A Lippia alba, espécie nativa do continente americano, é conhecida mundialmente por suas propriedades medicinais. De plantio fácil e econômico, a planta, também chamada de erva-cidreira, melissa, salva-limão e alecrim-do-campo, produz óleos essenciais usados na fabricação de produtos de perfumaria e cosméticos. Suas folhas estão presentes em chás, compressas, banhos e xaropes. Seu nome é uma homenagem ao médico, botânico e naturalista francês Augustin Lippi (1678-1704), daí o “Lippia”. “Alba” vem do latim, albus, em referência às flores brancas. Em algumas regiões, a planta é conhecida como falsa-melissa, por sua semelhança morfológica com a erva-cidreira, a Melissa officinalis L. Veja Mais Diferentemente de outras culturas, não é difícil cruzar com Lippias albas na natureza, principalmente às margens de rios e riachos e ao longo de costas litorâneas. Graças aos ramos que se enraízam naturalmente no solo, sua taxa de propagação é relativamente alta, com arbustos que podem atingir 3 metros de altura. A espécie chama atenção por seu aroma forte, suas flores — que podem ser brancas, rosas ou lilases —, e pequenas folhas peludas, com 1 a 3 centímetros de comprimento. LEGENDA (Foto: Visions Botanical/ AGB Photo Library) — Foto: Globo Rural Propriedades medicinais e outros usos Frequentemente consumida em forma de chá, a Lippia Alba é famosa por oferecer sensação calmante, efeitos analgésico e digestivo. A espécie é indicada para tratar e amenizar tosses causadas por gripes e resfriados, é antiasmática, antidiarreica, sedante gastrointestinal e reduz cólicas hepáticas. As propriedades da Lippia alba não param por aí! A planta pode ser utilizada no combate de afecções da pele e das mucosas, dores musculares e reumáticas, flatulências e laringite. Fora da medicina, o óleo essencial, produto derivado da Lippia alba mais valorizado do mercado, pode custar R$ 600. O alto valor agregado está relacionado ao processo de extração do fitoterápico, por isso, visando baratear os custos, alguns agricultores optam por compartilhar o maquinário utilizado na extração do perfume. A versatilidade é tanta que ela costuma ser usada, inclusive, na indústria estética e de cosméticos, marcando presença na composição de perfumes, desodorantes e difusores de ambiente. Outro fator curioso sobre a Lippia alba é que, em algumas regiões do nordeste, a planta é considerada PANC (Plantas alimentícias não convencionais) e suas raízes são saboreadas como aperitivo em alguns pratos. SAIBA MAIS Cannabis além da medicina: empresas e produtores rurais estão de olho Flor gera fruto com propriedades medicinais de uso culinário Como plantar alecrim Características da planta De cultivo fácil, a espécie pode ser plantada em qualquer parte do território nacional, com exceção das regiões com frequência de geadas durante o inverno, como no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. A Lippia alba gosta de temperaturas quentes ou amenas. Além disso, ela se adapta melhor em solo rico em matéria orgânica e úmido. O cultivo da planta costuma ser simples e fácil, já que ela não tem problemas graves com pragas e doenças, cresce bem em campo aberto e pode ser plantada em canteiros. O preço da muda varia de R$ 0,20 a R$ 0,40. A Lippia alba apresenta rápida propagação e floresce o ano todo, o que a torna uma ótima alternativa para pequenos e médios agricultores aumentarem o orçamento mensal. (Foto: R. Koenig/Blickwinkel/AGB Photo Library) — Foto: Globo Rural Como plantar? Apesar de não ser necessária a aplicação de fertilizantes no solo, a planta se desenvolve melhor em solo rico em matéria orgânica e úmido, em regiões com temperaturas quentes ou amenas e ensolaradas. A semeadura da Lippia alba pode ser feita com as estacas enfiadas diretamente na área definitiva e em solo revolvido. Depois, basta irrigar dia sim, dia não, durante o primeiro mês do cultivo. É recomendável que as estacas da planta sejam de aproximadamente 20 centímetros de comprimento e 1 centímetro de diâmetro. Corte a base em ângulo para espetá-la no solo e enterre-a cerca de 10 centímetros com as gemas para cima. Uma área de 10 x 20 metros quadrados comporta até 100 plantas. Mantenha uma distância de 2 metros entre as linhas e adote cinco linhas com uma planta a cada 1 metro. Vale lembrar que é preciso escolher uma área limpa de invasoras, de preferência sem tiririca e picão-preto; Os ramos devem ser podados de forma regular. Assim, pode-os entre 1 e 1,5 metro de altura, pois, se crescerem demais, a tendência é que suas folhas caiam. Aos seis meses de vida, quando a planta atingir 1 metro de altura, as hastes com folhas e flores podem ser colhidas, mas o corte deve ser feito a 20 centímetros do solo. Em geral, a espécie suporta de três a quatro cortes por ano, que podem ocorrer em qualquer época do ano. No entanto, a rebrota virá mais rápida na colheita de verão. Para a colheita em lavouras com até 100 plantas, use uma tesoura. Em áreas maiores, as roçadeiras costais são mais indicadas. VEJA TAMBÉM Flores comestíveis revelam boa oportunidade de negócio *Pedro Melillo de Magalhães é pesquisador colaborador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Caixa Postal 6171, CEP 13081-970, Campinas (SP), tel. (19) 2139-2891, pedro@cpqba.unicamp.br Mais recente Próxima Como plantar batata-doce