Miltonia flavescens

Miltonia é um gênero botânico da família Orchidaceae, proposto em 1837 pelo botânico inglês John Lindley (1799 – 1865). Este nome é uma homenagem a outro inglês, o orquidófilo Charles Wentworth-Fitzwilliam (1786–1857), 5º Conde de Fitzwilliam e Visconde de Milton.

Charles Wentworth-Fitzwilliam

Acredito ser um dos gêneros com flores mais lindas que existe e, com certeza, trata-se do gênero mais brasileiro de todos. É composto por 21 espécies, todas originárias do Brasil.

Até pouco tempo atrás, o gênero Miltonia era bem maior, quando englobava as espécies de clima mais frio, originárias das zonas elevadas dos Andes da Colômbia, Panamá e Equador, e que hoje pertencem ao gênero Miltoniopsis.

Pelas semelhanças morfológicas, atualmente taxonomistas debatem se devem juntar o gênero Miltonia ao gênero Oncidium. Isto não acaba nunca!!!

As Miltonias são plantas de crescimento simpodial e hábito epífita, que formam grandes touceiras, chegando a  cobrir troncos e ramos inteiros de árvores, com largas superfícies. São encontradas na Mata Atlântica desde o sul da Bahia até Santa Catarina, em lugares bem ventilados e protegidos da incidência direta dos raios solares, e onde recebem em abundância de umidade durante a noite.

Elas ocupam áreas principalmente entre o nível do mar e 1500 metros de altitude. No entanto, a maioria das espécies são mais frequentemente encontradas entre 600 e 900 metros.

Pela beleza das flores e facilidade de cultivo, a Miltonia tem sido muito empregada para a geração de híbridos com bom resultado comercial. Assim, cada vez é mais comum encontrar as seguintes plantas em orquidários e lojas do ramo:

  • Miltassia (Miltonia x Brassia)
  • Miltonidium (Miltonia x Oncidium)
  • Odontonia (Miltonia x Odontoglossum)
  • Milmitonia (Miltonia x Miltoniopsis)
  • Milpasia (Miltonia x Aspasia)
  • Milpilia (Miltonia x Trichopilia)
  • Miltada (Miltonia x Ada)
  • Miltarettia (Miltonia x Comparettia)
  • Miltonioda (Miltonia x Cochlioda)
  • Rodritonia (Miltonia x Rodriguezia)
  • Miltistonia (Miltonia x Baptistonia)

 Além de tantos outros híbridos gerados utilizando 3 ou mais gêneros diferentes:

Agora a planta do dia, a espetacular Miltonia flavescens.

O nome da espécie, flavescens, deriva do latim e significa “amarelada”, em relação à cor de suas flores.

Esta espécie é natural da Mata Atlântica do sudeste e sul do Brasil, e pode ser encontrada vegetando em florestas úmidas e bem iluminadas, localizadas em regiões de clima tropical e subtropical, sempre em altitudes entre o nível do mar e 1200 metros, embora sua preferência seja pela região serrana, a 800 metros de altitude.

Anteriormente foi classificada como Cyrtochilum flavescens; Cyrtochilum stellatum; Irenea flavescens; Miltonia flavescens var. grandiflora; Miltonia flavescens var. stellata; Miltonia flavescens var. typica; Miltonia loddigesii; Miltonia stellata; Oncidium flavescens e Oncidium stellatum.

É comum ver árvores tomadas por enormes touceiras desta planta. Uma visão fantástica! Principalmente se tivermos a sorte de vê-la florida. E isto se deve a sua enorme capacidade de multiplicação. Diferente do habitual, cada pseudobulbo desta espécie gera dois novos pseudobulbos a cada ano. Apenas destes novos bulbos surgirão inflorescências. Os antigos ficam sendo uma reserva de nutrientes.

Apresentam rizoma vigoroso, rasteiro e racemoso, com raízes velamentosas. Os pseudobulbos são elípticos, compridos, achatados e bifoliados, suportando folhas finas e coriáceas de aproximadamente 30cm de comprimento. A inflorescência nasce da base do rizoma e pode passar de meio metro de comprimento, suportando normalmente entre 6 e 12 flores de 6cm de diâmetro, e com formato de estrela.

A variedade estrellensis, muito comum no norte do Paraná, lança flores maiores que chegam a 8cm de diâmetro.

Estas flores são lindas e suavemente perfumadas. Pétalas e sépalas de cor amarelo pálido, e labelo branco com delicados tracejados em púrpura.

Planta muito fácil de cultivar. Seguem algumas dicas:

  • De preferência cultive a Miltonia flavescens em cascas ou troncos de árvore.
  • Pode também ser cultivado em vasos de plástico ou caixetas de madeira, utilizando o uso de um substrato confeccionado com partes iguais de casca de pinus, esfagno e carvão vegetal.
  • Cuidado com a drenagem. Não deixe acumular água no fundo do vaso.
  • Sugiro ainda um cultivo com 50% de sombreamento e temperaturas entre 5 e 35 graus.

Floresce entre o final da primavera e o início do verão, e sua floração dura entre 20 e 30 dias.

Seguem algumas fotos ilustrativas:

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IMAGENS: fonte pesquisa GOOGLE

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