Espécie

Blanus cinereus (Vandelli, 1797)

Nome Comum

Cobra-cega

  • Blanus cinereus
  • Blanus cinereus
  • Blanus cinereus

Características

Espécie de aspecto vermiforme, com cerca de 16 a 18 cm de comprimento total. É desprovida de membros, de cabeça triangular com focinho arredondado, separado da cabeça por um sulco transversal. Coloração do corpo variável entre o rosa, cinzento ou roxo. A cabeça e o corpo possuem escamas regularmente dispostas em filas longitudinais e de tamanho semelhante, conferindo-lhe um aspecto segmentado. Os olhos são atrofiados e cobertos por escamas, sendo apenas visivel dois pequenos pontos negros debaixo da pele. Possui a extremidade da cauda arredondada.


Ecologia

Espécie com actividade diurna e nocturna, encontra-se activa entre os meses de Fevereiro e Novembro. De hábitos subterrâneos, esta espécie apresenta uma enorme capacidade para escavar túneis, por onde se desloca em ambas as direcções. Quando em actividade, atinge temperaturas corporais na ordem dos 19 a 24ºC, retirando essa energia térmica de rochas e pedras ou através de buracos que escava a profundidades distintas. A época de reprodução parece iniciar-se antes da Primavera, no sul da Península Ibérica, ocorrendo as posturas nos meses de Junho ou Julho, consistindo num único ovo de grandes dimensões. Pensa-se que atingirá a maturidade sexual após alcançar o seu primeiro ano de vida. A sua dieta assenta essencialmente em formigas, larvas de insectos e outros artrópodes subterrâneos, localizados através da audição. Na presença de predadores pode libertar a cauda voluntariamente (autotomia). Espécie termófila, ocupa preferencialmente habitats subterrâneos, debaixo-de-pedras ou em galerias escavadas no solo, pelo que o solo terá de ser pouco compacto permitindo assim a escavação. Gosta de zonas quentes mas com uma certa humidade.


Fenologia

Residente (Res)


Estado de Conservação

Pouco Preocupante (LC)


Distribuição Geral

Espécie da Península Ibérica, não ocorrendo apenas numa faixa contínua, localizada a Norte, que engloba o extremo Noroeste de Portugal, a Cordilheira Cantábrica e os Pirinéus. Em Portugal distribui-se um pouco por todo o país, com maior incidência no Nordeste, Centro e Sul.

Distribuição Geográfica

Referências

Almeida, N., Almeida, P., Gonçalves, H., Sequeira, F., Teixeira, J., Almeida, F. (2001). Anfíbios e Répteis de Portugal – Guias Fapas.

Loureiro,A., Almeida,N., Carretero, M., Paulo, O. (2010). Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal.