aristadas; sépalas livres, coriáceas;
pétalas alvas ........................................................................................ 10. T. pohliana
11. Sépala anterior livre, sépalas posteriores conatas ca. 1/2 do comprimento.
13. Brácteas Áorais róseo-claras, carenadas no ápice; pétalas azuladas, róseas ou alvas . .
..............................................................................................................14. T. tenuifolia
13. Brácteas Áorais róseo-escuras a vináceas, não carenadas; pétalas azul-escuras
.............................................................................................................. 1. T. aeranthos
1. InÁorescência composta.
14. InÁorescência aberta, ramos com espigas complanadas; lâmina involuto-subulada; pétalas espatuladas
com lobo orbicular .................................................................................................... 12. T. streptocarpa
14. InÁorescência geralmente densa, ramos curtos não complanados; lâmina não involuto-subulada; pétalas
liguladas ou espatuladas com lobo oboval.
15. Folhas linear-Àliformes ................................................................................................ 6. T. globosa
15. Folhas estreito-triangulares, ápice longo-atenuado.
16. InÁorescência globosa; folhas argênteas, escamas ultrapassando a margem foliar; escapo em
geral não ultrapassando a roseta ................................................................................ 4. T. gardneri
16. InÁorescência piramidal; folhas verdes a acinzentadas, escamas não ultrapassando a margem
foliar; escapo em geral ultrapassando a roseta ................................... ............ 5. T. geminiflora

17.1. Tillandsia aeranthos (Loisel.) L.B. Sm., Lilloa Paulo. E7, E8, E9, F8: mata atlântica e costões rochosos
9: 200. 1943. litorâneos. Coletada com Áores em fevereiro, maio e
Prancha 21, Àg. A. outubro e com frutos em outubro.
Rupícola, 9-32cm; caule conspícuo. Folhas rosuladas, Material selecionado: Cunha, VI.1968, J. Mattos 15320
polísticas, eretas, patentes ou secundas, 8-15cm; bainha (SP). Ilhabela (Ilha de Búzios), V.1964, A.B. Joly s.n. (SP 79631).
alargada; lâmina rígida, 0,8-1,8cm larg., estreito-triangular, São Paulo, XI.1984, O. Handro 2324 (SP). São Sebastião (Ilha
conduplicada. Escapo 5-10cm, ultrapassando ou não as dos Alcatrazes), IX.1988, L. Rossi et al. 437 (SP).
folhas; brácteas 3-8×0,6-0,8cm, elípticas, ápice aristado, Material adicional examinado: RIO GRANDE DO SUL,
Canoas, I.1939, T. Luis 544 (SP).
imbricadas, as basais foliáceas, lepidotas. Inflorescência
simples, 5-10-Áora, 3-6cm, cilíndrica, densa. Brácteas Esta espécie, do subgênero Anoplophytum,
Áorais róseo-escuras a vináceas, brilhantes, 14-18× destaca-se pelas Áores muito vistosas, com lobo da
5-8mm, mais longas que as sépalas, elípticas, ápice corola amplamente alargado e azul-escuro, distinguindo-
apiculado, estriadas, glabras. Flores polísticas; sépalas se de Tillandsia tenuifolia, espécie com hábito muito
róseas, 1-1,5cm, a anterior livre e as 2 posteriores conatas semelhante, que apresenta lobo da corola mais estreito e de
até a metade, lanceoladas, ápice agudo, glabras; pétalas coloração muito variada, desde alva ou rósea até azulada.
azul-escuras, 1,7-3cm, espatuladas, com lobo orbicular; As coleções Loefgren CGG 3187 (SP 12372) e
estames inclusos, atingindo ca. 1/2 do comprimento das Luederwaldt & Fonseca SP 12374, identiÀcadas como
pétalas, mais curtos que o gineceu, Àletes adnatos à base Tillandsia araujei Mez por Smith & Downs (1977),
das pétalas, plicados, anteras basiÀxas; ovário ovóide, são as únicas referências dos autores de ocorrência
estilete delicado, mais longo que o ovário. da espécie no estado de São Paulo. Entretanto,
Segundo Smith & Downs (1977), a espécie distribui- analisando estas coleções, veriÀcou-se que se tratam de
se desde o Sul do Brasil até a Argentina e Paraguai. No T. aeranthos, espécie pouco comum em São Paulo,
presente trabalho é referida pela primeira vez para São porém freqüente no Sul do país. O estudo de coleções

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

de T. araujei procedentes do Rio de Janeiro, como 17.3. Tillandsia dura Baker, Handb. Bromel.: 168. 1889.
Hoehne SP 24583, revela a diÀculdade de se reconhecer Prancha 21, Àg. C.
este táxon, que é muito semelhante morfologicamente à Epífita, 20-40cm; caule conspícuo. Folhas rosuladas,
T. tenuifolia e T. aeranthos, especialmente com a primeira, polísticas, eretas a secundas, 20-25cm; bainha pouco
cujas Áores são alvas, azuladas a róseas, diferindo de alargada; lâmina verde a verde-acinzentada, rígida,
T. araujei que apresenta Áores alvas. Pelo acima exposto, 0,5-0,8cm larg., estreito-triangular, ápice longo-atenuado,
conclui-se que T. araujei seja uma espécie exclusiva conduplicada, esparso-lepidotas. Escapo 8-18cm,
do Rio de Janeiro, ocorrendo especialmente no litoral ultrapassando as folhas; brácteas 2-12×1-1,2cm, ovais, ápice
como plantas rupícolas, ou ainda existe a possibilidade aristado, imbricadas, as basais foliáceas. Inflorescência
da mesma ser um sinônimo de T. tenuifolia, espécie de simples, 12-20-Áora, 8-14cm, linear, complanada. Brácteas
ampla distribuição geográÀca e com uma grande variação Áorais vermelhas, 1,5-2×0,7-0,9cm, ultrapassando as
fenotípica, tanto em relação ao hábito como à morfologia sépalas, ovais, ápice agudo a acuminado, as superiores
da inÁorescência. VeriÀca-se, portanto, a necessidade de carenadas, lepidotas. Flores dísticas; sépalas róseas,
um estudo mais detalhado deste grupo de espécies para a 1,2-1,8cm, conatas na base, lanceoladas, ápice agudo,
melhor resolução dos limites entre as mesmas. glabras, as posteriores carenadas; pétalas violáceas, 2-2,5cm,
liguladas, levemente assimétricas; estames livres, inclusos,
17.2. Tillandsia crocata (E. Morren) Baker, Jour. Bot. atingindo ca. 4/5 do comprimento das pétalas, mais curtos
London 25: 214. 1887. que o gineceu, Àletes plicados, anteras dorsiÀxas; ovário
Prancha 21, Àg. B. ovóide, estilete mais longo que o ovário.
Rupícola, 11-40cm; caule conspícuo. Folhas dispostas ao Ocorre na mata atlântica, do Sudeste ao Sul do
longo do caule, subdísticas, patentes ou recurvas, 5-10cm, Brasil. E7, E8, E9, F7: mata atlântica. Coletada com
densamente lepidotas, escamas com células da ala muito Áores em janeiro, abril e junho e com frutos em janeiro,
alongadas; bainha pouco alargada, oval; lâmina argêntea, junho, setembro e outubro.
ca. 0,5cm larg., cilíndrica, involuto-subulada para o ápice. Material selecionado: Peruíbe, I.2000, M. Alves et al.
1777 (SP). Salesópolis, IX.1994, L. Rossi et al. 1670 (SP).
Escapo 10-15cm, ultrapassando as folhas, Àliforme,
Santo André, IV.1964, M. Mee s.n. (SP 78566). Ubatuba
densamente lepidoto; bráctea 1, foliácea, 4-5cm, cilíndrica, (Picinguaba), VI.1997, R. Moura & A. Valente 67 (R).
lepidota. Inflorescência simples, 2-6-Áora, 1-2cm, oblonga. Tillandsia dura é uma espécie do subgênero Allardtia,
Brácteas Áorais verde-acinzentadas, ca. 8×4mm, igualando ocorrendo como epíÀta na Áoresta atlântica do Rio de
às sépalas, ovais, ápice cuspidado, estriadas, lepidotas. Janeiro até Santa Catarina. Possui inÁorescência aplanada e
Flores dísticas, aromáticas; sépalas verde-acinzentadas, ca. alongada, com brácteas e Áores dísticas, destacando-se das
1cm, as posteriores conatas na base, oval-lanceoladas, ápice demais espécies ocorrentes em São Paulo.
acuminado, carenadas, lepidotas; pétalas amarelo-ouro, ca.
2cm, espatuladas, ápice apiculado; estames livres, inclusos, 17.4. Tillandsia gardneri Lindl., Bot. Reg. 28. 1842.
atingindo ca. 1/2 do comprimento das pétalas, mais longos Prancha 21, Àg. D.
que o gineceu, Àletes Àliformes, retos, anteras basiÀxas; Epífita, 12-20cm; caule inconspícuo. Folhas rosuladas,
ovário obcônico, estilete mais curto que o ovário. polísticas, eretas a suberetas 10-20cm, densamente
Distribui-se da Bolívia, Uruguai até o sul da lepidota, escamas ultrapassando a margem foliar; bainha
Argentina. No Brasil ocorre do Rio de Janeiro ao Rio indistinta; lâmina argêntea, 1-1,5cm larg., estreito-
Grande do Sul. F4: campos rupestres. Coletada com triangular, ápice longo-atenuado. Escapo 6-12cm, em geral
Áores em fevereiro e agosto. não ultrapassando a roseta foliar, densamente lepidoto;
Material examinado: Itararé, II.2000, F. Barros 3055 (SP). brácteas 5-10×1-1,5cm, ovais, ápice aristado, imbricadas,
Tillandsia crocata é uma espécie rupícola e as basais foliáceas, densamente imbricadas, ultrapassando
xerofítica. Ocorre isolada ou formando pequenas a inÁorescência, densamente lepidotas. Inflorescência
touceiras. É citada pela primeira vez para o estado no composta, ramiÀcações de até terceira ordem, 10-30-Áora,
presente trabalho. Pertence ao subgênero Phytarrhiza. 5-6cm, globosa, densa; ramos curtos, não complanados.
Destaca-se pela presença de escamas formadas por Brácteas Áorais vermelhas, 1,5-2×0,4-0,6cm, mais longas
células da ala muito alongadas, dando a falsa impressão que as sépalas, ovais, ápice agudo, carenadas no ápice, as
de indumento tomentoso. As Áores são aromáticas e basais aristadas, lepidotas. Flores polísticas; sépalas róseas,
apresentam um forte colorido amarelo-ouro, distinguindo- 1,1-1,3cm, livres, lanceoladas, ápice agudo, carenadas,
a facilmente de T. mallemontii, espécie muito relacionada lepidotas; pétalas avermelhadas, 1,5-1,8cm, liguladas,
morfologicamente que apresenta Áores azuis a violeta. ápice obtuso; estames livres, inclusos, atingindo ca. 3/4 do

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

TILLANDSIA

comprimento das pétalas, mais curtos que o gineceu, Àletes 2732 (SP). Socorro, V.1940, A.P. Viegas s.n. (IAC 5087).
plicados, anteras dorsiÀxas; ovário elipsóide, estilete mais Ubatuba, II.1996, H.F. Leitão Filho et al. 34302 (SP).
longo que o ovário. Material adicional examinado: São Paulo, X.1917, F.C.
Ocorre na Colômbia, Venezuela e Brasil, onde se Hoehne s.n. (SP 768).
distribui do Nordeste ao Sul, na mata atlântica. D6, E8, E9, Tillandsia geminiflora pertence ao subgênero
G6: mata atlântica. Coletada com Áores em abril e julho e Anoplophytum e está dividida em duas variedades, sendo
com frutos em fevereiro, maio, setembro e outubro. referida para São Paulo apenas a variedade-tipo. Como em
Material selecionado: Cananéia, IX.1994. P.H. Miyagi T. gardneri, nessa espécie a inÁorescência é composta;
116 (SP). Caraguatatuba, VII.1939, F.C. Hoehne s.n. (SP entretanto, em T. geminiflora ocorre a presença de um botão
41323). Itirapina, IV.1923, G. Gehrt s.n. (SP 8356). Ubatuba, Áoral atroÀado em cada ramo. Difere ainda de T. gardneri
VI.1888, R. Costa 92 (SP). por esta última apresentar, em geral, inÁorescência mais
Esta espécie pertence ao subgênero Anoplophytum. congesta, escapo mais curto que a roseta foliar, brácteas da
Apresenta folhas argênteas, densamente revestidas por base da inÁorescência densamente imbricadas e escamas
escamas, inclusive ultrapassando a margem da lâmina. ultrapassando a margem foliar.

17.5. Tillandsia geminiflora Brongn., Voy. Monde, 17.6. Tillandsia globosa Wawra, Oesterr. Bot. Z. 30:
phan.: 186. 1829. 222. 1880.
Prancha 21, Àg. E. Prancha 21, Àg. F.
Epífita, 14-16cm; caule inconspícuo. Folhas rosuladas, Epífita, 14-16cm; caule inconspícuo. Folhas rosuladas,
polísticas, eretas, 10-15cm; bainha pouco alargada; polísticas, eretas, 15-20cm; bainha alargada; lâmina ca.
lâmina verde a acinzentada, 1-1,5cm larg., estreito- 1mm larg., linear-Àliforme, ápice atenuado. Escapo 8-12cm,
triangular, ápice longo-atenuado. Escapo ca. 15cm, ultrapassando as folhas; brácteas 5-10×1-1,5cm, ovais,
em geral ultrapassando a roseta; brácteas vermelhas, 5- ápice aristado, imbricadas, as basais foliáceas, densamente
10×1-1,5cm, ovais, verdes e Àliformes no ápice, mais lepidotas. Inflorescência composta, com ramiÀcações de
ou menos laxas, as basais foliáceas. Inflorescência até terceira ordem, 10-30-Áora, 5-6cm, globosa a piramidal,
composta, com ramiÀcações de até terceira ordem, 10-
geralmente densa; ramos curtos, não complanados. Brácteas
30-Áora, 5-6cm, piramidal, geralmente densa; ramos
Áorais avermelhadas, 1,4-1,8×0,4-0,6cm, ultrapassando as
curtos, não complanados. Brácteas Áorais avermelhadas,
sépalas, ovais, ápice apiculado, as basais com ápice aristado,
0,8-1,2×0,4-0,6cm, mais curtas ou igualando às sépalas,
lepidotas. Flores polísticas; sépalas róseas, 1,1-1,3cm, livres,
ovais, ápice acuminado, cuspidado a agudo, as basais com
lanceoladas, ápice agudo, carenadas, lepidotas; pétalas lilases,
ápice aristado, lepidotas. Flores polísticas; sépalas róseas,
1,5-1,8cm, liguladas, ápice obtuso; estames livres, inclusos,
1,1-1,3cm, livres, lanceoladas, ápice agudo, carenadas,
atingindo ca. 2/3 do comprimento das pétalas, igualando ao
lepidotas; pétalas róseas, 1,5-1,8cm, espatuladas, lobo
gineceu, Àletes plicados, anteras dorsiÀxas; ovário ovóide,
oboval, ápice obtuso; estames livres, inclusos, atingindo
estilete mais curto que as pétalas.
ca. 3/4 do comprimento das pétalas, mais curtos que
o gineceu, Àletes plicados, anteras dorsiÀxas; ovário Distribui-se desde a Venezuela até o Brasil, onde
ovóide, estilete mais curto que as pétalas. ocorre desde a Paraíba até São Paulo, em regiões
Distribui-se pelas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Áorestais. D7, E8: mata atlântica. Coletada com Áores
Sul do país, estendendo-se até o Paraguai e Argentina. em novembro e com frutos em setembro e novembro.
Material selecionado: Bragança Paulista, XI.1951, A.S.
C6, D6, D7, D8, E4, E5, E6, E7, E8, E9, F5, F6, G6:
Pires s.n. (SP 55352). Ubatuba, XI.1993, R. Goldenberg et al.
mata, cerrado. Coletada com Áores em fevereiro e de
29845 (SP).
agosto a novembro e com frutos em janeiro, fevereiro e Material adicional examinado: São Sebastião, XI.1953,
de agosto a novembro. O. Handro 365 (SP).
Material selecionado: Campinas, XI.1938, A.P. Viegas et
al. s.n. (SP 40647). Campos do Jordão, IX.1923, F.C. Hoehne
Espécie pertencente ao subgênero Anoplophytum,
s.n. (SP 8666). Cananéia, X.1979, D.A. Grande & E.A. Lopes muito característica pelas folhas liguladas e longo-
329 (SP). Cerqueira César, III.1994, J.Y. Tamashiro et al. atenuadas. São referidas duas variedades para esta
653 (HRCB, ESA, SP, SPF, UEC). Eldorado, IX.1995, R.R. espécie, a variedade-tipo e a var. major L.B. Sm., sendo
Rodrigues et al. 132 (SP). Itatinga, IX.1994, J.Y. Tamashiro esta referida para São Paulo por Smith & Downs (1977)
et al. 615 (SP, UEC). Juquiá, II.1995, J.P. Souza et al. 115
pela coleção Doering SP 39949. Entretanto, não foi
(SP). Pirassununga, IV.1995, M.A. Batalha et al. 345 (SP).
Salesópolis, IX.1994, R. Simão Bianchini et al. 494 (SP, adotada a classiÀcação infra-especíÀca pela escassez de
UEC). Santo André, I.1990, V.C. Souza et al. 1051 (ESA, materiais, não permitindo uma análise conclusiva sobre a
SP). São Miguel Arcanjo, IX.1992, M. Kirizawa & Sugiyama manutenção deste táxon.

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

17.7. Tillandsia linearis Vell., Fl. Áumin.: 133. 1825 atingindo ca. 1/2 do comprimento das pétalas, ca. 2 vezes
(1829); Icon. 3: tab. 128. 1827 (1831). o comprimento do gineceu, Àletes retos, anteras basiÀxas;
Prancha 22, Àg. A-B. ovário cilíndrico, estilete espesso, muito mais curto que
Epífita, 15-30cm; caule inconspícuo. Folhas rosuladas, o ovário.
polísticas, eretas a suberetas, 15-30cm, densamente De ampla distribuição, ocorre do Nordeste ao Sul
lepidotas; bainha alargada; lâmina verde a verde- do Brasil, estendendo-se para a Argentina, chegando a
acinzentada, 0,3-0,6cm larg., involuta na base, linear Bolívia e Paraguai. No Nordeste do Brasil ocorre em
em quase toda extensão, ápice longo-atenuado. Escapo regiões semi-áridas da caatinga. B2, B4, C6, D4, D6, E6:
10-23cm, não ultrapassando as folhas; brácteas 2,5-15× em Áoresta e cerrado. Coletada com Áores em agosto e
0,4-0,6cm, elípticas, ápice aristado, imbricadas, com frutos em janeiro, abril, julho, agosto e outubro.
densamente lepidotas. Inflorescência simples, 2-5-Áora, Material selecionado: Andradina, VII.1998, M.R.
3-4cm, estreito-lanceolada, fortemente complanada. Pereira-Noronha & K.I. Haga 2014 (HISA, SP). Bauru,
Brácteas Áorais róseas, 1,5-2×0,4-0,6cm, pouco maior X.1992, P.M. Souza 24 (SP). Cajuru, IV.1990, A. Sciamarelli
que as sépalas, elípticas, ápice agudo, lepidotas. Flores 638 (SP). Campinas, I.1990, L.C. Bernacci 25886 (SP). Iperó,
VIII.1994, J.Y. Tamashiro 454 (SP). Paulo de Faria, X.1994,
subdísticas; sépalas róseas, 1,4-1,6cm, a anterior livre, as
A.A. Souza et al. 09 (SP).
2 posteriores conatas, lanceoladas, acuminadas, glabras, as
Tillandsia loliacea pertence ao subgênero
posteriores carenadas; pétalas lilases, 2,6-3cm, espatuladas,
Diaphoranthema juntamente com T. recurvata,
lobo orbicular; estames livres, profundamente inclusos na
T. tricholepis e T. usneoides. Estas quatro espécies
corola, atingindo ca. 1/3 do comprimento das pétalas, mais
apresentam representantes de pequeno porte, número
longos que o gineceu, Àletes plicados, anteras dorsiÀxas;
reduzido de Áores e grande concentração de escamas
ovário ovóide, estilete mais longo que o ovário.
absorventes por toda a planta, conferindo às mesmas cor
Restrita ao Brasil, onde ocorre desde o Centro-Oeste
acinzentada. São conhecidas como espécies atmosféricas,
até o Sul. E7: mata. Coletada com Áores em outubro.
apresentando redução até ausência de raízes. São
Material selecionado: Embu-Guaçu, IX.1995, R.S.
Bianchini et al. 765 (SP). plantas adaptadas a condições extremas de estresse
Material adicional examinado: Embu-Guaçu, s.d., M.G.L. hídrico, sendo capazes de absorver água diretamente da
Wanderley 2089-A (SP). atmosfera. Dentre elas, T. loliacea assemelha-se mais
Esta espécie pertence ao subgênero Anoplophytum. a T. tricholepis, diferindo essencialmente pelas folhas
Destaca-se pelas lâminas foliares muito delicadas, menores, dispostas espiraladamente ao longo do caule e
inÁorescência com poucas Áores e lobo da corola raque ereta ou levemente angulada em T. tricholepis. Por
expandido e muito conspícuo. Foi incluída na lista de outro lado, T. loliacea apresenta folhas rosuladas, caule
espécies ameaçadas de extinção do estado de São Paulo pouco evidente e raque fortemente geniculada.
na categoria Presumivelmente Extinta, entretanto novas
coletas foram efetuadas recentemente. 17.9. Tillandsia mallemontii Glaziou ex Mez in Mart.,
Eichler & Urb., Fl. bras. 3(3): 608. 1894.
17.8. Tillandsia loliacea Mart. ex Schult. & Schult. f. in Epífita, 18-25cm; caule conspícuo. Folhas dispostas ao
Roem. & Schult., Syst. 7(2): 1204. 1830. longo do caule, dísticas ou subdísticas, patentes a recurvas,
Prancha 22, Àg. C. 12-18cm, densamente lepidotas; bainha oval; lâmina
Epífita ou rupícola, 4-12cm; caule inconspícuo. Folhas Àliforme, sulcada na base. Escapo ca. 10cm, ultrapassando
rosuladas, polísticas, eretas a suberetas, 1,5-4cm, as folhas, Àliforme, densamente lepidoto; brácteas 1-3,
densamente lepidotas; bainha ovóide, pouco distinta da 1,2-3,5cm, lanceoladas, ápice aristado, conduplicadas,
lâmina; lâmina cinérea a castanha, plana, 0,3-0,4cm larg., laxas a imbricadas, densamente lepidotas. Inflorescência
estreito-triangular, ápice longo-atenuado. Escapo 4-6cm, simples, 2-4-flora, 2,5-4cm, estreito-lanceolada,
ultrapassando as folhas, densamente lepidoto; brácteas complanada. Brácteas florais verde-acinzentadas,
8-14×2-3mm, lanceoladas, conduplicadas, imbricadas, 10-15mm, mais curtas que as sépalas, ovais, ápice agudo,
densamente lepidotas. Inflorescência simples, 3-7-Áora, lepidotas. Flores dísticas; sépalas 1,2-1,6cm, livres,
1-3,5cm, linear; raque fortemente geniculada. Brácteas lanceoladas, ápice agudo, esparsamente lepidotas; pétalas
Áorais verde-acinzentadas, 6-8×3-4mm, igualando-se azuis a violeta, 2-2,4cm, espatuladas, ápice obtuso; estames
ou menores que as sépalas, elípticas, ápice agudo, livres, profundamente inclusos na corola, atingindo ca. 1/4
densamente lepidotas. Flores dísticas; sépalas 5-6mm, do comprimento das pétalas, mais longos que o gineceu,
livres, lanceoladas, ápice agudo, glabras; pétalas amarelas, Àletes retos, anteras dorsiÀxas; ovário elipsóide, estilete
7-8mm, liguladas, ápice agudo; estames livres, inclusos, muito mais curto que o ovário.

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

TILLANDSIA

Espécie exclusivamente brasileira, ocorrendo do estão T. stricta e T. geminiflora. Apresenta certa


Nordeste ao Sul. F4. mata Coletada com Áores em semelhança com T. stricta, sendo ambas de inÁorescência
fevereiro. simples e com folhas rosuladas. Diferem pelo maior
Material selecionado: Itararé, II.2004, A.P. Prata s.n. (SP porte da planta e pelas brácteas Áorais completamente
367809). lepidotas em T. pohliana, enquanto que em T. stricta as
Material adicional examinado: RIO DE JANEIRO, Rio plantas são menores e possuem brácteas Áorais com as
de Janeiro, III.1996, E. Pereira 10664 (HB).
escamas ocorrendo apenas no ápice.
Pertencente ao subgênero Phytarrhiza, esta espécie
caracteriza-se pelo pequeno porte da planta, com folhas 17.11. Tillandsia recurvata (L.) L., Sp. pl., ed. 2: 410.
dísticas a subdísticas, dispostas ao longo do pequeno 1762.
caule, e densamente lepidotas e inÁorescência pauciÁora.
Prancha 22, Àg. D-E.
Diferencia-se essencialmente de Tillandsia crocata pelas
Epífita, 4-12cm, formando touceiras; caule inconspícuo
pétalas amarelo-ouro nesta espécie e azul a violeta em
com entrenós curtos, ca. 0,5cm, recobertos pelas bainhas;
T. mallemontii. Foi considerada Vulnerável na lista de
raízes reduzidas. Folhas poucas, ca. 5, dispostas ao longo
espécies ameaçadas de extinção do estado de São Paulo,
do caule, dísticas, fortemente recurvas, 3-15cm, densamente
pela distribuição restrita e por não ser referida para
lepidotas; bainha distintamente mais larga que a lâmina,
Unidades de Conservação.
elíptico-oval; lâmina ca. 1mm larg., Àliforme a subcilíndrica,
17.10. Tillandsia pohliana Mez in Mart., Eichler & sulcada na base. Escapo 4-10cm, ultrapassando as folhas;
Urb., Fl. bras. 3(3): 597. 1894. bráctea apenas 1 ou ausente, 8-9×2,5-3mm, lanceolada,
Epífita ou rupícola, 20-35cm; caule inconspícuo. Folhas ápice acuminado, imbricada, disposta logo abaixo da
rosuladas, polísticas, eretas, 12-22cm, densamente inÁorescência, lepidota. Inflorescência simples, 1-2(-5)-
lepidotas; bainha pouco distinta; lâmina 1,2-1,8cm larg., Áora, 1-1,2cm. Brácteas Áorais verde-acinzentadas,
estreito-triangular, ápice atenuado, conduplicada. Escapo 7-8×3-3,5mm, menores que as sépalas, lanceoladas, ápice
15-18cm, ultrapassando as folhas; brácteas 5-15×1-1,2cm, acuminado, lepidotas, semelhantes às do escapo. Flores
oval-lanceoladas, ápice aristado, imbricadas, as basais dísticas; sépalas 5-7mm, livres, lanceoladas, ápice agudo,
foliáceas, densamente lepidotas. Inflorescência simples, glabras; pétalas azul-claras, 7-9mm, liguladas, ápice obtuso;
6-8-Áora, 4-8cm, polística, cilíndrica, densa ou subdensa. estames livres, inclusos, atingindo ca. 1/3 do comprimento
Brácteas Áorais verdes, 1,5-2,5×1,2-1,8cm, ultrapassando das pétalas, mais longos que o gineceu, Àletes retos, anteras
as sépalas, elípticas ou suborbiculares, ápice apiculado, dorsiÀxas; ovário elipsóide, estilete espesso, muito mais
as basais com ápice aristado, lepidotas apenas no ápice. curto que o ovário.
Flores polísticas; sépalas 1,2-1,6cm, livres, largo-elípticas Espécie de ampla distribuição pelo continente
a suborbiculares, ápice apiculado, coriáceas, densamente americano. No Brasil é encontrada de norte a sul. B4, C5,
lepidotas; pétalas alvas, 2-2,2cm, espatuladas, ápice obtuso; D2, D4, D5, D6, D7, D9, E6, E7: em Áoresta, cerradão e
estames livres, inclusos, atingindo ca. 2/3 do comprimento cerrado. Coletada com Áores em fevereiro e dezembro e
das pétalas, igualando ao gineceu, Àletes delicados, mais com frutos em janeiro, abril, maio, junho, julho, outubro
longos que o ovário, levemente plicados, anteras basiÀxas; e dezembro.
ovário elipsóide, estilete mais longo que o ovário. Material selecionado: Bananal (Serra da Bocaina), V.2006,
Ocorre como epíÀta ou sobre rochas, desde o Peru S.L. Proença & S.E. Martins 219 (SP). Bauru, V.1992, D.M.
até a Argentina. B2, B4, B6, C6, C7, D4, D5, D7, E6: Souza 04 (BAUR). Brotas, II.1996, V.C. Souza et al. 10970 (SP).
em Áoresta e cerrado. Coletada com Áores em outubro Campinas, VIII.1976, I.T. Menezes & F.S. Cavalcante 1 (SP).
Iepê, II.1965 G. Eiten 6003 (SP). Itupeva, IV.1995, S.L. Proença
e novembro e com frutos em março, abril, maio, julho,
et al. 25 (IAC, SP). Jaboticabal, XII.1998, E.A. Rodrigues 356
agosto e novembro. (SP). Monte Alegre do Sul, VII.1949, M. Kuhlmann 1818 (SP).
Material selecionado: Bauru, V.1992, P.M. Serra 5
Paulo de Faria, X.1994, A.A. Souza et al. 15 (SP). São Paulo,
(BAUR). Brotas, VII.1961, G. Eiten & L.T. Eiten 3270 (SP).
I.1914, A. Gehrt s.n. (SP 12379).
Caconde, XI.1994, L.S. Kinoshita & A. Sartori 94 (SP). Moji-
Guaçu, X.1953, O. Handro 351 (SP). Paulo de Faria, X.1994,
Pertencente ao subgênero Diaphoranthema, esta
A.A. Souza et al. 14 (SP). Pedregulho, XI.1997, E.E. Macedo espécie é muito comum no estado de São Paulo, sendo
279 (SP). Pereira Barreto, VIII.1995, M.R. Pereira-Noronha encontrada até mesmo como epíÀta sobre Àos de alta
et al. 1222 (SP). Santa Rita do Passa Quatro, II.1995, M.A. tensão. Pode ser confundida com T. mallemontii,
Batalha 906 (SP). Tietê, IV.1995, L.C. Bernacci 1561 (SP). diferenciando-se desta basicamente pela lâmina
Tillandsia pohliana pertence ao subgênero foliar, cilíndrica em T. recurvata e Àliforme em
Anoplophytum. Compartilhando o mesmo subgênero T. mallemontii.

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

17.12. Tillandsia streptocarpa Baker, Jour. Bot. London Escapo 10-13cm, ultrapassando ou não as folhas;
25: 241. 1887. brácteas róseas, 4-9×0,8-1cm, ovais a orbiculares, ápice
Prancha 22, Àg. F. aristado, imbricadas, as basais foliáceas, lepidotas.
Epífita ou rupícola, 10-70cm; caule conspícuo. Folhas Inflorescência simples, 10-20-Áora, 4-6cm, globosa a
rosuladas, polísticas, suberetas com ápice em geral fortemente subglobosa, geralmente densa. Brácteas Áorais róseas,
recurvo, enrolando-se nos ramos da planta hospedeira, passando a alvo-esverdeadas, 1,5-4,5×0,6-1,2cm,
12-45cm; bainha distinta, ovóide, densamente lepidota; ultrapassando as sépalas, elípticas, ápice longo-aristado,
lâmina 0,5-1,5cm larg., linear-triangular, involuto- lepidotas apenas no ápice. Flores polísticas; sépalas
subulada, ápice longo-atenuado, densamente cinéreo- róseas, membranáceas, 1-1,5cm, curto-conatas, oval-
lepidota, escamas com células radiais alongadas. Escapo lanceoladas; pétalas purpúreas a róseas, 1,2-1,8cm,
10-45cm, ultrapassando as folhas; brácteas 1,5-5×0,6-0,8cm, espatuladas, ápice obtuso; estames livres, inclusos,
lanceoladas, ápice aristado, conduplicadas, imbricadas, atingindo ca. 3/4 do comprimento das pétalas, mais
as basais foliáceas, densamente lepidotas. Inflorescência longos que o gineceu, Àletes plicados, anteras basiÀxas;
composta, raramente simples, ampla, 3-20cm; espigas 2-10, ovário ovóide, estilete incluso na corola, delicado, mais
3-14-Áoras, 3-10cm, dísticas, complanadas. Brácteas Áorais longo que o ovário.
verde-acinzentadas, 1,2-1,6×0,5-0,6cm, ligeiramente mais Espécie de ampla distribuição, ocorrendo desde a
curtas que as sépalas, lanceoladas, ápice agudo, lepidotas. Venezuela até a Argentina. D5, D7, E6, E7, E8, F4, F5,
Flores dísticas; sépalas 1,2-1,5cm, livres, oblongas, F6, G6: muito freqüente na mata atlântica. Coletada com
ápice agudo a obtuso, geralmente glabras; pétalas azuis Áores de julho a abril e com frutos em fevereiro, abril,
a púrpuras, 2-2,5cm, espatuladas, ápice obtuso; estames junho, julho e agosto.
livres, inclusos, atingindo ca. 2/5 do comprimento das Material selecionado: Agudos, I.1996, M.E.S. Paschoal
pétalas, mais longos que o gineceu, Àletes levemente 1653 (BAUR). Amparo, XII.1942, M. Kuhlmann 262 (SP).
plicados próximo às anteras, anteras dorsiÀxas; ovário Biritiba Mirim, XI.1984, S. Romaniuc Neto 245 (SP).
cilíndrico, estilete mais curto que o ovário. Cananéia, IX.1994, P.H. Miyagi 70 (SP). Eldorado, VII.1995,
R.R. Rodrigues et al. 131 (SP). Ibiúna, VIII.1995, J.A. Pastore
Espécie de ampla distribuição ocorrendo no Peru,
& O.T. Aguiar 638 (SP). Itararé, XI.1995, P.H. Miyagi et al.
Brasil e Bolívia. B4, B5, D5, D6, D7, E6, E7, F4: campo 370 (SP). Miracatu, IX.1995, O.T. Aguiar & J.B. Baitello 597
rupestre, mata ciliar no cerrado. Coletada com Áores em (SP). São Paulo, IX.1994, S.A.P. Godoy et al. 186 (SP).
janeiro, julho, agosto, novembro e dezembro e com frutos Material adicional examinado: Embu-Guaçu, IX.1996,
em agosto e outubro. Destaca-se das outras espécies por M.G.L. Wanderley 2088 (SP).
apresentar Áores aromáticas. Tillandsia stricta é talvez a espécie mais conhecida
Material selecionado: Atibaia, I.1940, O. Handro s.n. dentro do gênero, sendo sua inÁorescência muito
(SP 42305). Brotas, VI.1961, G. Eiten et al. 2964 (SP). Icém vistosa e característica. Também chama a atenção nesta
(Cachoeira do Maribondo), XII.1938, A. Gehrt s.n. (SP 39750).
espécie o fato das brácteas Áorais passarem de róseas
Itararé, X.1993, C.M. Saburagui et al. 382 (ESA, SP). São
para alvo-esverdeadas conforme o amadurecimento da
Carlos, IX.1954, M. Kuhlmann 3038 (SP). Sorocaba (Ipanema),
VII.1933, F.C. Hoehne s.n. (SP 29791). Tanabi, VIII.1941, A. inÁorescência. Pertence ao subgênero Anoplophytum.
Gehrt s.n. (SP 45847).
Material adicional examinado: São Paulo, 1928, F.C. 17.14. Tillandsia tenuifolia L., Sp. pl. 286. 1753.
Hoehne s.n. (SP 24225). Prancha 22, Àg. I.
Espécie muito característica pelas folhas cinéreas Epífita ou rupícola, 18-25cm; caule inconspícuo a alongado.
devido à grande concentração de escamas adpressas Folhas rosuladas ou dispostas ao longo do caule, polísticas,
e também por apresentar lâminas foliares recurvas no eretas a secundas, 6-10cm; bainha alargada; lâmina
ápice, algumas vezes envolvendo os ramos das árvores 0,8-1,2cm larg., estreito-triangular, subulado-atenuada para
sobre as quais vivem. Espécie pertencente ao subgênero o ápice, conduplicada. Escapo 4-6cm, ultrapassando as
Phytarrhiza. folhas; brácteas róseas a alvo-esverdeadas, 2-6×0,6-1cm,
elípticas, ápice aristado, imbricadas, as basais foliáceas,
17.13. Tillandsia stricta Sol. in Sims, Bot. Mag. 37. lepidotas. Inflorescência simples, 3-10-Áora, 2,5-4,5cm,
1813. ovóide a cilíndrica, densa a subdensa. Brácteas Áorais
Prancha 22, Àg. G-H. róseo-claras, 1-2×0,4-0,6cm, ultrapassando as sépalas,
Epífita, 18-20cm; caule inconspícuo. Folhas rosuladas, suborbiculares, ápice apiculado, nervadas, carenadas no
polísticas, eretas, 12-16cm; bainha alargada; lâmina ápice, esparsamente lepidotas no ápice. Flores polísticas;
0,5-1cm larg., estreito-triangular, ápice longo-atenuado. sépalas róseas, 0,8-1,2cm, a anterior livre, as 2 posteriores

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

TILLANDSIA

conatas até a metade, lanceoladas, ápice agudo, carenadas, Espécie de ampla distribuição, ocorrendo como
glabras ou lepidotas; pétalas azuladas, róseas ou alvas, epíÀta da Bolívia até a Argentina. B2, D4, D6, E6, F5:
1,4-1,8cm, espatuladas, ápice obtuso; estames inclusos, em Áoresta, cerradão e campo sujo. Coletada com frutos
atingindo ca. 2/3 do comprimento das pétalas, mais longos em abril, maio, junho, julho, agosto e outubro.
que o gineceu, Àletes adnatos à base das pétalas, fortemente Material selecionado: Andradina, VII.1998, M.R. Pereira
plicados, anteras basiÀxas; ovário ovóide, estilete delicado, Noronha 2015 (HISA, SP). Bauru, V.1993, P.M. Souza 45
mais longo que o ovário. (SP). Campinas, X.1990, L.C. Bernacci 25885 (SP). Itupeva,
No Brasil, ocorre em quase todos estados litorâneos, IV.1995, M.G.L. Wanderley et al. 2141 (SP). Ribeirão Grande,
além do Centro-Oeste. D4, D5, D6, D7, D8, D9, E6, E7, V.1999, A. Costa et al. 704 (SP).
E8, E9, F4, F5, F6, G6: Mata. Coletada com Áores de Pertencente ao subgênero Diaphoranthema, possui
fevereiro a novembro e com frutos em fevereiro, junho, características semelhantes à Tillandsia loliacea que
agosto, outubro, novembro e dezembro. apresenta folhas rosuladas, diferindo desta pelo hábito
Material selecionado: Agudos, VII.1996, M.E.S. Paschoal com caule alongado, folhas polísticas e inÁorescência
1696 (BAUR). Bananal, V.1995, S.L. Proença et al. 50 (SP). Bauru, com menor número de Áores.
II.1992, P.M. Souza 33 (SP). Bom Sucesso do Itararé, VIII. 1995,
V.C. Souza et al. 505 (SP). Campos do Jordão, IX.1991, S. Buzato 17.16. Tillandsia usneoides (L.) L., Sp. pl., ed. 2. 411.
& M. Sazima 26858 (SP). Cananéia, IV.1985, T.M. Cerati & M.
Kirizawa 186 (SP). Ilha Comprida, IV.1918, F.C. Hoehne s.n. (SP
1762.
1895). Iracemápolis, IX.1993, R.R. Rodrigues et al. 1140 (ESA, Nome popular: barba-de-velho.
SP). Moji-Guaçu, IX.1980, F. Barros 423 (SP). Ribeirão Grande, Epífita, 2-4cm, pendente dos ramos das árvores; caule
V.1999, A. Costa et al. 704 (SP). Salesópolis, IX.1994, C.Y. Kiyama Àliforme, foliáceo, com entrenós alongados, ca. 3-6cm;
et al. 73 (HRCB, SP, SPF, UEC). São Paulo, II.1995, S.A.P. Godoy raízes ausentes na fase adulta. Folhas pouco numerosas,
et al. 384 (SP). Tapiraí, II.1997, S.L. Proença 168 (SP). Ubatuba ca. 5, dispostas ao longo do caule, dísticas, patentes, 2-5cm,
(Picinguaba), V.1990, R. Romero et al. 06 (HRCB, SPF).
Material adicional examinado: Embu-Guaçu, IX.1996, densamente lepidotas; bainha amplectiva; lâmina Àliforme.
M.G.L. Wanderley 2089 (SP). Escapo 0-1cm, não ultrapassando as folhas, Àliforme,
Espécie muito variável, principalmente pela lepidoto; brácteas 2, 10-40×3-4mm, sendo a externa duas
disposição das folhas e pelo hábito. Assemelha-se a vezes mais longa do que a interna, imbricadas, lepidotas.
Tillandsia aeranthos, da qual difere essencialmente Inflorescência uniÁora, praticamente sem escapo.
pela folha de textura mais delicada e pela coloração das Brácteas Áorais acinzentadas, 5-6×3-4mm, menores que
brácteas Áorais, sendo róseo-claras em T. tenuifolia e as sépalas, elípticas, ápice caudado, lepidotas. Flores com
róseo-escuras a vináceas em T. aeranthos. Pertence ao sépalas 5-6mm, livres, lanceoladas, ápice agudo, lepidotas;
subgênero Anoplophytum. pétalas esverdeadas ou amareladas, 9-10mm, liguladas,
ápice agudo; estames livres, inclusos, atingindo ca. 1/2
17.15. Tillandsia tricholepis Baker, Jour. Bot. London do comprimento das pétalas, mais longos que o gineceu,
16: 237. 1878. Àletes retos, anteras dorsiÀxas; ovário elipsóide, estilete
Prancha 22, Àg. J. muito mais curto que o ovário.
Epífita, 5-25cm; caule conspícuo. Folhas dispostas ao Espécie de maior distribuição dentro da família,
longo do caule, polísticas, eretas a suberetas, 1-2cm, ocorrendo desde a Flórida até o sul da América do Sul.
densamente lepidotas; bainha largo-oval, muito distinta da D4, D6, E6, E7, E8, E9, G6: mata atlântica de encosta e
lâmina; lâmina 0,2-0,3cm larg., estreito-triangular, involuta, de planalto e restinga. Coletada com Áores em fevereiro
densamente ferrugínea ou cinéreo-furfurácea. Escapo e setembro e com frutos em setembro.
2-5cm, ultrapassando as folhas, Àliforme; brácteas 7-9× Material selecionado: Bauru, VI.1992, P.M. Souza 09
2-3mm, lanceoladas, ápice agudo, imbricadas, subigualando (BAUR). Campinas, IX.1938, J. Santoro s.n. (IAC 3003).
ou ultrapassando os entrenós, lepidotas. Inflorescência Cananéia, IX.1988, A.M.N.F. 2 (SP 254871). Itu, X.1897, A.
simples, 1-5-Áora, 1-2cm; raque quase reta, levemente Russel 34 (SP). São Paulo, I.1945, M. Kuhlmann 2704 (SP).
angulada, glabra. Brácteas Áorais verde-acinzentadas, São Sebastião, X.1920, Luederwaldt s.n. (SP 12383). Ubatuba,
6-8×3-4mm, menores que as sépalas, ovais, ápice agudo, II.1996, H.F. Leitão Filho et al. 34309 (SP).
lepidotas. Flores dísticas; sépalas 5-6mm, livres, lanceoladas, Apresenta ampla distribuição geográÀca, coincidindo
ápice agudo, glabras; pétalas amarelas, 7-8mm, liguladas, com a distribuição global do gênero Tillandsia. É muito
ápice agudo; estames inclusos, livres, atingindo ca. 1/2 do característica pela formação de extensas “cortinas”
comprimento das pétalas, ca. 2 vezes o comprimento do pendentes das árvores, daí o seu nome popular. Chama a
gineceu, Àletes retos, anteras basiÀxas; ovário cilíndrico, atenção nesta espécie o fato de diÀcilmente ser coletada
estilete curto, muito mais curto que o ovário. com Áores. Pertence ao subgênero Diaphoranthema.

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

A F

E
D
C

Prancha 21. A. Tillandsia aeranthos, inÁorescência. B. Tillandsia crocata, hábito. C. Tillandsia dura, inÁorescência. D.
Tillandsia gardneri, hábito. E. Tillandsia geminiflora, hábito. F. Tillandsia globosa, hábito. (A, Luis 544; B, Barros 3035; C,
Alves 1777; D, Hoehne SP 41323; E, Hoehne SP 768; F, Handro 365). Ilustrações: A-B, D-F: Carmen Fidalgo. C: Emiko Naruto.

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

TILLANDSIA

Prancha 22. A-B. Tillandsia linearis, A. hábito; B. pétala com 1 estame e gineceu. C. Tillandsia loliacea, hábito. D-E. Tillandsia
recurvata, D. Áor; E. escama foliar. F. Tillandsia streptocarpa, escapo e inÁorescência. G-H. Tillandsia stricta, G. inÁorescência;
H. Áor e bráctea Áoral. I. Tillandsia tenuifolia, hábito. J. Tillandsia tricholepis, hábito. (A-B, Wanderley 2089-A; C, Tamashiro
454; D-E, V.C. Souza 10970; F, F.C. Hoehne SP 24225; G-H, Wanderley 2088; I, Wanderley 2089; J, Wanderley 2141). Ilustrações:
A-C, F-J: Carmen Fidalgo. D-E: Emiko Naruto.

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Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

18. VRIESEA Lindl., nom. cons.


Andrea Ferreira da Costa, Maria das Graças Lapa Wanderley & Ricardo Loyola de Moura

Epífitas, terrestres ou rupícolas; propagando-se por brotos axilares ou por estolões. Roseta
infundibuliforme, tubular ou utriculosa, formando tanque. Folhas com bainha bem desenvolvida; lâmina
totalmente verde ou ornamentada com faixas, estrias ou máculas verde-escuras, vinosas ou purpúreas,
triangular, ligulada ou oblonga, ápice atenuado, agudo ou obtuso, às vezes acuminado ou apiculado,
margem inteira. Escapo bem desenvolvido, ereto ou recurvo. Inflorescência simples (em racemos) ou
composta (em racemos heterotéticos duplos ou triplos) (ou com ramiÀcações de primeira e segunda ordens),
ereta ou pêndula, raque reta ou geniculada; ramos com pedúnculo longo ou curto, com ou sem brácteas;
brácteas primárias mais curtas a mais longas que o pedúnculo. Brácteas Áorais geralmente vistosas, verdes,
vermelhas, vinosas, alaranjadas, amarelas, róseas ou castanhas, mais curtas a mais longas que as sépalas,
ovais, obovais, elípticas, com ou sem carena, livres ou raramente com aurículas decorrentes na base. Flores
com pedicelo curto, dísticas ou polísticas, às vezes secundas; sépalas simétricas com ou sem carena; pétalas
alvas, amarelas, alvo-amareladas ou vinosas, eretas, geralmente com ápice recurvo, liguladas ou obovais,
com apêndices petalinos basais desenvolvidos; estames exsertos ou inclusos; ovário súpero, estigma do tipo
lâmina convoluta. Fruto cápsula septicida; sementes plumosas com coma basal desenvolvido.
O gênero Vriesea distingue-se dos demais gêneros das Tillandsioideae pelas pétalas curto-conatas
com um par de apêndices basais (Mez 1894, Smith & Downs 1977). Após a publicação da monograÀa
para a Flora Neotropica (Smith & Downs 1977), diversos autores vêm estudando a taxonomia do grupo,
transferindo espécies para outros gêneros, segregando espécies em novos gêneros e descrevendo novas
espécies (Luther 2006). Atualmente, o gênero inclui cerca de 250 (Luther 2006) espécies divididas em duas
Seções: Vriesea e Xiphion, distintas entre si, respectivamente, pelas Áores de antese diurna, brácteas Áorais
coloridas do vermelho ao amarelo e pétalas liguladas; e Áores de antese noturna, brácteas Áorais verdes a
castanhas e pétalas obovais; estames inclusos e exsertos são observados em ambas as seções.
Encontra-se distribuído, predominantemente, na América do Sul desde o nível do mar, nas restingas e
matas litorâneas, até no alto das serras em campos altimontanos. No entanto, o gênero apresenta seu centro
de diversidade no Brasil, na Áoresta pluvial atlântica. Atinge o norte da Argentina, o Paraguai, a Bolívia,
a Venezuela, a Colômbia e as Guianas. Um grupo de espécies, sobretudo pertencentes à Seção Xiphion,
interioriza-se no domínio dos cerrados, ocorrendo especialmente na Cadeia do Espinhaço.
No estado de São Paulo são conhecidas 47 espécies de ocorrência no domínio atlântico. Vriesea parvula
Rauh, pertencente à Seção Xiphion, possui inÁorescência simples, secundiÁora, é conhecida apenas da
coleta do material-tipo, o qual não foi analisado no presente trabalho.
Costa, A. & Wendt, T. 2007. Bromeliaceae. Bromeliaceae na região de Macaé de Cima, Nova Friburgo, Rio de
Janeiro. Rodriguésia 58(4).
Fontoura, T., Costa, A. & Wendt, T. 1991. Preliminary checklist of the Bromeliaceae of Rio de Janeiro State.
Selbyana 12: 4-45.

Chave para as espécies de Vriesea

1. InÁorescência simples (em racemo).


2. Lâmina foliar estreito-triangular; Áores polísticas.
3. Lâmina foliar ereta a recurva; Áores ca. 15; brácteas Áorais vermelhas; pétalas alvas ........................
........................................................................................................................................10. V. flammea
3. Lâmina foliar revoluta; Áores 6-10; brácteas Áorais vermelhas com ápice amarelo; pétalas amarelas
............................................................................................................................... 6. V. correia-araujoi
2. Lâmina foliar ligulada; Áores dísticas.

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

VRIESEA

4. InÁorescência pêndula.
5. Entrenós da raque 1,5-4cm ....................................................................................... 41. V. simplex
5. Entrenós da raque até 1cm.
6. Flores suberetas na antese; brácteas Áorais 3-3,5×1,6-2cm ................................ 14. V. guttata
6. Flores patentes na antese; brácteas Áorais 3,5-4×3cm ................................... 29. V. pardalina
4. InÁorescência ereta a subereta ou sigmóide.
7. Brácteas Áorais decorrentes.
8. Brácteas Áorais inferiores até 3,5cm; sépalas até 3,3cm.
9. InÁorescência até 30cm e até 25 Áores (em V. jonghei raramente mais de 30 Áores).
10. Folha com bainha 10-12cm e lâmina 20-40cm; brácteas florais inferiores
2-2,5×2,5cm ............................................................................................ 23. V. jonghei
10. Folha com bainha 12-16cm e lâmina 35-60cm; brácteas Áorais inferiores ca.
3,5×3,2cm .......................................................................................... 32. V. platynema
9. InÁorescência com mais de 40cm e mais de 30 Áores (em V. sp.2 raramente 25 Áores).
11. Lâmina com ápice obtuso e acuminado com mácula castanha; inÁorescência com
32-44 Áores, entrenós basais ca. 2cm; brácteas Áorais até 2cm larg. .... 47. Vriesea sp.3
11. Lâmina com ápice agudo e acuminado; inÁorescência com (25)48-53 Áores, entrenós
0,7-1,5cm; brácteas Áorais mais de 3cm larg. ..................................... 46. Vriesea sp.2
8. Brácteas Áorais inferiores com mais de 4cm; sépalas com mais de 3,3cm.
12. Brácteas do escapo e Áorais com máculas ................................................. 36. V. sazimae
12. Brácteas do escapo e Áorais sem máculas ............................................... 3. V. bituminosa
7. Brácteas Áorais não decorrentes.
13. Flores secundas na antese.
14. Roseta utriculosa; brácteas superiores do escapo mais curtas que os entrenós; brácteas
Áorais com indumento alvo-ceroso .................................................... 33. V. platzmannii
14. Roseta infundibuliforme; brácteas superiores do escapo imbricadas; brácteas Áorais sem
indumento alvo-ceroso.
15. Brácteas Áorais vermelhas a alaranjadas; pétalas ca. 4cm; estames exsertos
....................................................................................................... 39. V. secundiflora
15. Brácteas Áorais verdes, castanhas ou castanho-avermelhadas; pétalas 3-3,7cm;
estames inclusos.
16. Brácteas Áorais castanho-avermelhadas, lisas e quebradiças com ápice e margem
mais claros, paleáceos, 4,5-5×4cm ......................................... 24. V. longicaulis
16. Brácteas Áorais verdes, 2-3×1,2-1,6cm.
17. Lâmina foliar ca. 50×3,5cm; inÁorescência ca. 40cm; sépalas ca. 2cm;
pétalas ca. 3cm ................................................................... 25. V. longiscapa
17. Lâmina foliar 10-28×1,8-2,5cm; inÁorescência 5-13cm; sépalas ca. 2,7cm;
pétalas ca. 3,7cm ............................................................... 42. V. unilateralis
13. Flores não secundas na antese.
18. Brácteas Áorais inÁadas.
19. Brácteas Áorais involutas na antese, sem carena.
20. Lâmina foliar 20-60×2,4-4,4(5)cm; entrenós da raque 0,5-1,5cm .......................
...................................................................................................... 8. V. ensiformis
20. Lâmina foliar 30-45×2-2,5cm; entrenós da raque 2,5cm ......... 22. V. jonesiana
19. Brácteas Áorais não involutas na antese, carenadas em toda a sua extensão ou apenas
próximo ao ápice.

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

21. Brácteas Áorais não imbricadas, expondo a raque na antese.


22. Escapo ca. 7cm; pétalas amarelas ................................... 44. V. vulpinoidea
22. Escapo 14-25cm; pétalas amarelas com ápice verde.
23. InÁorescência com 4-11 Áores; brácteas Áorais com carena próximo ao
ápice ...................................................................... 15. V. heterostachys
23. InÁorescência com 15-25 Áores; brácteas Áorais com carena em toda a
extensão ........................................................................ 45. Vriesea sp.1
21. Brácteas Áorais imbricadas, não expondo a raque na antese.
24. Brácteas Áorais com mais de 5cm, carenadas em toda a extensão.
25. Bainha verde; inÁorescência 16-30×3-4,5cm ............ 18. V. incurvata
25. Bainha atro-purpúrea; inÁorescência 10-18×6-9,5cm ............................
............................................................................. 9. V. erythrodactylon
24. Brácteas Áorais até 5cm, carenadas próximo ao ápice.
26. Brácteas Áorais suberetas, imbricadas até 1/4 de sua largura ou não
imbricadas; Áores eretas na antese, saindo da bráctea Áoral apenas de
um lado da inÁorescência .................................... 15. V. heterostachys
26. Brácteas Áorais subpatentes, imbricadas até 1/2 da sua largura; Áores
suberetas na antese ............................................................ 19. V. inflata
18. Brácteas Áorais não inÁadas.
27. Entrenós da raque até 1cm.
28. Lâmina foliar até 2cm larg.; carena presente nas 3 sépalas; pétalas amarelas
com ápice verde, apêndices com ápice obtuso ............................ 5. V. carinata
28. Lâmina foliar mais de 2,5cm larg.; carena presente em 2 sépalas; pétalas
amarelas ou amarelo-esverdeadas, apêndices com ápice agudo e irregular.
29. Brácteas Áorais amarelas; sépalas ca. 2,5cm ........................... 11. V. flava
29. Brácteas Áorais vermelhas com ápice verde; sépalas ca. 3cm
.................................................................................... 20. V. interrogatoria
27. Entrenós da raque iguais ou maiores que 1,2cm.
30. Estames inclusos .......................................................................... 34. V. procera
30. Estames exsertos ................................................................... 30. V. pauperrima
1. InÁorescência composta.
31. InÁorescência em racemo heterotético duplo.
32. Brácteas primárias mais longas que os pedúnculos dos ramos.
33. InÁorescência com até 6 ramos.
34. Lâmina foliar até 2,5cm larg.
35. Roseta utriculosa; lâmina estreito-triangular, 0,5-0,7cm larg.
36. Entrenós dos ramos ca. 1,5cm; Áores dísticas, suberetas na antese ........................
......................................................................................................... 26. V. lubbersii
36. Entrenós dos ramos 0,2-0,4cm; Áores polísticas, eretas na antese .........................
.........................................................................................................10. V. flammea
35. Roseta infundibuliforme; lâmina foliar ligulada ou ligulado-triangular, com mais de
0,8cm larg.
37. Brácteas primárias mais longas que os ramos; entrenós dos ramos 0,6-0,7cm;
brácteas Áorais 0,8-1cm ......................................................... 7. V. drepanocarpa
37. Brácteas primárias mais curtas que os ramos; entrenós dos ramos 0,8-1,5cm;
brácteas Áorais 1-2cm .............................................................. 35. V. rodigasiana

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

VRIESEA

34. Lâmina foliar com mais de 2,5cm larg.


38. Flores secundas na antese; brácteas Áorais orbiculares..........................21. V. itatiaiae
38. Flores dísticas na antese; brácteas Áorais ovais a largo-ovais.
39. Brácteas Áorais amarelas, (1,8)2,3-2,5(3,5)×1,4-2cm, ovais; pedúnculos sem
brácteas estéreis ..................................................................... 12. V. friburguensis
39. Brácteas Áorais vermelhas, 3,4-4,2×2,8-3,4cm, largo-ovais; pedúnculos com até 1
bráctea estéril .................................................................. 38. V. aff. schwackeana
33. InÁorescência com mais de 6 ramos.
40. Ramos com até 3 Áores; brácteas Áorais com até 1cm ....................... 7. V. drepanocarpa
40. Ramos com 5 ou mais Áores; brácteas Áorais com mais de 1,8cm.
41. Pedúnculos dos ramos 0,5-1,5cm .................................................. 12. V. friburgensis
41. Pedúnculos dos ramos com mais de 1,5cm.
42. Flores secundas na antese; entrenós dos ramos 3-4,5cm; brácteas Áorais
orbiculares ....................................................................................... 21. V. itatiaiae
42. Flores dísticas na antese; entrenós dos ramos até 2cm; brácteas Áorais ovais a
largo-ovais.
43. Brácteas primárias triangulares a ovais, com ápice agudo e acuminado;
pedúnculo dos ramos 4,5-7cm; brácteas Áorais vermelhas .... 37. V. sceptrum
43. Brácteas primárias inferiores com base dilatada e lâmina triangular com ápice
agudo, as superiores largo-ovais com ápice agudo, caudado a longo-caudado;
pedúnculo dos ramos 6,5-12cm (os inferiores) até 3,5-4cm (os superiores);
brácteas Áorais amarelas .................................................... 1. V. altodaserrae
32. Brácteas primárias mais curtas ou do mesmo comprimento dos pedúnculos dos ramos.
44. Flores dísticas na antese.
45. Lâmina foliar (5)6-7cm larg., triangular, ápice atenuado, indumento cinéreo na face
abaxial ...................................................................................................... 28. V. paratiensis
45. Lâmina foliar até 5,5cm larg., ligulada, ápice agudo a obtuso, sem indumento cinéreo na
face abaxial.
46. Brácteas Áorais vermelhas; ramos com (7)13-25 Áores ................... 4. V. brusquensis
46. Brácteas Áorais verde-claras; ramos com (2)4-8 Áores ......................... 34. V. procera
44. Flores secundas na antese.
47. Brácteas inferiores do escapo imbricadas, as superiores do mesmo comprimento ou mais
curtas que os entrenós .................................................................................... 27. V. pabstii
47. Brácteas do escapo todas imbricadas.
48. InÁorescência com 1-4 ramos.
49. Lâmina foliar triangular, 6-7cm larg.; brácteas Áorais 2,5-3,5×2,2-3cm ...............
......................................................................................................17. V. hoehneana
49. Lâmina foliar ligulada, ca. 3,5cm larg.; brácteas Áorais ca. 2×1,5cm ...................
...................................................................................................... 25. V. longiscapa
48. InÁorescência com mais de 6 ramos (raro 4 ramos em V. itatiaiae).
50. Lâmina foliar com faixas transversais irregulares atro-purpúreas na face abaxial,
verde-escuras na face adaxial ............................................... 16. V. hieroglyphica
50. Lâmina foliar totalmente verde ou com estrias Ànas verde-escuras.
51. Planta estolonífera; bainha foliar alva com mancha central purpúrea e máculas
purpúreas esparsas; brácteas Áorais ca. 0,8cm larg., ovais; lâmina foliar
2,5-3cm larg. .............................................................................. 43. V. vagans

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

51. Planta não estolonífera; bainha foliar castanha; brácteas Áorais com mais de
2,4cm larg., largo-elípticas a orbiculares; lâmina foliar com mais de 5,3cm
larg.
52. Brácteas Áorais vermelhas, com ápice arredondado, apiculado e levemente
encurvado; pedúnculo 3-6cm ........................................... 21. V. itatiaiae
52. Brácteas Áorais verdes, com ápice subagudo e recurvo; pedúnculo
8-12cm ............................................................................. 13. V. gigantea
31. InÁorescência em racemo heterotético triplo.
53. Flores secundas na antese.
54. Bainha castanha com parte superior vinosa, (12)16-18cm compr.; lâmina com mais de 4cm
larg.; inÁorescência (68)80-100cm; ramos ca. 25, suberetos e retos, com pedúnculo dos ramos
inferiores ca. 18cm ............................................................................... 31. V. philippocoburgii
54. Bainha alva com ou sem mancha central purpúrea, 9-12cm compr.; lâmina até 3cm larg.;
inÁorescência até 50cm; ramos até 15, Áexuosos, com pedúnculo até 16cm.
55. Bainha alva com mancha central purpúrea, 10-12×4,5-5cm; brácteas superiores do escapo
vermelhas e ápice verde ................................................................................. 43. V. vagans
55. Bainha alva, 8-9×6cm; brácteas do escapo inferiores verdes e superiores vermelhas
.................................................................................................................... 41. V. sparsiflora
53. Flores não secundas na antese.
56. InÁorescência pêndula ................................................................................. 2. V. billbergioides
56. InÁorescência ereta.
57. Lâmina foliar (5)6-7cm larg., triangular, ápice atenuado, indumento cinéreo na face
abaxial ...................................................................................................... 28. V. paratiensis
57. Lâmina foliar 2-4cm larg., ligulada, ápice agudo a obtuso, acuminado, sem indumento
cinéreo na face abaxial .................................................................................. 34. V. procera

18.1. Vriesea altodaserrae L.B. Sm., Contr. Gray Herb. caudado, tanto as brácteas do escapo quanto as Áorais vão
98: 16, est. 5, Àg. 1-2. 1932. diminuindo progressivamente suas dimensões em direção
Epífita, raramente terrestre ou rupícola, até 1,5m. Roseta ao ápice da inÁorescência. Brácteas Áorais amarelas,
infundibuliforme. Folhas com bainha castanho-escura, (2)2,5-3×1,4-2cm, mais curtas que as sépalas, largo-ovais,
10-12×7,5-8cm, largo-elíptica; lâmina verde, 33-55×4,5cm, ápice subagudo a obtuso, recurvo, sem carena ou com carena
triangular, ápice agudo às vezes também acuminado. Escapo inconspícua próximo ao ápice. Flores dísticas, suberetas
esverdeado, 40-55cm, ereto; brácteas imbricadas e com na antese; sépalas amarelas, 2,2cm, estreito-obovais, sem
lâminas suberetas a patentes, inferiores foliáceas, superiores carena; pétalas amarelas, 3cm, liguladas, apêndices ca.
com base vermelho-vinosa e ápice verde, 20-30×3-3,5cm, 0,8cm, obtusos; estames inclusos. Fruto (2,5)3,5cm.
triangulares com base dilatada, ápice agudo e acuminado. Ocorre nos estados de São Paulo, Paraná e Santa
Inflorescência composta, em racemo heterotético duplo, Catarina, do nível do mar até 1.000m de altitude (Smith
ereta, até 75cm; ramos 20-30, 10-14 Áores, suberetos, & Downs 1977), na Áoresta Áuvial atlântica. D9, E6,
fracamente geniculados, pedúnculo entre 6,5-12cm (os E7, E8, E9, F5, G6. Coletada com Áores em dezembro e
inferiores) até 3,5-4cm (os superiores), dos ramos inferiores janeiro e com frutos em março e abril.
apresentando ou não 1-2 brácteas estéreis ovais, obtusas, Material selecionado: Cananéia, XII.1990, F. Barros et
carenadas, entrenós (1)1,5-2cm; brácteas primárias al. 2039 (SP). Cunha, III.1993, S. Buzato & I. Sazima 27997
(SP, UEC). Lavrinhas, 22°27’46”-22°27’23”S 44°52’54”-
inferiores com base vermelho-vinosa e ápice verde, 13-18×
44°52’48”W, IV.1995, L.S. Kinoshita et al. 958 (SP). Ribeirão
1,5-2,5cm, mais longas que os pedúnculos, mais curtas Grande, V.1997, M.G.L. Wanderley et al. 2233 (SP). São Paulo,
que os ramos, base dilatada e lâmina triangular com ápice XII.1996, R.J.F. Garcia et al. 1016 (PMSP, UEC). Tapiraí,
agudo, suberetas a patentes, as superiores vermelho-vinosas, II.1997, S.L. Proença et al. 169 (SP). Ubatuba, II.1968, L.B.
4-6,5cm, largo-ovais, ápice agudo, caudado a longo- Smith & E.L. McWilliams 15426 (HB, R).

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

VRIESEA

As exsicatas Duarte 34 e Wanderley 1005 (SP), 18.3. Vriesea bituminosa Wawra, Oesterr. Bot. Z. 12:
citadas como V. altodaserrae por Wanderley & Mollo 347. 1862.
(1992), pertencem ao táxon V. paratiensis. As exsicatas Prancha 23, Àg. A-C.
Kinoshita 958 (SP), Pabst 4749 (HB) e Martinelli 1104 Epífita ou rupícola, até ca. 2m. Roseta infundibuliforme.
(RB) apresentam as dimensões dos pedúnculos, entrenós Folhas com bainha castanha, 12-18×8-13cm, oval a largo-
dos ramos, brácteas Áorais e frutos pouco menores que elíptica; lâmina verde, (50)60-70×7-8(10)cm, ligulada,
as demais, além das brácteas primárias e lâminas foliares ápice obtuso e acuminado com mácula atro-purpúrea.
com ápice subagudo e apiculado. Diferem, porém, de Escapo verde a castanho esverdeado, 70-120cm, ereto,
V. morrenii Wawra pelo comprimento dos entrenós, recoberto por substância gelatinosa; brácteas verdes sem
ápice foliar e relação das brácteas Áorais com as sépalas. máculas, ápice atro-purpúreo, as inferiores foliáceas
e as superiores 6-9×2-5cm, ovais, ápice acuminado,
18.2. Vriesea billbergioides E. Morren ex Antoine, todas imbricadas. Inflorescência simples, em racemo,
Phyto-Iconogr. Bromel.: 17. 1884. 40-50 Áores, ereta, 50-90cm, raque sulcada, reta na
Epífita, ca. 80cm. Roseta infundibuliforme. Folhas com base e geniculada no ápice, entrenós 1-1,5cm, recoberta
bainha alva, 12×5,5cm, elíptica a suboval; lâmina verde, por substância gelatinosa. Brácteas Áorais verdes sem
25-46×2,2-3cm, ligulada, ápice obtuso e acuminado. máculas, as inferiores 4-6,5×3-3,8cm e as medianas
Escapo verde, 36-38cm, recurvo; brácteas verdes, 2,7-4,5×3,3-4,5cm, mais curtas que as sépalas, largo-
4,6-5×1,4-1,5cm, subovais, ápice subagudo e acuminado, ovais, ápice agudo, decorrentes, sem carena. Flores
inferiores imbricadas e superiores do mesmo comprimento dísticas, patentes a reÁexas na antese; sépalas verdes, as
a mais curtas que os entrenós. Inflorescência composta, inferiores 3,7-4,5cm e as medianas 3,3-3,6cm, elípticas,
em racemo heterotético triplo, pêndula, 42-50cm; ramos sem carena; pétalas vinosas (Sazima et al. 1995), ca. 6cm,
14, com 12-14 Áores, suberetos, geniculados, pedúnculos obovais, apêndices ca. 1,5cm, agudos e irregularmente
2,5-7cm, os inferiores maiores, algumas vezes com 1 denteados; estames inclusos. Fruto ca. 5cm.
bráctea estéril, entrenós 1,2-1,4cm, apresentando algumas Ocorre em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo
brácteas estéreis ao longo do ramo e 1 no ápice do ramo; (Smith & Downs 1977) e Espírito Santo, na Áoresta
brácteas primárias vermelhas, 2-4,8×1-1,4cm, mais curtas pluvial atlântica montana e alto-montana. D7, E7, E8,
que o pedúnculo, estreito-triangulares, com ápice agudo e E9. Coletada com Áores em outubro e novembro e com
acuminado; brácteas secundárias vermelhas, 1,5-1,6×0,6- frutos de fevereiro a maio.
Material selecionado: Caraguatatuba, XI.1994, I. Sazima &
0,7cm, do mesmo comprimento do pedúnculo, elípticas,
O.C. Oliveira 32521 (UEC). Cunha, II.1981, M.G.L. Wanderley
com ápice subagudo e apiculado, carenadas. Brácteas 279 (SP). Monte Alegre do Sul, III.1943, M. Kulhmann 409
Áorais vermelhas, 1,2-1,7×0,7-0,9cm, mais curtas que as (SP). São Paulo, XI.1930, F.C. Hoehne s.n. (SP 26677).
sépalas, obovais a largo-elípticas, ápice obtuso, carenada Material adicional examinado: SÃO PAULO, Biritiba-
próximo ao ápice. Flores dísticas, suberetas na antese; Mirim (Estação Biológica de Boracéia), XI.1983, A. Custodio
sépalas amarelas, ca. 1cm, elípticas, sem carena; pétalas Filho 1892 (SP).
alvas; estames exsertos. Fruto 2,5-2,7cm. As exsicatas Custodio Filho 1780 e 1892 (SP),
A espécie ocorre em Minas Gerais, Rio de Janeiro provenientes da Estação Biológica de Boracéia, indicam
e São Paulo (Smith & Downs 1977), sendo típica da as brácteas bordô, diferentes das normalmente verdes
Áoresta pluvial atlântica alto-montana. Em São Paulo a observadas na espécie. No entanto, não foram observadas
ocorrência é conhecida apenas para a Serra da Bocaina. diferenças morfológicas relevantes que pudessem sugerir
D9. Coletada com botões em janeiro e com frutos em uma separação de táxons. A exsicata F.C. Hoehne SP
maio e junho. 26677 apresenta as brácteas Áorais um pouco menores e
Material selecionado: São José do Barreiro, V.1997, R. os entrenós da inÁorescência um pouco maiores do que
Simão-Bianchini & S. Bianchini 1137 (SP). normalmente observado.
Material adicional examinado: SÃO PAULO, s.mun. As espécies da Seção Xiphion relacionadas a Vriesea
(Serra da Bocaina), V.1951, A.C. Brade 21157 (RB, holótipo). bituminosa, tais como V. atra Mez, V. platynema
No estado de São Paulo ocorre a var. ampla L.B. Sm., Gaudich., V. jonghei (Libon ex K. Koch) E. Morren,
que apresenta a inÁorescência em racemo heterotético V. regnellii Mez, V. tijucana E. Pereira, V. minor
triplo. A espécie possui duas outras variedades ocorrentes (L.B. Sm.) Leme, V. fenestralis Linden & André,
no Rio de Janeiro, as quais apresentam inÁorescência em V. wawranea Antoine e as aqui consideradas Vriesea sp.2
racemo heterotético duplo e são distintas entre si pelo e Vriesea sp.3, são plantas robustas, com pétalas alvas
imbricamento das brácteas do escapo. a avermelhadas e de antese noturna. É comum no grupo

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Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

a inÁorescência ser recoberta por uma substância gelatinosa variáveis, (4)5-6×(2,5)3,5-4(5)cm, elíptica; lâmina verde-
fortemente odorífera. As brácteas Áorais também variam do clara, (7)12-18(22)×(1,2)1,5-2cm, ligulada, ápice agudo e
verde ao castanho. No entanto, o processo de herborização acuminado. Escapo verde, (10)20(27)cm, ereto a Áexuoso;
e a falta de informações nas etiquetas (sobretudo sobre as brácteas verde-claras, (1,5)2,5(3)×0,8cm, estreito-ovais,
cores das brácteas e da corola) diÀcultam a determinação ápice agudo e acuminado, mais curtas que os entrenós
do material. Por constituírem um grupo estreitamente ou imbricadas. Inflorescência simples, em racemo, 4-12
relacionado, merecem investigação sistematizada objeti- (-16) Áores, ereta, (3-)6(-12)×(3,5)4,5-6,5cm, quadrada,
vando uma melhor circunscrição dos táxons. oblonga ou rômbica, raque fracamente geniculada,
entrenós 0,4-0,7cm. Brácteas Áorais com base vermelha e
BibliograÀa adicional
Sazima, M., Buzato, S. & Sazima, I. 1995. Polinização de
ápice amarelo, (2,5)3-3,5×1,5cm, do mesmo comprimento
Vriesea por morcegos no Sudeste brasileiro. Bromélia a mais longas que as sépalas, raramente mais curtas, ovais,
2(4): 29-37. ápice agudo, fortemente encurvado, não inÁadas, com
carena em toda a sua extensão. Flores dísticas, suberetas
18.4. Vriesea brusquensis Reitz, Anais Bot. Herb. a patentes na antese; sépalas amarelas, 2,5-3cm, oblongas,
“Barbosa Rodrigues” 4(4): 10. 1952. carena presente nas 3 sépalas; pétalas amarelas com ápice
Epífita, (55)80-90cm. Roseta infundibuliforme. Folhas verde, 3,4-4,7cm, liguladas, apêndices 0,5-0,7cm, obtusos;
com bainha castanho-clara, 1-17×5,5-7cm, elíptica; estames exsertos. Fruto ca. 3cm.
lâmina verde, (16)25-40×(2,8)4,5-5,5cm, ligulada,
ápice obtuso e mucronado. Escapo 32-40cm, ereto; CHAVE PARA AS VARIEDADES
brácteas inferiores foliáceas, superiores vermelhas,
3-6,5(8)×(2)2,5-3cm, ovais a estreito-ovais, ápice obtuso, 1. Brácteas Áorais vermelhas na base e amarelas ou
mucronado, imbricadas. Inflorescência composta, em verdes em direção ao ápice ................... var. carinata
racemo heterotético duplo, ereta, (23)40-50cm; ramos 1. Brácteas Áorais totalmente vermelhas ........................
(5)8-11, eretos, com (7)13-25 Áores, retos ou fracamente ................................................ var. mangaratibensis
geniculados, pedúnculos (4)6-10cm, com (1)2-3 brácteas
estéreis, entrenós 0,5-0,8(1,5)cm; brácteas primárias
18.5.1. Vriesea carinata var. carinata
vermelhas, as inferiores semelhantes às brácteas do
Ocorre na Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro,
escapo, as superiores (3)4,5-5,5×(1,2)2-2,8cm, mais
São Paulo, Paraná, Santa Catarina (Smith & Downs
curtas que o pedúnculo, ovais a largo-ovais, ápice obtuso,
1977) e Rio Grande do Sul (Reitz 1983), na Áoresta
mucronado, papiráceas. Brácteas Áorais vermelhas,
atlântica baixo-montana e montana até 1.000m.s.m. e em
2,7-3,4×2cm, de mais curtas a mais longas que as sépalas,
ovais, ápice agudo a obtuso, apiculado e levemente formações arbóreas de restinga. D7, E6, E7, E8, E9, F5,
encurvado, membranáceas, Ànamente nervadas, com F6, F7, G6. Coletada com Áores e frutos o ano todo.
Material selecionado: Cananéia, VI.1982, M.G.L.
carena em toda a extensão ou apenas próximo ao ápice.
Wanderley et al. 527 (SP). Iporanga, 24o39’11”S 48o43’41”W,
Flores dísticas, suberetas na antese; sépalas 3-3,2cm, IV.1994, V.C. Souza et al. 5877 (ESA, SP). Miracatu, IV.1994,
obovais, sem carena; pétalas amarelas, 4-4,2cm, liguladas, J.R. Pirani & R.F. Garcia 3099 (ESA, HRCB, SP, SPF, UEC).
apêndices ca. 1,2cm; estames exsertos. Fruto não visto. Monte Alegre do Sul, VIII.1943, M. Kuhlmann 1039 (SP).
Ocorre em Santa Catarina (Reitz 1983) e é registrada Peruíbe, VII.1991, M. Sobral & D. Attili 7037 (HRCB).
aqui pela primeira vez para o estado de São Paulo. D5, Salesópolis, IX.1994, C.Y. Kiyama et al. 53 (SP). São Miguel
E7. Coletada com Áores de dezembro a março. Arcanjo, V.1994, P.L.R. Moraes & C.C. Diniz 989 (ESA).
Material selecionado: Santo André, II.1996, III.2002, São Paulo, V.1935, O. Handro s.n. (HB, SP 33927). Ubatuba
S. Kanashiro s.n. (Áorida em cultivo) (SP 370160). Tapiraí, (Picinguaba), II.1988, J.E.L.S. Ribeiro et al. 254 (HRCB).
V.2005, M.G.L. Wanderley 2459 (SP).
A espécie apresenta inÁorescência vistosa, característica 18.5.2. Vriesea carinata var. mangaratibensis Leme &
pelos ramos suberetos e longos, e pelas brácteas que, após a A.F. Costa, Bromélia 1(4): 23. 1994.
herborização, assumem uma coloração rosada. Rio de Janeiro e São Paulo, na Áoresta ombróÀla
densa. E8. Coletada com Áores em junho.
18.5. Vriesea carinata Wawra, Oesterr. Bot. Z. 12: 349. Material examinado: Ubatuba (Estação Experimental do
1862. IAC), M. Kirizawa & C.F. Muniz 1668 (SP).
Epífita ou raramente rupícola, até 35cm. Roseta Trata-se da primeira ocorrência do táxon para o
infundibuliforme. Folhas com bainha esverdeada, às estado de São Paulo, sendo que só era conhecida no sul
vezes apresentando mancha vinosa de tamanho e posição do Rio de Janeiro.

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Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

VRIESEA

Prancha 23. A-C. Vriesea bituminosa, A. inÁorescência; B. folha; C. Áor com bráctea Áoral. D. Vriesea jonghei, inÁorescência.
(A-C, Custodio Filho 1892; D, Tardivo 227).

18.6. Vriesea correia-araujoi E. Pereira & I.A. Penna, AÀm a Vriesea flammea diferindo pelas lâminas
Bradea 3(7): 45-46. 1980. foliares revolutas, menos rígidas, brácteas Áorais
Epífita, até ca. 35cm, estolonífera. Roseta utriculosa. vermelhas com ápice amarelo e pétalas amarelas.
Folhas com bainha castanha, 5,5-6×3-3,5cm, largo-
elípticas; lâmina verde com máculas vinosas, 14-17×0,4cm, 18.7. Vriesea drepanocarpa (Baker) Mez in C. DC.,
estreito-triangular, revoluta, ápice longo-atenuado. Escapo Monogr. phan. 9: 581. 1896.
vermelho, até ca. 20cm, ereto; brácteas vermelhas, as Prancha 24, Àg. A-E.
inferiores 13-14cm, as superiores 4,5-6cm, ovais, ápice Epífita, até ca. 50cm. Roseta infundibuliforme. Folhas
longo-caudado, reÁexas, imbricadas. Inflorescência com bainha verde, ca. 4×2,5cm, oboval; lâmina verde,
simples, em racemo, 6-10 Áores, ereta, 4-5×4-5cm. 16-20×0,8-1,2cm, ligulada, ápice agudo, atenuado.
Brácteas florais vermelhas com ápice amarelo, Escapo verde, 22-28cm, ereto; brácteas verdes, 10-21×
2,8-3×1,5cm, largo-ovais, ápice obtuso, apiculado, inÁadas, 1-1,7cm, as da base elípticas e as superiores triangulares
involutas na antese, sem carena, do mesmo comprimento com ápice agudo e caudado, imbricadas. Inflorescência
a pouco mais longas que as sépalas. Flores polísticas, composta, em racemo heterotético duplo, ereta, 20-28cm;
suberetas na antese; sépalas ca. 2,2cm, elípticas, sem ramos 6-11, com 2-3 Áores, suberetos, retos, pedúnculo
carena; pétalas amarelas, ca. 2,7cm, liguladas, apêndices 0,7cm, apresentando até 1 bráctea estéril, entrenós
ca. 0,9cm, agudos; estames exsertos. Fruto ca. 3,3cm. 0,6-0,7cm; brácteas primárias verdes, 4-10×0,8-1,2cm,
Apresenta ocorrência conhecida para o Rio de mais longas que os ramos, as inferiores elípticas e as
Janeiro (material-tipo) e São Paulo. E8. superiores estreito-triangulares com ápice agudo e
Material selecionado: Ubatuba, V.1998, R. Costa et al. caudado, 1 bráctea estéril no ápice do ramo. Brácteas
88 (HRCB). Áorais verdes, 0,8-1×0,3-0,5cm, mais curtas que as

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Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

sépalas, triangulares, ápice agudo, com carena próximo Ubatuba, 23o21’09”S 44o51’10”W, I.1996, H.F. Leitão Filho
ao ápice. Flores dísticas, suberetas na antese; sépalas et al. 34312 (SP).
verdes, ca. 1,4cm, estreito-oboval, sem carena; pétalas Vriesea ensiformis (incluindo suas variedades) e
alvas, ca. 2,2cm, espatuladas e recurvas, apêndices ca. V. gradata (Baker) Mez (1894) são espécies de difícil
0,8cm, agudos; estames exsertos. Fruto 2,5-3cm. distinção quando comparam-se as inÁorescências. Com
Ocorre na Bahia, Espírito Santo, São Paulo, Paraná base na ilustração que tipiÀca V. ensiformis e no
e Santa Catarina (Smith & Downs 1977), na Áoresta material-tipo de V. gradata, a diferença básica entre
pluvial atlântica. E7, E9, F6. Coletada com Áores em as duas espécies estaria no comprimento dos entrenós:
junho e com frutos em março. até 1,5cm na primeira e 0,5cm na outra. No entanto,
Material examinado: São Paulo, III.1933, F.C. Hoehne s.n. essa característica é extremamente variável, tanto no
(SP 30355). Sete Barras (Parque Estadual Intervales), VI.2002, desenvolvimento da inÁorescência quanto ao longo da
F.A.G. Guilherme 329 (HRBC). Ubatuba (Picinguaba), distribuição dos dois táxons. Soma-se a isso a diÀculdade
III.1989, A. Furlan et al. 688 (HRCB). de se detectar eventuais diferenças nas Áores do material
Material adicional examinado: SÃO PAULO, Bertioga, herborizado. Sendo assim, optou-se neste trabalho
III.1999, M.A. Campacci 180 (SP). por mantê-las sob o binômio V. ensiformis (s.l.) por
Baker (1888, 1889) e Mez (1896) descreveram ser este o mais antigo, além de possuir distribuição
Tillandsia drepanocarpa Baker com base no material geográÀca mais ampla e grande variação na morfologia
de Burchell 3596 (K). No entanto, este material apresenta do desenvolvimento da inÁorescência.
inÁorescência simples concordando com as descrições
fornecidas. O material descrito no presente trabalho 18.9. Vriesea erythrodactylon (E. Morren) E. Morren ex
concorda com a interpretação de Smith & Downs (1977). Mez in C. DC., Monogr. phan. 9: 569. 1896.
Prancha 25, Àg. A-B.
18.8. Vriesea ensiformis (Vell.) Beer, Fam. Brom. 92. Epífita ou terrestre, 30-40cm, estolonífera. Roseta
1856. infundibuliforme. Folhas com bainha atro-purpúrea,
Epífita, até ca. 75cm. Roseta infundibuliforme. Folhas 4,2-5,5×8,5-11cm, elíptica; lâmina verde, 12-24×
com bainha verde-clara, 8-13×5-7,5cm, oboval a oval; 1,9-3,2cm, ligulada, ápice agudo e acuminado, com
lâmina verde (às vezes vinosa), 20-60×2,4-4,4(5)cm, mancha atro-purpúrea. Escapo verde, 14-28cm, ereto;
ligulada, ápice de agudo a obtuso e acuminado. Escapo brácteas verdes, 3-5×2-2,4cm, as inferiores elípticas
verde a vermelho, 16-38cm, ereto; brácteas verdes a com ápice obtuso e acuminado, as superiores largo-
vermelhas, 4-4,8×2,2-3cm, elípticas a subovais, ápice ovais com ápice agudo, semelhantes às brácteas Áorais,
de agudo e acuminado a obtuso e, às vezes, apiculado, porém menores, imbricadas. Inflorescência simples,
imbricadas. Inflorescência simples, em racemo, ereta, em racemo, 10-14 Áores, ereta, oblongo-oboval,
lanceolada a oblonga, 20-70cm, raque reta, entrenós 10-18×6-9,5cm, às vezes com brácteas estéreis
0,5-1,5cm, com (6-8)11-24(28) Áores. Brácteas Áorais no ápice. Brácteas Áorais inferiores vermelhas e
vermelhas, 3,2-4,8×2,6-3,8cm, mais longas ou mais superiores verdes com ápice vermelho, 5-6,5×3,2-4cm,
curtas que as sépalas, ovais, ápice obtuso, encurvado, às mais longas que as sépalas, largo-ovais, ápice agudo,
vezes apiculado, imbricadas na pré-antese e involutas naviculares, imbricadas, suberetas, inÁadas junto à
na antese, inÁadas, sem carena. Flores dísticas, patentes raque e comprimidas no ápice, não involutas, com
na antese; sépalas amarelas, ca. 3,4cm, liguladas, sem carena em toda extensão. Flores dísticas, eretas, na
carena; pétalas amarelas ou amarelas com ápice verde, antese voltadas apenas para um lado da inÁorescência;
ca. 4,5cm, liguladas, apêndices ca. 0,8cm, obtusos; sépalas verdes, ca. 3cm, liguladas, sem carena; pétalas
estames exsertos. Fruto 3,8cm. verdes, ca. 3,7cm, liguladas, apêndices ca. 0,7cm,
Ocorre na Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, obtusos; estames exsertos. Fruto não visto.
Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina Ocorre no Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo,
(Smith & Downs 1977) na Áoresta pluvial atlântica. Paraná e Santa Catarina (Smith & Downs 1977), na
E7, E8, E9, F5, F6, G6. Coletada com Áores e com Áoresta pluvial atlântica. E6, E7, E8, F5, G6. Coletada
frutos o ano todo. com Áores de agosto a fevereiro.
Material selecionado: Cananéia, IX.1994, P.H. Miyagi Material selecionado: Cananéia, VIII.1990, M.G.L.
et al. 67 (ESA, SP). Caraguatatuba, V.1966, J. Mattos 13771 Wanderley s.n. (SP 244761). Eldorado, II.1995, H.F. Leitão
(SP). Iporanga, 24o33’05”S 48o40’55”W, IV.1994, V.C. Souza Filho et al. 33202 (UEC). Salesópolis, IX.1994, C.Y. Kiyama et
et al. 5905 (ESA, SP). Pariquera-Açu, V.1994, L.C. Bernacci al. 61 (SP). São Paulo, VIII.1939, O. Handro s.n. (SP 47104).
et al. 271 (SP). São Paulo, II.1979, M.G.L. Wanderley 98 (SP). Tapiraí, I.1995, L.C. Bernacci et al. 933 (IAC, SP, UEC).

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

VRIESEA

A
B

Prancha 24. A-E. Vriesea drepanocarpa, A. roseta; B. inÁorescência; C-D. Áores; E. pétala com estames e apêndices petalinos.
(A-E, Campacci 180).

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

3cm

1cm

Prancha 25. A-B. Vriesea erythrodactylon, A. inÁorescência; B. detalhe da Áor e bráctea. (A-B, Kiyama 61).

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

VRIESEA

Além da variedade típica, que ocorre no estado de 25cm, ereto; brácteas verdes, 2,5-3×1cm, ovais, ápice
São Paulo, apresenta a var. rubropunctata E. Pereira & agudo ou obtuso, apiculado, de mais curtas a mais longas
Moutinho (1981), a qual é bastante distinta sobretudo que os entrenós. Inflorescência simples, em racemo,
pelas brácteas Áorais ovais e mais estreitas na sua porção 6-20 Áores, ereta, 4,5-12×3,5-5,2cm, raque reta, entrenós
basal, expondo a raque na antese. 0,5-1cm. Brácteas Áorais amarelas, ca. (2,5)3×2,2cm, mais
longas a mais curtas que as sépalas, estreito-ovais, ápice
BibliograÀa adicional agudo, levemente encurvado, não inÁadas, não involutas,
Pereira, E. & Moutinho-Neto, J.L. 1981. Species novae com carena próximo ao ápice. Flores dísticas, suberetas na
in Brasilia Bromeliacearum – XVIII. Bradea 3(27): antese; sépalas amarelas, ca. 2,5cm, estreito-elípticas, carena
209-220.
presente em 2 sépalas; pétalas amarelo-esverdeadas, ca.
4cm, liguladas, apêndices ca. 1cm, agudos, irregularmente
18.10. Vriesea flammea L.B. Sm., Arq. Bot. Estado São
denteados; estames exsertos. Fruto 3-3,5cm.
Paulo II 1: 59, Àg. 79. 1941.
Ocorre em São Paulo, Paraná e Santa Catarina na
Prancha 26, Àg. A.
Áoresta pluvial montana. E6, E7, F4, F5. Coletada com
Epífita ou rupícola, até 45cm, estolonífera. Roseta
Áores de maio a setembro e com frutos em setembro e
utriculosa. Folhas com bainha atro-purpúrea, 4-8×
outubro.
3,4-4,3cm, oval a largo-oval; lâmina verde com máculas Material selecionado: Bom Sucesso de Itararé, VI.1994,
atro-purpúreas, 10-25×0,5-0,7cm, estreito-triangular, V.C. Souza et al. 6215 (ESA, SP). Itapecerica da Serra,
ereta a recurva, ápice atenuado. Escapo vinoso, até ca. VII.1935, A. Gehrt s.n. (SP 34315). Ribeirão Grande, V.1997,
35cm, ereto e ligeiramente Áexuoso; brácteas vermelhas, M.G.L. Wanderley et al. 2187 (R, holótipo, SP, isótipo). Tapiraí,
3-18cm, ovais com ápice caudado, eretas, imbricadas. IX.1994, P.H. Miyagi et al. 231 (ESA).
Inflorescência simples, em racemo, ca. 15 Áores, A espécie foi considerada por Smith & Downs
raramente racemo heterotético duplo, apresentando (1977) e Reitz (1983) como V. morreniana Hort. ex E.
apenas 1 ramo na base, ereta, 4×9cm, entrenós 0,2-0,4cm, Morren e assim vem sendo identiÀcada em coleções de
quando ramiÀcadas brácteas primárias mais longas que herbário. No entanto, este último táxon não ocorre na
os pedúnculos dos ramos. Brácteas Áorais vermelhas, natureza, pois se trata de um híbrido artiÀcial (Morren
1,7-2,5×1,2-1,6cm, de pouco mais longas a pouco 1882, Costa 1997).
mais curtas que as sépalas, elípticas com ápice obtuso, Com indicação de ser retirada da listagem de
inÁadas, às vezes levemente encurvadas e/ou com carena espécies ameaçadas do estado, pela ampliação da área de
reduzida próximo ao ápice. Flores polísticas, eretas na distribuição geográÀca da espécie.
antese; sépalas ca. 1,7cm, elípticas, sem carena; pétalas
alvas, ca. 2,5cm, liguladas, apêndices ca. 0,8cm, obtusos; BibliograÀa adicional
estames exsertos. Fruto 2,2cm. Costa, A. 1997. Nota sobre o Herbário e o Jardim Botânico
Ocorre em São Paulo, Paraná e Santa Catarina da Universidade de Liège, Bélgica: a importância
(Smith & Downs 1977), Bahia, Rio de Janeiro (Fontoura das coleções e o exemplo de Vriesea morreniana.
et al. 1991) e Rio Grande do Sul, como epíÀta na Bromélia 4(4): 9-13.
Morren, E. 1882. Note sur le Vriesea psittacina Lindl.
Áoresta pluvial atlântica baixo-montana ou rupícola em
var. morreniana. Belgique Hort. 32: 289, Àg. 10,
aÁoramentos graníticos próximos do mar. E7, E8, F5,
11, 12.
F6, G6. Coletada com Áores de novembro a janeiro e
com frutos em fevereiro e abril. 18.12. Vriesea friburgensis Mez in Mart., Eichler &
Material selecionado: Cananéia, XII.1990, F. Barros et
Urb., Fl. bras. 3(3): 537. 1894.
al. 2107 (SP). Capão Bonito, II.1990, L.C. Passos 23126 (SP).
Cubatão, XII.1987, M. Kirizawa 2065 (SP). Iguape (Estação Epífita, até 1,1m. Roseta infundibuliforme. Folhas com
Ecológica Juréia-Itatins), XI.1990, E.A. Fisher s.n. (R 193622, bainha castanha, 9-12×5-6cm, elíptica a largo-elíptica;
SP 263544). Ubatuba, XI.1988, A. Furlan et al. 647 (HRCB). lâmina verde, (13)22-35(40)×(2,5)3,5-5cm, triangular,
ápice agudo e acuminado. Escapo vinoso, 30-70cm,
18.11. Vriesea flava A.F. Costa, H. Luther & Wand., ereto; brácteas inferiores foliáceas, superiores vermelhas,
Novon 14(1): 36-39. 2004. 7-13(17)×1,5-2,3cm, as inferiores ovais e as superiores
Epífita, 25-45cm. Roseta infundibuliforme. Folhas triangulares a estreito-triangulares com ápice agudo e
com bainha verde-clara, ca. 7×4,5cm, oblonga; lâmina acuminado, imbricadas. Inflorescência composta, em
verde, 15-34×2,5-3,8cm, ligulada, ápice agudo a obtuso, racemo heterotético duplo, ereta, (24)35-55cm; ramos
acuminado. Escapo verde a amarelo-esverdeado, ca. (4-6)8-10(15), eretos com entrenós 0,2-0,5(1)cm, com

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

5-8(11) Áores, ou reÁexos com entrenós 0,8-1,5cm, com 0,2-0,7cm. As plantas com este fenótipo apresentam
(5-6)8-12 Áores, fracamente geniculados, pedúnculos ocorrência, em geral, em matas litorâneas de médias e
0,5-1,5cm, sem brácteas estéreis; brácteas primárias baixas altitudes do centro-sul do estado de São Paulo até
vermelhas, as inferiores semelhantes às brácteas do o Rio Grande do Sul.
escapo, as superiores (2)4,5(6,5)×(2)2,5-3,5cm, mais Vriesea friburgensis var. friburgensis é aquela que
longas que o pedúnculo, ovais a largo-ovais, ápice agudo e atinge, para a espécie, a distribuição geográÀca mais ao
acuminado até longo-caudado, mais curtas que os ramos, norte, no Rio de Janeiro. No entanto, a análise do tipo de
com a região central lisa e papirácea, margens e ápice V. friburgensis (Glaziou 16467, K) deixa dúvida quanto
nervados e membranáceos. Brácteas Áorais amarelas, o número de Áores por ramo; talvez pela inÁorescência
(1,8)2,3-2,5(3,5)×1,4-2cm, mais curtas que as sépalas, jovem, os ramos apresentem-se curtos e suberetos e
ovais, ápice subagudo a obtuso, apiculado e levemente os entrenós ca. 1,5cm, deixando esta variedade numa
encurvado, com ou sem carena. Flores dísticas, suberetas posição intermediária entre as outras duas. De todos os
a patentes na antese; sépalas amarelas, 3,2cm, obovais, exemplares analisados, o que mais se aproxima do tipo é
sem carena; pétalas amarelas, 4,2cm, liguladas, apêndices A. Amaral Jr. 1387 (HB).
ca. 1,2cm, lineares; estames exsertos. Fruto 3,2-3,4cm. No presente trabalho optou-se pelo tratamento
Ocorre na Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São da espécie sem a divisão em variedades. Vriesea
Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, além friburgensis é relacionada a um grupo de espécies,
do Paraguai e Argentina (Smith & Downs 1977). D5, D6, como V. procera (Mart. ex Schult. & Schult. f.) Wittm.,
E7, F4, F5. Coletada com Áores de novembro a fevereiro V. neoglutinosa Mez, V. triligulata Mez, V. rastrensis
e com frutos em julho e agosto. Leme e V. thyrsoidea Mez, que merece estudo revisional
Material selecionado: Botucatu, I.1973, A. Amaral para melhor circunscrição dos táxons especíÀcos e infra-
Jr. 1387 (HB). Capão Bonito, II.1990, L.C. Passos 23125 especíÀcos.
(UEC). Itararé, VII.1994, K.D. Barreto et al. s.n. (ESA 19908,
SP 320499). Piracicaba, XII.1987, E.L. Catharino s.n. (SP BibliograÀa adicional
225698). São Paulo, XI.1979, M.G.L. Wanderley 145 (SP). Smith, L.B. 1952. Variação em Vriesea friburgensis Mez.
Smith & Downs (1977) consideraram Vriesea Anais Bot. Herb. “Barbosa Rodrigues” 4(4): 67-68.
friburgensis uma espécie de grande variabilidade
morfológica, sobretudo no que diz respeito ao número 18.13. Vriesea gigantea Gaudich., Voy. Bonite, Bot., est.
de Áores, posição e comprimento dos ramos, presença 70. 1846.
de carena e dimensão das brácteas Áorais e dimensão Epífita, até 1,8m. Roseta infundibuliforme. Folhas com
das sépalas. Com base em observações de campo e de bainha castanho-escura, (7,5)9,5-20×(6,2)7,5-16cm,
vasta coleção em herbários, Smith (1952) sugeriu que as oblonga a largo-elíptica; lâmina verde-clara ornamentada
espécies V. paludosa L.B. Sm. e V. tucumanensis Mez com reticulado Àno verde-escuro, 25-95×5,3-8,4cm,
fossem então variedades de V. friburgensis. ligulada, ápice agudo e acuminado. Escapo verde, até
Com a análise das descrições originais e tipos das 1m, ereto; brácteas inferiores foliáceas, superiores 10-34×
variedades citadas puderam ser constatadas algumas 4-7cm, ovais com metade superior triangular, ápice agudo
sobreposições e discordâncias relacionadas às suas e acuminado, imbricadas. Inflorescência composta, em
características diagnósticas. Vriesea friburgensis var. racemo heterotético duplo, ereta, ca. 1m; ramos ca. 13,
tucumanensis (Mez) L.B. Sm. apresenta a inÁorescência com 9-16 Áores, suberetos, fracamente geniculados,
laxa com os ramos reÁexos e ca. 15cm, entrenós de 1,5cm, pedúnculo 8-12cm com até 2 brácteas estéreis, entrenós
10(12) Áores e brácteas Áorais sem carena ou apresentando- 2-3cm; brácteas primárias 4-9,5×2,2-4,5cm, diminuindo
a apenas próximo ao ápice. Estas características podem progressivamente em direção ao ápice da inÁorescência,
ser claramente observadas tanto no tipo quanto no mais curtas que o pedúnculo, largo-ovais na base e parte
protólogo, fazendo desta a variedade que apresenta melhor superior triangular, ápice agudo e acuminado. Brácteas
circunscrição. Sua distribuição geográÀca vai de São Paulo Áorais verdes, 2,2-3×2,4-3cm, mais curtas que as sépalas,
e Paraná até o Paraguai e Argentina. largo-elípticas, com carena próximo ao ápice, ápice
Apresentando a inÁorescência densa e estreita com subagudo e recurvo, secundas. Flores dísticas, secundas
os ramos mais curtos e eretos, 6-10 Áores e entrenós na antese; sépalas alvo-amareladas, ca. 3,5cm, oblongas,
entre 0,4-0,7cm, estão as variedades friburgensis e sem carena; pétalas alvas, ca. 4cm, obovais, apêndices
paludosa. As características mais marcantes desta última ca. 1,5cm, agudos; estames exsertos. Fruto 4,5cm.
são os ramos eretos, não ultrapassando 10-12cm, as Ocorre no Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo,
Áores patentes na antese e os entrenós dos ramos entre Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Smith &

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

VRIESEA

Downs 1977), na Áoresta pluvial atlântica baixo-montana apresentam distribuição geográÀca pontual restrita à
e montana. E7, E8, F5, F6, G6. Coletada com Áores de Santa Catarina, sendo a primeira conhecida apenas do
janeiro a março e com frutos de maio a julho. tipo (Reitz 1983). A coleção Parra CFSC 12990 (SPF)
Material selecionado: Cananéia, V.1985, M.G.L. apresenta 31 Áores, brácteas Áorais até 4×3cm e entrenós
Wanderley et al. 766 (SP). Caraguatatuba, III.1995, M. 0,7-1,1cm, aparentando ser uma planta mais robusta em
Sazima & I. Sazima 32343 (UEC). Ilha Comprida, 25o01’13”S
relação ao material de São Paulo. Leme (1999) descreve
47o54’59”W, II.1995, H.F. Leitão Filho et al. 33233 (UEC).
Ribeirão Grande, V.1997, M.G.L. Wanderley et al. 2226 (SP). para o Espírito Santo Vriesea capixabae, a qual difere
São Paulo, I.1930, F.C. Hoehne s.n. (SP 25025). de V. guttata apenas pelos entrenós pouco mais longos e
Foi descrita para o Espírito Santo a var. seideliana brácteas Áorais sem carena.
Roeth (1992), a qual difere da variedade típica pelas
folhas esbranquiçadas com nervuras longitudinais verde- BibliograÀa adicional
escuras e máculas no ápice. Segundo o autor, não ocorria Leme, E.M.C. 1999. New species of brazilian Bromeliaceae:
simpatricamente com var. gigantea. a tribute to Lyman B. Smith. Harvard Pap. Bot. 4(1):
135-168.
BibliograÀa adicional
Roeth, J. 1992. Vriesea gigantea Gaudichaud var. seideliana 18.15. Vriesea heterostachys (Baker) L.B. Sm., Phytologia
Roeth, eine neue varietät aus den küstenwäldern 19: 289. 1970.
ostbrasiliens. Bromelie 1992(1): 5-6. Prancha 26, Àg. C.
Epífita, até 45cm. Roseta infundibuliforme. Folhas com
18.14. Vriesea guttata Linden & André, Ill. Hort. 22: 43, bainha alva, raramente vinosa, 7-12×4-6cm, elíptica
est. 200. 1875. a levemente oboval; lâmina verde às vezes com tons
Prancha 26, Àg. B. lilases na face abaxial, (17)20-36(40)×(1,4)1,8-2,7cm,
Epífita, ca. 35cm. Roseta infundibuliforme. Folhas com ligulada, geralmente estreitada na base, ápice agudo a
bainha castanha, 9×5cm, largo-elíptica; lâmina verde obtuso, acuminado. Escapo verde, 14-24cm, sigmóide a
com máculas castanho-escuras, organizadas em faixas ereto; brácteas inferiores verdes, superiores vermelhas,
transversais ca. 1cm larg., 14-20×(2)3cm, ligulada, ápice 1,9-4,5cm, elípticas, ovais ou obovais, ápice agudo
obtuso e acuminado. Escapo róseo, ca. 30cm, recurvo; variando de apiculado a acuminado, inÁadas, imbricadas,
brácteas 3-4×1,3-1,6cm, medianas largo-elípticas com às vezes semelhantes às brácteas Áorais, porém menores
ápice obtuso e acuminado, superiores obovais com ápice e eretas. Inflorescência simples, em racemo, 4-11 Áores,
subagudo a obtuso, imbricadas. Inflorescência simples, ereta, oblonga, 10-20×3,5-5,5cm. Brácteas Áorais
em racemo, 16-21 Áores, pêndula, 17-20cm, raque
vermelho-alaranjadas às vezes com margem esverdeada,
fracamente geniculada, entrenós 0,8-1cm. Brácteas
3,5-5×2-3,4cm, mais longas que as sépalas, ovais a largo-
Áorais róseas, 3-3,5×1,6-2cm, do mesmo comprimento ou
ovais, suberetas, ápice subagudo a agudo, encurvado,
mais curtas que as sépalas, ovais, ápice agudo, levemente
naviculares, imbricadas até 1/4 de sua largura ou não
encurvado, sem carena, levemente inÁadas, involutas na
imbricadas e expondo a raque, inÁadas, não involutas,
antese, indumento alvo-ceroso. Flores dísticas, suberetas
com carena próximo ao ápice, todas as brácteas Áorais
na antese; sépalas ca. 3,3cm, elípticas, sem carena;
basais férteis. Flores dísticas, eretas, na antese saindo
pétalas amarelas, ca. 4cm, liguladas, apêndices ca. 1,1cm,
agudos; estames exsertos. Fruto 3,5cm. das brácteas apenas de um lado da inÁorescência; sépalas
Ocorre em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São verdes, ca. 3,5cm, elípticas, sem carena; pétalas amarelas
Paulo, Paraná e Santa Catarina (Smith & Downs 1977) com ápice verde, 4-4,5cm, liguladas, apêndices ca. 0,7cm,
na Áoresta pluvial atlântica montana e alto-montana. E7, obtusos; estames exsertos. Fruto imaturo ca. 2,8cm.
F5. Coletada com Áores em agosto e novembro e com Ocorre em Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de
frutos passados em fevereiro. Janeiro, São Paulo (Smith & Downs 1977) e Paraná
Material selecionado: Jacupiranga, 24o57’44”S (Costa inéd., Costa & Wendt 2007), na Áoresta pluvial
48o24’53”W, A.C. Araújo & E.A. Fischer 33496 (UEC). São atlântica montana. D9, E7, E8, G6. Coletada com Áores
Paulo, XI.1933, R. Ostermeyer s.n. (SP 31196). em fevereiro, março e de junho a setembro e com frutos
Material adicional examinado: SÃO PAULO, Guapiara, em maio e outubro.
VIII.1939, M. Kuhlmann s.n. (SP 41478). Material selecionado: Cananéia, IX.1990, F. Barros et al.
Além da variedade típica, são descritas a var. striata 1898 (SP). Caraguatatuba, V.1977, C.P. Ferreira 1776 (RB).
Reitz (com estrias vinosas nas folhas) e a var. eguttata São Paulo, II.1975, O. Handro 2269 (SP). S.mun. (Serra da
Reitz (sem máculas nas folhas). No entanto, ambas Bocaina), IX.1980, L.C. Gurken 24 (HB).

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

Prancha 26. A. Vriesea flammea, hábito. B. Vriesea guttata, hábito. C. Vriesea heterostachys, hábito. (A, Kirizawa 2065; B,
Kuhlmann SP 41478; C, Handro 2269).

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

VRIESEA

18.16. Vriesea hieroglyphica (Carrière) E. Morren, Ill. brazilian endangered brazilian bromeliads from
Hort. 31: 41, est. 514. 1884. Atlantic Forest canopy. Selbyana 16(2): 147-149.
Terrestre ou epíÀta, até 1,5m. Roseta infundibuliforme. Ruschi, A. 1954. Bromeliaceae et orchidaceae novae
Folhas com bainha atro-purpúrea, ca. 12×14cm, largo- Espirito Santenses. Bol. Mus. Biol. Prof. Mello Leitão
Ser. Bot. 4: 544-551, t. XXVI.
oblonga; lâmina verde com bandas transversais irregulares
atro-purpúreas na face abaxial e verde mais escuro na face
18.17. Vriesea hoehneana L.B. Sm., Proc. Amer. Acad.
adaxial, 70-100×9cm, ligulada, ápice acuminado. Escapo
Arts 68: 150, est. 1, Àg. 11-13. 1933.
verde, ereto; brácteas inferiores foliáceas, as medianas
Prancha 27, Àg. A-C.
verdes, 8-10×5cm, oval-triangulares, ápice acuminado, as
Terrestre, até 1m. Roseta infundibuliforme. Folhas com
superiores verdes, ca. 5×4cm, largo-ovais, ápice acuminado,
bainha castanha, 12-18×9-10cm, oblonga; lâmina verde-
imbricadas. Inflorescência composta, em racemo
amarelada, 32-43×6-7cm, triangular, ápice agudo e apiculado.
heterotético duplo, ereta, ca. 70cm; ramos ca. 16, com 11-15
Escapo ereto; brácteas inferiores 14×2,5cm, superiores
Áores, suberetos, fracamente geniculados, pedúnculo 6-7cm,
6,5-9×3cm, ovais, ápice agudo a acuminado, imbricadas.
os laterais com 1 bráctea estéril e o terminal com 2-3 brácteas
Inflorescência composta, em racemo heterotético duplo,
estéreis, entrenós 0,8-1,2cm; brácteas primárias verdes,
ereta, raque reta; ramos 3-4, com 8-15 Áores, eretos,
3-5×3-4,5cm, mais curtas que o pedúnculo, largo-ovais,
pedúnculo 8-14cm, os laterais com 1-2 brácteas estéreis
ápice agudo. Brácteas Áorais verdes, 2,5×2cm, mais curtas na base e o terminal com 3, entrenós 1-1,5cm; brácteas
que as sépalas, ovais, ápice agudo, encurvado, com carena primárias 5-6×3cm, mais curtas que o pedúnculo, ovais,
próximo ao ápice, patentes a secundas. Flores dísticas, ápice acuminado. Brácteas Áorais 2,5-3,5×2,2-3cm, mais
secundas na antese; sépalas verdes, ca. 3cm, elípticas, curtas que as sépalas, largo-ovais, ápice obtuso, às vezes
ápice agudo, sem carena; pétalas (Costa et al. 421, RB) encurvado, com carena obtusa e inconspícua próximo ao
alvo-amareladas, ca. 3,8cm, obovais, apêndices com ápice ápice, secundas. Flores dísticas, secundas na antese; sépalas
fendido, ca. 1cm; estames inclusos. Fruto ca. 3,5cm. ca. 2,5cm, elípticas, sem carena; pétalas ca. 4,5cm, obovais;
Ocorre no Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e estames inclusos. Fruto imaturo 3,5cm.
Paraná (Smith & Downs 1977), na Áoresta pluvial atlântica Ocorre em Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina
montana. E7, E8, F5, F7: ocorre como epíÀta, terrestre (Smith & Downs 1977, Reitz 1983), como terrestre nos
ou rupícola no interior da mata, preferencialmente junto a campos de altitude da Áoresta pluvial atlântica. E7.
córregos e rios. Encontra-se ameaçada pelo extrativismo Coletada com Áores de outubro a dezembro e com frutos
para Àns comerciais (Mercier & Kerbauy 1995). Coletada em junho e abril.
com frutos em fevereiro, maio e agosto. Material selecionado: Santo André (Estação Biológica
Material selecionado: Itanhaém, 23o59’13”S 46o45’08”W, Alto da Serra), VI.1994, M. Kirizawa et al. 2852 (SP).
II.1997, R.J.F. Garcia et al. 1048 (PMSP, UNISA). Ribeirão Material adicional examinado: SÃO PAULO, Santo
Grande, V.1997, M.G.L. Wanderley et al. 2194 (SP). Salesópolis André, XII.1920, F.C. Hoehne s.n. (SP 4724).
(Casa Grande), II.1988, G.A.D. Franco & A. Custodio Filho 443 É possível que a espécie apresente distribuição mais
(MBM, SP, SPSF). S.mun. (Ramal Mayrink/Santos), X.1934,
ampla dentro do estado, uma vez que as coleções de
J. Lamber s.n. (SP 32134).
V.C. Souza 7176 e Barreto 3267 (ESA, SP) da região de
Material adicional examinado: RIO DE JANEIRO, Nova
Friburgo, II.1992, A. Costa et al. 421 (RB). Itararé, apesar de estarem depauperadas, correspondem
Foi descrita para o Espírito Santo a var. zebrina aos limites do táxon.
Ruschi (1954) que, aparentemente, se encontra desa- É considerada Vulnerável, na lista da Áora ameaçada
parecida das matas capixabas (Gravatta 1998), pois não de extinção, pela sua distribuição restrita no estado de
foi recoletada desde a época de sua descrição. Difere São Paulo.
da variedade típica por apresentar brácteas primárias e
18.18. Vriesea incurvata Gaudich., Voy. Bonite, Bot.,
brácteas Áorais com estrias atro-purpúreas, assim como
est. 68. 1843.
as Áores de maiores dimensões.
Prancha 27, Àg. D.
BibliograÀa adicional
Epífita, até 70cm. Roseta infundibuliforme. Folhas
Gravatta, B. 1998. Flagrante de uma raridade: Vriesea com bainha verde, 7,5-10×4,3-5,5cm, oblonga a estreito-
hieroglyphica var. zebrina. Bromélia 5(1-4): 74-75, oboval; lâmina verde, 15-28×1,8-3cm, ligulada, às vezes
Àg. 1. com base estreitada, ápice agudo a subagudo, acuminado.
Mercier, H. & Kerbauy, G.B. 1995. The importance of Escapo verde, 18-36cm, ereto; brácteas verdes, 3,3-5,5×
tissue culture technique for conservation of endemic 1,9-3cm, largo-ovais a elípticas, ápice agudo a obtuso,

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

acuminado, às vezes as superiores semelhantes às brácteas 4,8cm, liguladas, apêndices ca. 0,9cm, obtusos; estames
Áorais, porém mais curtas, apiculadas e com carena, exsertos. Fruto ca. 3,5cm.
imbricadas. Inflorescência simples, em racemo, (6)10-35 Ocorre no Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo
Áores, ereta, oblonga, 16-30×3-4,5cm. Brácteas Áorais e Paraná (Smith & Downs 1977) e Santa Catarina (Reitz
vermelhas, às vezes com margem amarelada, 5-5,5× 1983), na Áoresta pluvial atlântica montana. D9, E7, E8,
2,8-4cm, mais longas que as sépalas, largo-ovais, eretas, E9. Floresce o ano todo e foi coletada com frutos em
ápice agudo, pouco a muito encurvado, com carena setembro.
ao longo de toda a extensão, naviculares, imbricadas, Material selecionado: Bananal, VI.1978, G. Martinelli
geralmente inÁadas junto à raque e complanadas no 4681 (RB). Biritiba-Mirim, X.1983, A. Custodio Filho 1663
dorso, não involutas. Flores dísticas, eretas ou suberetas, (SP). Cunha, VI.1978, G. Martinelli 4625 (RB). Santo André,
às vezes na antese saindo da bráctea Áoral apenas de 23°45’S 46°15’W, IV.1985, A. Amaral Jr. et al. 9 (BOTU).
Material adicional examinado: SÃO PAULO, Moji das
um lado da inÁorescência; sépalas amarelas, ca. 1,7cm,
Cruzes, VI.1980, M.G.L. Wanderley 203 (SP).
elípticas, sem carena; pétalas amarelas, 3,5-4,5cm,
liguladas, apêndices ca. 1,2cm, obtusos; estames exsertos.
18.20. Vriesea interrogatoria L.B. Sm., Arq. Bot. Estado
Fruto 3,7cm.
São Paulo II. 1: 117-118, est. 124. 1943.
Ocorre no Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa
Epífita, 30-50cm. Roseta infundibuliforme. Folhas
Catarina (Smith & Downs 1977) e Rio Grande do Sul na
com bainha esverdeada, (6)8-12×4-5cm, largo-elíptica;
Áoresta pluvial atlântica montana. E6, E7, E8, F5, F6,
lâmina verde, 16-30×2,5-3cm, ligulada, ápice agudo
F7. Coletada com Áores e com frutos o ano todo.
Material selecionado: Eldorado, IX.1995, V.C. Souza et
a obtuso, acuminado. Escapo verde, 18-34cm, ereto;
al. 9054 (ESA, HRCB, SP, SPF, UEC). Itanhaém, IX.1958, brácteas verdes ou avermelhadas, 2,5(3)×1cm, estreito-
M. Kuhlmann s.n. (SP 156367). Miracatu, 24o03’S 47o13’W, ovais, ápice agudo, apiculado, de mais curtas a mais
IV.1994, J.R. Pirani & R.F. Garcia 3100 (SP, SPF). Salesópolis, longas que os entrenós. Inflorescência simples, em
IX.1994, R. Simão-Bianchini et al. 484 (HRCB, SP, SPF, racemo, 12-20 Áores, ereta, 8-13×4-5(6)cm, raque reta,
UEC). São Paulo (Parelheiros), 23o50’08”S 46o44’06”W, entrenós 0,7-1cm. Brácteas Áorais vermelhas com ápice
II.1995, S.A.P. Godoy et al. 400 (SP). Tapiraí, 20o01’46,6”S verde, 2,5-3(3,5)×1,6-2cm, mais longas a mais curtas que
47o33’39”W, II.1995, P.H. Miyagi et al. 539 (SP).
as sépalas, ovais, ápice agudo, levemente encurvado, não
Material adicional examinado: SÃO PAULO, Barra do
Turvo, II.1995, J.P. Souza 99 (SP).
inÁadas, não involutas, com carena próximo ao ápice.
A espécie apresenta grande variação na disposição e Flores dísticas, suberetas a subereto-patentes na antese;
morfologia das brácteas Áorais. sépalas amarelas, ca. 3cm, estreito-elípticas, carena
presente em 2 sépalas; pétalas amarelas, ca. 4,5cm,
18.19. Vriesea inflata (Wawra) Wawra, Itin. Princ. liguladas, apêndices 0,8-1cm, agudos e irregularmente
S. Coburgi 1: 161. 1883. denteados; estames exsertos. Fruto ca. 3,5cm.
Prancha 27, Àg. E. Ocorre no Rio de Janeiro (Smith & Downs 1977),
Epífita, até 40cm. Roseta infundibuliforme. Folhas Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Paraná e Santa
com bainha verde-clara, 3,7-5×6-9cm, elíptica; lâmina Catarina, na Áoresta pluvial montana e alto-montana. D9,
E7, E9. Coletada com Áores de março a agosto e com
verde, 11-30×2-2,5cm, ligulada, ápice agudo a subagudo,
frutos em setembro, janeiro e fevereiro.
acuminado, estreitada na base. Escapo verde, 19-25cm,
Material selecionado: Atibaia, s.d., L.C. Bernacci et al.
ereto ou sigmóide; brácteas inferiores verdes, 1,6-4× 28404 (UEC). Cunha, III.1994, J.B. Baitello 641 (SP). São
0,9-1,2cm, elípticas com ápice agudo e acuminado, as José do Barreiro, IV.2000, A. Costa et al. 776 (R).
superiores semelhantes às brácteas Áorais, porém mais
estreitas e eretas, imbricadas. Inflorescência simples, 18.21. Vriesea itatiaiae Wawra, Oesterr. Bot. Z. 30: 221.
em racemo, 9-26 Áores, ereta, 8-21cm, elíptica a oval. 1880.
Brácteas Áorais vermelhas, alaranjadas ou vermelhas Rupícola ou epíÀta, até 1,2m. Roseta infundibuliforme.
com margem e ápice amarelos, 3,5-4,5×3-3,8cm, mais Folhas com bainha castanha, 9-14×7-10cm, elíptica a
longas que as sépalas, largo-ovais, subpatentes, ápice largo-elíptica; lâmina verde, 20-30×6-7cm, ligulada, ápice
agudo às vezes minutamente apiculado, naviculares, agudo e acuminado. Escapo 40-66cm, ereto; brácteas
imbricadas até 1/2 da sua largura nunca expondo a raque, inferiores foliáceas, superiores vermelhas, 11-15×
inÁadas, não involutas, com carena próximo ao ápice. 2,5-3,5cm, as inferiores laminadas e as superiores orbiculares
Flores dísticas, suberetas na antese; sépalas amarelas, com ápice acuminado, imbricadas. Inflorescência
ca. 2,8cm, elípticas, sem carena; pétalas amarelas, ca. composta, em racemo heterotético duplo, ereta, 24-60cm;

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

VRIESEA

ramos (4)8-16, com 5-12 Áores, suberetos, pedúnculo Rio de Janeiro e São Paulo. D9. Coletada com Áores
3-6cm, com 1-3 brácteas estéreis, entrenós 3-4,5cm; brácteas passadas em junho.
primárias vermelhas, as inferiores semelhantes às brácteas Material examinado: São José do Barreiro (Serra da
do escapo, as superiores 8×7cm, mais longas ou igualando Bocaina), 22°42’07,6”S 44°37’46,9”W, VI.1996, K.D. Barreto
ao pedúnculo, mais curtas que os ramos, orbiculares, lisas et al. 2701 (SP).
e coriáceas, ápice agudo e acuminado, margem revoluta Material adicional examinado: RIO DE JANEIRO,
quando seca, carenadas em direção ao ápice. Brácteas Resende (Parque Nacional de Itatiaia), VII.1966, G. Eiten &
Áorais vermelhas, coriáceas, 3,2×3,2cm, mais longas a mais L.T. Eiten 7584 (SP).
curtas que as sépalas, ocultando quase completamente a Vriesea itatiaiae é referida pela primeira vez para
raque na antese, orbiculares, ápice arredondado, apiculado São Paulo, sendo anteriormente conhecida para o Rio
e levemente encurvado, com carena. Flores secundas, de Janeiro, na Serra da Mantiqueira e Serra dos Órgãos.
suberetas até patentes na antese; sépalas amarelas, ca. 3cm, Apresenta inÁorescência ramiÀcada e vistosa, com
ovais, sem carena; pétalas amarelas. Fruto não visto. brácteas vermelhas, coriáceas e orbiculares.

Prancha 27. A-C. Vriesea hoehneana, A. inÁorescência; B. folha; C. Áor e bráctea Áoral. D. Vriesea incurvata, inÁorescência;
E. Vriesea inflata, inÁorescência. (A-C, Hoehne SP 4724; D, J.P. Souza 99; E, Wanderley 203).

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

18.22. Vriesea jonesiana Leme, Harvard Pap. Bot. 4(1): Ocorre no Rio de Janeiro e São Paulo, na Áoresta
154-156. 1999. pluvial atlântica. D9, E7, E8, E9, F5. Coletada com
Epífita, até 75cm. Roseta infundibuliforme. Folhas Áores passadas em fevereiro e com frutos em fevereiro,
com bainha verde, 9-12×4cm, elíptica; lâmina verde, maio, agosto e outubro.
30-45×2-2,5cm, ligulada, ápice agudo e acuminado. Material selecionado: Bananal (Sertão da Bocaina),
Escapo ca. 40cm, ereto; brácteas inferiores 9×0,8cm, II.1959, A. Castellanos s.n. (R 166516). Cunha, VI.1978,
G. Martinelli 4624 (RB). Ribeirão Grande, V.1997, M.G.L.
estreito-triangulares, ápice agudo e acuminado, imbricadas,
Wanderley et al. 2202 (SP). Salesópolis, VIII.1998, R.C.
as superiores 4×1,5cm, estreito-ovais, mais longas que os
Tardivo et al. 227 (SP). São Paulo, X.1998, R.J.F. Garcia & M.
entrenós. Inflorescência simples, em racemo, ca. 17 Áores, Affonso 1669 (PMSP).
ereta, ca. 40cm, oblonga, raque geniculada, entrenós ca. Espécie de circunscrição difícil com Vriesea
2,5cm. Brácteas Áorais vermelhas, ca. 3,5×2cm, do platynema. Com base na estampa fornecida no protólogo,
mesmo comprimento a mais curtas que as sépalas, estreito- apresenta as brácteas Áorais verde-claras e as brácteas do
ovais, ápice subagudo, levemente inÁadas, involutas, sem escapo reÁexas e com nuances vinosas.
carena. Flores dísticas, patentes na antese, pedicelo ca.
1cm; sépalas amarelas, as basais avermelhadas, ca. 3cm, 18.24. Vriesea longicaulis (Baker) Mez in Mart., Eichler
estreito-elípticas, sem carena; pétalas amarelas com ápice & Urb., Fl. bras. 3(3): 542. 1894.
verde, ca. 4,3cm, liguladas, apêndices ca. 0,6cm, obtusos; Epífita, até 1m. Roseta infundibuliforme. Folhas com
estames exsertos. Fruto não visto. bainha castanho-escura na face abaxial e castanho-
Ocorrência conhecida apenas para o estado de São clara na adaxial, 10-14×6-9cm, elíptica; lâmina
Paulo, na Áoresta pluvial atlântica. E8, E9. Coletada verde, 50-70×3,5cm, ligulada, ápice agudo ou obtuso,
em botões em março, com Áores passadas em outubro, acuminado. Escapo castanho a verde, 75-85cm, ereto;
Áoresceu em cultivo em dezembro. brácteas inferiores foliáceas, medianas castanhas, lisas
Material selecionado: Caraguatatuba, VIII.1995, e quebradiças, 6-8cm, triangulares, ápice acuminado,
E.M.C. Leme et al. 3187 (HB, holótipo). Ubatuba, X.1977, decíduas, as superiores semelhantes às brácteas Áorais,
Clara 13 (RB).
imbricadas. Inflorescência simples, em racemo, 14-32
Vriesea jonesiana é aÀm a V. psittacina (Hook.) flores, ereta, 18-40cm, elíptica a oblonga, raque
Lindl. var. psittacina da qual difere pela inÁorescência reta, entrenós 1,2-1,4cm. Brácteas Áorais castanho-
mais longa e laxa, bainha foliar vinosa próximo à avermelhadas, lisas e quebradiças, ápice e margem mais
base, raque angulosa, brácteas Áorais ovais e obtusas e claros, paleáceos, 4,5-5×4cm, secundas ou não com as
pedicelos mais longos e delicados (Leme 1999). Áores, geralmente decíduas ao Ànal da frutiÀcação, sem
carena. Flores dísticas, geralmente secundas na antese;
18.23. Vriesea jonghei (Libon ex K. Koch) E. Morren,
sépalas verdes, ca. 2,7cm, elípticas, sem carena; pétalas
Belgique Hort. 28: 257. 1878. amarelas, ca. 3,5cm, obovais, apêndices ca. 1cm, agudos;
Prancha 23, Àg. D. estames inclusos. Fruto ca. 5cm.
Epífita, até 80cm. Roseta infundibuliforme. Folhas Ocorre em Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de
com bainha castanha, 10-12×6-8cm, oblonga; lâmina Janeiro, São Paulo e Santa Catarina (Smith & Downs
verde, com reticulado irregular verde mais escuro, 1977), na Áoresta pluvial atlântica montana e alto-
20-40×(2,5)3,5-5,5cm, ligulada, ápice agudo e acuminado, montana. D9, E9. Coletada com Áores em fevereiro,
vinoso. Escapo esverdeado, 45-47cm, ereto; brácteas março e maio e com frutos em maio e outubro.
verdes a vinosas, as inferiores foliáceas, as medianas Material selecionado: Bananal, V.1995, S.L. Proença et
6,5-8cm, estreito-ovais com ápice agudo, acuminado al. 47 (SP). Cunha, II.1981, M.G.L. Wanderley 281 (SP).
e reÁexo, as superiores (2,5)3,5-5cm, ovais com ápice Espécie bem caracterizada pelas brácteas Áorais
agudo e acuminado, imbricadas. Inflorescência simples, castanhas, lisas e quebradiças e com ápice paleáceo.
em racemo, 15-25(33) Áores, ereta, 15-20cm, raque
levemente geniculada, entrenós 0,5-1,2cm. Brácteas 18.25. Vriesea longiscapa Ule, Ber. Deutsch. Bot. Ges.
Áorais verdes, 2-2,5(3)×2,5cm, mais curtas que as sépalas, 18: 323. 1900.
largo-ovais, ápice obtuso, decorrentes, sem carena. Flores Epífita, até 1m. Roseta infundibuliforme. Folhas com
dísticas, patentes a reÁexas na antese; sépalas verdes, ca. bainha castanho-clara, ca. 9×5cm, elíptica; lâmina
2,5cm, elípticas, sem carena; pétalas alvas, ca. 3,8cm, verde, ca. 50×3,5cm, ligulada, ápice obtuso, acuminado.
obovais, apêndices ca. 1,1cm, agudos e irregularmente Escapo castanho a verde, 47cm, ereto; brácteas inferiores
denteados; estames inclusos. Fruto 4-4,5cm. foliáceas, medianas castanhas, ca. 6,5cm, triangulares,

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

VRIESEA

ápice acuminado, imbricadas. Inflorescência simples, sem carena; pétalas alvas, ca. 2,7cm, liguladas; estames
em racemo, ou raramente com 1-4 ramos na base, exsertos. Fruto não visto.
ereta, ca. 40cm, raque reta, entrenós ca. 0,8cm, quando Ocorre em Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo,
ramiÀcada, o ramo terminal ca. 32 Áores e os laterais ca. Santa Catarina (Smith & Downs 1977) e Rio de Janeiro,
16 Áores, brácteas primárias do mesmo comprimento dos na Áoresta pluvial atlântica. Até o momento é referida
pedúnculos. Brácteas Áorais verdes, ca. 2×1,5cm, ovais, uma única coleta para São Paulo. D7. Coletada com
ápice obtuso, com carena próximo ao ápice, secundas, Áores passadas em março.
geralmente decíduas ao Ànal da frutiÀcação. Flores Material selecionado: Monte Alegre do Sul, III.1943, M.
dísticas, secundas na antese; sépalas verdes, ca. 2cm, Kuhlmann 346 (SP).
elípticas, sem carena; pétalas alvo-amareladas, ca. 3cm, É considerada Presumivelmente Extinta, pela lista
obovais, apêndices ca. 1cm, agudos; estames inclusos. da Áora ameaçada de extinção, por não haver coletas
Fruto 2,5-4cm. recentes da espécie no estado de São Paulo.
Ocorre no Espírito Santo, Rio de Janeiro (Smith
& Downs 1977), na Áoresta pluvial atlântica montana e 18.27. Vriesea pabstii McWill. & L.B. Sm., Bull.
alto-montana, e é aqui indicada como nova ocorrência Bromeliad Soc. 20: 54, Àg. 1-5. 1970.
para o estado de São Paulo. E6, E8, E9. Coletada com Epífita ou terrestre, até 80cm. Roseta infundibuliforme.
frutos passados em setembro e outubro. Folhas com bainha castanho-escura na face abaxial e
Material selecionado: Cunha, 23o19’575”S 45o05’435”W, castanho-clara na adaxial, 8-10×8-9cm, largo-oblonga;
X.1999, G. Martinelli et al. 15933 (RB). São Luiz do Paraitinga, lâmina verde, 27-40×3,5-5cm, ligulada, ápice obtuso
23o20’453”S 45o09’194”W, X.1999, G. Martinelli et al. 15925 e acuminado. Escapo verde, 40-60cm, ereto; brácteas
(RB). São Miguel Arcanjo, 24o05’38”S 47o59’69”W, IX.1999, verdes, 4,5-9cm, oblongas a ovais, ápice obtuso a agudo,
G. Martinelli et al. 15758 (RB). acuminado, as inferiores imbricadas e as superiores do
Material adicional examinado: RIO DE JANEIRO, Nova mesmo comprimento ou mais curtas que os entrenós.
Friburgo, XII.1991, A. Costa et al. 414 (RB).
Inflorescência composta, em racemo heterotético
Os três exemplares analisados encontram-se em
duplo, ereta, 30-50cm; ramos 3-5(10), suberetos,
estágio avançado de frutiÀcação e não foi possível
retos, pedúnculos laterais 3-6cm, apresentando na
observar as brácteas primárias, assim como o comprimento
base até 2 brácteas estéreis e 6-10 Áores, o terminal
e presença de bráctea estéril no pedúnculo. A exsicata
6-14cm, apresentando até 3-5 brácteas estéreis e 10-14
Martinelli 15768 (RB) encontra-se com a inÁorescência
Áores, entrenós 0,8-1,2cm; brácteas primárias verdes,
muito jovem, no entanto é aqui citada por ser muito
3,5-4,5×3-4cm, do mesmo comprimento a mais curtas
semelhante à Vriesea longiscapa. As características
que os pedúnculos, largo-ovais, ápice obtuso ou agudo,
Áorais foram observadas no material Costa 414 (RB).
apiculado. Brácteas Áorais verdes, 3-4×2,5-3cm, mais
longas a mais curtas que as sépalas, largo-ovais, ápice
18.26. Vriesea lubbersii (Baker) E. Morren ex Mez in
obtuso a subagudo, levemente encurvado, com carena
Mart., Eichler & Urb., Fl. bras. 3(3): 533, est. 99.
próximo ao ápice, patentes e não secundas. Flores dísticas,
1894.
secundas na antese; sépalas verdes, (2,5)2,8-3cm,
Epífita, ca. 40cm. Roseta utriculosa. Folhas com bainha
oblongas, sem carena; pétalas alvas, ca. 4cm, obovais,
castanho-clara, 4,5-4cm compr., largo-elíptica; lâmina
apêndices ca. 1,2cm, agudos e fendidos; estames inclusos.
verde, 23-25×0,5-0,6cm, estreito-triangular, ápice longo-
Fruto 3-4cm.
atenuado, recurva. Escapo vinoso, 20cm, ereto; brácteas
Ocorre no Espírito Santo e São Paulo. D9, E7, E8,
2,5-6cm, diminuindo progressivamente das medianas
E9, F5. Coletada com Áores de setembro a novembro e
para as superiores, estreito-ovais com ápice caudado,
com frutos em março.
eretas, ca. 19cm, imbricadas. Inflorescência composta,
Material selecionado: Bananal, IX.1994, E.A. Rodrigues
em racemo heterotético duplo, ereta; ramos 3, com 3-8 et al. 240 (SP). Biritiba-Mirim (Estação Biológica de Boracéia),
Áores, suberetos, pedúnculo ca. 2cm, entrenós ca. 1,5cm, X.1983, A. Custodio Filho 1758 (SP). Cunha, III.1993, S.
apresentando uma bráctea estéril no ápice do ramo; Buzato & M. Sazima 28000 (SP, UEC). Ribeirão Grande,
brácteas primárias semelhantes às brácteas superiores do V.1997, M.G.L. Wanderley et al. 2234 (SP). Ubatuba, II.1968,
escapo, mais longas que o pedúnculo, mais curtas que L.B. Smith & McWilliams 15424 (HB, isótipo).
os ramos. Brácteas Áorais 1,8-2,2×1cm, mais curtas que Espécie muito relacionada à Vriesea hydrophora
as sépalas, elípticas, ápice agudo, apiculado e levemente Ule, diferindo desta apenas pelo menor número de ramos
encurvado, com carena próximo ao ápice. Flores dísticas, na inÁorescência e pelas brácteas superiores do escapo
suberetas na antese; sépalas vinosas, ca. 1,7cm, elípticas, eretas e imbricadas.

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

18.28. Vriesea paratiensis E. Pereira, Bradea 1: 275, est. esparsas, 4,2-4,5×2,5cm, largo-ovais, ápice obtuso e
2, Àg. A. 1972. acuminado, imbricadas. Inflorescência simples, em
Prancha 28, Àg. A-D. racemo, 26 Áores, pêndula, 20cm, entrenós 0,7-0,8cm.
Epífita, até 1,5m. Roseta infundibuliforme. Folhas com Brácteas Áorais róseas, 3,5-4×3cm, mais longas que as
bainha das folhas mais externas castanho-escura, 22×10cm, sépalas, largo-ovais, ápice agudo, levemente encurvado,
largo-oblonga, das folhas mais internas castanho- imbricadas, inÁadas, mais ou menos involutas na antese,
clara, 10×7cm, largo-oval; lâmina verde (40)60-80× sem carena, indumento alvo-ceroso. Flores dísticas,
(5)6-7cm, triangular, ápice atenuado, indumento patentes na antese; sépalas 2,8-3cm, elípticas, ápice
cinéreo na face abaxial. Escapo (60)70-80cm, ereto; subagudo, sem carena; pétalas amarelas, 4cm, liguladas,
brácteas verdes, as inferiores foliáceas, as superiores apêndices agudos; estames exsertos. Fruto 3cm.
totalmente verdes ou avermelhadas com ápice verde, Ocorre em Minas Gerais (Smith & Downs 1977),
13-20×2-2,5cm, triangulares a estreito-triangulares, Espírito Santo e Rio de Janeiro, sendo esta a primeira
ápice atenuado, indumento cinéreo na face abaxial, citação para São Paulo, na Áoresta pluvial atlântica. E7.
imbricadas e eretas. Inflorescência composta, em racemo Coletada com Áores em novembro.
heterotético duplo ou triplo, ereta, até 80cm; ramos Material selecionado: Embu-Guaçu, XI.1951, A.S. Pires
10-15, com 10-20 Áores, patentes, fracamente geniculados, s.n. (SP 55397).
(30)40-60cm, pedúnculo ca. 16cm (inferiores) até ca. A espécie é próxima a Vriesea guttata, diferindo
6cm (superiores), apresentando na base 1-5 brácteas desta pelas brácteas Áorais imbricadas e mais longas, e
estéreis com 1-2 carenas, entrenós (1,7)2-3cm; brácteas Áores patentes na antese. Mez (1894) indicou “Brasiliae
primárias totalmente verdes ou avermelhadas com prov. Rio de Janeiro ad Morro de S. Vicente”, no entanto
ápice verde, 7-12×1,5-2,5cm, as inferiores triangulares a etiqueta do holótipo (Glaziou 15474, P) não informa
com ápice atenuado, as superiores ovais com ápice qualquer nome de cidade.
atenuado, do mesmo comprimento a mais curtas que o É considerada Presumivelmente Extinta, pela lista
pedúnculo, indumento cinéreo na face abaxial. Brácteas da Áora ameaçada de extinção, por não haver coletas
Áorais amarelas a verdes, 3-3,5×1,7-2cm, do mesmo recentes da espécie no estado de São Paulo.
comprimento que as sépalas, estreito-ovais, ápice obtuso,
sem carena ou com carena próximo ao ápice, coriáceas 18.30. Vriesea pauperrima E. Pereira, Bradea 1(25):
e lisas nos 2/3 inferiores, membranáceas e nervadas no 274, est. 1, Àg. B. 1972.
terço superior. Flores dísticas, imbricadas na pré-antese, Epífita, ca. 35cm. Roseta infundibuliforme. Folhas
suberetas na antese; sépalas amarelo-esverdeadas,
com bainha verde-clara, 5×3cm, elíptica; lâmina verde,
2,5-3cm, ligulado-obovais, ápice obtuso, sem carena;
12×2cm, ligulada, ápice agudo e apiculado. Escapo
pétalas verdes. Fruto ca. 3cm.
verde, ca. 20cm, ereto; brácteas verdes, ca. 2,5×1cm,
Ocorre no sul do Rio de Janeiro e em São Paulo,
estreito-elípticas, ápice obtuso, pouco mais longas que
na Áoresta pluvial atlântica, no manguezal, na restinga
os entrenós. Inflorescência simples, em racemo, 6 Áores,
arbórea e, na Ilha do Cardoso, nos ecótonos entre essas
ereta, 10×6cm, raque reta, entrenós 1,2cm. Brácteas
formações. E7, F6, G6. Coletada com Áores em fevereiro
e com frutos em abril e agosto. Áorais verdes, ca. 2,5×1,4cm, estreito-ovais, ápice obtuso,
Material selecionado: Cananéia (Ilha do Cardoso), involutas na antese, com carena próximo ao ápice. Flores
IV.1988, M.G.L. Wanderley et al. 1005 (SP). Pariquera-Açu, dísticas, suberetas na antese; sépalas citrinas, ca. 2,8cm,
II.1995, H.F. Leitão Filho 32853 (UEC). São Paulo, VIII.1979, elípticas, com carena em 2 sépalas; pétalas amarelas, ca.
M.G.L. Wanderley 133 (SP). 3cm, liguladas, apêndices ca. 0,5cm, obtusos; estames
Wanderley & Mollo (1992) citaram as exsicatas exsertos. Fruto ca. 3cm.
Duarte 34 e Wanderley 1005 como Vriesea altodaserrae. Ocorre no Espírito Santo, Rio de Janeiro e São
Paulo, na restinga e na Áoresta pluvial atlântica. D9.
18.29. Vriesea pardalina Mez in Mart., Eichler & Urb., Coletada com Áores em agosto.
Fl. bras. 3(3): 523. 1894. Material examinado: S.mun. (Serra da Bocaina),
Epífita, ca. 40cm. Roseta infundibuliforme. Folhas VIII.1980, L.C. Gurken & S. Gurken 12 (HB).
com bainha castanha, 9×4cm, oblonga; lâmina verde Material adicional examinado: RIO DE JANEIRO,
com máculas castanho-escuras esparsas ou organizadas Mangaratiba, VIII.1994, A. Costa & U. Vidal 467 (RB).
em faixas transversais ca. 1cm larg., 25×3cm, ligulada, É considerada Vulnerável, pela lista da Áora
ápice subagudo e acuminado. Escapo verde, ca. 25cm, ameaçada de extinção, por sua distribuição restrita no
ereto; brácteas verdes com máculas castanho-escuras, estado de São Paulo.

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

VRIESEA

Prancha 28. A-D. Vriesea paratiensis, A. infrutescência; B. fruto; C. semente; D. folha. (A-D, Wanderley 1005)

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

18.31. Vriesea philippocoburgii Wawra, Oesterr. Bot. Z. ca. 2cm, oblongas, sem carena; pétalas alvo-amareladas,
30: 219. 1880. ca. 2,5cm, obovais, apêndices ca. 1cm, agudos; estames
Epífita ou terrestre, até 1,45cm. Roseta infundibuliforme. inclusos. Fruto ca. 3,5cm.
Folhas com bainha castanha e parte superior vinosa, Ocorre no Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa
(12)16-18×(8,5)10cm, largo-elíptica; lâmina verde, Catarina e Rio Grande do Sul, na Áoresta pluvial atlântica.
38-50(62)×(4)4,5-5,5(6)cm, ligulada, ápice agudo E6, G6. Coletada com Áores em outubro.
e acuminado, vinoso. Escapo 30-50(60)cm, ereto; Material selecionado: Cananéia, X.1978, D.A. Grande et
brácteas verdes com ápice vinoso, as inferiores foliáceas, al. 145 (SP). Tapiraí, X.1994, K.D. Barreto et al. 3129 (ESA).
as superiores (10)20-30(32)cm, ovais, ápice agudo Na interpretação de Smith & Downs (1977), a
a obtuso, acuminado, imbricadas. Inflorescência composta, espécie apresenta ampla distribuição geográÀca e oito
em racemo heterotético triplo, (68)80-100×25-30cm; variedades das quais uma, var. gracilior L.B. Sm., foi
ramos ca. 25, com 3-15 Áores, suberetos, retos, pedúnculo elevada à categoria de espécie (Leme 1991). Representa
ca. 18cm (inferiores) até ca. 6,2cm (superiores), um grupo-chave dentro do complexo referido sob Vriesea
apresentando na base até 2 brácteas estéreis com bituminosa.
carena, entrenós 2-2,5cm; brácteas primárias verde-
BibliograÀa adicional
avermelhadas a vermelhas, as inferiores 8-16(19)×
Leme, E.M.C. 1991. A new status for a scarcely known
2,5-4cm, as superiores 1,5-5,5×0,9-1,3cm, ovais, ápice
Vriesea from Espírito Santo, Brazil. J. Bromeliad
agudo a obtuso, acuminado, mais curtas que o pedúnculo; Soc. 41(6): 263-7.
brácteas secundárias vermelhas, (1,7)2-2,3(2,5)×0,8-1cm,
mais curtas que o pedúnculo, ovais, ápice agudo, com 18.33. Vriesea platzmannii E. Morren, Belgique Hort.
ou sem carena. Brácteas Áorais vermelhas, 1,8-2,7× 25: 349, est. 23. 1875.
(0,7)1-1,3cm, mais curtas que as sépalas, obovais, ápice Prancha 29, Àg. C.
agudo, com ou sem carena, secundas. Flores dísticas, Epífita, até 1m. Roseta utriculosa. Folhas com bainha
secundas na antese; sépalas amarelas, ca. 1,8cm, estreito- castanho-escura, ca. 12×7cm, elíptica; lâmina verde,
elípticas, sem carena; pétalas amarelas, ca. 2,4cm, 18-27×2cm, ligulada, ápice agudo e acuminado. Escapo
liguladas; estames exsertos. Fruto 3,7cm. ca. 70cm, ereto; brácteas verdes, as inferiores foliáceas,
Ocorre no Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa as medianas 6-7×1,3cm, oblongas, ápice agudo e
Catarina e Rio Grande do Sul (Smith & Downs 1977), na acuminado, imbricadas, as superiores 3-4×1,5cm, ovais,
Áoresta pluvial atlântica e na restinga. E6, E7, E9, F6, ápice subagudo, de acuminado a apiculado, mais curtas
G6. Coletada com Áores de janeiro a agosto e com frutos que os entrenós. Inflorescência simples, em racemo,
em setembro e outubro. ca. 10 Áores, ereta, ca. 18cm, raque reta, entrenós ca.
Material selecionado: Cananéia, IV.1982, L.S.R. Duarte 1,5cm. Brácteas Áorais verde-claras, 2,5-3×1,5cm, mais
35 (SP). Iguape (Estação Ecológica Juréia-Itatins), VI.1991,
curtas que as sépalas, ovais, ápice agudo, levemente
A.C. Araújo & E.A. Fisher 24328 (UEC). São Paulo, VIII.1997,
P. Affonso et al. 128 (PMSP, UNISA). Tapiraí, I.1995, encurvado, indumento alvo-ceroso, eretas ou secundas,
L.C. Bernacci et al. 1167 (IAC, SP, SPF, UEC). Ubatuba sem carena. Flores dísticas, secundas na antese; sépalas
(Picinguaba), II.1994, A. Araújo & E. Fisher 33471 (UEC). amarelo-esverdeadas, 2,2cm, elípticas, ápice obtuso,
sem carena; pétalas amarelas, 3,3cm, obovais, apêndices
18.32. Vriesea platynema Gaudich., Voy. Bonite, Bot., ca. 0,5cm, irregularmente denteados; estames inclusos.
est. 66. 1843. Fruto 5-5,5cm.
Epífita, até 1m. Roseta infundibuliforme. Folhas com Ocorre em São Paulo (Wanderley & Mollo 1992),
bainha castanho-escura, 12-16×6,8-8cm, oblonga; lâmina Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul na Áoresta
verde com estrias Ànas longitudinais, 35-60×3,5-5,5cm, pluvial atlântica e restingas (Reitz 1983, Smith & Downs
ligulada, ápice agudo e acuminado. Escapo verde, 1977). E7, G6. Coletada com Áores em outubro.
74-78cm, ereto; brácteas avermelhadas, 5-8×2,5-3,5cm, Material examinado: Cananéia, X.1980, M.G.L.
ovais, ápice agudo e acuminado, imbricadas. Inflorescência Wanderley 253 (SP). São Paulo, X.1954, O. Handro 415
(HB).
simples, em racemo, ca. 20 Áores, ereta, 20-24cm, raque
Material adicional examinado: SÃO PAULO, Pariquera-
reta, entrenós ca. 1cm. Brácteas Áorais vinosas, as Açu, 24º46’32”S 47º39’77”, X.1999, G. Martinelli et al.
inferiores ca. 3,5×3,2cm e as medianas ca. 2,8×3,3cm, 15867. PARANÁ, Guaratuba, 25o54’S 48o36’W, II.1952, L.B.
do mesmo comprimento ou pouco mais curtas que as Smith & P.R. Reitz 5744 (RB). SANTA CATARINA, Antônio
sépalas, largo-ovais, ápice obtuso, decorrentes, sem Carlos, 27o27’93”S 48o52’88”W, V.1998, G. Martinelli et al.
carena. Flores dísticas, reÁexas na antese; sépalas verdes, 14917 (RB).

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

VRIESEA

18.34. Vriesea procera (Mart. ex Schult. & Schult. f.) II.1995, H.F. Leitão Filho et al. 33236 (UEC). Ubatuba,
Wittm., Bot. Jahrb. Syst. 13(Beibl. 29): 21. 1891. II.1996, H.F. Leitão Filho et al. 34310 (ESA, UEC).
Epífita, 80-160cm. Roseta infundibuliforme. Folhas com A var. debilis Mez difere da variedade típica pela
bainha esverdeada ou castanho-clara com mancha basal inÁorescência simples ou pouco ramiÀcada e pelas
ou central purpúrea, 7-13×4-8cm, elíptica; lâmina verde, brácteas do escapo mais curtas que os entrenós (Smith
10-38×2-4cm, ligulada, ápice agudo a obtuso, acuminado, & Downs 1977, Wanderley & Mollo 1992). No entanto,
sem indumento cinéreo na face abaxial. Escapo verde, estas características mostraram-se imprecisas na
40-75cm, ereto; brácteas inferiores foliáceas, medianas distinção entre as duas variedades, visto que as coleções
e superiores verdes ou avermelhadas, 3-5(10)×0,5-2cm, Wanderley 1001 e 1002 (SP) possuem, respectivamente,
triangular-ovais, ápice agudo, acuminado, de imbricadas inÁorescência em racemo simples e composta em
a mais curtas que os entrenós. Inflorescência simples, racemo heterotético duplo, e são provenientes da mesma
em racemo, ou composta em racemo heterotético duplo localidade. Da mesma forma, as coleções Barros et al.
ou triplo, ereta, 25-70cm; ramos com (2)4-8 Áores, eretos 29461 (SP), Leitão Filho et al. 34314 e 34310 (UEC)
a reÁexos, retos a levemente geniculados, pedúnculo possuem, respectivamente, inÁorescência simples, pouco
4,5-12(20)cm, apresentando (1)3(7) brácteas estéreis, ramiÀcada e muito ramiÀcada (em racemo heterotético
entrenós (1,5)2,5-3cm; brácteas primárias e secundárias duplo). Sendo assim, a var. debilis não foi considerada
verdes ou avermelhadas, 1,5-4(6)×0,5-1,5cm, mais no âmbito desta Flora.
curtas que o pedúnculo, triangulares, ápice agudo e
acuminado ou apiculado. Brácteas Áorais verde-claras, 18.34.2. Vriesea procera var. tenuis L.B. Sm., Arq. Bot.
1,5-3×0,4-0,7cm, do mesmo comprimento a mais curtas São Paulo II. 1: 121. 1943.
que as sépalas, elípticas ou ovais, ápice agudo, apiculado, Ocorre na Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e
com carena próximo ao ápice, involutas ou não. Flores São Paulo, na Áoresta pluvial atlântica (Smith & Downs
dísticas, suberetas na antese; sépalas verdes, ca. 1,5cm, 1977) e em vegetação alterada. E7. Coletada com Áores
estreito-elípticas, sem carena; pétalas alvo-amareladas, de novembro a março e com frutos em março e agosto.
Material selecionado: Itapecerica da Serra, II.1929, A.
ca. 2cm, liguladas, apêndices ca. 0,9cm, irregularmente
Gehrt s.n. (SP 24580).
denteados; estames inclusos. Fruto ca. 3,5cm. Material adicional examinado: SÃO PAULO, s.mun.,
VIII.1939, M.B. Foster 352 (R).
CHAVE PARA AS VARIEDADES A variedade é bem característica pela inÁorescência
sempre composta em racemo heterotético triplo, com
1. InÁorescência em racemo simples ou racemo ramos geralmente reÁexos, brácteas Áorais alcançando o
heterotético duplo; ramos eretos a patentes; brácteas meio das sépalas e não involutas.
Áorais 2,5-3cm, do mesmo comprimento ou pouco
mais curtas que as sépalas, elípticas, involutas ......... 18.35. Vriesea rodigasiana E. Morren, Ill. Hort. 29: 171,
............................................................... var. procera Àg. 467. 1882.
1. InÁorescência em racemo heterotético triplo; ramos Epífita ou terrestre, até 75cm. Roseta infundibuliforme.
geralmente reÁexos; brácteas Áorais 1,5-2cm, Folhas com bainha vinosa, 4,5-10,5×3,2-6,2cm, elíptica
alcançando o meio das sépalas, ovais, não involutas a largo-elíptica; lâmina verde com máculas vinosas ou
.................................................................. var. tenuis totalmente vinosa, (5,5)6,5-20(22,5)×1,5-2,5cm, ligulada
a ligulado-triangular, ápice agudo a obtuso, acuminado.
18.34.1. Vriesea procera var. procera Escapo vermelho, 20-38cm, ereto; brácteas com metade
Ocorre no Brasil, nos estados do Piauí, Ceará, inferior vermelha e superior verde, 1,8-4,8(5,2)×
Paraíba, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Rio de 0,6-1,2cm, ovais, ápice agudo a subagudo, acuminado,
Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, na Áoresta do mesmo comprimento a mais curtas que os entrenós.
pluvial atlântica baixo-montana e restinga, além da Inflorescência composta, em racemo heterotético duplo,
Venezuela, Suriname, Guiana, Trinidad, Argentina ereta, 8-20(28)cm; ramos (2)4-5 com 3-4 Áores, suberetos,
e Paraguai (Smith & Downs 1977). E7, E8, F6, G6. geniculados, pedúnculo 0,7-1cm, sem bráctea estéril,
Coletada com Áores em janeiro e fevereiro e com frutos entrenós 0,8-1,5cm; brácteas primárias amarelas com
em fevereiro e abril. ápice avermelhado, 1,4-3×0,7-1(1,2)cm, mais longas que o
Material selecionado: Bertioga, II.1968, L.B. Smith & pedúnculo, mais curtas que os ramos, ovais a subelípticas,
McWilliams 15377 (R). Cananéia, IV.1988, M.G.L. Wanderley ápice agudo e acuminado, às vezes com carena. Brácteas
et al. 1002 (SP). Ilha Comprida, 25o01’13”S 47o54’59”W, Áorais amarelas, 1-2×1-1,4cm, mais curtas que as sépalas,

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

largo-elípticas a largo-ovais, ápice obtuso, minutamente Difere de Vriesea bituminosa pelas brácteas do
apiculado, com carena. Flores dísticas, suberetas na escapo com mácula castanho-escura; brácteas Áorais
antese; sépalas ca. 2,2cm, estreito-elípticas, sem carena; esverdeadas com máculas escuras esparsas, margem
pétalas amarelas, ca. 3cm, liguladas, apêndices ca. 0,8cm; e ápice escuros, do mesmo comprimento a pouco mais
estames exsertos. Fruto 2,8-3cm. curtas que as sépalas e pétalas alvo-amareladas. Sazima
Ocorre na Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná et al. (1995) indicaram também, entre as duas espécies,
e Santa Catarina (Smith & Downs 1977), na Áoresta diferenças no comprimento da corola e volume de néctar
pluvial atlântica, manguezais e restingas. E6, E7, E8, E9, produzido por Áor.
F5, F6, G6. Coletada com Áores e frutos entre fevereiro É considerada Vulnerável, pela lista da Áora
e outubro. ameaçada de extinção, pela distribuição restrita da
Material selecionado: Bertioga, VI.1940, F.C. Hoehne & espécie no estado de São Paulo.
A. Gehrt s.n. (SP 42715). Cananéia, VI.1982. M.G.L. Wanderley
et al. 524 (SP). Caraguatatuba, IV.1993, S. Buzato & M. BibliograÀa adicional
Sazima 28729 (SP, UEC). Eldorado, 24o03’06”S 48o24’32”W, Sazima, M., Buzato, S. & Sazima, I. 1995. Polinização de
IX.1995, R.R. Rodrigues et al. 134 (ESA, SP). Sete Barras, Vriesea por morcegos no Sudeste brasileiro. Bromélia
X.1992, M.G.L. Wanderley et al. 2058 (SP). Tapiraí, V.1994, 2(4): 29-37.
R. Mello-Silva et al. 887 (SP). Ubatuba, II.1996, H.F. Leitão
Filho et al. 34315 (ESA, SP, UEC). 18.37. Vriesea sceptrum Mez in C. DC., Monogr. phan.
Espécie muito relacionada à Vriesea languida L.B. 9: 606-607. 1896.
Sm., de ocorrência restrita às serras do Espírito Santo, Epífita, até 80cm. Roseta infundibuliforme. Folhas
mas que, no entanto, possui a inÁorescência pêndula. com bainha castanho-escura na face abaxial e castanho-
clara na adaxial, 18×11cm, largo-elíptica; lâmina
18.36. Vriesea sazimae Leme, Bromélia 2(4): 26, Àg. verde, 25-40×4-7cm, ligulado-triangular, ápice agudo e
1995. acuminado. Escapo vermelho, ca. 45cm, ereto; brácteas
Epífita, até 1,6m. Roseta infundibuliforme. Folhas inferiores foliáceas, as superiores vermelhas, 9-14×
com bainha castanha na face abaxial, 15×8-11cm, largo- 2-3cm, triangulares, ápice agudo e apiculado, imbricadas.
elíptica; lâmina verde, 45-60×6-8cm, ligulada, ápice Inflorescência composta, em racemo heterotético
obtuso e acuminado, com mácula castanho-escura. duplo, ereta, ca. 40cm; ramos 13-15, com 5-9(11)Áores,
Escapo esverdeado, até 1,2m, ereto; brácteas inferiores eretos a suberetos, geniculados, pedúnculo 4,5-7cm,
foliáceas, superiores verdes, 5-6(8)×3-4cm, largo- apresentando ou não 1 bráctea estéril, entrenós 0,7-1cm;
ovais, ápice obtuso e acuminado, com mácula castanho- brácteas primárias vermelhas (4,5)6-10×2-4cm, mais
escura, imbricadas. Inflorescência simples, em racemo, longas que o pedúnculo, triangulares a ovais, ápice agudo
36-52 Áores, ereta, 30-40cm, raque reta a fracamente e acuminado, as inferiores cobrindo até 2/3 do ramo.
geniculada, sulcada, entrenós 0,6-1,2cm, recoberta por Brácteas Áorais vermelhas, (2)2,7(3)×1,5-2cm, mais
substância gelatinosa. Brácteas Áorais esverdeadas com curtas que as sépalas, ovais, ápice agudo, fracamente
máculas escuras esparsas, margem e ápice escuros, as encurvadas, com carena em toda a extensão ou somente
inferiores 4-4,2×3,5cm, as medianas 3,5-3,8×3,3cm, do próximo ao ápice. Flores dísticas, suberetas na antese;
mesmo comprimento a pouco mais curtas que as sépalas, sépalas ca. 3cm, elípticas, carena em 2 sépalas; pétalas
largo-ovais, ápice agudo, decorrentes, sem carena. Flores amarelas, ca. 3,5cm, liguladas, apêndices ca. 0,7cm,
dísticas, patentes a reÁexas na antese; sépalas verdes, as agudos; estames inclusos. Fruto ca. 4,5cm.
inferiores ca. 3,5cm, as medianas 3,3-3,5cm, elípticas, Ocorre em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo
sem carena; pétalas alvo-amareladas, ca. 4,5cm, obovais, (Smith & Downs 1977), na Áoresta pluvial atlântica
apêndices ca. 1,2cm, irregularmente denteados; estames montana e alto-montana. No estado de São Paulo é
inclusos. Fruto imaturo ca. 4cm. conhecida apenas para a região de Campos do Jordão.
Conhecida apenas para a região de Campos do D8. Coletada com Áores de outubro a janeiro e com
Jordão, na Áoresta pluvial montana e alto-montana. D8. frutos em fevereiro.
Coletada com Áores em janeiro, abril, julho, setembro e Material selecionado: Campos do Jordão, X.1961,
dezembro e com frutos em dezembro. M. Kuhlmann s.n. (SP 59102).
Material selecionado: Campos do Jordão, VII.1967, Foi descrita para a Bahia, na vegetação de caatinga,
J. Mattos & N. Mattos 14998 (HB, SP). a forma flavobracteata Leme (1987), a qual difere da
Material adicional examinado: SÃO PAULO, Campos do forma típica pelas brácteas amarelas e entrenós dos ramos
Jordão, IV.1995, M. Sazima et al. 32329 (UEC, parátipo). com 1-1,4cm.

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

VRIESEA

Prancha 29. A-B. Vriesea unilateralis, hábito; B. detalhe da inÁorescência. C. Vriesea platzmannii, inÁorescência. (A-B, Mello-
Silva 905; C, Martinelli 15867).

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

Pela distribuição restrita no estado de São Paulo, é 18.39. Vriesea secundiflora Leme, Bradea 5(29): 320.
considerada Vulnerável, segundo a lista da Áora ameaçada 1990.
de extinção. Epífita, ca. 40cm. Roseta infundibuliforme. Folhas com
bainha vinosa, 7,5-10×4-4,5cm, oblonga; lâmina verde,
BibliograÀa adicional 20-25×1,7-2,2cm, ligulada, ápice agudo e acuminado.
Leme, E.M.C. 1987. Novas Bromeliáceas nativas do Escapo verde, ca. 31cm, subereto; brácteas avermelhadas,
Brasil – IV. Bradea 4(39): 309-326. 2,7-3×1,5-1,8cm, oblongas, ápice agudo, de acuminado a
apiculado, do mesmo comprimento a pouco mais longas
18.38. Vriesea aff. schwackeana Mez in C. DC., Monogr. que os entrenós. Inflorescência simples, em racemo, 7-9
phan. 9: 590. 1896. Áores, subereta, ca. 9,5cm, raque levemente geniculada,
Epífita, até 60cm. Roseta infundibuliforme. Folhas com entrenós 1-1,3cm. Brácteas Áorais vermelhas a alaranjadas,
bainha castanho-clara, 9-13×6,3-7cm, elíptica; lâmina 3,3×1,8cm, pouco mais curtas que as sépalas, ovais, ápice
verde, 15-40×2,5-3,2cm, ligulada a triangular, ápice agudo e apiculado, com carena, secundas. Flores dísticas,
agudo e acuminado. Escapo 22-27cm, ereto; brácteas patentes e secundas na antese; sépalas amarelas, ca. 2,4cm,
vermelhas, 4-4,8×2-2,4cm, largo-ovais a ovais, ápice estreito-elípticas, sem carena; pétalas amarelas com ápice
agudo a obtuso, acuminado, imbricadas. Inflorescência verde, ca. 4cm, liguladas, apêndices ca. 0,8cm; estames
composta, em racemo heterotético duplo, ereta, 26-35cm; exsertos. Fruto não visto.
ramos 3-6, com 5-7 Áores (nos ramos laterais) e 10-18 Áores Ocorre na Áoresta pluvial atlântica montana no Rio
(no ramo terminal), eretos, retos, pedúnculo 0,8-1,5cm, de Janeiro, sendo aqui registrada a primeira ocorrência
apresentando até 1 bráctea estéril, entrenós ca. 1,5cm; para São Paulo.
brácteas primárias vermelhas, 2,4-2,8×1,8-2cm, mais Material selecionado: S.mun., IV.1997, M.G.L. Wanderley
longas que o pedúnculo, mais curtas que o ramo, ovais, s.n. (Coleção Viva IBt 131) (SP 388278).
ápice subagudo, com carena. Brácteas Áorais vermelhas, Material adicional examinado: RIO DE JANEIRO, Parati,
3,4-4,2×2,8-3,4cm, mais longas que as sépalas, largo- IX.1986, R. Menescal & R. Bello s.n. (HB 73719, holótipo).
ovais, ápice agudo a subagudo, minutamente apiculado O material-tipo apresenta as dimensões da lâmina
e encurvado, com carena. Flores dísticas, suberetas na foliar menores do que o material aqui analisado, assim
antese; sépalas amarelas, ca. 2,1cm, estreito-elípticas, como a inÁorescência com três Áores. Além disso, o
carena nas 3 sépalas; pétalas amarelas, ca. 4,3cm, protólogo indica as brácteas Áorais vermelhas.
liguladas, apêndices ca. 1cm; estames exsertos. Fruto O único exemplar examinado de São Paulo não tem
não visto. procedência precisa, tendo sido obtido da coleção viva do
Ocorre em Minas Gerais e São Paulo (Smith & Instituto de Botânica. No material examinado as brácteas
Downs 1977), na Áoresta pluvial atlântica. E7. Coletada Áorais são alaranjadas, diferindo do material tipo que são
com Áores em novembro e dezembro. vermelhas.
Material selecionado: São Paulo, XI.1934, F.C. Hoehne
s.n. (SP 32160). 18.40. Vriesea simplex (Vell.) Beer, Fam. Brom.: 97.
A circunscrição adotada aqui segue a de Smith 1857. 1856.
& Downs (1977), todavia é necessária uma revisão Epífita, até 80cm. Roseta infundibuliforme. Folhas
abrangente deste táxon, uma vez que V. schwackeana com bainha verde, 5-10×3,5-6cm, largo-elíptica; lâmina
foi descrita de uma coleção de Ouro Preto (MG) que verde, 10-30×2-3,2cm, ligulada, ápice agudo ou obtuso,
possui inÁorescência mais congesta, com maior número acuminado. Escapo 16-46cm, recurvo; brácteas 2,5-4×
de ramiÀcações, ramos patentes e brácteas Áorais menos 1-3cm, elípticas, ápice agudo a obtuso, acuminado a
encurvadas. O estudo polínico conduzido por Wanderley minutamente apiculado, de mais curtas a pouco mais
& Melhem (1991) indicou a proximidade do táxon em longas que os entrenós. Inflorescência simples, em
questão com V. incurvata. racemo, 4-14 Áores, pêndula, 10-36cm, raque geniculada,
É considerada Presumivelmente Extinta, pela lista entrenós 1,5-4cm (menores no ápice, maiores na base).
da Áora ameaçada de extinção, pela ausência de coletas Brácteas Áorais vermelhas com ápice amarelo, 3,6-5×
recentes no estado de São Paulo. 2-3,2cm, mais longas que as sépalas, elípticas, ápice
obtuso, inÁadas, involutas na antese, com carena próximo ao
BibliograÀa adicional ápice. Flores dísticas, patentes na antese; sépalas amarelas,
Wanderley, M.G.L. & Melhen, T.S.A. 1991. Flora polínica ca. 3,6cm, elípticas, sem carena; pétalas amarelas com
do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (São Paulo ápice verde, ca. 4,3cm, liguladas, apêndices ca. 1,2cm,
– Brasil). Hoehnea 18(1): 5-42. obtusos; estames exsertos. Fruto ca. 3,5cm.

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

VRIESEA

Ocorre na Colômbia, Venezuela, Trinidad e Brasil, nos É considerada Presumivelmente Extinta, pela lista
estados da Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo da Áora ameaçada de extinção, uma vez que não foi mais
(Smith & Downs 1977). D9, E7, E8, E9, F5. Coletada com coletada após 1926.
Áores de junho a fevereiro e com frutos em abril.
Material selecionado: Bertioga, VIII.1995, S.L. Proença 18.42. Vriesea unilateralis (Baker) Mez in Mart., Eichler
et al. 69 (SP, UEC). Eldorado, 24o38’47,9”S 48o23’31,5”W, & Urb., Fl. bras. 3(3): 345. 1894.
II.1995, H.F. Leitão Filho 33201 (UEC). São José do Barreiro, Prancha 29, Àg. A-B.
VII.1994, L. Rossi & E.L.M. Catharino 1597 (SP). Ubatuba, Epífita, até 60cm. Roseta infundibuliforme. Folhas com
23o25’12”S 45o07’39”W, XI.1993, R. Goldenberg et al. 29856 bainha verde a castanho-clara, 5,5-10×3-6cm, elíptica;
(UEC). Ubatuba (Picinguaba), XI.2001, R.G. Udulutsch et al.
lâmina verde, 10-28×1,8-2,5cm, ligulada, ápice agudo
463 (HRCB).
a subagudo, apiculado. Escapo verde, 26-40cm, ereto;
A espécie apresenta circunscrição duvidosa com
brácteas verdes, 2,8-6×1,4-1,6cm, inferiores estreito-
Vriesea scalaris E. Morren, sobretudo em relação à
elípticas e superiores largo-elípticas a ovais, ápice agudo a
coloração e dimensão das brácteas Áorais, sépalas e pétalas.
subagudo, apiculado, imbricadas. Inflorescência simples,
em racemo, 5-9 Áores, ereta, 5-13cm, raque reta, entrenós
18.41. Vriesea sparsiflora L.B. Sm., Contr. Gray Herb.
1,2-1,5cm. Brácteas Áorais verdes, 2,2-3×1,2-1,6cm, do
95: 48, Àg. 1-2. 1931.
mesmo comprimento a mais curtas que as sépalas, ovais,
Epífita, até 80cm. Roseta infundibuliforme. Folhas
ápice agudo e apiculado, não secundas. Flores dísticas,
com bainha alva, 8-9×6cm, elíptica; lâmina verde, ca.
suberetas e dísticas na pré-antese, patentes e secundas
2cm larg., ligulada, ápice agudo e acuminado. Escapo
na antese; sépalas verdes, ca. 2,7cm, estreito-elípticas,
vermelho, 22-26cm, ereto; brácteas inferiores verdes,
sem carena; pétalas alvo-amareladas, ca. 3,7cm, obovais,
3,5-4cm, ultrapassando ou do mesmo comprimento
apêndices ca. 0,8cm, agudos; estames inclusos. Fruto
que os entrenós ou imbricadas, ovais, ápice acuminado,
2,7-3,5cm.
as superiores vermelhas, 2,5-3,5cm, mais curtas que Ocorre no Espírito Santo, Rio de Janeiro, São
os entrenós, ovais, ápice acuminado. Inflorescência Paulo, Paraná e Santa Catarina (Smith & Downs 1977),
composta, em racemo heterotético triplo, ca. 50×30cm; na Áoresta pluvial atlântica. E6, E7, E8, F5. Coletada
ramos até 15, com (2)3-6(15) Áores, eretos a patentes, com Áores em fevereiro, abril e setembro e com frutos
Áexuosos e geniculados, pedúnculo 5-16cm, apresentando em fevereiro, março e maio.
1-5 brácteas estéreis; brácteas primárias vermelhas, Material selecionado: Biritiba-Mirim (Estação
1-3cm, mais curtas que o pedúnculo, ovais, ápice agudo; Biológica de Boracéia), IV.1984, A. Custodio Filho 2381 (SP).
râmulos vermelhos, com 3-4 brácteas basais semelhantes Caraguatatuba, IX.1992, S. Buzato & L.N. Buzato 27185
às brácteas secundárias, geniculados próximo ao ápice, (UEC). Eldorado, 24o38’47,9”S 48o23’31,5”W, II.1995, H.F.
apresentando 1 bráctea Áoral estéril no ápice; brácteas Leitão Filho et al. 33204 (UEC). Tapiraí, V.1994, R. Mello-
secundárias vermelhas, ca. 1,5cm, mais curtas que o Silva et al. 905 (SP, SPF).
pedúnculo, triangulares, ápice agudo. Brácteas Áorais
paleáceas, ca. 1×0,6cm, mais curtas que as sépalas, ovais, 18.43. Vriesea vagans (L.B. Sm.) L.B. Sm., Phytologia
ápice agudo, apículo diminuto, com carena inconspícua 13: 118. 1966.
Epífita, 60-70cm, estolonífera. Roseta infundibuliforme.
próximo ao ápice, secundas. Flores dísticas, suberetas a
Folhas com bainha alva, mancha central purpúrea e máculas
patentes e secundas na antese; sépalas amarelas com base
purpúreas esparsas, 10-12×4,5-5cm, elíptica; lâmina verde,
verde, 1,3-1,5cm, oblongas, sem carena; pétalas alvas, ca.
10-17×2,5-3cm, ligulada, ápice agudo e acuminado.
3,5cm, liguladas, apêndices ca. 0,9cm, lineares e obtusos;
Escapo verde, ca. 30cm, ereto; brácteas inferiores foliáceas,
estames exsertos. Fruto ca. 2,5cm.
as medianas e superiores vermelhas com ápice verde,
Rio de Janeiro e São Paulo na Áoresta pluvial
4-9×1-2cm, oblongas, ápice agudo e acuminado, imbricadas.
atlântica alto-montana (Costa & Wendt 2007). Em São
Inflorescência composta, em racemo heterotético duplo ou
Paulo é representada apenas pela coleta do tipo. E7.
triplo, ereta, 20-50cm; ramos 6-9, 4-8 Áores, suberetos,
Coletada com Áores em janeiro.
Áexuosos, pedúnculos (3,5)4,5-7cm, apresentando 1-3
Material selecionado: Santo André, I.1926, F.C. Hoehne
s.n. (SP 17982, holótipo). brácteas estéreis, entrenós (1)1,5-2,5cm, com 1 bráctea
Material adicional examinado: RIO DE JANEIRO, estéril no ápice do ramo; brácteas primárias e secundárias
Macaé, IX.1982, C. Farney & G. Martinelli 112 (RB). Nova vermelhas, 2-3(5)×0,5-1cm, mais curtas que os pedúnculos,
Friburgo, IX.1986, G. Martinelli et al. 11759 (RB). Nova estreito-ovais, ápice agudo e acuminado. Brácteas Áorais
Friburgo, III.1991, A. Costa et al. 352 (RB). vermelhas a paleáceas, 1,5-2×0,8cm, mais curtas que as

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

sépalas, ovais, ápice agudo a acuminado, encurvado, com da espécie como sendo o isótipo. A coleção Trindade-
carena próximo ao ápice, geralmente secundas. Flores Lima 161 apresenta inÁorescência pêndula, diferente desta
dísticas, suberetas a patentes e secundas na antese; sépalas espécie, que mostra inÁorescência ereta, entretanto as
amarelas, ca. 2cm, estreito-triangulares, sem carena; pétalas demais características se enquadram na mesma.
amarelas, ca. 3,2cm, liguladas, apêndices não observados;
estames exsertos. Fruto 2,5cm. 18.45. Vriesea sp.1
Ocorre no Espírito Santo (Costa inéd., Costa & Epífita, ca. 50cm. Roseta infundibuliforme. Folhas com
Wendt 2007), Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, bainha verde-clara, 6-9×5cm, elíptica; lâmina verde,
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Smith & 20-25×2,5cm, ligulada, ápice subagudo e acuminado.
Downs 1977), na Áoresta pluvial atlântica montana, Escapo 22-25cm, ereto; brácteas vermelhas, 3-5×1,8cm,
baixo-montana, restingas e vegetação alterada. E6, E7, largo-elípticas, ápice agudo e acuminado, imbricadas.
E8, F5, F6, G6. Coletada com Áores de dezembro a maio Inflorescência simples, em racemo, 15-25 Áores, ereta,
e com frutos em maio. 18-25×4-5cm, oblonga, com brácteas Áorais estéreis
Material selecionado: Biritiba-Mirim, III.1984, A. no ápice. Brácteas Áorais vermelhas, 3,5-3,7×2-2,2cm,
Custodio Filho 2338 (SP). Cananéia, V.1988, H.F. Leitão Filho mais longas que as sépalas, ovais, suberetas, ápice agudo,
et al. 20332 (UEC). Capão Bonito, II.1990, L.C. Passos 23123 encurvado, naviculares, não imbricadas, expondo a raque,
(SP, UEC). Iguape, V.1991, A.C. Araújo & E.A. Fisher 24340 inÁadas, não involutas, com carena em toda a extensão.
(UEC). Pilar do Sul, IV.1945, H.P. Krug s.n. (IAC 7804).
Flores dísticas, suberetas na antese; sépalas amarelas;
Salesópolis (Casa Grande), s.d., M.G. Lima 3 (SP).
pétalas amarelas com ápice verde, obovais; estames
A espécie é próxima à Vriesea philippocoburgii,
inclusos. Fruto imaturo ca. 3cm.
diferindo desta sobretudo pela presença de estolões, pelo
Espécie de ocorrência conhecida apenas para o estado
porte geralmente menor e pela ornamentação das bainhas
de São Paulo, na Áoresta pluvial atlântica. E6. Coletada
foliares e brácteas do escapo.
com Áores em junho e julho e com frutos em julho.
Material selecionado: São Miguel Arcanjo, VI.1992, J.A.
18.44. Vriesea vulpinoidea L.B. Sm., Arq. Bot. Estado Lombardi 121 (UEC).
São Paulo 1(5): 122, Àg. 134. 1943.
Epífita, ca. 25cm. Roseta infundibuliforme. Folhas 18.46. Vriesea sp.2
com bainha verde, 8-11×4,5-5,5cm, elíptica; lâmina Epífita ou terrestre, até 1,5m. Roseta infundibuliforme.
verde, 16-26×2,3cm, ligulada, estreitada na base, ápice Folhas com bainha castanha, 15-18×8-10cm, largo-oval;
agudo e acuminado. Escapo ca. 7cm, ereto; brácteas ca. lâmina verde com estrias transversais irregulares verde
3×2cm, elípticas, ápice agudo e apiculado, imbricadas, as mais escuro, 40-70×5-7,5cm, ligulada, ápice agudo
superiores semelhantes às brácteas Áorais. Inflorescência e acuminado. Escapo verde, até 1m, ereto; brácteas
simples, em racemo, ca. 13 Áores, ereta, ca. 16×4,5cm, verdes a castanhas, 5-8×4-5cm, ovais, ápice agudo e
oblongo-lanceolada, com 3 brácteas Áorais estéreis no acuminado, imbricadas. Inflorescência simples, em
ápice. Brácteas Áorais vermelho-escuras com margem racemo, (25)48-53 Áores, ereta, 40-80cm, raque reta,
estreita verde, ca. 4,5×3,4cm, mais longas que as sépalas, entrenós 0,7-1,5cm, recoberta por substância gelatinosa.
ovais, suberetas, ápice agudo, fracamente encurvado, Brácteas Áorais verdes, 3-3,5×3-4,5cm, geralmente do
naviculares, na pré-antese imbricadas até 1/4 de sua mesmo comprimento que as sépalas, ovais, ápice agudo,
largura, na antese não imbricadas, expondo pouco a raque, levemente encurvado, decorrentes, sem carena. Flores
inÁadas, não involutas, com carena próximo ao ápice. dísticas, patentes na antese, raramente reÁexas; sépalas
Flores dísticas, suberetas na antese; sépalas ca. 3,3cm, verdes, ca. 2,8cm, elípticas, sem carena; pétalas alvo-
elípticas, sem carena; pétalas amarelas. Fruto ca. 3,3cm. amareladas, ca. 3,5cm, obovais, apêndices ca. 1cm,
Ocorre na Áoresta pluvial atlântica montana, no agudos; estames inclusos. Fruto ca. 4cm.
estado de São Paulo. E7. Coletada com frutos em Ocorre em São Paulo, Paraná e Santa Catarina, na
agosto. Áoresta pluvial atlântica. E7, E8, F5, F6, G6. Coletada
Material examinado: Bananal (Serra da Bocaina), 22°48’S com Áores em fevereiro, abril e maio e com frutos em
44°26’W, XII.2006, T. Trindade-Lima et al. 161 (SP). São Paulo
fevereiro e maio.
(Estação Florestal), VIII.1939, M. & R. Foster 356 (R).
Material selecionado: Cananéia, IV.1988, M.G.L.
O protólogo indica ser o holótipo a coleta Foster Wanderley et al. 996 (SP). Caraguatatuba, II.1968, L.B. Smith
366 (GH, n.v.), da mesma data e localidade que o material & McWilliams 15421 (R). Iguape, II.1991, I. Cordeiro et al.
examinado. No entanto, este encontra-se depositado no 818 (SP). Ribeirão Grande, V.1997, M.G.L. Wanderley et al.
herbário do Museu Nacional (R) com a indicação do autor 2232 (SP). Santo André, V.1974, Handro 2258 (HB).

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

VRIESEA

A espécie foi tratada por Wanderley & Mollo (1992) Anunciação, E.A.: 5 (13.5), 19 (18.18), 120 (2.9), 139 (2.5),
como Vriesea atra Mez, no entanto, esta última apresenta 258 (2.6); Aragaki, S.: 32 (18.43), 123 (9.2), 149 (9.2), 238
as brácteas Áorais e do escapo castanho-escuras com ou (1.1), 1091 (7.5), 1092 (2.6); Araki, D.F.: 31 (15.5), 38 (15.5);
sem máculas na margem (Costa et al. 319, RB). Araújo, A.C.: 23035 (13.11), 23036 (13.19), 24327 (18.13),
24328 (18.31), 24329 (7.7), 24330 (17.14), 24331 (12.7), 24332
(2.5), 24335 (2.5), 24337 (17.5), 24338 (18.43), 24340 (18.43),
18.47. Vriesea sp.3 33300 (5.6), 33471 (18.31), 33484 (15.2), 33486 (2.11), 33487
Epífita ou rupícola, até 2m. Roseta infundibuliforme. (18.23), 33488 (13.19), 33496 (18.14), 33504 (5.7); Araújo,
Folhas com bainha castanha, ca. 16cm; lâmina verde, D.: 846 (2.6), 878 (13.22), 1779 (13.3); Araújo, L.K.C.: 51
60×6-7cm, ligulada, ápice obtuso e acuminado com (13.8), HB 73942 (13.19), HB 77815 (13.3), HB 78421 (13.18),
mácula castanha. Escapo verde a castanho-esverdeado, RB 324433 (13.3), RB 324441 (13.19); Árbocz, G.F.: 2716
ca. 70cm, ereto; brácteas verdes, as inferiores foliáceas e (5.2); Archer, W.A.: 168 (6.3); Assis, L.C.S.: 1066 (2.6); Assis,
as superiores 4-5×1,5-2cm, ovais com ápice acuminado, M.A.: 380 (2.6), 382 (13.14), 433 (2.6), 436 (2.10), 549 (8.1),
imbricadas. Inflorescência simples, em racemo, 32- 746 (18.8), 747 (13.11), 1299 (13.11); Ávila, N.S.: 310 (7.2),
383 (18.11), PMSP 1551 (18.8); Baitello, J.B.: 633 (2.6), 641
44 Áores, ereta, 40-60cm, raque sulcada, reta na base e
(18.20), 774 (18.45); Barbosa, A.M.: IAC 8987 (2.6); Barreto,
fracamente geniculada no ápice, entrenós basais ca. 2cm K.D.: 41 (17.15), 178 (17.16), 1027 (2.6), 1045 (18.37), 1140
e medianos ca. 1,5cm, recoberta por substância gelatinosa. (17.14), 1222 (18.36), 1323 (2.2), 1328 (6.2), 1570 (4.1), 1606
Brácteas Áorais verdes, 2,5-3×1,6-2cm, atingindo 1/2 do (2.9), 1607 (15.1), 1620 (15.3), 1644 (13.22), 1646 (2.6), 1647
comprimento das sépalas, ovais, ápice agudo, decorrentes, (18.8), 1664 (6.1), 1668 (5.6), 1774 (17.12), 1820 (6.1), 1821
sem carena. Flores dísticas, patentes a reÁexas na antese; (6.1), 2133 (4.1), 2346 (6.1), 2684 (7.2), 2701 (18.21), 2816
sépalas inferiores 2,5-3×1cm, sem carena; pétalas obovais; (5.2), 2952 (15.2), 2968 (17.14), 2972 (17.12), 2973 (17.14),
estames inclusos. Fruto ca. 5cm. 3129 (18.32), 3266 (14.1), 3268 (9.4), 3301 (2.9), 3390 (6.2),
Ocorre em São Paulo na Áoresta pluvial atlântica e 3447 (1.1), 2691 ESA (18.2), 2931 3009 (2.6), ESA 14963
(1.1), ESA 19908 (18.12), SP 320499 (18.12); Barros, F.: 398
em aÁoramentos graníticos insulares. E8, F8. Coletada
(9.2), 423 (17.14), 712 (2.12), 713 (13.19), 714 (2.6), 918
com Áores em outubro e novembro e com frutos em (17.13), 1572 (2.7), 1578 (17.13), 1697 (18.5.1), 1701 (5.1),
abril. 1707 (5.1), 1875 (6.1), 1898 (18.15), 1917 (8.2), 1927 (18.9),
Material selecionado: Caraguatatuba, IV.1993, S. 2020 (2.12), 2038 (18.9), 2039 (18.1), 2076 (14.1), 2107
Buzato & M. Sazima 28732 (UEC). São Sebastião, X.1920, H. (18.10), 2283 (7.2), 2329 (9.1), 2626 (4.1), 3055 (17.2), 29461
Luederwaldt & Fonseca s.n. (SP 12371). (18.34.1), 29475 (13.7), 29825 (13.16); Batalha, M.A.: 9 (4.1),
A espécie mostra grande semelhança com a 01 (2.2), 175 (1.1), 198 (9.2), 216 (9.2), 259 (4.1), 345 (17.5),
estampa de Vriesea regnellii Mez (1894), sobretudo no 401 (2.2), 683 (6.2), 906 (17.10), 1346 (1.1), 1502 (1.1);
comprimento dos entrenós (1,5cm), relação da bráctea Batista, E.R.: 105 (13.5), 98 (pp) (2.9), 98 (pp) (18.8); Bello,
Áoral com as sépalas (1/2) e posição das Áores na antese R.: HB 77866 (13.7), HB 79746 (13.20); Bernacci, L.C.: 215
(patente a reÁexa). Mez (1894) apontou a semelhança de (13.3), 263 (5.1), 269 (18.5.1), 271 (18.8), 285 (18.35), 505
V. regnellii com V. bituminosa. No entanto, no material (17.11), 511 (5.7), 512 (18.34.1), 526 (17.15), 748 (6.2), 861
aqui analisado, difere desta pelas brácteas Áorais de (1.1), 933 (18.9), 941 (18.18), 1119 (5.7), 1154 (13.11), 1155
(13.5), 1156 (13.3), 1167 (18.31), 1561 (17.10), 1752 (5.5),
menores dimensões e entrenós mais longos. A análise
1989 (4.4), 2150 (4.1), 25577 (17.8), 25884 (17.10), 25885
do isótipo de V. regnellii (Regnell III-1799) depositado (17.15), 25886 (17.8), 25887 (17.11), 25888 (17.11), 28339
em P, não permite o esclarecimento dado o seu avançado (7.2), 28397 (2.6), 28400 (9.4), 28401 (17.4), 28402 (17.13),
estágio frutífero. 28403 (17.14), 28404 (18.20), ESA 11203 (5.2), SP 289370
(5.5), UEC 62920 (5.2), UEC 062513 (2.9), UEC 062921 (7.2);
Lista de exsicatas Bertoncini, A.P.: 467 (9.2), 713 (17.13), 733 (2.6); Betzler, A.:
RB 61333 (9.2); Bicudo, L.R.H.: 7 (9.2), 1601 (1.1); Blanco,
A.M.N.F.: 2 (17.16); Affonso, P.: 34 (5.6), 65 (13.11), 66 N.G.: ESA 2709 (18.19), IAC 5574 (5.1), IAC 5580 (18.19),
(18.31), 127 (2.11), 128 (18.31), 278 (15.2), 298 (13.20), 317 IAC 5581 (18.18), IAC 5582 (13.9), SP 268436 (13.9), SP
(18.12), 338 (9.4), PMSP 3996 (18.5.1), UNISA 553 (18.5.1); 268437 (18.18), SP 268438 (18.19); Bordo, A.A.: SP 74213
Aguiar, A.C.: 107 (18.31); Aguiar, F.F.A.: SP 374426 (7.6); (9.4); Borges, I.F.: 100 (6.1), 101 (4.3), 102 (4.3); Bortoleto,
Aguiar, O.T.: 597 (17.13); Almeida-Scabbia, R.J.: 1143-AB S.: 60 (5.1); Brade, A.C.: 5926 (9.4), 7199 (17.7), 15215 (5.1),
(18.18), 1144-A14 (18.43), HRCB 21369 (13.2); Aloisi, J.: 15217 (13.19), 20146 (2.1), 20988 (18.20), 21150 (7.2), 21151
IAC 4539 (17.11); Alves, M.V.: 1748 (2.9), 1753 (2.12), 1770 (18.2), 21152 (18.24), 21154 (13.4), 21157 (18.2), 21196 (5.2),
(18.10), 1777 (17.3), 1791 (18.10), 1797 (13.19); Amaral Jr., 21197 (2.6); Braga, P.I.S.: 1675 (8.1); Burchell: 4367 (18.12);
A.: 9 (18.19), 104 (17.11), 1316 (12.4), 1387 (18.12), 21-A Buzato, S.: 26192 (2.9), 26296 (13.3), 26598 (13.5), 26806
(2.3), SP 9854 (17.12); Anaruma Filho, F.: HRCB 5050 (2.2); (13.11), 26821 (17.14), 26842 (5.2), 26844 (7.2), 26845 (2.6),
Antonangelo, A.: ESA 3784 (17.10), ESA 3785 (17.11); 26858 (17.14), 26866 (2.9), 26867 (18.20), 27185 (18.42),

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

27186 (17.4), 27187 (13.5), 27195 (18.37), 27196 (17.13), (18.27), 1784 (13.11), 1815 (13.11), 1885 (2.5), 1892 (18.3),
27201 (17.5), 27205 (2.6), 27997 (18.1), 27998 (17.14), 28000 1906 (13.11), 1930 (18.27), 1936 (15.4), 1951 (2.9), 1952
(18.27), 28010 (17.13), 28012 (18.37), 28013 (2.9), 28710 (17.13), 1956 (13.11), 2021 (13.11), 2026 (18.18), 2268 (15.2),
(18.24), 28714 (13.3), 28715 (18.20), 28727 (2.12), 28728 2270 (13.11), 2272 (18.23), 2280 (18.19), 2289 (18.19), 2290
(17.14), 28729 (18.35), 28730 (13.19), 28731 (13.5), 28732 (2.6), 2313 (2.6), 2336 (2.6), 2338 (18.43), 2380 (13.11), 2381
(18.47), 28743 (15.1), 31724 (2.6), 32534 (17.13), UEC 59616 (18.42), 2389 (5.1), 2393 (13.9), 2399 (13.9), 2468 (2.6), 2475
(18.42), UEC 59641 (7.2), UEC 61093 (18.40), UEC 64145 (5.1), 2495 (5.1), 2554 (15.2), 2567 (18.1), 2597 (2.7), 2641
(7.2), UEC 64161 (7.4), UEC 059278 (5.2); Camargo, F.: ESA (15.2), 2645 (13.10), 2665 (13.11), 2709 (13.10), 2726 (18.11),
0164 (4.2), IAC 4558 (1.1), IAC 4568 (5.2), IAC 4785 (4.2), 2728 (15.5), 4705 (15.2), SP 196091 (18.18); Davis, P.H.: 3108
IAC 5798 (4.2), SP 44427 (4.4), SP 45708 (4.3), SP 266874 (2.9), 3116 (2.6), 59754 (13.14), 59846 (5.6), 59847 (18.40),
(4.2), SP 268431 (4.2), SP 339612 (4.2); Campacci, M.A.: 180 60461 (5.2), 60464 (17.13), 60549 (18.5.1), 60668 (15.1),
(18.7), 200 (5.2), 211 (2.6), SP 340276 (18.12), SP 340277 60753 (17.13), 60918 (2.10), D.60920A (2.7), RB 195698 (2.6);
(18.12), SP 396342 (3.1); Campos Porto, P.: 3362 (5.2); De Grande, D.A.: 40 (15.1), 99 (18.5.1), 144 (2.9), 145 (18.32),
Capellari Júnior, L.: ESA 32696 (17.5); Carauta, P.: 1740 158 (18.18), 233 (18.35), 265 (18.5.1), 278 (8.1); Dedecca,
(2.6); Carlos, L.: 17 (2.6); Carmello, S.M.: 7 (9.2); Carnielli, D.M.: 617 (9.2), IAC 8156 (17.13), IAC 8288 (2.2), IAC 8324
V.: 8025 (17.11); Carvalhaes, M.A.: 38 (18.5.1); Carvalho, A.: (15.1), IAC 8343 (13.5), IAC 8344 (5.1), IAC 8345 (18.8), IAC
IAC 3577 (17.13); Casa, G.D.: UEC 77514 (1.1); Castellanos, 8346 (2.6), IAC 8347 (18.5.1), SP 69535 (5.1); Delforge, H.:
A.: 22367 (18.1), 22380 (2.9), 22400 (7.4), 23186 (2.9), R RB 2581 (5.7); den Berg, C.V.: 188 (18.5.1); Dislich, A.: 15
166516 (18.23); Castilho, R.M.M.: 8 (9.2); Castro, N.M.: SP (2.9); Dislich, R.: 16 (2.6), 80 (2.2), 81 (2.2); Disnéa: HRCB
278061 (17.16), SP 278062 (17.13); Catharino, E.L.M.: 106 13208 (1.1); Djuragin, B.: ESA 4101 (4.1); Doering, R.: . SP
(18.35), 344 (18.5.1), 472 (17.10), 488 (2.9), 638 (2.7), 786 39479 (5.1), SP 39075 (18.40), SP 39200 (2.10), SP 39201
(5.1), 829 (8.2), 950 (17.16), 968 (17.5), 1150 (15.2), 1232 (13.1), SP 39455 (13.5), SP 39528 (18.35), SP 39950 (18.10),
(18.5.1), 1374 (18.18), 1513 (12.7), 2064 (10.1), 2248 (1.1), SP 41434 (18.3); Doi, T.: 4 (9.2); Duarte, A.: 220 (17.14);
ESA 7025 (2.9), SP 225698 (18.12), SP 330558 (7.2), SP Duarte, C.: 160 (5.2), 232 (17.5); Duarte, L.S.R.: 14 (18.15),
340275 (13.6), SP 340279 (13.9), SP 345834 (13.9), SP 345835 31 (8.2), 32 (18.46), 33 (18.18), 34 (18.28), 35 (18.31); Edna:
(13.4), SP 357446 (13.4), SP 357448 (13.19); Cavalcanti, M. SPF 67680 (18.8); Edwall, G.: CGG 2569 (15.2), CGG 3076
J.: RB 287458 (2.9); Cerati, T.M.: 160 (2.9), 186 (17.14), 195 (2.11), CGG 3186 (15.2), CGG 3898 (5.2), SP 12323 (1.1), SP
(16.2), 351 (15.1), 353 (5.1), 354 (8.2), 355 (8.1), 356 (5.1), 12362 (18.5.1); Eiten, G.: 2094 (2.6), 2398 (9.2), 2399 (4.1),
193194 (18.35); Cesar, A.: 260 (9.2); Cesar, O.: 559 (2.2); 2822 (18.8), 2897 (6.1), 2956 (2.2), 2964 (17.12), 3106 (4.1),
Chiea, S.A.C.: 276 (17.14), 403 (13.5); Chuang, W.: ESA 3270 (17.10), 3347 (9.4), 3369 (6.2), 3370 (4.1), 3391 (4.1),
6332 (17.5); Chunz, F.: 101 (18.12); Clara: 3 (18.18), 5 (18.40), 3440 (1.1), 3453 (4.1), 3455 (4.1), 3456 (6.2), 3458 (6.2), 5728
6 (18.18), 7 (2.12), 11 (12.4), 12 (18.18), 13 (18.22), SP 178421 (4.2), 6003 (17.11), 6139 (15.1), 7584 (18.21), 2062 SP (18.5.1);
(18.40); Coffani-Nunes, J.V.: 4 (2.2), 48 (2.6), 158 (13.20), Esteves, G.L.: 2701 (5.6); Esteves, R.: 113 (4.4); Faria, R.: SP
175 (18.23), 192 (7.2), 196 (9.4); Coleção Viva do IBT: 28 99431 (2.9); Farney, C.: 112 (18.41), 2207 (18.12), 2484
(7.1), 1474 (12.5); Cordeiro, I.: 363 (13.19), 364 (13.11), 365 (18.9); Felippe, G.: 213 (2.6), 214 (4.1); Ferreira, C.P.: 1776
(8.1), 639 (2.6), 663 (2.10), 709 (18.5.1), 810 (13.19), 818 (18.15), 4777 (13.19), RB 181010 (2.6); Ferreira, G.M.P.: 23
(18.46), 1354 (18.8), 1437 (18.5.1), 1573 (2.10), 1636 (18.43), (18.12), 85 (13.11), 125 (5.2); Ferreira, S.: 506 (15.2); Ferreira,
1753 (9.4), 2799 (18.4); Corrêa, G.A.D.: 443 (18.16); Corrêa, V.F.: 559 (9.4); Fiaschi, P.: 578 (12.8); Figueiredo, C.: R
J.A.: 13 (18.5.1), 31 (13.11), 34 (18.40), 40 (18.5.1), 45 (18.5.1), 197368 (12.8); Fischer, E.A.: 23099 (2.5), 23100 (13.5), R
72 (15.2), 85 (18.5.1); Corrêa, M.A.: 75 (5.1); Costa: 704 193622 (18.10), SP 263543 (2.9), SP 263544 (18.10), SP
(17.15); Costa, A.: 88 (3.1), 352 (18.41), 414 (18.25), 421 263548 (2.3), UEC 52847 (2.5); Fonseca, M.: 493 (9.1);
(18.16), 467 (18.30), 755 (18.20), 756 (18.20), 761 (18.20), 776 Fontella, J.: 130 (13.7); Forero, E.: 7642 (17.5), 7645 (15.2),
(18.20), 800 (18.5.1); Costa, C.B.: 189 (7.5), 442 (5.2); Costa, 8199 (9.2), 8217 (1.1), 8311 (9.2), 8385 (17.14), 8604 (18.5.1),
F.N.: 40 (9.4); Costa, R.: 86 (15.1), 87 (2.9), 88 (18.6), 89 SP 198227 (1.1); Forster, W.: 434 (2.6), 472 (7.6), 511 (12.6),
(2.9), 91 (18.34.1), 92 (17.4), 93 (18.35); Cruz, N.D.: 15 547 (2.12); Forzza, R.C.: 1435 (2.6), 1438 (6.1), 1445 (18.18),
(13.11); Cunha, N.M.L.: 98 (18.34.1), 122 (2.6), 200 (17.4), 1463 (14.1), 1528 (12.8); Foster: 379 (15.2), 462 (18.11), 472
201 (17.14); Custodio Filho, A.: 44 (15.2), 116 (2.6), 119 (18.20), 474 (18.20); Foster, M.B.: 111 (18.24), 114 (18.43),
(15.2), 166 (18.5.1), 229 (2.6), 410 (1.1), 481 (4.1), 562 (18.8), 122 (13.12), 143 (18.8), 340 (7.2), 341 (5.2), 342 (2.2), 344
713 (17.14), 996 (15.4), 1095 (13.11), 1128 (13.11), 1153 (13.11), 347 (18.12), 351 (5.2), 352 (18.34.2), 356 (18.44), 358
(15.2), 1154 (17.13), 1155 (2.9), 1227 (18.19), 1231 (13.10), (18.1), 359 (7.7), 361 (5.1), 363 (18.9), 366 (13.11), 367 (13.11),
1321 (5.1), 1400 (18.23), 1464 (13.11), 1499 (13.11), 1501 368 (13.11), 373 (7.6), 375 (18.31), 386 (5.1), 393 (18.14), 482
(17.14), 1596 (17.13), 1597 (13.11), 1599 (18.19), 1604 (18.19), (2.4), 1041 (18.18), 381A (18.18), SP 41719 (13.7), SP 44780
1605 (13.11), 1606 (13.11), 1629 (2.6), 1630 (18.18), 1653 (5.3), SP 44734. (2.8); Foster, R.: IAC 16672 (17.11), IAC
(18.18), 1655 (13.11), 1663 (18.19), 1676 (15.4), 1689 (17.13), 16676 (17.10); Franco, C.: SP 40646 (2.6); Franco, G.A.D.C.:
1697 (2.12), 1702 (17.5), 1705 (17.5), 1740 (18.23), 1744 443 (18.16), 1262 (18.6), 1381 (5.1), 1382 (18.8), 1385 (5.1),
(18.19), 1758 (18.27), 1759 (18.5.1), 1766 (13.11), 1767 (18.9), 1388 (13.5), 1413 (17.14), 1414 (18.5.1), 1425 (2.7); Fratin, P.:
1768 (2.7), 1773 (18.18), 1779 (13.11), 1780 (18.3), 1782 SP 382077 (2.17); Freitas, F.: 495 (9.4); Fromm: 254 (15.4);

156
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

Furlan, A.: 397 (18.35), 399 (2.9), 609 (13.3), 638 (2.9), 647 (13.11), 268 (17.14), 329 (17.5); Grotta, A.S.: 5116 (17.13),
(18.10), 675 (18.8), 688 (18.7), 709 (18.35), 797 (13.22), 831 5118 (17.13); Guerra, T.P.: 6 (5.1), 123 (5.1); Guilherme, F.
(5.6), 839 (13.3), 881 (2.7), 926 (2.9), 957 (12.7), 1036 (13.11), A.G.: 287 (18.35), 290 (18.35), 291 (18.5.1), 293 (18.18), 329
1137 (2.12), 1336 (13.7), 1397 (5.7), 1479 (2.4), 1500 (2.6), (18.7); Guimarães, T.B.: 2 (13.17); Gurken, L.C.: 12 (18.30),
1506 (18.40), 1571 (17.13), 1575 (18.35); Gabrielli, A.C.: 24 (18.15), HB 77813 (13.6); Gurken, S.: 13 (10.1); Handro,
UEC 21156 (17.15); Galli, O.: IAC 5797 (4.4), IAC 5817 (4.3), O.: 273 (17.5), 351 (17.10), 364 (17.5), 365 (17.6), 381 (2.5),
IAC 5818 (4.3), IAC 5819 (4.3), IAC 6049 (4.4), IAC 6072 384 (11.2), 415 (18.33), 506 (2.2), 530 (2.6), 562 (13.11), 599
(4.4), IAC 6880 (4.4), IAC 6881 (4.4), SP 268059 (4.4), SP (18.23), 627 (17.5), 684 (14.1), 909 (18.4), 1162 (17.14), 1208
268070 (4.4), SP 268092 (4.4), SP 268094 (4.3), SP 268430 (15.4), 2001 (2.5), 2053 (17.14), 2258 (18.46), 2267 (15.3),
(4.3), SP 268524 (4.4), SP 268525 (4.4), UEC 66453 (4.3), 2269 (18.15), 2283 (15.2), 2285 (5.2), 2290 (2.5), 2298 (2.9),
UEC 66456 (4.3); Garcia: 2558 (15.1); Garcia, F.C.P.: 95 2299 (2.9), 2319 (2.9), 2324 (17.1), SP 29709 (18.18), SP 31051
(2.6), 98 (13.11), 100 (5.6), 174 (2.7), 405 (2.7), 450 (18.40), (17.14), SP 33927 (18.5.1), SP 35060 (15.2), SP 40195 (2.2),
480 (5.6); Garcia, R.J.F.: 530 (13.11), 570 (18.5.1), 573 SP 40209 (2.17), SP 41353 (2.6), SP 41895 (17.7), SP 41954
(18.12), 658 (18.5.1), 818 (17.14), 861 (18.5.1), 948 (18.9), 949 (17.13), SP 41988 (17.5), SP 42305 (17.12), SP 47104 (18.9),
(7.2), 950 (18.23), 998 (18.23), 1012 (18.5.1), 1013 (18.43), SP 48852 (18.11), SP 49930 (6.1), SPF 66244 (17.14), SPF
1014 (17.13), 1015 (18.12), 1016 (18.1), 1048 (18.16), 1210 66249 (17.5), SPF 66250 (17.13); Hashimoto, G.: 614 (13.5);
(15.2), 1302 (9.4), 1351 (18.9), 1444 (13.20), 1669 (18.23), Hatschbach, G.: 65686 (13.5); Hoehne: 189 (18.5.1); Hoehne,
1670 (15.4), 1688 (18.12), 1954 (13.11), 1956 (2.12), 951 (pp) F.C.: 7542 (15.4), 12339 (15.1), 30857 (15.1), SP 12 (17.16),
(7.2), 951 (pp) (13.11); Gardolinski, P.C.: 2983 (17.5), 29476 SP 395 (5.2), SP 443 (17.14), SP 472 (17.13), SP 768 (17.5), SP
(13.11), 29835 (5.6), SP 29841 (12.7), 29842 (17.6), 29887 823 (17.7), SP 865 (2.9), SP 1895 (17.14), SP 1900 (5.1), SP
(13.5); Gaspari, J.W.: ESA 7613 (17.13); Gatti, G.: 625 (13.2); 1904 (15.1), SP 2515 (9.4), SP 3046 (2.9), SP 3370 (7.2), SP
Gaudichaud, M.: 130 (9.1); Gehrt, A.: 42 (2.2), 43 (2.6), 108 4723 (2.5), SP 4724 (18.17), SP 6740 (17.13), SP 7513 (9.4), SP
(18.18), 287 (17.14), 1820 (18.34.2), 10189 (17.5), 10286 7541 (9.4), SP 8618 (13.11), SP 8619 (13.11), SP 8622 (13.11),
(17.13), HB 43156 (2.11), HB 65957 (2.11), SP 2142 (17.14), SP 8623 (15.2), SP 8624 (13.20), SP 8625 (15.2), SP 8626
SP 5507 (18.5.1), SP 5508 (5.2), SP 5537 (5.1), SP 5610 (17.14), (13.11), SP 8628 (2.6), SP 8630 (13.11), SP 8631 (15.2), SP
SP 5710 (15.2), SP 5763 (17.5), SP 8073 (18.23), SP 8075 8643 (17.14), SP 8666 (17.5), SP 8667 (5.2), SP 8668 (17.14),
(17.5), SP 12379 (17.11), SP 13179 (2.2), SP 24135 (15.1), SP SP 8669 (2.6), SP 9478 (18.17), SP 9479 (2.12), SP 01899
24160 (17.13), SP 24161 (17.14), SP 24580 (18.34.2), SP 25315 (2.10), SP 12316 (5.1), SP 12338 (15.2), SP 12339 (15.1), SP
(13.2), SP 25320 (18.18), SP 25324 (2.10), SP 27047 (18.40), 12341 (2.4), SP 12364 (18.40), SP 14723 (2.5), SP 17574
SP 28374 (4.1), SP 29795 (17.8), SP 30878 (7.4), SP 31065 (17.16), SP 17982 (18.41), SP 20039 (18.5.1), SP 20305 (2.6),
(6.1), SP 34315 (18.11), SP 35596 (2.6), SP 35675 (2.15), SP SP 20398 (5.2), SP 20400 (17.11), SP 20697 (17.14), SP 20707
39750 (17.12), SP 41655 (12.4), SP 41656 (18.8), SP 41657 (17.11), SP 22790 (7.2), SP 24129 (17.13), SP 24225 (17.12),
(13.19), SP 41658 (11.1), SP 41659 (2.3), SP 41821 (18.38), SP SP 24278 (8.1), SP 25025 (18.13), SP 25152 (17.3), SP 25167
42176 (18.10), SP 42177 (17.12), SP 42282 (18.34.2), SP 42353 (9.4), SP 26668 (17.14), SP 26677 (18.3), SP 27636 (4.1), SP
(2.10), SP 43155 (18.18), SP 43156 (2.11), SP 44418 (17.7), SP 28702 (18.12), SP 28775 (2.5), SP 29789 (2.2), SP 29791
44420 (4.3), SP 44469 (12.5), SP 45847 (17.12), SP 45853 (17.12), SP 29793 (17.14), SP 29794 (5.2), SP 30355 (18.7), SP
(6.2), SP 46364 (18.28), SP 47466 (4.1), SP 304649 (2.3), SP 30846 (17.14), SP 31015 (1.1), SP 31069 (4.2), SP 31170 (12.1),
304651 (11.1), SP 304652 (13.19), SP 304655 (18.10), SPF SP 31550 (7.6), SP 31864 (5.1), SP 32160 (18.38), SP 36499
66241 (9.4); Gehrt, G.: 3627 (1.1), SP 3532 (17.11), SP 3623 (16.1), SP 36647 (18.17), SP 36733 (17.14), SP 41321 (4.2), SP
(1.1), SP 4571 (17.7), SP 8354 (1.1), SP 8356 (17.4), SP 8357 41322 (8.1), SP 41323 (17.4), SP 41324 (15.1), SP 42714 (5.1),
(1.1), SPF 66262 (17.4); Gentry, A.: 49327 (13.11); Gibbs, SP 42715 (18.35), SP 53758 (13.14), SPF 16768 (17.16);
P.E.: 2915 (17.5), 3384 (1.1), 3494 (18.40), MBM 54716 Hoehne, W.: 26 (5.2), 270 (5.2), 271 (15.2), 323 (2.6), 859
(18.5.1); Gimenez, M.B.: 3 (17.11), 4 (17.15), 6 (17.10); (9.4), 3547 (17.11), SP 24493 (6.1), SP 31169 (4.2), SPF 16762
Giordano, L.C.: 2105 (15.3); Giulietti, A.M.: 1097 (5.2), 1119 (2.9); Hutchison, P.C.: 8037 (2.6), 8938 (5.2), 8945 (2.6), 8948
(9.4), SP 290455 (10.2), SPF 1093 (10.2); Godoy, J.R.L.: 95 (9.4), 9004 (17.13), 9014 (15.1), 9033 (2.11), 9056 (17.14),
(2.9); Godoy, S.A.P.: 186 (17.13), 194 (18.18), 195 (18.5.1), 9057 (17.13), 9060 (9.4), SPF 40071 (9.4); Hylio: SPF 34337
221 (15.2), 357 (13.21), 358 (18.18), 369 (17.5), 371 (18.12), (2.2), SPF 34338 (2.6), SPF 34340 (2.9), SPF 34341 (17.11);
372 (7.2), 382 (18.5.1), 384 (17.14), 400 (18.18), 408 (13.7), Ivanauskas, N.M.: 19 (13.3), 103 (18.8), 243 (13.3), 249 (5.1),
425 (18.5.1), 494 (18.5.1), 708 (18.5.1); Goldenberg, R.: 2 463 (18.43), 465 (4.2), 502 (18.5.1), 516 (2.9), 549 (2.9), 589
(9.2), 29845 (17.6), 29855 (2.9), 29856 (18.40), 29871 (2.12), (13.19), 591 (2.9), 749 (18.34.1), 751 (18.35), 1020 (18.5.1),
29872 (2.6), 29893 (2.9), 32393 (2.9), 32418 (17.4); Gomes da 1021 (18.35), 1022 (2.9), 1559 (18.35), ESA 17700 (2.6), ESA
Silva, S.J.: 17 (18.5.1), 47 (2.10), 129 (13.5); Gomes, J.C.: 17701 (2.6), ESA 25911 (4.4), SP 290629 (2.6), SP 291109
2675 (17.4), 2676 (2.9); Gomes, S.M.: 451 (15.5), 470 (7.4); (4.4); Jaquethi, J.J.: 54 (9.2); Joly, A.B.: 1095 (14.1), 79631
Gonçalves, P.: SP 26473 (15.2); Gorenstein, M.R.: 127 (2.12), (17.1), SPF 16760 (2.2), SPF 16761 (2.6), SPF 16763 (9.4),
131 (2.9), 134 (18.18); Gottsberger, G.: 12-23671 (5.1), SP SPF 16764 (17.14), SPF 16765 (17.13), SPF 16766 (17.16);
346475 (1.1); Gottsberger, I.S.: SP 346469 (1.1), SP 346470 Jouvin, P.P.: 480 (2.9); Jouy, A.: 717 (18.1); Jung, S.L.: 3
(1.1); Grande, D.A.: 109 (13.11), 143 (12.7), 156 (13.19), 157 (15.2), 105 (9.2), 182 (15.2); Jung-Mendaçolli, S.L.: 8 (5.1),

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

13 (5.1), 506 (18.5.1), 540 (5.1); Kanashiro, S.: 5 (15.5), 6 (13.22), 34295 (13.19), 34296 (13.8), 34297 (13.19), 34298
(15.5), 01 (18.5.1), 02 (18.5.1), 03 (18.5.1), 04 (18.5.1), 07 (13.7), 34299 (13.7), 34300 (17.4), 34301 (17.4), 34302 (17.5),
(18.8), 10 (13.5), 11 (5.1), 12 (18.8), 18 (13.5), 10A (13.5), 386 34303 (17.13), 34304 (17.13), 34305 (17.13), 34306 (17.13),
(13.2), HB78496 (13.2), HB 77831 (13.17), SP 305013 (13.2), 34307 (17.14), 34308 (17.14), 34309 (17.16), 34310 (18.34.1),
SP 339607 (13.17), SP 340274 (13.2), SP 345833 (5.5), SP 34311 (18.8), 34312 (18.8), 34313 (18.8), 34314 (18.34.1),
367797 (12.2), SP 370160 (18.4); Kawall, M.: 182 (14.1), 249 34315 (18.35), UEC 85248 (13.19), UEC 90268 (7.4), UEC
(1.1), SP 248648 (13.11); Kiehl, J.: 5212 (18.24), SP 44349 90270 (2.5), UEC 90273 (7.4), UEC 90306 (2.12); Leme,
(7.2); Kinoshita, L.S.: 94 (17.10), 958 (18.1), 9520 (13.9), E.M.C.: 83 (13.22), 882 (18.12), 937 (13.15), 1063 (13.11),
95.22 (7.3); Kirizawa, M.: 227 (17.14), 429 (15.2), 436 (15.2), 1064 (13.3), 1188 (12.10), 1420 (13.14), 1423 (13.21), 1425
451 (13.11), 916 (15.2), 931 (18.5.1), 943 (18.5.1), 1261 (13.8), 1426 (13.8), 1428 (13.4), 1740 (13.1), 1741 (13.20),
(18.5.1), 1277 (15.1), 1303 (17.5), 1331 (15.2), 1406 (17.16), 2920 (13.8), 3168 (13.14), 3169 (13.7), 3170 (13.14), 3171
1410 (13.20), 1417 (2.6), 1482 (2.6), 1485 (15.4), 1521 (13.19), (13.7), 3175 (13.10), 3178 (13.19), 3183 (13.14), 3187 (18.22),
1561 (15.4), 1624 (5.1), 1668 (18.5.2), 1953 (13.5), 1977 3195 (13.22), 3202 (13.18), 3204 (12.9), 4273 (13.17), 4275
(18.10), 2065 (18.10), 2348 (18.40), 2732 (17.5), 2780 (17.5), (13.1), 4448 (13.13), 4452 (13.13), 1422. (10.1), HB 79230
2781 (2.9), 2852 (18.17), 3071 (18.11), 3272 (18.22), 3299 (13.4); Leto, M.I.: 129 (13.11), 140 (13.19), 152 (13.11), 234
(5.2); Kiyama, C.Y.: 32 (18.19), 53 (18.5.1), 61 (18.9), 73 (13.11), 318 (13.7), 353 (13.11), 429 (13.5), 477 (13.11); Lima,
(17.14); Koch, I.: 201 (18.20), 29883 (2.9), 29895 (17.6), A.S.: IAC 5899 (18.27), IAC 5906 (2.5), SP 48737 (17.13), SP
29896 (17.6); Koscinski, M.: 329 (17.13); Kozera, C.: 754 48738 (2.5); Lima, M.G.: 1 (18.19), 2 (15.2), 3 (18.43), 4
(2.9), 776 (2.9), 845 (2.12); Krieger, L.: 173 (17.13), 175 (13.3), 5 (18.18), 6 (2.6), 7 (13.20), 8 (13.11), 9 (13.11), 10
(17.5), 176 (17.3), 177 (18.5.1), 178 (2.2), 179 (2.6), 180 (5.2), (13.20), 11 (13.10), CGG 1852 (5.2), CGG 2193 (1.1), CGG
181 (2.9), 182 (9.4), 7631 (6.2); Krug, H.P.: IAC 5772 (17.5), 2452 (7.2), CGG 2590 (2.2), CGG 2695 (11.1), CGG 2719
IAC 7803 (2.17), IAC 7804 (18.43), IAC 7807 (17.14), SP (2.10), CGG 2942 (18.34.2), IAC 27238 (17.11), SP 12325
48735 (17.5), SP 52652 (2.17), SP 52654 (17.14); Kruse, M.: (13.21), SP 12326 (13.7), SP 12329 (13.7), SP 12331 (13.5), SP
SP 42704 (2.2); Kuhlmann, J.G.: RB 74881 (18.23), RB 74882 12333 (13.5); Lombardi, J.A.: 121 (18.45), 21051 (6.2), 21052
(18.5.1), RB 258610 (18.29); Kuhlmann, M.: 074 (15.3), 141 (17.11), 21053 (17.15), 21057 (2.2), UEC 50977 (6.2); Lopes,
(17.11), 247 (17.10), 262 (17.13), 346 (18.26), 358 (17.14), 407 E.A.: 82 (15.4), SP 183776 (2.9); Lopes, F.R.: 11 (17.11);
(1.1), 408 (5.7), 409 (18.3), 410 (2.6), 512 (5.2), 862 (17.11), Louzada, R.B.: 68 (12.6); Luederwaldt, H.: SP 12328 (13.7),
981 (7.2), 1039 (18.5.1), 1559 (1.1), 1695 (17.13), 1762 (15.2), SP 12342 (2.6), SP 12357 (9.4), SP 12370 (18.8), SP 12371
1763 (18.18), 1764 (18.19), 1781 (12.8), 1813 (5.2), 1818 (18.47), SP 12374 (17.1), SP 12378 (17.14), SP 12383 (17.16),
(17.11), 1885 (17.14), 1956 (4.2), 2021 (17.13), 2040 (2.5), SP 12385 (17.13), SP 12395 (17.5), SP 12407 (13.11), SP 17978
2201 (18.37), 2340 (18.18), 2343 (13.10), 2344 (2.6), 2551 (4.2), SP 17980 (6.1); Luis, T.: 544 (17.1); Lutz, B.: 1878
(4.2), 2704 (17.16), 2766 (17.13), 2896 (18.8), 3038 (17.12), (18.5.1); Macedo, E.E.: 279 (17.10); Macedo, I.C.C.: 58 (5.1),
3736 (9.2), 3776 (18.5.1), 3841 (13.5), 3847 (12.3), 3848 86 (18.5.1), 89 (18.13); Macedo, J.C.R.: ESA 7308 (5.7), IAC
(13.14), 3849 (13.19), 3850 (15.1), 3855 (5.6), 3871 (5.6), 3872 32170 (17.10), IAC 32171 (17.15); Magenta, M.A.G.: 84 (2.9),
(7.4), 3874 (5.7), 3901 (13.7), 3998 (2.2), 4627 (2.4), 4645 85 (2.12), 113 (18.5.1), 186 (15.1), 249 (15.3); Makino, H.: 44
(8.1), 4646 (12.4), 4648 (13.22), 4649 (13.19), SP 30981 (13.5), (15.5), 45 (13.2), 89 (5.2); Mamede, M.C.H.: 102 (2.9), 108
SP 31373 (5.1), SP 32436 (18.36), SP 32456 (18.37), SP 41266 (2.9), 109 (18.5.1), 209 (13.19), 229 (13.11), 254 (2.10), 270
(4.2), SP 41449 (5.2), SP 41450 (5.2), SP 41455 (18.11), SP (9.1); Mantovani, W.: 281 (1.1), 986 (9.2), 1134 (4.1);
41476 (5.7), SP 41477 (2.7), SP 41478 (18.14), SP 41480 (2.11), Marcondes-Ferreira, W.: 562 (14.1), 576 (14.1), 579 (14.1),
SP 41481 (12.8), SP 41482 (18.43), SP 41483 (7.2), SP 41593 785 (1.1), 1281 (9.3), 1502 (9.3); Markgraf: 10344 (2.6);
(11.1), SP 41621 (18.11), SP 41638 (13.13), SP 41639 (2.5), SP Martinelli, G.: 1103 (13.8), 1104 (18.1), 1113 (13.19), 1119
44424 (17.5), SP 44425 (17.7), SP 45741 (13.11), SP 45790 (13.19), 1121 (13.8), 2572 (18.42), 2573 (18.42), 4624 (18.23),
(5.1), SP 54722 (5.5), SP 59101 (2.16), SP 59102 (18.37), SP 4625 (18.19), 4626 (13.21), 4627 (13.11), 4661 (13.6), 4681
156367 (18.18), SPF 66266 (9.4); Lamber, J.: 8 (2.9), 9 (2.12), (18.19), 4683 (13.8), 4687 (2.9), 5723 (18.8), 5727 (18.5.1),
11 (13.19), SP 32128 (18.31), SP 32130 (18.9), SP 32132 5731 (13.22), 5745 (13.11), 5755 (18.35), 5757 (18.8), 5759
(18.23), SP 32133 (18.18), SP 32134 (18.16), SP 32135 (18.23), (13.19), 6711 (13.14), 6713 (13.21), 7773 (13.6), 7783 (13.21),
SP 32138 (15.1); Leitão Filho, H.F.: 1913 (17.8), 3143 (17.5), 9269 (5.2), 9553 (18.8), 9555 (13.11), 9559 (2.5), 9757 (13.22),
4758 (5.1), 20328 (17.13), 20332 (18.43), 32223 (2.9), 32838 10808 (13.12), 11759 (18.41), 14917 (18.33), 15758 (18.25),
(2.9), 32853 (18.28), 32856 (18.35), 32861 (18.15), 32885 15760 (18.18), 15761 (13.2), 15762 (2.5), 15763 (13.2), 15765
(16.2), 32918 (17.16), 33201 (18.40), 33202 (18.9), 33203 (18.18), 15766 (13.2), 15768 (18.25), 15769 (2.11), 15770
(2.7), 33204 (18.42), 33206 (2.10), 33207 (18.11), 33215 (13.2), 15772 (2.7), 15774 (13.2), 15775 (2.10), 15776 (2.5),
(17.13), 33216 (13.3), 33218 (2.5), 33224 (8.2), 33233 (18.13), 15777 (15.5), 15780 (13.2), 15781 (12.7), 15783 (18.11), 15784
33234 (18.35), 33236 (18.34.1), 33238 (5.7), 33239 (15.1), (7.2), 15785 (2.11), 15789 (13.2), 15791 (18.31), 15793 (7.4),
33866 (2.5), 34276 (2.6), 34277 (2.6), 34278 (2.9), 34279 (2.9), 15804 (18.5.1), 15805 (18.18), 15806 (18.11), 15807 (18.10),
34280 (2.4), 34281 (2.4), 34283 (2.12), 34284 (15.3), 34285 15809 (18.27), 15814 (2.7), 15815 (16.2), 15819 (18.14), 15820
(11.1), 34286 (12.8), 34288 (13.5), 34289 (13.11), 34290 (13.2), 15825 (18.1), 15828 (18.46), 15829 (7.4), 15832 (2.7),
(13.11), 34291 (13.4), 34292 (13.19), 34293 (13.1), 34294 15835 (13.2), 15839 (18.5.1), 15843 (18.8), 15847 (2.12),

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

15848 (18.5.1), 15849 (18.35), 15852 (2.6), 15856 (18.46), 244 (13.20), 257 (13.18), 258 (13.18), 260 (12.6), 261 (9.1),
15858 (2.9), 15859 (12.7), 15862 (8.2), 15863 (18.5.1), 15867 262 (9.1), em cultivo SP 382079 (12.3), SP 382082 (12.8);
(18.33), 15871 (6.1), 15873 (12.7), 15875 (18.18), 15876 Moreira, D.: A-14 (5.2), SPSF 8357 (5.2); Morellato, L.P.C.:
(18.46), 15881 (18.43), 15883 (15.1), 15886 (9.1), 15889 63 (13.2), 64 (13.2), HRCB 21637 (13.5); Mosén, C.W.H.: 171
(18.15), 15890 (2.6), 15892 (11.1), 15897 (15.4), 15899 (11.1), (1.1), 3247 (18.13), 3248 (18.31), 3715 (18.5.1); Moura, R.: 63
15908 (12.5), 15909 (18.19), 15910 (18.42), 15915 (16.1), (2.6), 64 (13.19), 66 (15.1), 67 (17.3), 68 (18.8), 264 (9.2), 267
15917 (18.1), 15919 (18.5.1), 15922 (18.23), 15925 (18.25), (4.1), 268 (4.1), 271 (2.2); Muller, F.: B (12.7), holótipo (12.7);
15926 (2.1), 15927 (7.4), 15933 (18.25), 15937 (2.5), 15938 Muniz, C.F.S.: 5 (2.6), 6 (15.2), 7 (15.2), 30 (15.2), 31 (15.2),
(2.5), 15939 (7.1), 15921a (18.40); Martino, A.: 1111 (9.2); 94 (18.5.1), 107 (18.5.1), 114 (15.1), 116 (15.1), 117 (15.1),
Martins, F.R.: 8218 (5.2); Martins, S.E.: 286 (2.7), 302 (12.7), 118 (15.1), 120 (15.1), SP 210078 (13.22), SP 210079 (2.6);
316 (15.4), 366 (4.3), 498 (2.9), 598 (16.2), 638 (12.8), 706 Neger, A.N.: SP 335725 (8.1); Nicolau, S.A.: 395 (7.7), 416
(5.1), 719 (5.6), 869 (4.2), 870 (2.16), 883 (12.5), 884 (2.7), 886 (7.2), 721 (18.8), 836 (7.4), 932 (7.2), 1066 (2.10), 1120 (2.6),
(2.5), 894 (11.1), 895 (2.10), 918 (2.17), 919 (2.11), 920 (18.42), 1361 (2.9), 2084 (4.1), 2389 (1.1), 2484 (7.2), 2487 (7.2), 2906
921 (2.3), 922 (7.4), 938 (7.2), 940 (5.2), 945 (7.5), 948 (2.1), (7.2); Novaes, C.: 1201 (17.14), 1203 (17.13); Octacilio: IAC
952 (2.10), 953 (12.11), 1023 (2.14), 1030 (7.2), 1035 (7.3), 4209 (4.1), IAC 4340 (4.1), SP 268434 (4.1), SP 268435 (4.1);
1036 (7.2); Martins, S.M.: 925 (2.13); Martuscelli, P.: 60 Oliveira, F.B.: 3 (2.11); Oliveira, V.S.: 1 (18.46); Ostermeyer,
(18.18), 61 (13.19); Matos, A.: SPF 34653 (2.8); Matos, J.: R.: SP 24162 (17.14), SP 30760 (12.3), SP 30766 (16.1), SP
11852 (17.5); Matteo, B.C.: 442 (2.2), 443 (2.2), 444 (2.2), 446 30778 (13.11), SP 30790 (18.11), SP 30931 (2.9), SP 31196
(1.1), 447 (2.11), 450 (2.11), 455 (15.5), 469 (12.5), 518 (2.9), (18.14), SP 31515 (12.3); Pabst, G.F.J.: 4725 (13.6), 4738
519 (2.9), 520 (2.9), 521 (2.6), 525 (12.7), 526 (12.7), 527 (13.6), 4749 (18.1), 4824 (7.2), 5843 (2.9), 9228 (2.6), SPSF
(12.7), 528 (2.6), 529 (2.6), 532 (1.1), 533 (12.5), 534 (5.1), 538 5219 (7.2); Paschoal, M.E.S.: 1653 (17.13), 1696 (17.14);
(5.2); Mattos, A.J.: SPF 67476 (17.13); Mattos, J.: 8359 (9.2), Passos, L.C.: 23114 (2.7), 23115 (17.5), 23116 (2.11), 23117
10613 (15.4), 10614 (18.5.1), 12465 (18.19), 13496 (18.19), (13.14), 23118 (18.16), 23119 (2.11), 23120 (18.5.1), 23121
13579 (18.19), 13771 (18.8), 13773 (18.35), 14267 (13.11), (18.10), 23123 (18.43), 23124 (18.42), 23125 (18.12), 23126
14997 (18.36), 14998 (18.36), 15001 (13.15), 15026 (7.2), (18.10), 23127 (13.20), SP 237379 (2.7), UEC 23127 (13.2);
15320 (17.1), 16285 (9.1); Mattos, J.E.A.: 54-K (18.8); Pastore, J.A.: 638 (17.13), 673 (18.18), 675 (5.1), 678 (18.5.1),
Mattos, J.R.: 8237 (5.2), 8238 (1.1), 11853 (2.7), 14994 (5.2), 688 (18.11); Pazzetti, C.R.: ESA 6225 (6.2); Pedraz, M.O.:
14996 (2.6), 15713 (2.6), SP 69027 (18.10); Medeiros, D.A.: PMSP 1010 (5.2), SPF 115289 (2.6); Peixoto, A.L.: 13058
68 (2.6); Medina, J.C.: IAC 18181 (6.2), SP 268085 (6.2); (18.40), 13177 (1.1); Penna, I.A.: 216 (3.1); Pereira, D.F.: 181
Mee, M.: SP 64386 (13.22), SP 78566 (17.3), SP 78691 (7.7); (5.1); Pereira, O.J.: 866 (18.5.1); Pereira-Noronha, M.R.:
Meira, M.P.: SP 45047 (1.1); Meira-Neto, J.A.A.: 650 (9.2); 1214 (4.4), 1222 (17.10), 1232 (4.4), 1390 (17.8), 1463 (6.1),
Meireles, J.E.: 278 (11.1); Mello Filho, L.E.: 1970 (2.4), 3204 2014 (17.8), 2015 (17.15); Peres, L.R.: 45 (1.1); Pickel, B.J.:
(18.34.1), 3941 (5.2); Mello-Silva, R.: 538 (5.2), 595 (18.5.1), 4675 (2.6), 5089 (2.6), SP 43114 (2.6), SP 44842 (2.6), SPSF
599 (13.5), 887 (18.35), 898 (18.18), 899 (13.2), 905 (18.42), 1886 (5.2); Pinheiro, F.: 189 (3.1), SP 339608 (13.7), SP
908 (18.11), 913 (13.2), 930 (5.1), 939 (18.35), 964 (13.3), 978 339609 (18.18), SP 340273 (13.14); Pirani, J.R.: 563 (7.4),
(18.5.1), 979 (13.5), 1950 (9.3), SP 277165 (13.5); Melo, 761 (18.5.1), 796 (13.22), 869 (17.11), 875 (9.2), 2030 (2.9),
M.M.R.F.: 10 (5.2), 12 (5.2), 20 (15.2), 36 (15.2), 668 (17.13), 3099 (18.5.1), 3100 (18.18), 3170 (1.1), 3631 (2.6), SP 220952
1012 (13.7), 1085 (18.5.1); Mendes, J.E.: IAC 15406 (17.11); (2.9), SP 277092 (1.1), SP 285888 (6.1), SPF 78037 (2.2);
Menescal, R.: HB 72262 (13.7), HB 73719 (18.39), HB 73853 Pires, A.S.: SP 50339 (5.2), SP 51109 (2.5), SP 53086 (2.6), SP
(13.7), HB 73861 (13.1), HB 77849 (7.2), HB 77890 (13.7), RB 55351 (14.1), SP 55352 (17.6), SP 55354 (13.11), SP 55397
232578 (13.7); Menezes, D.S.: SPSF 10721 (13.22); Menezes, (18.29), SP 56259 (13.5), SP 56261 (5.1), SP 56323 (2.9), SP
I.T.: 1 (17.11); Mimura, I.: 206 (6.1), 207 (6.1), 265 (9.4), 357 159198 (18.38); Prance, G.T.: 6873 (2.7); Prata, A.P.: 988
(6.1), 518 (9.4), 556 (9.4); Miyagi, P.H.: 67 (18.8), 70 (17.13), (4.1), 989 (9.2), SP 367809 (17.9); Proença, S.L.: 25 (17.11),
75 (18.13), 83 (15.1), 85 (2.11), 89 (18.31), 90 (18.5.1), 92 34 (17.13), 37 (13.8), 47 (18.24), 50 (17.14), 60 (18.8), 64
(7.4), 102 (13.11), 109 (18.35), 111 (13.19), 112 (18.8), 114 (13.5), 69 (18.40), 70 (13.7), 105 (17.13), 110 (14.1), 113
(13.11), 115 (17.13), 116 (17.4), 117 (18.5.1), 118 (17.13), 120 (13.5), 114 (2.10), 125 (18.5.1), 126 (18.11), 127 (15.5), 133
(8.2), 123 (8.1), 132 (16.2), 139 (18.31), 173 (2.11), 182 (17.4), (5.1), 135 (2.11), 136 (15.5), 137 (15.5), 149 (17.14), 162
183 (18.35), 191 (18.18), 192 (18.5.1), 194 (15.1), 196 (15.1), (13.21), 163 (18.18), 164 (13.5), 165 (13.5), 166 (18.43), 167
204 (2.9), 213 (5.1), 231 (18.11), 370 (17.13), 438 (18.12), 451 (13.3), 168 (17.14), 169 (18.1), 170 (18.43), 171 (18.43), 172
(13.3), 517 (18.35), 532 (13.2), 533 (18.8), 534 (18.35), 538 (13.11), 173 (13.5), 176 (13.20), 180 (2.13), 222 (2.13);
(2.5), 539 (18.18), 540 (13.11), 625 (18.11), SP 280096 (18.5.1); Queiroz, L.P.: 4534 (15.1); Ramalho, G.: SP 24469 (18.1);
Moraes, P.L.R.: 989 (5.1), 1001 (15.5), 1138 (13.2), 1141 (2.7), Rapini, A.: 103 (18.1); Raquel: HRCB 13206 (5.2); Ratter,
1142 (18.11), 1143 (18.18), 1144 (2.5), 1180 (17.14), HRCB J.A.: 4907 (17.16), 4937 (9.2), UEC 43091 (6.2); Regnell, A.
17789 (2.9); Moreira, B.A.: 209 (13.8), 210 (13.7), 212 (13.19), F.: II.283 (9.3); Reitz, R.: 7779 (13.3), 7781 (13.19), 7784
213 (13.19), 214 (13.19), 215 (13.19), 216 (13.19), 217 (13.3), (13.11), 7786 (13.22), 7787 (13.22); Ribas, O.S.: 2707 (13.22);
218 (13.19), 219 (13.3), 220 (13.19), 221 (13.19), 223 (13.5), Ribeiro, J.E.L.S.: 212 (13.11), 215 (13.22), 230 (13.19), 232
225 (13.19), 227 (13.10), 229 (13.5), 242 (13.20), 243 (13.17), (2.12), 254 (18.5.1), 269 (2.9), 316 (17.14), 389 (5.6), 461

159
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

(2.6), 493 (15.1), 513 (18.40), 529 (13.3), 591 (18.5.1), 628 1815 (18.5.1), 5744 (18.33), 15373 (2.12), 15377 (18.34.1),
(8.1), 666 (2.7), 704 (2.12), 724 (12.7), 762 (18.13); Robim, 15387 (15.1), 15391 (18.40), 15394 (12.4), 15397 (13.7), 15400
M.J.: 857 (17.13), 900 (13.5); Rocca, M.A.: 89 (5.1), 131 (2.5); (18.8), 15401 (2.7), 15403 (13.8), 15404 (15.3), 15406 (7.4),
Rodrigues: 1140 (17.14); Rodrigues, E.H.A.: 16 (17.5), 39 15408 (18.8), 15420 (13.5), 15421 (18.46), 15424 (18.27),
(17.5), 239 (18.8), 240 (18.27), 356 (17.11); Rodrigues, M.: SP 15426 (18.1), 15427 (13.11), 15428 (18.34.1); Soares, J.M.:
263374 (18.5.1); Rodrigues, P.: R 182133 (18.3), R 192134 PMSP 41314 (18.5.1); Sobral, M.: 7000 (2.7), 7037 (18.5.1);
(18.35), R 192135 (18.8); Rodrigues, R.R.: 129 (2.7), 130 Sousa, P.M.: 4 (17.11), 5 (17.10), 7 (17.15), 9 (17.16), 18
(18.5.1), 131 (17.13), 132 (17.5), 133 (2.10), 134 (18.35), 147 (17.15), 30 (17.14), 33 (17.14), 45 (17.15); Souza, A.A.: 9
(18.11), 149 (5.2), 158 (18.18), 12340 (13.5); Roht, L.: 832 (17.8), 10 (17.10), 14 (17.10), 15 (17.11); Souza, E.L.: 13 (9.2);
(17.14); Romaniuc Neto, S.: 69 (2.6), 136 (2.5), 140 (13.19), Souza, F.M.: 151 (15.2); Souza, F.O.: 161 (2.6); Souza, G.M.:
244 (13.11), 245 (17.13), 37a (18.18), 37b (18.8), 430 (17.13), 387 (2.11); Souza, H.M.: 8361 (5.2), 31154 (5.5); Souza, J.B.:
812 (2.10), 823 (2.6), 935 (13.19), 973 (13.11), 1242 (5.2), 342-A (4.1); Souza, J.P.: 86 (17.13), 98 (13.19), 99 (18.18),
1249 (2.6), 1266 (1.1), 1385 (5.2); Romão, G.O.: 598 (15.2), 100 (2.7), 112 (13.14), 115 (17.5), 750 (13.11), 764 (2.5), 944
604 (2.12), 704 (2.12), 800 (4.1); Romero, R.: 6 (17.14), 170 (7.5), 947 (2.9), 3550 (5.1), 3519 (A. wittmackiana ? ) (2.6), SP
(5.6); Rosa, N.A.: 3872 (17.13), 3944 (15.4); Rossi, L.: 437 183775 (13.11); Souza, L.C.: 123 (2.6), 131 (2.9), 229 (17.5);
(17.1), 517 (5.1), 549 (13.5), 601 (18.5.1), 671 (2.6), 673 Souza, P.M.: 01 (1.1), 24 (17.8); Souza, V.C.: 64 (2.7), 117
(18.5.1), 675 (18.18), 750 (2.9), 768 (2.12), 836 (18.43), 879 (13.7), 207 (15.2), 236 (17.5), 240 (18.5.1), 338 (2.5), 347 (2.9),
(15.2), 882 (18.8), 885 (6.1), 1053 (2.6), 1597 (18.40), 1657 494 (13.7), 515 (18.8), 1051 (17.5), 1596 (7.1), 2007 (17.13),
(2.7), 1670 (17.3), 1678 (13.10); Roth, L.: 881 (18.34.2); 2483 (5.1), 3275 (2.6), 4033 (2.6), 4052 (5.2), 4054 (7.2), 4139
Rubio, C.R.: 54-K (18.8); Russel, A.: 34 (17.16), 125 (17.14); (9.4), 4154 (17.13), 4844 (2.9), 5816 (4.1), 5877 (18.5.1), 5905
Sakane, M.: 555 (18.11); Sakane, P.T.: SP 340007 (5.2); (18.8), 5949 (18.18), 5950 (13.11), 5957 (18.5.1), 6083 (5.4),
Sakuragui, C.M.: 382 (17.12), 397 (15.2), 484 (17.11); 6215 (18.11), 7143 (17.14), 7145 (2.9), 7232 (2.6), 7443
Sampaio, D.: 86 (2.9), 92 (2.9), 135 (2.11), 136 (2.12); (17.14), 8876 (2.6), 8897 (17.14), 9011 (2.7), 9053 (18.5.1),
Sampaio, L.C.Q.M.P.: 76 (5.1); Sampaio, P.S.P.: 96 (2.7), 165 9054 (18.18), 9079 (17.13), 9366 (4.1), 9427 (6.1), 9465
(2.9), 194 (2.12), 298 (15.1), 301 (5.1), 339 (15.3), 346 (7.6), (18.5.1), 9495 (18.5.1), 9570 (17.11), 9577 (4.1), 9707 (4.4),
365 (2.7), 527 (7.6); Santoro, J.: 3005 (17.16), 4243 (17.16), 10970 (17.11), 10979 (4.1), 11022 (2.3), 11126 (18.5.1), 11341
ESA 2712 (17.16), IAC 3003 (17.16), IAC 4243 (17.16); (4.4), 12248 (18.35), 21658 (2.9), 21701 (2.9), 21702 (2.9),
Santos, N.: 5750 (18.37); Savassi, A.P.: 359 (15.5), 373 (5.1); 21756 (2.9), ESA 14819 (7.2); Spina, A.P.: 298 (2.2); Stuart:
Sazima, I.: 31725 (17.11), 32521 (18.3), 32541 (17.13); 137 (17.14); Sucre, D.: 3013 (13.21), 3020 (18.1), 3081 (13.4),
Sazima, M.: 28077 (1.1), 28733 (15.1), 28742 (5.6), 29992 3083 (13.4), 3131 (5.2); Sugiyama, M.: 80 (1.1), 492 (2.6), 495
(17.10), 29994 (2.12), 29995 (15.3), 30200 (12.6), 32324 (5.1), 537 (17.5), 559 (15.4), 618 (18.19), 844 (5.7), 845
(18.37), 32325 (13.15), 32326 (13.15), 32329 (18.36), 32342 (13.19), 1036 (2.7), 1333 (15.5), 1373 (18.19), SP 202399 (5.2),
(13.19), 32343 (18.13), 32532 (17.13), 32536 (18.36), 32538 SP 202406 (17.13); Suker, L.: 28 (12.7); Sztutman, M.: 101
(18.36), 35411 (2.4), UEC 32528 (6.1); Scabbia, R.A.: 1142A11 (2.9), 108 (2.5), 224 (2.9), 316 (13.5), 318 (18.5.1), 547 (2.12),
(13.5); Scaramuzza, C.A.M.: 216 (17.16), 456 (17.9), 495 328 (pp) (2.10), 328 (pp) (13.3); Takeda, M.M.: 11 (15.1);
(17.14), 497 (2.6), 989 (17.14); Schlittler, F.H.M.: HRCB 4871 Tamandaré: 196 (9.4); Tamashiro, J.Y.: 453 (17.15), 454
(2.2); Schwacke: 14183 (18.18); Sciamarelli, A.: 337 (17.10), (17.8), 455 (17.11), 456 (17.13), 467 (2.6), 615 (17.5), 653
638 (17.8); Segadas-Vianna, F.: 2551 (18.20), 2552 (7.2), 2553 (17.5), 1233 (17.13), 1303 (5.2), 1325 (5.2), 8766 (2.9), 8770
(18.24), 3121 (18.2), 3248 (13.4), R 192358 (7.2); Seidel, A.: (17.5), 32492 (18.12); Tardivo, R.C.: 207 (18.18), 221 (18.9),
290 (13.19), 571 (13.22), 663 (12.10), 1013 (13.14), 1104 227 (18.23); Taroda, N.: 18567 (17.13), 18569 (2.10); Toledo
(13.22), 6-20 (13.22), HB 77861 (13.2), HBR 47840 (13.22); Filho, D.V.: 9081 (5.2); Toledo, C.B.: 17 (15.2), 59 (18.8), 60
Seidel, L.: 1 (13.3), 245 (18.11), 290 (13.21); Sellow, F.: E-23 (13.11), 63 (13.10), 67 (15.2), 86 (18.19), 94 (18.19); Toledo,
(9.4); Semir, J.: 4918 (2.2), 11570 (9.2), 17667 (18.35), 17668 J.F.: SP 43224 (9.2), SPF 66267 (9.4); Tomasulo, P.L.B.: 133
(2.6), 17669 (2.4), 17670 (18.8); Sendulsky, T.: 909 (9.4); (7.2), 151 (18.34.2); Torezan, J.M.: 517 (18.12), 555 (18.32),
Shirasuna, R.T.: 33 (13.11); Silva Filho, C.A.: 70 (5.2); Silva, 763 (2.9); Torres, R.B.: 141 (17.11); Tozzi, A.M.G.A.: 94
A.F.: 8895 (17.11); Silva, B.R.: 1128 (4.1); Silva, D.S.: 3 (6.2), 97-42 (9.4); Travassos Filho, L.: SP 59780 (15.2);
(17.6), 4 (17.13), 32 (5.2); Silva, J.C.: 338 (13.13), HB 73728 Travassos, O.P.: 374 (2.6); Trevisan, S.: IAC 2861 (17.10),
(13.3), HB 73730 (13.11), HB 73731 (13.19), HB 73732 IAC 2862 (17.10), IAC 2863 (17.10); Trindade-Lima, T.: 161
(13.19), HB 75262 (13.21), HB 77856 (13.2), HB 78467 (18.44); Udulutsch, R.G.: 463 (18.40); Ule, E.: 4036 (13.14);
(13.14), HB 78502 (13.3), HBR 77845 (7.1), Florido em cultivo Urbanetz, C.: 7 (15.5), 123 (2.6); Usteri, P.A.: SP 12352 (9.4);
em X.1995 (12.9); Silva, J.E.L.: 06 (18.8), 461 (2.6); Silva, L.: Valente, A.: 14 (13.22), 15 (18.35), 16 (17.14), 61 (13.22);
IAC 5836 (2.5), SP 48736 (2.5); Silva, M.R.: 195 (1.1), SPF Válio, I.M.: 3 (5.2); Vandenberg, C.: 188 (18.5.1); Vasconcellos
103495 (1.1); Silva, N.: 94 (13.11), 193 (2.1); Silva, S.M.: Neto, J.: 8462 (2.2); Vasconcellos, M.B.: 12603 (2.7), 31373
25425 (17.15); Silvestre, M.S.F.: 15 (5.1), 19 (15.2), 93 (5.1), (2.6); Versieux, L.M.: 265 (3.1), 352. (3.1); Vianna, M.C.: 447
94 (5.1), 55S (18.18), SP 202399 (5.2); Simão-Bianchini, R.: (18.5.1), 470 (18.5.1); Viégas, A.P.: IAC 2860 (17.12), IAC
48 (13.7), 484 (18.18), 494 (17.5), 765 (17.7), 1137 (18.2), 2864 (17.5), IAC 2865 (5.2), IAC 3657 (4.1), IAC 4376 (6.1),
1482 (11.1); Siqueira, G.M.: IAC 32230 (1.1); Smith, L.B.: IAC 5087 (17.5), IAC 5491 (17.14), IAC 18567 (4.1), SP 5190

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Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online)
Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L.,
Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 5, pp: 39-162.

BROMELIACEAE

(9.4), SP 40647 (17.5), SP 44348 (6.1), SP 266872 (17.5), SP (13.19), 1960 (16.2), 1992 (18.5.1), 1993 (2.7), 1995 (13.19),
268071 (4.1), SP 268091 (4.1), SP 268527. (6.1); Vieira, 1996 (15.5), 1998 (13.2), 1999 (7.2), 2000 (13.2), 2001 (18.46),
A.O.S.: UEC 28812 (5.2); Vital, D.M.: UEC 6839 (13.5), UEC 2003 (13.11), 2004 (2.10), 2008 (18.16), 2010 (2.7), 2011
6853 (5.1); Voss: SP 12330 (7.2); Wanderley, M.G.L.: 11 (18.11), 2019 (13.11), 2020 (2.10), 2021 (5.2), 2023 (17.13),
(18.11), 20 (18.11), 66 (5.2), 67 (4.2), 68 (15.2), 72 (15.4), 83 2032 (18.11), 2043 (18.18), 2044 (13.5), 2052 (13.5), 2053
(13.11), 91 (5.1), 92 (5.2), 93 (2.6), 94 (5.2), 95 (17.13), 96 (18.35), 2054 (18.18), 2056 (18.5.1), 2057 (12.7), 2058 (18.35),
(15.2), 97 (18.8), 98 (18.8), 99 (18.8), 100 (15.2), 101 (17.14), 2060 (13.2), 2061 (18.8), 2062 (2.7), 2063 (15.5), 2065 (2.7),
102 (17.5), 103 (18.8), 104 (18.8), 105 (15.2), 108 (5.2), 110 2087 (18.11), 2088 (17.13), 2089 (17.14), 2090 (2.5), 2114
(5.2), 114 (13.11), 116 (2.2), 117 (2.6), 124 (5.2), 125 (13.11), (18.9), 2140 (17.13), 2141 (17.15), 2159 (17.13), 2166 (17.5),
128 (15.2), 129 (13.11), 130 (17.13), 131 (2.6), 132 (2.6), 133 2184 (18.42), 2185 (5.1), 2188 (13.11), 2189 (18.43), 2190
(18.28), 135 (17.5), 136 (17.13), 137 (17.11), 145 (18.12), 147 (18.5.1), 2191 (18.18), 2194 (18.16), 2202 (18.23), 2206 (5.1),
(4.2), 151 (13.11), 153 (13.11), 156 (18.8), 199 (5.1), 200 2207 (2.11), 2210 (18.5.1), 2212 (18.9), 2220 (18.10), 2221
(15.2), 201 (18.19), 202 (18.19), 203 (18.19), 204 (18.19), 205 (16.2), 2225 (18.31), 2226 (18.13), 2227 (13.11), 2228 (18.18),
(2.7), 206 (2.7), 207 (13.20), 208 (18.18), 209 (18.5.1), 210 2229 (2.7), 2230 (5.1), 2231 (5.1), 2232 (18.46), 2233 (18.1),
(2.2), 211 (5.2), 212 (15.2), 213 (17.5), 214 (18.23), 215 (17.13), 2234 (18.27), 2235 (18.12), 2236 (13.11), 2237 (18.46), 2238
229 (18.5.1), 231 (18.32), 232 (2.12), 233 (15.1), 234 (9.1), 235 (17.14), 2240 (15.5), 2241 (15.5), 2242 (2.10), 2321 (13.19),
(9.1), 236 (9.1), 237 (9.1), 238 (9.1), 239 (2.9), 248 (18.15), 249 2323 (13.17), 2324 (18.42), 2326 (13.20), 2329 (13.5), 2330
(2.10), 250 (2.10), 251 (4.2), 252 (17.5), 253 (18.33), 254 (4.2), (2.6), 2331 (15.1), 2334 (16.2), 2340 (13.14), 2354 (2.6), 2357
255 (2.6), 256 (17.13), 258 (5.2), 279 (18.3), 280 (18.20), 281 (18.11), 2359 (2.17), 2441 (13.19), 2442 (2.6), 2444 (2.4), 2445
(18.24), 282 (7.1), 285 (2.6), 299 (13.11), 300 (5.2), 303 (2.6), 2446 (2.4), 2447 (2.9), 2449 (2.6), 2452 (2.4), 2453 (2.7),
(18.5.1), 305 (17.5), 409 (17.11), 501 (18.23), 502 (17.13), 517 2454 (2.10), 2458 (18.11), 2459 (18.4), 2460 (2.11), 2465 (5.2),
(9.4), 519 (13.11), 521 (13.19), 522 (5.1), 524 (18.35), 525 2466 (2.7), 2467 (2.7), 2468 (2.7), 2443. (15.1), 2448. (12.6),
(2.10), 526 (13.5), 527 (18.5.1), 716 (8.1), 722 (18.5.1), 723 2089-A (17.7), HB 77817 (13.2), SP 244761 (18.9), SP 388278
(2.10), 726 (18.15), 729 (2.6), 746 (13.5), 763 (16.2), 764 (18.39); Waras, E.: HB 65033 (2.7); Yamamoto, K.: 17666
(18.18), 765 (18.35), 766 (18.13), 994 (8.1), 996 (18.46), 997 (17.13); Yano, O.: SP 154685 (9.1), SP 234223 (14.1);
(18.31), 998 (2.12), 999 (18.35), 1000 (2.5), 1001 (18.34.1), Yoshioka, C.M.: 5. (13.5); Zagatto, O.: IAC 4786 (4.2), IAC
1002 (18.34.1), 1005 (18.28), 1006 (13.11), 1007 (18.10), 1950 5282 (4.1), SP 268447 (4.1), SP 268526 (4.2); Zikan, J.F.: SP
(13.19), 1951 (18.18), 1952 (18.5.1), 1953 (5.1), 1954 (13.5), 5382 (7.3); s.col.: 4539 (17.11), CGG 259 (2.6), R. 192358.
1955 (13.11), 1956 (18.15), 1957 (5.1), 1958 (13.11), 1959 (7.2), RB 4161 (9.4), SP 54180 (12.3), SP 154335. (5.2).

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